CLARA ASSUNÇÃO
_ Porra, que gostosinha essa aqui! _ o brutamontes sem camisa dizia enquanto me agarrava pela cintura. _ Quanto quer pra passar a noite gracinha?
_ Me larga seu nojento! Eu tenho namorado, me solta! _ tentei empurrar o cara que fedia a cigarro e bebida.
_ Vai bancar a difícil pra cima de mim novinha? Sabe quem eu sou? _ quis me intimidar com algum tipo de "carteirada" enquanto tentava me afastar de suas patas.
_ Eu tô cagando pra quem é você seu idiota! ME SOLTA AGORA! _ gritei, muito brava e continuei empurrando o peito do homem para longe.
Mas o filho da p**a era muito forte, enfiou a mão na minha bunda e tentou me beijar a força. Não entendi de onde saiu a mão que passou a centímetros da minha cara até reconhecer Lucas se embolando com o cara nojento no chão.
Imediatamente se abriu uma roda e os dois literalmente caíram na porrada!
Nessa hora, ao invés do povo apartar a briga pegaram os telefones e começ
CLARA ASSUNÇÃO Daniel resmungou qualquer coisa que não entendi porque caminhava decidida em direção ao garçom que sabia que estaria me esperando no deck, só reparei que Daniel estava mesmo em meu encalço quando Lucas começou a xinga-lo com muita raiva quando passei. Ignorei a situação. Os dois que se entendessem, foda-se! Marchei direto até o bar, pedi um coquetel de vodka caprichado para me ajudar a não m****r todo mundo daquele lugar pro inferno. Estava pendurada no balcão esperando o homem preparar minha dose quando uma moça se aproximou perguntando se eu estava bem: _ Não! Eu tô na merda mesmo! Meu noivo é uma cadela e eu sou a piada do rolê, fique à vontade pra rir da minha cara também. _ disparei ríspida sem olhar para a moça. _ Desculpe, não quis te atacar, eu só... deixa pra lá. Na hora caiu a ficha de que agi como uma idiota. Olhei para a garota, era uma das moças que estavam pelo camarote quando chegamos:<
DANIEL ALENCAR O lugar dobrou o número de pessoas depois que chegamos, os sorrisos familiares se abriam por toda parte e confesso que haviam várias ali que já tinha comido... Algumas eram acompanhantes de luxo que fingiam levar uma vida de blogueira, essas não representavam perigo algum, já que causar problemas para clientes importantes poderia fazer o valor da sua companhiadespencar. Mas as influencers de verdade e alpinistas sociais com quem tive rolos mais extensos, essas sim fizeram minhas sirenes de alerta disparar pois nem todas tinha o rabo preso em acordos de sigilo. A maioria das que cruzei com os olhos pareciam amistosas, algumas sorriam e cumprimentavam discretamente, outras viravam a cara e fingiam não me ver. Decidi que o melhor a fazer era ficar pelo deck e evitar dar conversa para as safadas na frente de Maria Clara, no entanto, mesmo se minha coelha não tivesse feito a merda de sumir no meio daquela horda, provavelmente a noite
DANIEL ALENCAR Olhei para todos os celulares apontados em nossa direção e já comecei a pensar em uma boa nota de esclarecimento. Precisávamos sair daquela cilada de uma vez antes que as coisas ficassem ainda piores, mas Clara me fez parar dizendo que havia acontecido outra treta e Lucas tinha batido em alguém por causa dela. Quando a coelha falou que tinha outro homem envolvido, confesso que meu primeiro pensamento foi que minha noiva estava dando mole pra alguém e o meu parceiro viu. Tinha acabado de descer a lenha em uma pilantra, esqueci que era com a senhorita Assunção que estava falando por isto levei um belo e merecido esporro antes de Clara marchar em direção ao jardim sem me dar atenção. Quando chegamos na área vip ela foidireto para o bar e Lucas veio com tudo pra cima de mim: _ AAAAH! AGORA O FILHO DA P**A APARECE! O que o arrombado tava fazendo enquanto eu quebrava a cara do desgraçado que meteu a mão na tua mulher? _ meu amigo estava puto e
DANIEL ALENCAR O fato de estar pouco se importando com o que eu queria e a forma como me colocava em meu lugar me tiravam do sério? Sim! Mas, muito diferente de qualquer situação similar, quando ela agia desta forma eu adorava. Não queria acreditar em meus próprios sentimentos, mas naquele momento tive certeza que estava me apaixonando por aquela menina. Como isso aconteceu? Quando? Provavelmente em algum momento entre seus cortes cirúrgicos em meu ego e o jeito irresistível com que vinha se entregando a mim pouco a pouco. Depois de alguns minutos fazendo pose para meus amigos, Clara me arrastou para a beira da piscina e dançamos em meio a galera. Minha bailarina fora de ritmo estava alheia a sua falta de coordenação, dava pulinhos e chacoalhava seus quadris sem se importar com o quanto parecia desengonçada. Estava quase ridícula dentro de minha camiseta, grande demais para o seu tamanho, ainda assim me parecia uma deusa
DANIEL ALENCAR Estava completamente fodido! E lógico que não conseguiria dormir com todo aquele barulho envolvendo meu nome. Pela forma como o vídeo foi editado, parecia que estava agredindo Erica e não tinha dúvidas que a internet cairia de pau em cima de mim. Assim que vi as primeiras notícias liguei para Laura, era domingo, oito e quarenta e cinco da manhã, minha assessora atendeu ligeiramente p**a: _ O que foi inferno? _ sua voz estava rouca, era óbvio que a acordei. _ Deu merda! Coisa grande Laurinha... Abre teu W******p e diz o que tá chegando. _ solicitei paciente. _ Laurinha é teu cu! Porra Daniel, avisei para não ir nesse caralho. Todo ano é a mesma coisa, quando não é você, são os imbecis dos teus amigos. O que foi que fez agora, idiota? _ metralhou em um tom tão "delicado" que pude ouvir sua namorada ao fundo perguntando o que estava acontecendo. _ Por favor, só olha a porra do Whats... _ pedi com genti
DANIEL ALENCAR Luguei para Raquel, sua agência de marketing também assessorava a blogueira. Asocial mediainformou que a moça entrou em contato contando sua versão dos fatos e avisou que faria um pronunciamento sobre o ocorrido ainda naquele dia. Mandei que a profissional encerrasse o vínculo com Érica, já que não arcaria mais com seus custos e, com choque de interesses que haveria entre as partes, seria impossível gerenciar as duas contas. A assessora das redes sociais de Clara informou que se manteria neutra na situação, mas que não poderia simplesmente encerrar o trabalho com Érica pois haviam contratos importantes em andamento. No entanto, garantiu que respaldaria nossa versão do ocorrido deixando Érica sem suporte de marketing em qualquer tocante ao desentendimento. Raquel manteve uma postura extremamente política, mas algo em meu subconsciente dizia para não confiar em sua imparcialidade. Liguei para minha assessória de imprensa e so
DANIEL ALENCAR Pouco antes das quatro Navarro avisou que o serviço em Higienópolis foi concluído, um dos "terceirizados" conseguiu subornar o porteiro e sumiu com os trechos de minhas visitas do sistema interno do edifício. Pedi que viesse até a mansão pois precisava comer o rabo da equipe que perdeu minha noiva de vista enquanto ainda estavam de plantão, então às 16:30hr estava metendo a boca nos seguranças por sua negligencia e por terem desaparecido por quase uma hora depois disso. A justificativa foi que um de meus amigos pediu para que ficassem atentos aos curiosos que se aproximavam do deck e que a demora para o retorno se deu pelo fato de o perímetro ser muito extenso e haver muitas pessoas circulando. Quando perguntei quem foi o amigo que deu a ordem, os idiotas não souberam dizer exatamente, mas garantiram que estava em minha companhia. Respirei fundo com a incompetência dos caras que estavam sendo pagos para fazer a MINHA segurança,
DANIEL ALENCAR Poderia estar me precipitando, mas já tinha admitido o fato para tantas pessoas que não havia nada mais justo do que deixá-la saber de uma vez que eu estava apaixonado. O beijo que selou nosso sentimento foi lento, íntimo e verdadeiro. Clara deslizava suas mãos por meu pescoço e maxilar, a mantive segura em meus braços circundado sua cintura e, por mais improvável que fosse diante de toda a situação, aquele momento pareceu perfeito. Queria passar o resto da noite, talvez até o resto da vida, perdido entre aqueles lábios. Nos entregamos um ao outro até uma grande batida na porta fazer a cozinha inteira tremer e nos arrancar do paraíso com um sobressalto. Ambos olhamos em direção ao barulho e Lucas iniciou, irônico como sempre: _ Espero não estar atrapalhando o casalzinho. Oooooh... Atrapalhei né?! Que pena! _ debochou enquanto aproximava-se. Me deu um tapa nas costas e um beijo estalado no rosto de Clara,