A roda ficou em silêncio completo. Alguns pensaram, até, ter ouvido errado a declaração do colega que já não estava sóbrio há horas. Consideravam o tanto de álcool que ele tinha ingerido, mas não podiam simplesmente ignorar aquela informação.
Porque afinal todos sabiam que Kyle e Makayla eram um casal enrustido que não assumiriam que gostavam um do outro de verdade até que a garota mostrasse bandeira branca. Contudo, Makayla obedecia às suas regras assiduamente de não se evolver com amigos e evitar se apegar a mulherengos. Kyle se enquadrava em ambos quesitos.
Então, para os amigos, a oportunidade de saber que possa ter acontecido algo a mais do que sabiam era interessante.
- Eu sabia! - Jenna soltou eufórica. - Eu sabia que vocês já tinham transado!
- O que? - soltou uma desconcertada Makayla, e ignorando a declaração da amiga, questionou: – Quando isso aconteceu que eu não estou lembrada, pode me dizer?
- Nós não transamos - Kyle confirmou para a roda - ainda. - Completou malicioso encarando Macky, que revirou os olhos rindo, para continuar mais sério: - Eu te vi pelada acidentalmente e, bom... Acho que preferia não ter visto a ter acontecido o que aconteceu.
- Como assim? – Makayla indagou.
- Ok, isso acaba de ficar mais interessante. - cochichou Candece na direção de Jenna, que concordou sem desviar os olhos dos dois.
- Foi no começo do ano passado, numas das festas de boas vindas que teve lá em casa. Não sei se vão lembrar.
Flashback
Mais uma festa bem-sucedida e organizada por uma das melhores repúblicas de toda a UCLA. A casa repleta de gente bêbada e dançante era o resultado de toda uma semana de planejamento e força de vontade por parte dos integrantes da Kativeiro. Os meninos estavam satisfeitos com o trabalho, suas festas eram lendárias e esta não iria deixar de ser mais uma das mais comentadas por meses pelos arredores do campus.
Todos estavam se divertindo e curtindo da maneira que queriam exceto uma pessoa. Kyle McAllister.
Há horas estava presenciando o irmão de fraternidade agarrar Macky, a tal que todos ali dentro sabiam que não podia ser tocada e mesmo assim estava a soltar suspiros e gemidos indecentes.
Kyle poderia te-la puxado de perto de Roger o socado para fazê-lo entender que nunca mais teria o direito de sequer andar ou respirar perto de Makayla, mas simplesmente não podia. Makayla não era sua propriedade. Era solteira, livre e desimpedida para se divertir como e com quem quisesse. Azar de Kyle que não era com ele.
Os dois subiram para os quartos e Kyle se segurou, já esperando pelo pior. Não podia exclusivamente passar a festa toda vigiando-a e se martirizando por não ser ele quem a levava para cama neste momento. Por isso chamou uma qualquer que estava em sua frente e atacou-a com um beijo. Claro que a garota não ia dispensá-lo. Aquela, ao menos, não.
Noah, se não estava enganado, não estava o distraindo o bastante. Kyle só conseguia pensar em quanto estrago queria fazer na cara bonita de Roger, seus punhos chegaram a coçar.
Cansado de não conseguir tirar a imagem dos dois da cabeça, chama Zoey para subir. Seria esse mesmo o nome?
Tentar distrair-se com algo mais intenso poderia ajudá-lo.
Assim que passou pelo quarto que Roger dividia com outro irmão da república para chegar no seu, ao fim do extenso corredor, mesmo se regrando para não prestar atenção em nada que envolvesse o que acontecia lá dentro Kyle não pôde ignorar a porta aberta e murmúrios que saíam de lá.
Com Loney em seu pescoço, tentou esticar-se para ver o que ocorria lá, mesmo que a cena quebrasse seu coração em milhões de pedaços. Mas então, se surpreendeu.
A cama de Roger estava vazia, assim como a de seu parceiro, e ninguém estava presente no aposento. Kyle parou imediatamente na frente da porta aberta, hesitante.
Murmúrios vinham de alguma parte dali e ele não conseguiu não entrar para ver o que estava acontecendo, pedindo para que... A tal garota que ele não se recordava o nome, aparentemente sexualmente frustrada, aguardasse ao lado de fora do quarto.
Então entrou, fechando a porta atrás de si e seguiu o bagulho, que concluiu vir do banheiro. Parou assim que presenciou algo que nunca imaginou que presenciaria em sua vida inteira. Uma Makayla bêbada com a cabeça enfiada na privada e, segurem o fôlego, completamente nua.
Ele ficou em choque. Petrificado. Não sabia o que fazer, como agir, nem como respirar direito. Nunca tinha presenciado a amiga ficar tão bêbada a ponto de passar mal e não era daquela maneira que imaginara ver a sua garota nua apesar de superar expectativas, não pode deixar de reparar.
Parou com os pensamentos indecentes quando ouviu mais um gemido vindo da garota, estes estavam longe de ser de prazer. Não sabia se devia ir até lá socorre-la, se seria muito invasivo ou se ela o xingaria e o colocasse para fora do banheiro.
- Roger? - A garota murmurou, ecoando o som dentro da privada.
- Ãhn... não exatame...
- Kyle, vai demorar muito aí dentro? - Fora interrompido por tal garota que ele deixara na porta do quarto, a qual ele já havia se esquecido completamente.
Ele foi até a porta do quarto e, com ela entreaberta, comunicou à loira:
- Um amigo meu está passando mal. Parece bem sério. Vou cuidar dele.
- O quê? - Soltou a garota, soltando fogo pelas ventas. - Tá brincando, né?!
- Não, Lindsay, ele realmente precisa de mim.
- É Chloe!
- Tanto faz. - E dito isso bateu a porta na cara da mimadinha e voltou às pressas ao banheiro.
Makayla já não estava com a cabeça enfiada na privada, parece que se cansou de vomitar e decidiu meramente se acomodar no chão frio do banheiro.
- Porra, Macky, o que foi que aconteceu com você?
O rapaz decidiu engolir toda sua malícia para cuidar da menina que estava em uma situação caótica. Enquanto dava banho nela pensava em como Roger pôde deixá-la desse modo e não ter voltado sequer para ver se ela estava bem. Se bem que, estando bêbada desse jeito, Kyle apostava que Makayla não iria se lembrar de nada do que acontecera aquela noite e fora exclusiva e unicamente por isso que Roger conseguira levá-la para cama.
Kyle parou por um instante. Sem deixar de segurar Makayla debaixo do chuveiro, verificou o relógio em seu braço.
Estranhou.
Havia penas 3 horas que a festa havia começado. Nunca, em um milhão de situações que já presenciou, Makayla ficou tão bêbada nessa mínima quantidade de tempo. Ele havia a observado a noite toda, ela estava bebendo socialmente.
Assim vasculhou com os olhos pelo banheiro e notou um copo sob a pia que não havia notado anteriormente. Desligou o chuveiro, ajudou uma Makayla meio consciente sentar-se sob o vaso com tampa fechada e esticou-se para pegá-lo.
Quando levou o copo ao nariz pode sentir o cheiro de cerveja. No entanto, quando ele focou os olhos no fundo do copo reconheceu o rastro de pó azul que o boa-noite-cinderela geralmente deixa.
Seu sangue ferveu.
- Roger, seu grande filho da puta!
Makayla se desequilibrou e o rapaz largou o copo imediatamente para segurá-la. Ela enlaçou os braços no pescoço de Kyle vagarosamente, ainda de olhos fechados, e deitou a cabeça sob seu ombro. Suspirou cansada.
Kyle controlou-se para não sair caçando Roger onde quer que fosse para mata-lo. Ao invés disso ele secou-a, recolheu as roupas da morena espalhadas pelo quarto e vestiu-a como se tivesse vestindo uma boneca. Carregou-a para seu próprio quarto e acomodou a jovem na própria cama.
A cobriu e ficou por uns longos minutos admirando-a dormir e se perguntado como alguém poderia fazer um mal àquela mulher. Tão serena e tranquila, não parecia a mesma garota que estava jogava no chão de um banheiro de uma república masculina há poucos instantes atrás.
Decidiu deixá-la dormir enquanto iria atrás do canalha.
Flashback end.
- E foi assim. - Finalizou Kyle.
- Meu Deus. - Foi tudo o que se pode ouvir por alguns instantes.
- Ele ia estuprar a Macky. – Jenna soltou chocada.
- Eu sempre soube que esse cara não prestava. – Candece anunciou. – Mas não a ponto de fazer uma coisa tão terrível.
- Ele só não finalizou o trabalho porque ficou assustado com ela passando mal daquele jeito. – Kyle revelou.
- Sinceramente queria voltar no tempo e não ter tentado te segurar quando partiu pra cima dele. – Josh admitiu entre dentes.
- Não adiantou, de qualquer forma. O desgraçado teve o que merecia. – Kyle deu de ombros.
- Foi uma bela de uma surra. – Will elogiou.
- Me lembro que tudo estava normal no outro dia, como se nada tivesse acontecido e Roger não estivesse no hospital. – Zach soltou. – Por isso que Kyle não foi expulso da república por agressão?
Will assentiu.
- Aparentemente ninguém de fora da casa ficou sabendo da briga. – Josh observou – Me lembro de que Will tinha dito algo sobre Roger ter pegado o carro do Kyle, ou alguma coisa parecida. Maior migué.
- Will colocou panos quentes na história porque eu expliquei pra ele o que tinha acontecido. – Kyle revelou.
- Fui ao hospital e fiz Roger concordar em sair da república por livre e espontânea vontade. Ele não teve como negar quando eu disse que sabia que ele tinha drogado a Macky, tentou estupra-la e ainda cometeu abandono de incapaz. – Will admitou, derepente muito consciente. – Não foi nem comunicado à reitoria, se não ele teria sido preso e não teria se formado.
- Meu Deus, que babado. – Candace soltou.
Kyle olhou em direção de Makayla, que estava o encarando de volta sem expressão nenhuma. Kyle se arrependera instantaneamente, não era um assunto para se contar numa roda de amigos. Afinal era um crime e ele deveria ter pensado e conversado com ela a sós.
A roda ficou em silêncio por um tempo, dolorosos minutos. Até mesmo Jason não interferiu, nem mesmo para provocar Kyle.
- Por que nunca me contou isso antes? - Makayla finalmente indagou, mirando Kyle.
- Não queria que se sentisse mal. – respondeu hesitante. – Pedi ao Will que não contasse a ninguém o que aconteceu para que não fodesse com a sua cabeça. Se a história saísse a público, as pessoas iriam falar muita merda, julgar e poderia te deixar machucada.
Makayla mirou Will e disse: - Também não me contou nada.
- Macky, o Kyle me fez jurar que não iria contar para ninguém. Concordei porque você poderia sair com sequelas dessa história que já tinha sido resolvida.
- Me desculpa. – Kyle se adiantou, chamando a atenção de Makayla.
- Desculpas? – Makayla repetiu surpresa. – Por que deveria te desculpar?
– Eu deveria ter conversado com você sobre isso e perguntado qual decisão você queria tomar, afinal você foi a vitima. Mas eu tava tão louco em tirar aquele cara de perto de você, das meninas, que nem me atentei em saber como você gostaria de agir. Vi que estava bem, não se lembrava de nada, então achei melhor deixar assim.
A menina pareceu ponderar e então o encarou nos olhos, com a face plena.
- Que Roger é um canalha eu já sabia, pelo menos não precisamos lidar com ele mais. - e então, abrindo um sorriso, finalizou. – E você cuidou disso por mim então, obrigada. Não sei o que seria da minha saúde mental agora se tivesse que ter lidado com tudo isso.
- Não tá brava? – ele indagou confuso.
- Por que estaria? – ela riu. – Todo mundo dessa roda ficaria sabendo disso mesmo. E, afinal, não aconteceu o pior. É bom saber que vocês me conhecem o suficiente pra saber que eu ficaria traumatizada com essa história. Então, obrigada por me proteger.
Kyle sorriu e pousou a mão sob a de Makayla, que imediatamente entrelaçou seus dedos.
- Mas ficou por isso mesmo? – Candace indagou contrariada. – Expulsaram Roger da Kativeiro e deixaram ele a solta pra voltar a fazer aquilo com qualquer outra mulher?
- Will o ameaçou. – Kyle repondeu.
- O que você fez? – Jenna indagou a Will.
- Falei que iria ficar de olho nele, que se ouvisse algum boato de que ele tivesse de gracinha com outra menina eu ia denunciá-lo à reitoria e a policia. Guardamos o copo como prova e eu e Kyle somos testemunhas. – Will explicou. – Ele andou na linha depois disso. Filho de policial né, ele sabe o que os caras fazem com estupradores na cadeia.
- Fico mais aliviada, então. – Candece admitiu, com a mão sob o peito.
- Ora ora, quem diria. – Jenna soltou sorrindo depois de um tempo. – Isso é inédio. Kyle McAllister dispensou uma foda para cuidar de uma amiga que a princípio pensou estar bebada.
- Foi a única coisa que conseguiu concluir dessa história? – Makayla perguntou à amiga, rindo.
- Não, desculpe. – Jenna disse. – Mas é bom saber que ele cuidaria de nós bêbadas, assim me sinto mais a vontade em ficar louca sem me preocupar.
- Não se acostumem - Kyle brincou.
- Obrigada – Makayla disse à Kyle, apertando a mão do rapaz simbolicamente, que permaneciam entrelaçadas. - Você cuidou de mim quando não tinha mais ninguém. Vocês dois. – acrescentou, mirando Will.
Kyle acenou com a cabeça e sorriu sem jeito. Nunca imaginaria uma reação dessa vinda de Makayla sobre tal acontecimento, sempre que decidira contar à amiga logo em seguida desistia. Mas não, fora até tranquilo demais.
Assim prosseguiram com a brincadeira até os raios de sol dar o ar de sua graça e eles concluírem que era a hora de ir.
Retornar à rotina estudantil e acadêmica para alguns universitários podia ser bem estressante, mas para outros significava grande alívio. Há quem ainda prefira viver em prol da semana corrida, com livros pesados em mãos, trabalhos extensos a ser entregues em prazos curtos só para desfrutar das noites de gandaia, irmandade com outros estudantes, um longo período de tempo afastados dos pais e a sensação de liberdade que isso lhes proporcionava.O último final de semana de férias havia chegado ao fim e com isso o período oficial de aulas retornara. Comum nas primeiras semanas é encontrar jovens ainda perdidos pelo campus, alunos relevantemente atrasados, veteranos metidos dando o ar de sua graça querendo mostrar "quem é que manda" e alguns novos integrantes de repúblicas cumprindo trotes por conseguirem fazer parte de tal comunidade em pleno jardim da UC
Kyle e Makayla se beijavam.O desespero demonstrado por mãos que desciam do pescoço aos ombros, dos ombros aos braços e assim seguiam a diante; A necessidade nítida de conhecer o corpo do outro de uma maneira diferente da que já estavam acostumados, de uma maneira mais íntima; A batalha que disputavam pela posse da língua dentro da boca do outro era incontrolável. Se nada era o que antes pensavam, agora mil coisas corriam por ambas mentes.O desejo reprimido, a sensação desconhecida, o prazer promovido, a satisfação dos toques exatos em pontos estratégicos, a certeza e a dúvida, além de muitos outros pensamentos inapropriados.Foi quanto tudo se interrompeu. Excesso de pensamentos fizeram Makayla afastar Kyle empurrando levemente seu peitoral, assustada.-O que estamos fazendo? - Um sopro sem voz saiu da garganta da moça.Ofegante, Kyle a
- Vai me falar o porquê dessa cara de merda, ou vou ter que adivinhar? – Soltou Will com sua delicadeza tocante enquanto abria uma garrafa da cerveja e se sentava na poltrona ao lado de um Kyle surpreendentemente quieto. Os colegas assistiam a final da Champions e enquanto os demais debatiam e discutiam jogadas e passes errados o outro parecia ter a cabeça bem longe dali. Talvez onde estivera nos últimos dias.- Só tô concentrado no jogo. – Murmurou sem tirar os olhos da tela.- Conta outra Kyle, toda final de futebol você vira um galo de briga e sai no soco com pelo menos dois dos caras. – Will riu antes de dar uma grande golada na cerveja gelada. – Já estamos nos vinte e cinco do segundo tempo e você ainda está aqui sentado parecendo uma ameba.- Isso se chama amadurecimento.- Não, com certeza não é isso. – A
- Eu não tenho nada para falar com ele.Jason respirou fundo, contou mentalmente até dez e soltou, controlado:- Qual é, Kyle? Estamos nessa há anos. Vamos mudar um pouco o nosso diálogo, porque eu sinceramente já estou entediado com todo esse script que se repete anualmente.- Então vê se não me enche mais. Eu já disse dezenas de vezes que não quero ter nada ligado a você, muito menos a ele. - Kyle soltou exasperado - Ele deu a palavra, concordou em não me procurar mais se eu ficasse de bico fechado e até agora eu não dedurei ninguém.- Will sabe.- Não. - Negou imediatamente - Ele acha que Charles quer contato porque quer se redimir por ter me "abandonado". Felizmente ele não sabe da verdade, e felizmente ele não sabe sobre você.- Isso quebra meu coração, irmãozinho<
Makayla sentia ao longe uma voz chamar seu nome.Ela resmungou duas vezes antes de mudar de posição.A voz tornou a chamar, porém, desta vez, sentiu o interior de seu braço ser levemente pressionado. Então ela cedeu, infelizmente a hora da soneca estava dada por encerrada.A claridade tomava conta do lugar, sentia isso mesmo de olhos fechados. Ela respirou fundo três vezes antes de se espreguiçar e alongando os braços percebeu-se limitada ao espaço onde estava.Ao sentir o frio do vidro em uma extensão e uma textura macia na outra, abriu os olhos imediatamente, constatando que estava dentro de um carro, especificamente no banco do passageiro, e ao seu lado encontrava-se um sorridente Kyle.Rapidamente recolheu as mãos, uma delas constrangedoramente estava no rosto do rapaz, e coçou os olhos sentindo-se envergonhada.- Desde quando tô capotad
- Napa Valley, com a degustação de vinho e piquenique na vinícola; Santa Cruz e o famoso Vale do Silício, que, aliás, é repleto de pessoas incríveis; Monterey, com aquele aquário cheio de peixes que eu nunca tinha visto na minha vida; San Simeon, que tem aquele castelo em estilo europeu magnifíco; Santa Barbara, ainda sinto a dor da picada daquele avestruz que eu gentilmente tentei alimentar; San Diego e o Sea World; As trilhas no Grand Canyon ... Tô esquecendo de algum?- Não Makayla, mas fique à vontade em nos matar de inveja com as próximas viagens que o Kyle planejou para vocês. - Respondeu uma Jenna emburrada, revirando os olhos.- Eu sempre convido, são vocês quem recusam todas as vezes. - a amiga retrucou em bom humor enquanto amarrava os cadarços de seu tênis de corrida.- E você acha que iríamos para segurar vel
- PUTA QUE O PARIU, MOLEQUE! - O homem bateu com a mão sob a mesa, espelhando um som agudo.- Você não me intimida, Charles. Já devia saber disso - Kyle retrucou pacificamente, revirando as órbitas teatralmente quando os olhos de seu pai se esbugalharam ainda mais, por conta de sua resposta grosseira.- Vai com calma, Kyle - Jason aconselhou rindo nasaladamente, jogado sob a cadeira confortável ao seu lado.Kyle deu de ombros, porém Charles não percebeu. Este havia fechado os olhos e pousado os dedos sob as têmporas, massageando-as lentamente. Os garotos assistiram o pai respirar fundo cinco vezes seguidas, para quando abrisse os olhos estivesse parcialmente mais calmo.- Você quer me dizer que durante esses quatro meses ela não mencionou nada sobre o pai? NADA? - Os truques de meditação usados a meio minuto atrá
- Então ela disse que não vai passar o Natal em casa com a família, - relatou tristonho - não podia deixá-la assim... Desamparada. Ainda mais sabendo o real motivo.- E por isso a convidou para passar o Natal com a mamãe? - Jason indagou contendo o sorriso. - Só por isso mesmo?- O que quer dizer, Jason? - Kyle estreitou os olhos, desafiando-o.- Que, talvez, você realmente quer que a mamãe conheça a sua namorada.- Não é minha namorada de verdade, você sabe. - ele deu de ombros, mentindo.- Kyle. - Aclamando por sua atenção, Jason permaneceu sério mesmo quando o outro lhe mirou, também sério. - Eu sei.- Sabe o que? - Disse desviando-se do olhar acusatório do irmão, numa tentativa falha de dar por desentendido.- Eu sei e não vou falar para o Charles, se &ea