Capítulo 4

A cerimônia de casamento se desenrolava como um conto de fadas moderno. O salão organizado para a festa, decorado com elegância, brilhava sob a luz suave das velas e dos lustres pendentes, enquanto os sorrisos e as lágrimas de felicidade dos convidados criavam uma atmosfera repleta de promessas e sonhos.

Enquanto os convidados se entregavam nas danças e risadas, um som distante, mas cada vez mais ameaçador, começou a aumentar. O murmúrio de conversas e risos foi lentamente substituído por um silêncio carregado de apreensão. Do lado de fora do casarão, motores potentes rugiam e o som de passos firmes se aproximava, anunciando a chegada de algo.

— Vocês ouviram isso? — perguntou uma madrinha, com a voz trêmula.

— Deve ser apenas o trânsito lá fora... — respondeu alguém, tentando disfarçar o desconforto, mas os olhares de dúvida já diziam que algo estava muito errado.

De repente, as grandes portas de vidro do salão foram quebradas e uma rajada de vento frio invadiu o ambiente decorado com tanta delicadeza. O clima ensolarado foi trocado por um tempo fechado e com ameaça de tempestade, se transformando num cenário de pesadelo. À entrada, sob a luz difusa que agora se misturava à escuridão repentina, surgiu uma figura imponente.

Tiros foram disparados contra os arranjos de flores, enquanto as pessoas começaram a correr de forma desesperada. Daniel foi o primeiro a notar, enquanto Sophie parecia estar imersa em seus sentimentos a ponto de não ter percebido o clima que estava caindo sobre seu casamento. Movimentações começaram a acontecer do lado de fora, quando uma figura surgiu de forma rápida e incisiva

Vestido com um terno impecável, seus olhos frios e calculistas varriam o salão com uma expressão de desprezo e determinação. Ao seu redor, um grupo de homens, todos com trajes escuros, armas carregadas e semblantes de pura indiferença, seguia em perfeita ordem, como soldados prontos para cumprir uma missão letal.

— Esse espetáculo termina aqui.

Seus homens começaram a se espalhar pelo salão com passos precisos e ameaçadores, e um murmúrio de pânico percorreu os presentes. A música suave que embalava a cerimônia foi subitamente abafada pelos sons de botas batendo no piso polido.

— O que está acontecendo? — gritou um dos convidados, enquanto olhava para a cena que se desenhava diante de seus olhos.

— É o Brian Hawk! — gritou outro, mas o pânico já havia se instalado.

No meio desse caos, Daniel, que há poucos instantes estava radiante no altar, se viu cercado por homens que emanavam uma frieza desumana. Brian Hawk avançava lentamente, e cada gesto seu transmitia a certeza de que nada poderia deter sua fúria. Com um olhar gélido, o CEO poderoso ordenou, sem deixar margem para questionamentos:

— Peguem-no!

Os homens de Brian se lançaram sobre Daniel e em poucos segundos, o ambiente se transformou num verdadeiro campo de batalha. Os convidados assistiam enquanto o amado Daniel era brutalmente espancado diante de todos.

Daniel tentou se esquivar, levantou os braços em desespero, mas a força dos agressores era muito maior. Cada soco, cada chute, fazia seu corpo se contorcer de dor. O som das pancadas ecoava pelo salão, misturando-se aos gritos desesperados dos presentes.

Enquanto os agressores continuavam sua investida, o olhar de Daniel encontrava, de relance, o de Sophie. Ela, ainda radiante e confiante instantes antes, agora via seus olhos se enchendo de terror e desespero. Seu coração se apertou ao ver o homem que amava ser torturado por tanta crueldade.

— Pare! Por favor, parem! — implorou Daniel, sua voz se perdendo entre o barulho ensurdecedor da violência. O suor e o sangue misturavam-se em seu rosto, enquanto ele tentava, sem sucesso, se defender dos ataques impiedosos.

— Sophie, corra! 

Sophie, que até então permanecia em estado de incredulidade, viu-se cercada por uma sensação de pavor indescritível. Ela deu um passo para trás, tentando se afastar da violência que se instalava, mas antes que pudesse reagir, um dos capangas avançou com agilidade surpreendente, agarrando-a pelo braço com força brutal.

— Me soltem! — gritou ela, a voz tremendo de desespero enquanto tentava se desvencilhar dos dedos frios e impiedosos que a seguravam.

Um outro homem, de expressão impenetrável, agarrou seu outro braço e a empurrou para trás, em direção à saída do salão. Sophie lutava, gritava, implorava por ajuda, mas o caos e o medo tornavam cada movimento um esforço quase impossível.

— Não, por favor, vocês não podem fazer isso! — ela berrava, a voz carregada de lágrimas.

Brian Hawk, observando a cena com um olhar frio e calculista, aproximou-se de Sophie. Seu rosto, marcado por uma expressão de superioridade e desdém, se iluminou por instantes com um sorriso perverso.

— Sophie Lancaster, você está prestes a entrar em uma nova fase da sua vida, e não há nada que você possa fazer para evitar — murmurou ele, em um tom que não admitia questionamentos.

Sophie, com lágrimas escorrendo pelo rosto, tentou se soltar dos homens que a arrastavam, mas a força deles era esmagadora. Em meio ao tumulto, ela ouviu um grito abafado vindo de Daniel, um grito de dor e de protesto, que a fez estremecer.

*****

No meio daquele tumulto, um velho amigo de Daniel, que havia chegado às pressas com a esperança de celebrar o amor do casal, tentou se aproximar para ajudar. Seus olhos, arregalados de horror, varriam a cena enquanto ele gritava:

— Algum de vocês precisa fazer alguma coisa! Não podemos deixar isso continuar!

Mas suas palavras se perdiam no estrondo dos gritos. Brian, com passos firmes e uma postura imperturbável, caminhava pelo salão, como se o ambiente fosse apenas um cenário a ser dominado por sua vontade. O tempo parecia se arrastar em câmera lenta. Cada golpe desferido contra Daniel era um choque brutal e as lágrimas dos convidados se misturavam à raiva contida e ao medo palpável. Entre os sussurros de indignação e as orações silenciosas, a voz de Brian Hawk soava novamente, desta vez mais alta e implacável:

— Este é apenas o começo.

Enquanto essas palavras ecoavam, Sophie foi empurrada com força para fora do salão. Seus gritos se misturavam aos gritos dos outros, mas nenhum som parecia ser capaz de interromper aqueles que a levavam. Seu coração batia descompassado, e a mente se recusava a aceitar o horror que se desenrolava.

Em um corredor mal iluminado, onde a única luz vinha de lâmpadas piscantes e de janelas entreabertas, Sophie foi jogada ao chão. Ela rolou por alguns instantes, tentando se proteger, enquanto os gritos de Daniel e o som distante dos golpes ainda ecoavam no salão. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, enquanto ela lutava para se recompor e se levantar. Em meio ao desespero, ela conseguiu se arrastar, apoiada contra a parede fria, enquanto seu olhar procurava por alguma esperança.

— Sophie! – gritou uma voz ao longe, mas ela mal conseguiu entender de onde vinha o som, tão distante e, ao mesmo tempo tão próximo. Seu corpo tremia, e cada movimento parecia um esforço hercúleo.

Dentro daquele corredor, Brian reapareceu, aproximando-se com um olhar que misturava frieza e satisfação. Ele se agachou ao lado de Sophie, que agora estava encostada na parede, e falou com voz baixa, mas carregada de uma autoridade ameaçadora:

— Eu prometi a você, meu amor. Eu prometi que você seria minha, apenas minha! Desde o dia em que me salvou, eu sabia que fomos feitos um para o outro.

— Você é louco! Me solta. — ela gritou, tentando se desvincilhar de seu aperto, mas a força dele era absoluta. — Por favor!

— Não há como voltar atrás, minha querida.

Enquanto essas palavras penetravam em sua alma, Sophie sentiu seu olho se encheu de lágrimas.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP