— Onde está sua senhora? — Kayra estreitou levemente os olhos, falando de propósito em voz alta. A empregada, sem querer ficar para trás, respondeu à altura, enquanto as duas trocavam palavras em um duelo de vozes na porta da Mansão dos Amorim: — Nossa senhora saiu, não está em casa. Sra. Kayra, se a senhora precisa de algo, volte outro dia. Hoje realmente não é conveniente. Além disso, com toda aquela confusão entre a Srta. Sabrina e seu filho, por que ainda quer falar com nossa senhora? A expressão de Kayra endureceu, e seu olhar para a empregada transparecia profundo desagrado. — Preste atenção no seu tom ao falar comigo! Você é apenas uma empregada da família Amorim. O que acha que é? Alguma pessoa nobre e extraordinária? Que engraçado. Se continuar sendo insolente, vou rasgar sua boca! A empregada a encarou com firmeza: — Então venha! Quero ver como você vai rasgar minha boca! Seu filho já é um abusador, e você quer abusar das pessoas também, não é? Estou dizendo, noss
— Meu filho sempre age com discernimento. Ele faz o que quer fazer, se ele quer defender a irmã dele, ele vai defendê-la. Eu nunca vou impedi-lo. Você acha que eu ainda sou a mesma de antes, ingênua, que perdoava você com algumas palavras de boas intenções? Se você pensa assim, então está me subestimando muito. Kayra, hoje eu estou te informando oficialmente: a nossa relação está cortada de vez. Quando você drogou o Rodrigo, tentando fazer ele dormir com outra mulher, deveria ter previsto que um dia isso iria acontecer. Kayra olhou para Bianca com uma expressão de choque. Então ela sabia de tudo! Mas por que escondeu isso dela? Kayra não conseguia entender. Ela apertou os punhos ao lado do corpo, com os olhos vermelhos, fitando ela com lágrimas que ameaçavam cair: — Bianca, por que você pensa isso de mim? Tudo o que você disse são suposições suas. Que provas você tem? Nós éramos tão próximas antes. Eu sempre cedia a você, não importava o que fosse, e você... — Chega! — Bian
Fabiano olhou para ela com uma expressão fria: — Saia daqui. Mirella fingiu não ouvir: — Presidente Fabiano, não seja tão rude. Eu vim trazer comida para você. Você não me deu seu número de WhatsApp antes? Eu sei que você também sente algo por mim, então cuidar de você é uma coisa normal, certo? Não precisa ficar com vergonha ou sem jeito, dizendo para eu sair o tempo todo. Na verdade, eu sei que você gosta de mim, está escrito nos seus olhos. Fabiano fez uma pausa. "Que porra é essa? Quem é essa maluca?" — Mirella, se você tem problemas mentais, procure um médico. Não venha aqui me perturbar. Eu só te dei meu número de WhatsApp por consideração à Sabrina. Não se ache tanto assim. Os olhos de Mirella brilharam como estrelas, e um sorriso enlouquecido surgiu em seus lábios: — Presidente Fabiano, você sabe que tenho problemas emocionais e até sugeriu que eu procurasse ajuda. Você é tão atencioso comigo! O que eu faço? Estou ainda mais apaixonada por você. Para ser sincera
Fabiano sentiu, pela primeira vez na vida, uma sensação extremamente desconfortável em relação a outra pessoa. Antes, mesmo que odiasse alguém, nunca reagia dessa forma. Quando ele vomitou, Mirella, completamente alheia à gravidade da situação, o seguiu até o banheiro. Ao vê-lo curvado diante do vaso sanitário, vomitando, ela, de repente, o abraçou por trás, envolvendo sua cintura. — Presidente Fabiano, sua cintura é tão fina! Será que você é tão bom assim na cama também? Presidente Fabiano, você exala tanta masculinidade! Eu gosto muito de você. Por favor, namore comigo! Eu quero ter um bebê com você. Presidente Fabiano, você é tão bonito, tenho certeza de que nosso filho também será lindo. Fabiano vomitou ainda mais intensamente. Por fim, incapaz de suportar aquilo, ele empurrou Mirella com força, se contendo para não chutá-la porta afora. Mancando, ele voltou para perto da cama, pegou o celular e ligou para a polícia. Aquilo era simplesmente insuportável. Ele precisava q
Fabiano ficou sem palavras. Os dois policiais exibiam expressões constrangedoras. Eles olhavam para Mirella de maneira estranha, com uma expressão semelhante à de quem tinha acabado de engolir um enxame de moscas. Especialmente Fabiano, cujo olhar passou de irritação para um desgosto absoluto. Ele parecia querer fuzilar Mirella com os olhos, como se quisesse despedaçá-la ali mesmo. Simplesmente não conseguia compreender como podia existir alguém tão absurdamente sem noção. E ainda por cima, uma mulher! Em seus mais de vinte anos de vida, Mirella havia redefinido para ele todas as percepções que ele tinha sobre o comportamento feminino. Mirella piscou os olhos grandes e inocentes enquanto os encarava: — O que foi? Por que estão me olhando assim? Eu disse algo errado? Fabiano sequer se deu ao trabalho de respondê-la. Reclinado na cama do hospital, manteve a expressão sombria enquanto mexia no celular. O policial ao lado, com o rosto ligeiramente embaraçado, sugeriu:
Mirella saiu correndo do hospital e, ao chegar na calçada, se agachou no meio-fio e começou a chorar. Ela não conseguia entender por que Fabiano havia dito palavras tão cruéis, chegando ao ponto de chamá-la de louca. De fato, ela tinha feito uma brincadeira com eles há pouco, mas havia algo em que não estava mentindo: ela realmente havia crescido em um hospital psiquiátrico, sua mãe era enfermeira de lá, mas ela não sabia quem era seu pai. Diziam que sua mãe havia sido violentada por um homem, e Mirella nasceu desse acontecimento. Todos insistiram para que sua mãe interrompesse a gravidez, mas ela, considerando a dificuldade de engravidar e acreditando que era uma vida inocente, decidiu seguir em frente. Se não fosse por isso, Mirella talvez nunca tivesse existido neste mundo. Depois de enxugar as lágrimas, Mirella se levantou e ficou parada na calçada, olhando perdida para os carros que passavam. Ela não sabia para onde ir. Sua mãe havia morrido, seu pai também...Quan
Fabiano lançou um olhar sombrio para ela. Quando abaixou a cabeça, seus olhos passaram, sem querer, pela tela do celular dela. Ao ver a foto, ele ficou paralisado. Ele estendeu a mão, tomou o celular dela e ampliou a foto na tela, encarando Mirella com uma expressão perigosa: — Você tem certeza de que essa imagem não foi editada por você? Mirella respondeu: — Eu não sei editar imagens. Não estou mentindo para você. Essa na foto é realmente a minha mãe e a melhor amiga dela. Olha, a minha mãe até parece comigo, não é? Sim, parecia mesmo. Mas Fabiano estava mais interessado na mulher ao lado da mãe de Mirella. Mirella não conhecia essa mulher, o que era compreensível, já que ela não fazia parte do círculo da aristocracia da Cidade do Sol. Mas ele conhecia. Muito interessante. — Você acabou de dizer que essa mulher e sua mãe foram violentadas juntas? — Fabiano, sentado na cama do hospital, ergueu o olhar para Mirella com indiferença. Mirella assentiu vigorosamente:
Estava perto. Assim que ele resolvesse essa situação, Sabrina logo estaria de volta ao lado dele. Só de pensar no futuro, ao abrir os olhos e ver Sabrina deitada ao seu lado, seu coração se enchia de uma alegria sem fim. Ele não se importava com o que havia acontecido entre Emerson e Sabrina. Tudo o que queria era que ela voltasse para o seu lado. Ele não podia viver sem ela. Os erros do passado foram culpa dele, e ele estava disposto a compensar tudo. Mas Sabrina... Ele nunca a deixaria ir, não nesta vida. ...Saindo da Mansão dos Amorim, Sabrina e Emerson passaram por uma empresa de chaveiros no caminho de casa. Ela tinha pensado em arrebentar o cadeado do diário diretamente, mas, ao lembrar da importância que Álvaro dava àquele caderno, acabou se contendo. Quando os funcionários do chaveiro viram que ela estava segurando um diário, ficaram claramente perplexos. No entanto, foram bastante prestativos e a ajudaram a abri-lo. Diferentemente de outros diários, este tin