*Ponto de vista do André*Investiguei todas as informações usando a base da agência que ficava no subsolo de um pequeno hotel, o mesmo onde fiquei hospedado, o que facilitou muito a minha vida.Rodei um software de reconhecimento facial interligado às câmeras de segurança da cidade, e isso inclui caixas eletrônicos, lojas, portarias de prédios e até mesmo câmeras de trânsito, fiquei horas olhando para as telas até que três delas pausassem mostrando o rostinho da minha menina.Meus olhos se encheram de lágrimas ao vê-la. Ela parecia ter chorado muito pois os olhos estavam inchados. Me partiu o coração e acabei deixando as lágrimas escorrerem também, tentando em vão fazer sair aquela dor horrível que estava me sufocando por dentro.Descobri em seguida que as
*Ponto de vista de Clara*- Posso te fazer uma pergunta?- Falei quando descemos do carro e fomos em direção à mansão. Arben me olhou de forma curiosa mas aina arsim sério e assustador.- Apenas uma. E não gosto de falar sobre mim, aliás, não gosto de falar.- Ele disse de forma áspera.- Certo...Queria saber sobre Anila, você fala com ela em português? É porque ela só se acalma quando eu canto ou converso em português, quem sabe ela sinta falta do pai também.- Eu não sou o pai dessa menina, nem sei se ela se chama Anila, ela simplesmente apareceu aqui outro dia... meu pai disse que ela era minha filha?- Ele me olhou confuso.- Ele disse que era neta dele, e que sentia falta da mãe, por isso não falava, estava traumatizada.- Deve estar traumatizada mesmo, e deve sentir falta da mãe... pois foi sequestrada.- Ele falou como se fosse uma coisa qualquer e depois entrou se afastando de mim.- Boa noite Clara.Subi para meu quarto, me troquei e fui ver Anila, chorei ao olhar para ela ali tão
*Ponto de vista do André*Eu me lembrava bem de todas as informações que tinhamos recebido na agência quando Clara foi para aquele cativeir0 com a Cristina, não foi difícil achar a casinha que ela havia descrito, observei por alguns dias a movimentação e então invadi, acabando com os três homens e libertando as garotas, eu fiz tudo sem envolver a agência, mas quando libertei as garotas, enviei uma mensagem à agência para buscá-las.Eu sabia que Clara não estava mais ali, mas quando entrei para vasculhar a casa em busca de pistas, ainda assim senti um aperto no coração por imaginar ela ali, e também por pensar naquelas meninas tão jovens que estavam naquela situação precária.Deixei um recado na porta preso por uma faca de cozinha, essa seria minha marca, eu iria atrás deles, ia vingar a minha filha e todas as garotas que eles haviam maltratado e eu já havia começado dias antes, quando sequestrei a Cristina.- Olá, hospede- Falei entrando naquele porão onde havia escondido a Cristina.
*Ponto de vista de Clara*O olhar de Arben sobre mim me dava calafrios, ele parecia um homem frio e cruel, bem diferente do outro dia que até demonstrou alguma gentileza e cordialidade. A forma que ele segurou meu braço me assustou, era firme e até mesmo possessivo, ele praticamente me arrastou até seu quarto e eu engoli seco pensado que de uma forma ou de outra, aquele seria meu fim, eu não tinha forças para me livrar dele, e se conseguisse fugir, não poderia ir além dos portões e ele me encontraria mais cedo ou mais tarde.Arben me jogou para dentro do quarto e olhou ao redor para se certificar de que não havia mais ninguém por perto, então fechou a porta atras de si a trancando, me olhando de um jeito que eu não conseguia identificar qual seria seu próximo passo, mas então ele desabotoou o terno tirando e jogando na poltrona, seu olhar era tão intenso que eu não conseguia me mexer, eu estava em pânico.Ele afrouxou a gravata e abriu dois botões da camisa, eu engoli seco e tentei em
*Ponto de vista do Arben*Aqueles olhos azuis intensos me tiraram da escuridão e ela nem faz ideia disso, pensei enquanto tomava banho aquela noite e então me lembrei de toda a minha jornada, de quando conheci a minha esposa, de como fomos felizes apesar da máfia, eu tinha conseguido me casar com a mulher que eu amava, uma brasileira linda que conheci em uma das muitas idas ao Brasil para tratar de negócios, ela trabalhava num hotel e sempre me atendia muito bem, um dia a encontrei chorando quando cheguei e pela primeiria vez na vida me importei com outro ser humano, o meu pai diz que ela me tornou um homem mais fraco, eu digo que ela me tornou humano.Não foi fácil esconder dela quem eu realmente era, mas por algum tempo conseguimos seguir com uma ótima amizade, depois um namoro a distância até que decidi me revelar, ela ficou chocada a princípio, mas ela me amou acima do
*Ponto de vista de Clara*- Dr0ga, Dr0ga, dr0ga.- Eu dizia sem parar enquanto pegava uma mochila e colocava algumas coisas minhas dentro. Não acredito que fiz isso... pior de tudo, eu teria deixado ele me beijar de verdade, eu até abri os meus lábios quando senti o toque dos lábios dele nos meus... o que eu atava pensando? Ah sim, eu não estava pensando... to carente demais, nervosa demais, to maluca, só pode.Parei de remoer aquele semi-beijo e foquei no que precisava levar para Anila, peguei tudo o que precisava no quartinho dela e depois desci na cozinha para pegar alguma coisa de comida, qualquer coisa que pudesse levar, encontrei na cozinha aquela mesma mulher, e ela me entregou uma bolsa pronta, provavelmente a que havia preparado quando pensou em levar Anila.- Coloquei o suficiente para dois dias, espero que encontrem um lugar seguro até lá.- Ela disse com o
*Ponto de vista do André*Estava sendo fácil até demais acabar com cada cativeir0 da máfia albanesa, até que não foi mais... é como aquele efeito dominó, um derruba o outro até que acabam os dominós ou então há um espaço muito grande entre duas peças. E chegou esse momento. Na quarta casa que fui "visitar", já estavam me esperando, apenas fingiram que estavam distraídos, mas quando me aproximei, dois homens vieram na minha direção.- Até que enfim alguém me recebe em uma dessas casas, ja estava cansado de não ter ninguém para conversar, sabe?- Falei sorrindo e pegando algumas facas... e essas não eram de cozinha, eram facas próprias para atirar, também conhecidas como facas de arremesso, projetadas especificamente para serem lançadas com precisão, por isso
*Ponto de Vista de Clara*Aquele túnel era completamente assustador, havia insetos de vários tipos, o que incluía baratas que faziam um som crocante enquanto eu andava, decidi correr o mais rápido que pude para chegar ao fim daquele túnel que me fazia sentir dentro de um pesadelo. Quando finalmente alcancei uma porta vermelha no fim do túnel, abri e estava em frente a uma escada, subi e estava em uma casa bem bonita, não parecia abandonada, pelo contrário, era muito bem cuidada e limpa, havia inclusive comida nos armários e tudo o que uma pessoa pode precisar para viver, infelizmente eu e Anila não poderíamos ficar ali.Fui até a garagem e encontrei não um carro comum, mas uma caminhonete e atrás dela, na carroceria estava uma moto coberta. Fazia muitos anos que eu não pilotava uma moto, mas achei ótimo ter ela ali, iria de caminho