- Casa bonitinha.- Eu disse quando paramos e Cristina desceu do carro, desci em seguida e continuei falando, para dar dicas da localização para André e minha equipe- Esse tom vermelho faz todo sentido... sabe que no Brasil há pessoas que chamam os lugares de prostituição de "casa da luz vermelha"?- Fique calada Clara.- Cristina me repreendeu com olhar fulminante. Calaro que ela sabia da casa da luz vermelha, ela tinha um bordel no Brasil quando foi recrutada para esse trabalho que faz atualmente.- Mas é bonitinha assim mesmo, varandinha de madeira, dois andares... as garotas atendem aqui mesmo agora?- perguntei com cinismo na voz e ela continuou me olhando como se quisesse me esfolar viva.- Mas é claro que não- Cristina riu- Somos um serviço de luxo, pequena. Aqui é só a casa das meninas, acho que você vai gostar, vai se sentir feliz em cuidar delas, são todas muito jovens.- Muito jovens quanto? - Perguntei horrorizada, era pior do que eu pensava que seria, eu preciso me concentra
Cristina e o Dom Arian foram embora mas antes ela me entregou uma sacola com roupas novas e maquiagem dizendo.-Esteja pronta em meia hora, vou voltar para te buscar, almoçaremos juntas e depois você irá para o hotel, seu cliente ficará feliz em revê-la.- Ela falou segurando meu queixo e me olhando com soberba.Me afastei dela com raiva, se tem alguém que eu odeio nesse esquema é a Cristina, ela é pior do que os homens no comando porque sendo mulher, aceita tudo o que estão fazendo com outras mulheres e não está nem aí, como pode alguém ser tão fria, certamente ela é uma psicopata sem coração.Eu estava pronta aguardando quando ela voltou.- Muito bem princesinha- Ela estava com raiva.- Parece que você caiu nas graças do chefe então será protegida e não posso mexer com você, mas tudo bem, vamos esquecer o passado e tentar trabalhar juntas dessa vez.- Ela parecia estar frustrada com a atenção do chefe sobre mim.- Tudo bem- me limitei a responder e passei o restante do almoço calada.
***ANDRÉ***Na noite anterior à ida da Clara para essa missão, logo que Clara saiu do meu quarto, fiquei remoendo tudo, eu precisava consertar as coisas…salvar minha filha, salvar Clara, acabar com essa coisa de agente duplo, afinal, o que Clara ia pensar a meu respeito quando soubesse que eu era um dos infiltrados.Saí da base pensando que não tinha sido visto, mas logo que cheguei a uma praça, Rafik me alcançou.- Quando a gente foge para beber, normalmente convida um amigo, sabia?- Ele disse com a mão no meu ombro. Definitivamente ele era uma pessoa que amava toque.- Eu não vim beber, precisava respirar… e usar o celular, sei que não posso usar lá na base.- Expliquei.- E também está em pânico porque a garota que você gosta vai entrar no ninho das cobras.- Ele deduziu perfeitamente.- O que quer dizer?- Tentei em vão disfarçar.- Estou nesse negócio desde os treze anos de idade, ou seja, há doze anos. Dá para aprender um bocado sobre as pessoas.- Ele explicou com paciencia.- e você
***ANDRÉ***Na noite anterior à ida da Clara para essa missão, logo que Clara saiu do meu quarto, fiquei remoendo tudo, eu precisava consertar as coisas…salvar minha filha, salvar Clara, acabar com essa coisa de agente duplo, afinal, o que Clara ia pensar a meu respeito quando soubesse que eu era um dos infiltrados.Saí da base pensando que não tinha sido visto, mas logo que cheguei a uma praça, Rafik me alcançou.- Quando a gente foge para beber, normalmente convida um amigo, sabia?- Ele disse com a mão no meu ombro. Definitivamente ele era uma pessoa que amava toque.- Eu não vim beber, precisava respirar… e usar o celular, sei que não posso usar lá na base.- Expliquei.&
*Clara Narrando*Cristina bonificava as garotas com compras e boas comidas quando elas faziam um "bom trabalho", como eu havia me saído bem no suposto encontro, fomos almoçar em um ótimo restaurante, logicamente em uma sala reservada, como tudo o que eles faziam, era sempre muito escondido.No inicio comí em silêncio a comida de Cristina escolheu para mim, mas depois de repassar tudo em minha mente, decidi tentar tirar alguma informação dela, apelando para a única coisa que tínhamos em comum: a nacionalidade.- Você pretende um dia voltar para o Brasil?- Perguntei casualmente- Tem saudade?- Ah Clara, você é sempre tão inocente... chega até mesmo a ser fofa, porq
*Ponto de vista do André*Após conversar com a Clara e vê-la tão linda, mais uma vez meu coração se apertou, eu estava tomando um café na cozinha da base com o pensamento longe quando Rafik chegou e ele estava bem estranho.- O que houve?- Perguntei preocupado ao vê-lo abrindo os armários e enchendo sua mochila com barras de cereais, isotonico, água e outras coisas que mais pareciam comida de camping, ele pegava tudo rápido e jogava la dentro como se estivesse fugindo, e, claro, levou um susto quando me viu.- Ah cara, me enviaram para uma missão na montanha, resgate... vou ter que ir mata a dentro e é urgente.- Ele falou mas estava muito nervoso, nem parecia o cara de sangue frio com quem convers
*Ponto de Vista da Clara*Quando Cristina veio me buscar ela ja estava com uma mala de roupas para mim, me levou até um dos quartos do hotel e estava com um ar de quem estava muito contrariada em fazer tudo aquilo, eu supus que era porque ela estava tentando seduzir o Don mas ele ficou interessado em mim de alguma maneira, ou porque ela mesma nunca teve acesso à fortaleza e eu teria, não sei direito, mas certamente ela estava incomodada, isso posso garantir.- Limpe-se e vista uma roupa mais formal, você irá para uma entrevista de emprego.- Ela falou seca enquanto suspirava e revirava os olhos.- Entrevista de emprego? Não entendi, pensei que esse fosse o trabalho.- Respondi fingindo estar confusa.- O chefe precisa de ajuda para cuidar do filho dele, é um homem infeliz, perdeu a esposa e agora vive recluso, esta com a saúde muito comprometida e
*Ponto de vista do André*Sai do aeroporto direto para a casa da babá da minha filha, ela sempre foi uma pessoa de confiança, ao contrário dessas pessoas que conheci nessa vida de agente, que decepção, eu pensei que o cara era meu amigo e ele estava me apunhalando pelas costas...-Senhor André!- a mulher abriu a porta e logo que entrei ela desabou, chorava de soluçar.-Acalme-se, dona Salete, eu sei que não foi sua culpa. - falei tentando conforta-la mesmo estando me sentindo desolado.-Eu tentei, eu tentei tanto... mas não consegui proteger a pequenina...foi horrível Senhor André.- A mulher estava usando um hijab que é um véu ou cobertura usada por mulheres m