*Ponto de vista de Clara*Eu ainda estava perdida naquele beijo quando André saiu com o outro agente e Anne veio correndo na minha direção.-Clara! Que bom que você veio...você vai para a França com o Grup0? Vamos fazer uma mega surpresa para o Leo lá.- ela tagarelava feliz e eu a abracei apertado sentindo um pouquinho do conforto de casa.-Infelizmente não consigo ir com vocês, Anne, mas estou muito feliz em te ver...diga ao Leo que vou vê-los no Brasil em breve, mas agora preciso ir, estou hospedada em outra cidade.- o que era meia verdade, ja que Anne não sabia sobre minha vida secreta.-Poxa, Leo estava aqui agora mesmo...mas está bem, te vejo no Brasil, inclusive...toma... quando voltar pra BH, pode ficar na nossa casa.- ela disse me dando um molho de chaves que tambem continha tags e um controle remoto. - Nós vamos nos mudar definitivamente para Curitiba, mas fique a vontade na casa em BH.-Uau...esta bem.- Falei surpresa guardando as chaves e saindo em seguida com pressa, eu pe
*Ponto de vista do André*Cheguei no sul da França logo cedo, fui para a cidadezinha que era mais perto da casa de campo de Hanna para tomar café e quem sabe comprar algumas flores para surpreender a Clara... aliás, será que ela gostava de flores?Sorri me lembrando dela com aquela parafusadeira na mão, depois me ameaçando com um martelo... pode ser que ela não gostasse de flores, mas chocolate, isso sim... sei que ela gosta. Mesmo assim decidi levar uma rosa rara que encontrei, seria um simbolo da raridade da conexão que sinto por ela, algo muito difícil de encontrar e mesmo que flores não façam seu gênero, o símbolo falara por si.Andei pela cidadezinha, mesmo que eu quisesse encontrar Clara de uma vez, eu também sentia necessidade de passar algum tempo ali, caminhando por aquelas ruas de paralelepípedos, admirando a arquitetura, a pintura alegre das casas e estabelecimentos, as fachadas, as flores que estavam por todo lugar... acho que eu estava me preparando psicologicamente, não
*Ponto de vista de Clara*Tentei muito não surtar por fora o quanto eu estava surtando por dentro com aquela pergunta da pequena Helena. Há mais de um ano, eu havia aceitado me casar com André, mas tanta coisa aconteceu depois que não voltei a pensar no assunto...fiquei ali sem ação, olhando pra pequena para evitar o olhar do André naquele momento, se eu pudesse, juro que tinha entrado debaixo da mesa.-Porque você acha isso, Helena? -André perguntou com carinho, tentando entender de onde ela tirou aquela ideia e eu confesso que também queria muito saber.-Agora a Clara é minha mamãe, ela cuida de mim, você é meu papai então vocês tem que se casar.-Ah, entendi...vou pensar no assunto- Ele disse me lançando um olhar de quem pede para concordar.-Isso mesmo, vamos pensar.- forcei um sorriso.-Tá bom.- ela disse alegre mas logo se distraiu com o Petit Gateau que chegou na mesa.O clima tenso logo se dissipou quando vimos Helena toda suja de chocolate comendo despreocupada, Helena estava
*Ponto de vista de André*Entrei na casa, peguei o notebook e me sentei na poltrona fazendo mil pesquisas, descobri que em Gibraltar é o lugar mais fácil para se casar na Europa, o país tem requisitos mínimos de documentação e burocracia, onde o processo também é rápido e direto, com requisitos básicos como passaportes e certidões de nascimento. Decidido! Falo coma alguns contatos, consigo os documentos e ja agendo as passagens, depois o cartório. Pode parecer ansiedade da minha parte... e não vou negar, é mesmo, não vou perder nem um minuto a mais, não vou deixar Clara escapar de jeito nenhum, uma mulher assim como ela, e que ainda ama minha filha, é uma preciosidade.Em algumas horas ja pegamos o vôo, Clara e Helena adormeceram logo e eu continuei coma os preparativos, o retorno para o Brasil e uma pequena cerimônia... falei com Leo e Anne, eles estavam morando em Curitiba agora e disseram que poderiam preparar tudo em seu jardim, também pedi para Leo falar com aquele pastor da igre
*Ponto de vista de Clara*Eu tremia de nervoso enquanto André dirigia até o hotel, eu sabia que era nosso momento e eu estava nervosa como uma adolescente, comecei a respirar pesadamente quando entramos no quarto parecia uma crise de pânico, como a que tive quando ele revelou que era o homem mascarado com quem dancei naquele baile, o que parece ter sido séculos atrás.André me abraçou de um jeito protetor acariciando e cheirando meus cabelos, eu ficava pequenina em seus braços fortes. Meu coração estava acelerado enquanto eu olhava tudo ao redor em silencio.- Vem cá- ele disse me puxando para sentar ao seu lado na cama.Eu me sentei ao seu lado e fiquei olhando para ele insegura.- Quero propor uma coisa, Clara, eu quero te conquistar aos poucos... não vamos forçar nada hoje, estamos exaustos de tudo o que aconteceu estamos nos recompondo de tantos traumas... não seria justo apenas ter uma noite para cumprir um protocolo, esta tudo bem a gente descansar, esta bem?Ele me abraçou e eu
Deixar o André é a coisa mais difícil que estou fazendo na vida e olha que minha vida estava um lixo quando eu era escrava sexual na Europa, sim, vou te contar tudo sobre isso em outra oportunidade, mas por enquanto... preciso ir até a Lagoa e encontrar com o Roger, o cara que esta com minha nova identidade e as passagens para ir embora do Brasil... de novo.Que droga, estava tudo tão bem, voltei para o Brasil faz mais ou menos seis meses, trabalhei no projeto de uma grande bailarina, reencontrei meu quase irmão Leo Garcia, fiz amigas o que é muito difícil para mim, arrumei um trabalho que gosto e até conheci um Chef de cozinha irritante por quem estou completamente apaixonada...sem esquecer que pela primeira vez vou ser madrinha de um bebê, isso tudo é tão legal... André queria se casar comigo mesmo sabendo pelo que eu passei, mas hoje mais cedo eu dei de cara com um ex-cliente que por acaso também é um dos homens mais importantes no esquema de tráfico de mulheres, ele me reconheceu
Eu não tenho vontade de entrar em detalhes quando falo desse tempo que passei como escrava, você deve entender, não é mesmo? Foi um tempo de abusos, não foi só físico, mas também psicológico, acabou com minha autoestima, acabou com minha vontade de viver, tive que passar por um tratamento psiquiátrico por causa do trauma e continuo fazendo terapia semanalmente para lidar com todas as minhas emoções bagunçadas.Sabe o que eu não entendo? Como um ser humano é capaz de fazer isso com outro, como uma mulher é capaz de fazer isso com outras mulheres, destruindo seus sonhos, pegando algo bonito com que as meninas sonham e transformando em um verdadeiro pesadelo. Mas eu terei minha vingança, essa mulher que me recrutou, essa é meu alvo principal.Foi após a morte do vô Samuel que eu recebi a proposta, eu tinha visto meu “quase irmão” Leo no enterro e me despedido sem saber quando o veria novamente, ja que faria um curso na Europa. Quando terminei o curso um ano depois, essa mulher veio me re
Gostei da Patrícia, mulher forte e decidida, ela com certeza nao era só uma bailarina, assim como Hanna não era só uma secretária na Europa. Mas, o melhor era não tocar no assunto. Fiquei no meu canto que no caso era a enfermaria improvisada em uma sala do teatro, minha primeira paciente foi uma jovem muito talentosa que após dançar na seletiva teve desidratação e pelo que percebi, uma crise de pânico também, mas ela foi atendida pelo médico, na verdade eu só apareci depois para tirar o acesso do soro do braço dela, mal pude acreditar quando vi Leo saindo da enfermaria, nesse dia eu me escondi, não queria falar com ele ainda, precisava me preparar pois ia fingir que simplesmente estive estudando na Europa e agora retornei.Não demorou para que eu tornasse a vê-lo. Foi dias depois que a mesma moça, por quem eu notei que Leo estava perdidamente apaixonado, a Anne, retornou à enfermaria, carregada no colo por Leo que a pôs na maca.- Eu estou bem, obrigada- Anne disse meio tonta ainda, L