Foram duas semanas de treinos intensivos com o Kevin, André me evitava o máximo que podia, estava resolvendo outros assuntos enquanto Kevin me passava os treinos de musculação, artes marciais e defesa pessoal básica.Chegou o dia do casamento do Leo e eu queria muito ir, Kevin estava resolvendo coisas fora por dois dias então eu me produzi, consegui o cartão de acesso da fortaleza e as chaves do carro e estava pronta para sair quando vi André parado perto da porta vestido de terno.- Eu sabia que você ia querer ir, então, terei que ir também.- Ele disse sério sem olhar muito para mim.- Tudo bem então.- Falei também séria e passei a sua frente indo em direção ao carro. Senti seu olhar sobre mim e gostei de saber que na verdade ele não estava tão alheio assim à minha produção que claro, foi mais para ele do que qualquer outra coisa.Nos separamos quando decidi ir com Lana buscar a Anne onde ela estava se arrumando e ele apenas disse:-Só tome cuidado.-Tudo bem. - Eu respondi.Eu queri
**CLARA**Sobrevivemos ao ultimo treinamento intensivo, ambos conseguimos passar pelo interrogatório exaustivo, ambos conseguimos guardar as informações e ambos estavamos desidratados e exaustos quando fomos levados à enfermaria e colocados no soro enquanto finalmente poderíamos dormir. André logo apagou, parece que ele estava acordado ha mais tempo do que eu, eu fiquei ali olhando para ele e pensando se ainda havia alguma chance para nós dois, ou será que todo aquele amor tinha esfriado?De tanto pensar eu também apaguei, senti alguém acariciando meus cabelos e decidi não abrir os olhos, era muito bom sentir o toque dele que depois passou a mão carinhosamente em meu rosto. Com todo o meu treinamento em mente, controlei a respiração que insistia em ficar pesada e o coração que queria acelerar para ele acreditar que eu ainda estava dormindo, e acho que funcionou porque ele começou a falar.- Queria ter te conhecido antes, amor, queria ter te protegido de tudo o que passou e mais ainda d
**ANDRÉ**- Foi legal te reencontrar e fazer o curso com você, André.- Leo falou animado enquanto tomavamos café juntos no Angelina, uma das cafeterias mais famosas de Paris.- Eu também gostei, e agora, você vai voltar para o Brasil?- Perguntei curioso.- Sim, você não?- Ele perguntou surpreso.- Recebi uma proposta para ficar um tempo a mais aqui e fazer outras especializações.- Expliquei para ele, e eram as únicas informações que eu tinha até aquele momento mesmo.- Entendi, sucesso então, eu volto para o Brasil e pretendo deixar o velho Samuel bem maluco pois vou me dedicar ao GrupO, você sabe, o pessoal da dança que tem aquele canal do youtube.- Eu sei, ele vai surtar, mas não mais do que ja é, ele me dá arrepios na verdade.- Eu disse sem saber nem metade das coisas em que o velho Samuel estava metido (longa história).- Ele só não é muito bom com pessoas- Leo tentou justificar, mas claro, isso porque ele não fazia ideia do que o avô dele estava aprontando com ele e Anne na mesm
**CLARA**Quando chegamos na base secreta, logo fomos para uma reunião, lá encontramos outra jovem como eu, a Lívia, Kevin havia resgatado ela ainda na adolescência e a recrutado, também havia um homem mais velho que nos pediu que o chamasse somente de chefe, ele seria o responsável pela missão. Ele olhava com desconfiança para André que parecia intimidado pelo homem.- Vou direto ao ponto, Clara vai se infiltrar voltando ao esquema.- O homem falou sem rodeios me causando uma vertígem.- Isso é um absurdo.- André não se conteve.- Como, agente? Lembre-se que isso é insubordinação antes de levantar a voz para mim novamente.- O homem disse com o dedo na cara de André.- Me desculpe, senhor.- Ele abaixou o tom- Eu quis dizer que não compreendo a ideia, poderia explicar melhor como vai funcionar?- Melhor assim.- O chefe disse.- Clara procuraria a pessoa que lhe deu o cartão e diria que esta na cidade, ele deverá coloca-la em contato com a recrutadora que provavelmente a levará para o nov
Antes que eu saísse no dia seguinte, o chefe me procurou avisando de uma mudança de planos, ao invés de eu procurar pelos raptores, deixaria eles me encontrarem, deixar que me ameaçassem para voltar ao esquema, assim tudo ficaria mais realista. Então ele me meu o endereço de uma pequena pousada onde eu deveria me hospedar, e depois eu deveria fazer compras, tomar café no lado de fora de uma cafeteria...enfim, ficar bem à vista.O primeiro dia foi muito tranquilo, cheguei na pousada que tinha um estilo bem simples e delicado, parecendo uma casa de bonecas, ali tomei um relaxante banho de banheira e depois saí...comprei roupas, fiz massagem, fiz as unhas e uma escova progressiva no meu cabelo.No segundo dia eu estava tomando café em uma clássica mesinha francesa na calçada quando Cristina sentou-se na minha frente.-Olha quem está de volta! - ela disse animada como se estivesse falando de uma ótima vida para a qual eu ia voltar.-Cristina.- a cumprimentei com um aceno de cabeça.- vim f
- Casa bonitinha.- Eu disse quando paramos e Cristina desceu do carro, desci em seguida e continuei falando, para dar dicas da localização para André e minha equipe- Esse tom vermelho faz todo sentido... sabe que no Brasil há pessoas que chamam os lugares de prostituição de "casa da luz vermelha"?- Fique calada Clara.- Cristina me repreendeu com olhar fulminante. Calaro que ela sabia da casa da luz vermelha, ela tinha um bordel no Brasil quando foi recrutada para esse trabalho que faz atualmente.- Mas é bonitinha assim mesmo, varandinha de madeira, dois andares... as garotas atendem aqui mesmo agora?- perguntei com cinismo na voz e ela continuou me olhando como se quisesse me esfolar viva.- Mas é claro que não- Cristina riu- Somos um serviço de luxo, pequena. Aqui é só a casa das meninas, acho que você vai gostar, vai se sentir feliz em cuidar delas, são todas muito jovens.- Muito jovens quanto? - Perguntei horrorizada, era pior do que eu pensava que seria, eu preciso me concentra
Cristina e o Dom Arian foram embora mas antes ela me entregou uma sacola com roupas novas e maquiagem dizendo.-Esteja pronta em meia hora, vou voltar para te buscar, almoçaremos juntas e depois você irá para o hotel, seu cliente ficará feliz em revê-la.- Ela falou segurando meu queixo e me olhando com soberba.Me afastei dela com raiva, se tem alguém que eu odeio nesse esquema é a Cristina, ela é pior do que os homens no comando porque sendo mulher, aceita tudo o que estão fazendo com outras mulheres e não está nem aí, como pode alguém ser tão fria, certamente ela é uma psicopata sem coração.Eu estava pronta aguardando quando ela voltou.- Muito bem princesinha- Ela estava com raiva.- Parece que você caiu nas graças do chefe então será protegida e não posso mexer com você, mas tudo bem, vamos esquecer o passado e tentar trabalhar juntas dessa vez.- Ela parecia estar frustrada com a atenção do chefe sobre mim.- Tudo bem- me limitei a responder e passei o restante do almoço calada.
***ANDRÉ***Na noite anterior à ida da Clara para essa missão, logo que Clara saiu do meu quarto, fiquei remoendo tudo, eu precisava consertar as coisas…salvar minha filha, salvar Clara, acabar com essa coisa de agente duplo, afinal, o que Clara ia pensar a meu respeito quando soubesse que eu era um dos infiltrados.Saí da base pensando que não tinha sido visto, mas logo que cheguei a uma praça, Rafik me alcançou.- Quando a gente foge para beber, normalmente convida um amigo, sabia?- Ele disse com a mão no meu ombro. Definitivamente ele era uma pessoa que amava toque.- Eu não vim beber, precisava respirar… e usar o celular, sei que não posso usar lá na base.- Expliquei.- E também está em pânico porque a garota que você gosta vai entrar no ninho das cobras.- Ele deduziu perfeitamente.- O que quer dizer?- Tentei em vão disfarçar.- Estou nesse negócio desde os treze anos de idade, ou seja, há doze anos. Dá para aprender um bocado sobre as pessoas.- Ele explicou com paciencia.- e você