Ao perceber a expressão fria de Nina, uma sombra de decepção passou pelos olhos de Miguel. Seus lábios finos se comprimiram levemente, e ele a olhou com uma expressão indiferente, embora seu tom fosse extremamente humilde: — Nina, quer ir jantar comigo mais tarde? Nina cruzou os braços à frente do peito, seus lábios vermelhos se curvaram em um sorriso sarcástico, e seu olhar afiado, como uma lâmina, se cravou diretamente nele. — Miguel, você não entende o que eu digo ou está fingindo amnésia de propósito? Já te avisei que nunca mais quero te ver. Qual é o seu problema para continuar me importunando uma vez após a outra? O que exatamente você quer com isso? O olhar de Miguel se tornou ainda mais desolado. Ele também não entendia por que as coisas entre ele e Nina tinham chegado àquele ponto. Ainda assim, Miguel tinha a sensação de que ainda havia uma chance. A poucos passos dela, Miguel tirou do bolso uma caixa luxuosa, cuidadosamente embalada, e a estendeu para Nina:
— Eu te disse desde o começo, quando começamos a sair juntos: se eu descobrir que você mentiu para mim, nesta vida você nunca mais terá nenhum tipo de contato comigo. Você achou que eu estava brincando? Miguel parou por um momento. Ele ficou sem palavras. Essa foi, de fato, uma frase que Nina tinha dito no passado, mas ele nunca deu muita importância a isso. Na verdade, ele acreditava que ele e Nina não passavam de um caso passageiro, algo que não deveria ser levado a sério. Foi só no dia em que viu a mensagem de término que Nina enviou que ele realmente entrou em pânico. Nina caminhou até ele, abriu a porta do camarim e apontou para a entrada: — Por favor, vá embora. Eu não quero te ver. Miguel a encarou com um olhar de sofrimento. Mas Nina permanecia impassível. Ela havia dito que não se deixaria abalar, e realmente não se abalaria. Se ela era capaz de amar Miguel, também era capaz de deixar de amá-lo. Miguel fixou o olhar no perfil delicado dela, quis dizer a
Abelardo tinha um sorriso ainda mais profundo no olhar. — Então, primeiro desabafe. Ele não perguntou a Nina por que ela estava chateada, apenas sorriu despreocupadamente. Nina pediu um bife e, quando o garçom o trouxe, Abelardo prontamente pegou a faca e o garfo para cortá-lo para ela. Nina o encarou com um tom de brincadeira. — Sr. Abelardo, você também tem esse lado tão gentil e cavalheiro, hein? Abelardo fez uma expressão de desamparo. — Não tem jeito, fui educado assim desde pequeno. Mas eu raramente saio para comer com amigas. Você é a primeira. Nina arqueou as sobrancelhas. — Então eu sou bem sortuda. Mas, para mim, você não é o primeiro. Abelardo comentou: — Eu sei, Miguel foi o primeiro. Nina ficou atônita. — Como você sabe... Do Miguel? Abelardo lançou um olhar cheio de significado para ela, mas não respondeu. Há algum tempo, havia rumores sobre Nina e Miguel, mas nenhum dos dois envolvidos se pronunciou, e o assunto acabou caindo no esquecimento
A cena deles sentados juntos era tão harmoniosa, tão bela, que mais parecia uma pintura, algo que fazia as pessoas pararem para admirar por mais tempo. O casal perfeito: um homem atraente e uma mulher deslumbrante, sem dúvida, o par mais bonito de toda a festa. Até mesmo os parceiros de negócios de Miguel não puderam evitar um comentário ao passar: — Eles são realmente lindos juntos. Formam um casal perfeito. Os olhos de Miguel escureceram repentinamente. Depois de acomodar os parceiros, ele deu alguns passos firmes em direção a eles. Miguel conhecia bem Abelardo, o herdeiro da família Medeiros, de Alvorada do Vale. Haviam sido colegas na universidade. Embora Miguel tivesse construído uma carreira na indústria do entretenimento nos últimos anos, ele sabia que, no futuro, o vasto império da família Medeiros acabaria nas mãos de Abelardo. Mais cedo ou mais tarde, ele voltaria para assumir os negócios da família. "Se Nina realmente ficar com ele... Será, de fato, uma combi
Dessa vez, Nina não teve paciência com ele. Segurou diretamente o braço e o ombro de Miguel, aplicou sua força de maneira habilidosa e realizou um golpe de arremesso por cima do ombro. Miguel caiu no chão com um estrondo. O barulho alto chamou a atenção dos funcionários e clientes do restaurante. Quando parecia que Nina se tornaria o centro das atenções, Abelardo se levantou de repente, se posicionou à frente de Nina, protegendo ela com o corpo, e lançou um olhar altivo e intimidador para Miguel, que estava caído no chão com uma expressão rígida: — Presidente Miguel, já avisei várias vezes para não incomodar minha namorada. Já que você insiste em ser inconveniente, só me resta usar métodos extremos como este. Ao redor, algumas pessoas já tinham começado a gravar vídeos com seus celulares. Abelardo agiu rapidamente e conseguiu proteger Nina a tempo, de modo que ninguém conseguiu ver quem realmente tinha lutado com Miguel, se foi ela ou ele. Além disso, suas palavras deixar
[Faltam apenas dois dias para eu e o Fabiano irmos ao cartório.]Sabrina digitou essa frase com cuidado no bloco de notas do celular, depois colocou o aparelho virado para baixo na mesa e continuou a limpar o quarto, sorrindo. A casa era um presente dos pais de Fabiano para eles como lar de casados, onde Fabiano morava sozinho. Como ele estava ocupado e não tinha tempo para limpar, Sabrina passou esses dias ajudando por lá.As famílias de ambos eram muito próximas, e, após dois anos sendo unidos pelos pais, finalmente estavam prestes a se casar. Todos pensavam que ela estava sendo forçada a ficar com Fabiano, mas só alguns sabiam que ela secretamente o amava há anos. Quando ele concordou em namorá-la diante de ambos os pais, ela ficou tão feliz que não conseguiu dormir aquela noite.Sabrina estava no escritório, com um doce sorriso nos lábios enquanto limpava a mesa, imaginando a vida feliz que teriam ali. Porém, ao se virar, acidentalmente esbarrou em um vaso de gardênia na mesa.O
O tempo em junho mudava rapidamente. Quando Sabrina chegou, o céu estava limpo, mas agora estava coberto de nuvens escuras e chovia torrencialmente.Sabrina saiu correndo da casa de Fabiano, chorando, tão apressada que esqueceu as chaves do carro. Ela correu para a chuva e pegou um táxi na porta para voltar para casa.Quando o táxi parou no destino, Sabrina pagou a corrida com um QR code e correu para o prédio sob a chuva.No elevador, após apertar o botão do décimo terceiro andar, ficou num canto, enxugando as lágrimas incessantemente.O elevador parou, e ela, de cabeça baixa, caminhou até o apartamento e começou a digitar a senha.Estranhamente, a porta, que normalmente se abria de imediato, continuava mostrando erro na senha.Será que ela estava tão perturbada que se esqueceu da senha?Sabrina enxugou as lágrimas e decidiu tentar novamente.Ela tinha acabado de pressionar o primeiro número quando a porta se abriu subitamente de dentro.Eles se encararam, e Sabrina ficou paralisada.
Sabrina havia acabado de abrir a porta quando a voz de sua mãe, Bianca Pires, chegou carregada de soluços:— Sabrina! Por que você não atende o telefone? Término é término, mas por que não atende? Quer me matar de preocupação?"O quê?" "Como isso é diferente do que eu imaginei?"Sabrina piscou, confusa.— Ah... Meu celular estava no silencioso, eu não ouvi.O rosto de seu pai, Rodrigo Amorim, estava tenso como água parada. Ele e Bianca entraram, trocaram os sapatos e se sentaram no sofá.Sabrina trouxe água morna da cozinha e os serviu.— Mamãe, papai, bebam um pouco de água.— Sabrina, o que aconteceu com sua testa e seu braço? — Indagou Rodrigo ao notar o braço dela envolto em várias camadas de ataduras e um grande hematoma roxo na testa, onde até a pele parecia ter sido rompida.Sabrina baixou a cabeça, em silêncio.Bianca examinou mais de perto e percebeu que ela estava gravemente ferida, no braço enfaixado parecia que ficaria uma cicatriz permanente, a testa brutalmente agredida.