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Sonhos desfeitos

Fiquei em pânico quando Malu fez menção de tirar a roupa.

- Só quero ver até onde podemos chegar...

Que mal poderia haver?

A beijei novamente e ela se afastou tirando o vestido de seda fininha. Seus cabelos longos e cacheados emolduravam seu rosto bonito, sua pele cor de chocolate me deixava louco e logo meu companheiro deu sinal de vida. Ela olhou para ele e sorriu. 

- Viu...

- Não é tão simples. Preciso mais do que isso para...você sabe...

- Sei.

Ela se aproximou e eu levei as mãos aos seus seios. Ela era perfeita e eu sabia que não seria difícil chegar a um orgasmo com ela. Apenas uma mulher havia me deixado relaxado o suficiente para me fazer gozar e eu não a amava como amava Malu. 

Abocanhei seu seio e ela gemeu. Eu sabia exatamente como deixar a minha garota sensível. Sua pele se arrepiava ao meu toque assim como a minha ao toque dela. 

Eu a levei até a cama a acomodando ali. Seus olhos brilharam em antecipação. Eu tirei a sua calcinha e vislumbrei a sua intimidade úmida para mim. Levei a minha boca a ela e passei a brincar ali com minha língua. Pincelando seu montinho sensível. Senti meu amigo latejando lá embaixo e soube que essa seria a experiência sexual mais completa e prazerosa que já havia tido. Ele nunca havia ficado assim tão rápido e sem sexo oral. Passei a entrar e sair dela com os meus dedos enquanto pincelava seu clitóris com a língua. Ela se contorcia e gemia meu nome, era arrebatador sentir que dava prazer a ela. Eu a amava não só com meu ser, mas com meu corpo também. E eu queria mostrar a ela. Eu demonstraria o meu amor por ela com meu corpo.

- Ah Gabo. Que delícia...

- Você que é uma delícia vida.

Soprei sua intimidade e ela gemeu comprido, passei a penetrá-la novamente com meus dedos e senti sua musculatura me comprimido. Acelerei os movimentos, sincronizando dedos e língua até que ela se derramou na minha mão. Beijei sua intimidade pulsante e ela gemeu de novo.

Malu se levantou e pegou no meu pau sem cerimônia. Passou a deslizar sua mão para cima e para baixo me fazendo ver estrelas. Ela parecia saber exatamente onde eu tinha maior sensibilidade. Eu me sentei na cama, por conta da falta de equilíbrio misturada ao prazer que sentia, era provável que eu caísse. Ela passou a língua na base e eu arfei. Quando ela abocanhou meu pau eu estremeci, mas apenas quando ela desceu e subiu novamente. Minha sensibilidade maior era na base e dos lados. Não tinha quase nenhuma sensibilidade na glande. Mas ainda assim era delicioso ver minha namorada cicular ali com a língua.

- Boca deliciosa amor.

Rosnei e ela sorriu ainda com meu pau na boca. Senti latejar e sabia que ia gozar na boca dela. Mas eu não queria desperdiçar assim. Queria gozar em outro lugar. A afastei lentamente e deitei na cama. Ela ficou em pé.

- Eu quero gozar aqui.- falei colocando a mão na sua intimidade.

- Sim...

- Malu, você toma remédio? Eu nunca fiz com camisinha e...

- Nunca usou camisinha?

- Eu tô limpo se é do que tem medo. Nunca trazei com garotas aleatórias e fiz exames.

- Mas é perigoso transar sem camisinha.

- Eu sei. Mas é por conta da sensibilidade.

- Eu tomo.

Ela sorriu e antes que meu pau morresse ela passou a subir e descer nele com a mão. Eu senti ele pulsando. Ela sorriu e sentou sobre meu quadril, apoiando a perna de um lado e do outro. Então ela ajoelhou e encaixou meu pau na sua entrada. Eu a puxei para baixo, deslizando para dentro dela.

- Delícia Malu....

Ela começou a me cavalgar bem devagar, ela gemia meu nome e eu o dela. Nós estávamos na beirada do abismo e chegamos juntos ao clímax, um gemendo o nome do outro e falando palavras intelegíveis. 

- Eu te amo Malu.

- Eu te amo vida...e não me chame de Malu.

- Tá bom vida.

Ela saiu de cima de mim e eu a limpei com a minha camiseta. Ela se vestiu e eu também. Ficamos ali, juntinhos por alguns minutos. Até que minha mãe passou a esmurrar a porta.

- Ei! Calma. O que foi?

- Abre filho. É a mãe da Malu.

- Minha mãe? O que houve?

Malu abriu a porta e minha mãe entrou acompanhada de uma garota. A irmã da minha namorada.

- A mamãe Malu...

A garota começou a chorar e as duas correram. Eu me levantei e acompanhei as duas. Andava devagar por conta da minha deficiência e não alcancei as duas mesmo correndo, por que antes tive que colocar a órtese. Malu morava a três casas da minha e quando cheguei lá ela estava abraçada ao tal Luigi e chorava nos braços dele. Não nos meus. Nos dele.

Puxei ela com tudo dos braços dele e ela me olhou confusa, mas me abraçou. Eu não disse nada, mas eu sabia que não ia controlar a raiva por muito tempo. Fiz o possível.

A casa dela havia sido invadida e a mãe dela morta pelos assaltantes. Malu e a irmã tinham apenas o padrasto agora. 

- Gabo...minha irmã e eu podemos ficar na sua casa por um tempo?

- Sim. Mas e o Gael?

-Tenho uma coisa pra te contar também. Mas não agora.

Um calafrio percorreu minha espinha e soube que não viria coisa boa. Levamos as coisas das garotas para a minha casa e após acomodadas levei Malu para o meu quarto.

- Me diga de uma vez por que não quer ficar na sua casa.

- Gabo...aquele homem abusou de mim dos onze anos até os dezesseis. E eu temo que vá fazer a mesma coisa com a Camila se eu ficar lá.

Senti a raiva me corroer, aquele desgraçado havia feito isso a Malu e ele iria pagar. Muito caro.

-Podem ficar o tempo que quiserem.

Virei as costas e sai. Eu precisava de ar. Precisava sumir por um tempo. 

                           .....

Quando voltei Malu já dormia e se aconchegou em mim quando deitei na cama. Eu estava mais calmo. Muito mais calmo.

Na manhã seguinte acordei cedo. Malu ainda dormia e eu não quis acordar. Me sentei na mesa e logo em seguida bateram na porta. Eu fui atender, já que minha mãe se encontrava sabe Deus onde.

Era mosquito, um garoto que fazia favores na comunidade, eu sabia o que ele queria.

- Está feito Gabo.

- Obrigado.

Tirei uma nota de cinquenta e dei a ele.

- O que está feito Gabo?

- Surpresa.

Malu fez cara de desconfiada mas não insistiu. 

Ela passou alguns dias na minha casa e então ela soube que o padrasto havia desaparecido.

- Gabo...você tem alguma coisa a ver com isso?

- Eu? Vontade não me faltou de dar um fim nesse infeliz, mas não. Não tenho nada com isso.

- Como sabe que deram fim nele?

- Eu não sei.

- Gabo...eu sei que você está metido em coisa errada.

- Você tá maluca? Que coisa errada?

- De onde você tirou grana para o carro? E esse tênis ai? Custa três meses do meu salário!

- Meu pai me deu.

- Conta outra. Não fala com seu pai há anos...

- Não acredita em mim...mas se fosse aquele almofadinha ridículo do seu par, ai acreditava. Só porque ele pode dançar e eu não. Ele trepa melhor que eu? Porque ele pode te pegar de quatro...

- Chega Gabo... cansei dessa sua insegurança e do seu ciúmes doentio. Eu te amo. Eu escolhi você. Mas nunca vou me afastar dos meus amigos por causa de você. Se não pode viver com isso, dane- se. Eu vou embora.

Me desculpei, implorei, fiz de tudo, mas Malu partiu. Não só da minha casa, também da comunidade e eu não demorei muito para fazer o mesmo. A surpresa que eu havia preparado para ela era um jantar na praia, com um pedido de casamento. Destruí tudo em um rompante de raiva. Eu a havia perdido por conta dos meus medos. E o maior deles se concretizou. Ela foi embora. E depois eu soube. O imbecil, almofadinha do Luigi havia ido com ela. Ela nunca havia me amado e havia ido embora com o amante.

Eu quis matá-los. Mas tudo o que fiz foi sumir da comunidade para que se ela voltasse, jamais me encontrasse de novo.

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