Sabrina desligou o telefone com um sorriso travesso no rosto, se encostou no sofá e lançou um olhar de desamparo para Emerson, que estava sentado ao seu lado: — Pronto, amor, eu acho que não vamos conseguir colocar eles juntos como planejamos. Pelo meu instinto aguçado, tenho certeza de que algo aconteceu ontem. Caso contrário, meu irmão jamais teria saído para uma viagem de trabalho sem dizer uma palavra. Normalmente, ele sempre me manda uma mensagem no WhatsApp antes de viajar, perguntando se quero algum presente. Desta vez, o comportamento dele foi muito estranho. Além disso, a voz da sua irmã no telefone agora há pouco também parecia esquisita, como se ela tivesse se machucado de alguma forma. Emerson suspirou enquanto afagava os cabelos dela: — Sabi, você anda assistindo muito a séries de investigação criminal. Isso está ficando complicado demais para você. Sabrina lançou a ele um olhar de desprezo. Encostada no sofá, ela pensou por um instante e concluiu que não podia f
— Sabrina, o que você está aprontando aí, toda furtiva? O que é isso que você está segurando? Por que estava no quarto do seu irmão? Bianca estava parada no topo da escada, olhando para Sabrina, que estava no corredor agindo de forma suspeita. Seu olhar estava cheio de cansaço e descrença. Sabrina fez um gesto pedindo silêncio: — Shhh! Mãe! Por que você está falando tão alto? Só vim pegar uma coisa no quarto do meu irmão. Por favor, não conta nada para ele! Bianca estreitou os olhos ligeiramente: — Sabi, o que você está escondendo de mim? Você sabe por que o seu irmão não atende minhas ligações, não sabe? Eu só insisti para ele ir a um encontro arranjado! Por que ele é tão teimoso? Ele até ficou bravo comigo! E a Dalila é uma moça tão boa! O que ele tem para reclamar dela? Sabrina apertou o diário que estava segurando contra o peito, se aproximou e deu um tapinha no ombro da mãe: — Pronto, pronto, não fica brava. É o meu irmão que é teimoso. Olha, vamos fazer o seguinte:
— Mãe, o problema da Dalila brigar com eles é deles. Não deixa o Emerson se envolver nisso. Alguns dias atrás, o pai do Emerson disse coisas muito pesadas, e naquele dia ele quase teve outra crise. Por que sempre que surge algum problema eles lembram do Emerson? O que isso tem a ver com ele? Além disso, a mãe do Emerson já faleceu há tantos anos, e eles ainda precisam trazê-la à tona nas brigas? Isso não é uma forma de desrespeitar os mortos? O que passou, passou. Não precisamos mencionar mais isso, mas também não podem usar laços de sangue como desculpa para pressionar alguém o tempo todo. Quando o pai do Emerson o expulsou da família Carmo, ele também não levou em conta os laços de sangue, não foi?Sabrina, sempre que pensava nos últimos dez anos da vida de Emerson, sentia um aperto no coração. Ele havia vivido cada dia como se fosse um fardo, carregando a dor de perder a mãe e sendo forçado a assistir aquela família de três pessoas felizes e unidas.Diziam que o maior nível de amor
— Onde está sua senhora? — Kayra estreitou levemente os olhos, falando de propósito em voz alta. A empregada, sem querer ficar para trás, respondeu à altura, enquanto as duas trocavam palavras em um duelo de vozes na porta da Mansão dos Amorim: — Nossa senhora saiu, não está em casa. Sra. Kayra, se a senhora precisa de algo, volte outro dia. Hoje realmente não é conveniente. Além disso, com toda aquela confusão entre a Srta. Sabrina e seu filho, por que ainda quer falar com nossa senhora? A expressão de Kayra endureceu, e seu olhar para a empregada transparecia profundo desagrado. — Preste atenção no seu tom ao falar comigo! Você é apenas uma empregada da família Amorim. O que acha que é? Alguma pessoa nobre e extraordinária? Que engraçado. Se continuar sendo insolente, vou rasgar sua boca! A empregada a encarou com firmeza: — Então venha! Quero ver como você vai rasgar minha boca! Seu filho já é um abusador, e você quer abusar das pessoas também, não é? Estou dizendo, noss
— Meu filho sempre age com discernimento. Ele faz o que quer fazer, se ele quer defender a irmã dele, ele vai defendê-la. Eu nunca vou impedi-lo. Você acha que eu ainda sou a mesma de antes, ingênua, que perdoava você com algumas palavras de boas intenções? Se você pensa assim, então está me subestimando muito. Kayra, hoje eu estou te informando oficialmente: a nossa relação está cortada de vez. Quando você drogou o Rodrigo, tentando fazer ele dormir com outra mulher, deveria ter previsto que um dia isso iria acontecer. Kayra olhou para Bianca com uma expressão de choque. Então ela sabia de tudo! Mas por que escondeu isso dela? Kayra não conseguia entender. Ela apertou os punhos ao lado do corpo, com os olhos vermelhos, fitando ela com lágrimas que ameaçavam cair: — Bianca, por que você pensa isso de mim? Tudo o que você disse são suposições suas. Que provas você tem? Nós éramos tão próximas antes. Eu sempre cedia a você, não importava o que fosse, e você... — Chega! — Bian
Fabiano olhou para ela com uma expressão fria: — Saia daqui. Mirella fingiu não ouvir: — Presidente Fabiano, não seja tão rude. Eu vim trazer comida para você. Você não me deu seu número de WhatsApp antes? Eu sei que você também sente algo por mim, então cuidar de você é uma coisa normal, certo? Não precisa ficar com vergonha ou sem jeito, dizendo para eu sair o tempo todo. Na verdade, eu sei que você gosta de mim, está escrito nos seus olhos. Fabiano fez uma pausa. "Que porra é essa? Quem é essa maluca?" — Mirella, se você tem problemas mentais, procure um médico. Não venha aqui me perturbar. Eu só te dei meu número de WhatsApp por consideração à Sabrina. Não se ache tanto assim. Os olhos de Mirella brilharam como estrelas, e um sorriso enlouquecido surgiu em seus lábios: — Presidente Fabiano, você sabe que tenho problemas emocionais e até sugeriu que eu procurasse ajuda. Você é tão atencioso comigo! O que eu faço? Estou ainda mais apaixonada por você. Para ser sincera
[Faltam apenas dois dias para eu e o Fabiano irmos ao cartório.]Sabrina digitou essa frase com cuidado no bloco de notas do celular, depois colocou o aparelho virado para baixo na mesa e continuou a limpar o quarto, sorrindo. A casa era um presente dos pais de Fabiano para eles como lar de casados, onde Fabiano morava sozinho. Como ele estava ocupado e não tinha tempo para limpar, Sabrina passou esses dias ajudando por lá.As famílias de ambos eram muito próximas, e, após dois anos sendo unidos pelos pais, finalmente estavam prestes a se casar. Todos pensavam que ela estava sendo forçada a ficar com Fabiano, mas só alguns sabiam que ela secretamente o amava há anos. Quando ele concordou em namorá-la diante de ambos os pais, ela ficou tão feliz que não conseguiu dormir aquela noite.Sabrina estava no escritório, com um doce sorriso nos lábios enquanto limpava a mesa, imaginando a vida feliz que teriam ali. Porém, ao se virar, acidentalmente esbarrou em um vaso de gardênia na mesa.O
O tempo em junho mudava rapidamente. Quando Sabrina chegou, o céu estava limpo, mas agora estava coberto de nuvens escuras e chovia torrencialmente.Sabrina saiu correndo da casa de Fabiano, chorando, tão apressada que esqueceu as chaves do carro. Ela correu para a chuva e pegou um táxi na porta para voltar para casa.Quando o táxi parou no destino, Sabrina pagou a corrida com um QR code e correu para o prédio sob a chuva.No elevador, após apertar o botão do décimo terceiro andar, ficou num canto, enxugando as lágrimas incessantemente.O elevador parou, e ela, de cabeça baixa, caminhou até o apartamento e começou a digitar a senha.Estranhamente, a porta, que normalmente se abria de imediato, continuava mostrando erro na senha.Será que ela estava tão perturbada que se esqueceu da senha?Sabrina enxugou as lágrimas e decidiu tentar novamente.Ela tinha acabado de pressionar o primeiro número quando a porta se abriu subitamente de dentro.Eles se encararam, e Sabrina ficou paralisada.