A partir desse ponto, o diário ficou sem atualizações por um bom tempo. Só foi retomado quatro anos depois. Sabrina lia cada palavra escrita no diário e, de repente, percebeu que seu irmão não teve uma vida nada fácil naquela época. [20 de maio de 2013, dia ensolarado. Finalmente voltei do campo militar. Sabi e Nina estão ficando cada vez mais bonitas. Nem quero pensar em qual moleque sortudo vai acabar ficando com elas no futuro. Papai disse que está na hora de eu começar a me envolver com os negócios da empresa, já que ele pretende me passar o controle completo um dia. Nos últimos anos, além de me aprimorar no serviço militar, estudei por conta própria e prestei o vestibular. A boa notícia é que eu e ela estamos na mesma universidade de novo. Hoje é 20 de maio, e também será a última vez que escrevo neste diário. No ano passado, quando voltei para fazer o vestibular, tomei coragem e escrevi uma carta de amor para me declarar a ela. Ouvi dizer que alguém estava int
Ela disse em voz baixa:— Irmã, acho que o irmão pode estar gostando de Dalila...Assim que terminou de falar, Emerson, sentado ao seu lado, e Nina, do outro lado da linha, mudaram de expressão.Nina quase se levantou da cadeira:— O que você disse?! Como isso é possível?Sabrina respondeu: — Também acho improvável, mas é verdade. Além disso, o irmão gostou dela por muito tempo, mas quando foi se declarar, ela rasgou a carta de amor dele. Ela proferiu palavras muito duras.Nina perguntou: — Como você sabe disso? — Antes que Sabrina pudesse responder, Nina de repente teve uma ideia. — Sabrina, não me diga que você pegou o diário do irmão e o levou para casa.A voz de Sabrina ficou cada vez mais baixa: — Peguei...Nina ficou atônita."Que desastre!"Nina disse: — Sabrina, depois que desligarmos hoje, não diga que você falou comigo, ok? Não quero ser morta pelo irmão. Você tem um marido para te proteger, eu não. Boa sorte, então. Vamos fingir que você nunca me ligou, e eu nunca soube
— O que aconteceu com vocês dois hoje, afinal?Bianca estava sentada no sofá, observando os dois que acabavam de reaparecer na sala.Sabrina sorriu para ela de maneira conciliadora, segurando firmemente o diário em seus braços, com uma expressão misteriosa:— Haha, é um segredo. Mãe, se eu conseguir resolver o grande problema da vida do meu irmão, você me recompensaria?Bianca sorriu levemente: — Não. Não pense que eu não sei o que você veio fazer aqui. Sabrina, cuidado para que seu irmão não descubra.Sabrina ignorou completamente suas palavras e subiu correndo para o quarto de Álvaro no segundo andar, colocando o diário de volta em seu lugar.Antes de sair, ela olhou para o quarto do irmão, sentindo de repente um toque de melancolia.Quando descia as escadas, Emerson estava conversando com Bianca. Sabrina originalmente planejava descer, mas ao ouvir que o tópico da conversa era sobre ela, parou para escutar o que diziam.— Emerson, vocês estão casados há quase um ano, já pensaram na
Ainda era cedo e nenhum dos dois estava com fome, então decidiram assistir ao filme antes de jantar. Vila das Imagens. Nina se recostou na cadeira, pensando no que Sabrina tinha dito ao telefone, o que a deixava cada vez mais inquieta. Ela enviou uma mensagem pelo WhatsApp para Álvaro: [Irmão, onde você está? Mamãe disse que você não está atendendo o telefone dela.] Álvaro respondeu: [Estou na Cidade das Estrelas.] Nina tinha suas reservas sobre a Cidade das Estrelas, se recostou na cadeira, franzindo levemente as sobrancelhas, com uma expressão de desconforto: [Tudo bem.] [Qual é o seu problema? Não pode apenas conhecer Dalila e, se não gostar, dizer claramente? Não seria mais fácil? Isso não parece seu estilo.] Álvaro olhou para a mensagem que ela enviou, mas demorou a responder. Por fim, ele apenas disse: [Bom.] "Ele não está normal, ainda não está normal." Nina olhou para o histórico de mensagens entre eles, tentando sondar com uma pergunta: [Irmão, você n
[Faltam apenas dois dias para eu e o Fabiano irmos ao cartório.]Sabrina digitou essa frase com cuidado no bloco de notas do celular, depois colocou o aparelho virado para baixo na mesa e continuou a limpar o quarto, sorrindo. A casa era um presente dos pais de Fabiano para eles como lar de casados, onde Fabiano morava sozinho. Como ele estava ocupado e não tinha tempo para limpar, Sabrina passou esses dias ajudando por lá.As famílias de ambos eram muito próximas, e, após dois anos sendo unidos pelos pais, finalmente estavam prestes a se casar. Todos pensavam que ela estava sendo forçada a ficar com Fabiano, mas só alguns sabiam que ela secretamente o amava há anos. Quando ele concordou em namorá-la diante de ambos os pais, ela ficou tão feliz que não conseguiu dormir aquela noite.Sabrina estava no escritório, com um doce sorriso nos lábios enquanto limpava a mesa, imaginando a vida feliz que teriam ali. Porém, ao se virar, acidentalmente esbarrou em um vaso de gardênia na mesa.O
O tempo em junho mudava rapidamente. Quando Sabrina chegou, o céu estava limpo, mas agora estava coberto de nuvens escuras e chovia torrencialmente.Sabrina saiu correndo da casa de Fabiano, chorando, tão apressada que esqueceu as chaves do carro. Ela correu para a chuva e pegou um táxi na porta para voltar para casa.Quando o táxi parou no destino, Sabrina pagou a corrida com um QR code e correu para o prédio sob a chuva.No elevador, após apertar o botão do décimo terceiro andar, ficou num canto, enxugando as lágrimas incessantemente.O elevador parou, e ela, de cabeça baixa, caminhou até o apartamento e começou a digitar a senha.Estranhamente, a porta, que normalmente se abria de imediato, continuava mostrando erro na senha.Será que ela estava tão perturbada que se esqueceu da senha?Sabrina enxugou as lágrimas e decidiu tentar novamente.Ela tinha acabado de pressionar o primeiro número quando a porta se abriu subitamente de dentro.Eles se encararam, e Sabrina ficou paralisada.
Sabrina havia acabado de abrir a porta quando a voz de sua mãe, Bianca Pires, chegou carregada de soluços:— Sabrina! Por que você não atende o telefone? Término é término, mas por que não atende? Quer me matar de preocupação?"O quê?" "Como isso é diferente do que eu imaginei?"Sabrina piscou, confusa.— Ah... Meu celular estava no silencioso, eu não ouvi.O rosto de seu pai, Rodrigo Amorim, estava tenso como água parada. Ele e Bianca entraram, trocaram os sapatos e se sentaram no sofá.Sabrina trouxe água morna da cozinha e os serviu.— Mamãe, papai, bebam um pouco de água.— Sabrina, o que aconteceu com sua testa e seu braço? — Indagou Rodrigo ao notar o braço dela envolto em várias camadas de ataduras e um grande hematoma roxo na testa, onde até a pele parecia ter sido rompida.Sabrina baixou a cabeça, em silêncio.Bianca examinou mais de perto e percebeu que ela estava gravemente ferida, no braço enfaixado parecia que ficaria uma cicatriz permanente, a testa brutalmente agredida.
Sabrina apontou para o lugar ao seu lado e disse:— Se sente.O homem sorriu levemente e se sentou, segurando um molho de chaves. O chaveiro ostentava um personagem de desenho animado que lhe era vagamente familiar. Sabrina teve a impressão de já ter visto aquilo em algum lugar. Além disso, o personagem de desenho era adorável, o que não combinava com a aparência firme e atraente do homem.— Peço desculpas por esta tarde, eu realmente acabei indo para o andar errado sem querer, espero não ter te causado nenhum transtorno.Sabrina considerou que qualquer pessoa normal acharia absurda a situação de alguém tentar digitar a senha na porta de sua casa.— Não tem problema, eu entendo. – Respondeu ele, com uma voz calma.Sabrina encolheu as pernas, apoiou os pés na cadeira, abraçou os joelhos e repousou a cabeça nos braços.— Meu nome é Sabrina, e o seu?O homem, que tinha lábios finos e um sorriso atraente, respondeu com uma voz suave:— Emerson.Ele fixou o olhar nos olhos brilhantes de Sa