Capitulo 5

Enquanto o caos se espalhava, um segurança, que até então havia mantido uma postura contida, tentou intervir. Ele avançou em direção a um dos capangas que se aproximava de Daniel, mas foi facilmente contido por dois homens que, com movimentos precisos, o imobilizaram e o arrastaram para longe. 

Olhares se cruzavam em silêncio, e alguns poucos corajosos tentavam, mesmo que em vão, auxiliar o que restava de Daniel, que agora estava prostrado no chão, a respiração difícil e o olhar fixo no teto, como se buscasse uma última centelha de esperança. Um jovem, com voz embargada pela emoção, sussurrou para sua amiga:

— Ele era tão cheio de vida... Como isso pôde acontecer?

Sua amiga, sem conseguir conter as lágrimas, respondeu:

— Nunca imaginei que um dia veríamos tamanha brutalidade num momento que deveria ser de celebração. 

Os murmúrios de desespero se espalhavam e a figura de Brian Hawk havia retornado no centro do caos, como se fosse o maestro de uma sinfonia macabra. 

Sophie havia sido trazia de volta, e lágrimas escorriam pelo seu rosto no momento em que sua mente fervilhava em pensamentos, o amor por Daniel, a incredulidade diante da brutalidade que testemunhara e o terror de Brian.

— Daniel, meu amor, não me deixe... — ela sussurrava, quase como uma prece, enquanto o som dos gritos e dos passos dos homens ecoava.

Brian Hawk, que a observava de perto, inclinou a cabeça num gesto quase imperceptível, como se quisesse saborear cada momento daquele sofrimento. Ele se levantou lentamente e, com um tom que misturava frieza e um toque de sadismo, falou:

— Você viu o que aconteceu com ele, não é?

Sophie, ainda tentando se recompor entre soluços e tremores, ergueu o olhar com a esperança de encontrar alguma palavra de conforto, ou de explicação, naquele semblante enigmático. Seus olhos, vermelhos de tanto chorar, se fixaram na figura que agora se aproximava. Brian Hawk, com a expressão que misturava impassibilidade e uma satisfação sádica, parou a poucos passos dela. O ambiente, impregnado de dor e desolação, parecia se silenciar para que suas palavras pudessem ser ouvidas com clareza.

— Sophie Lancaster – começou ele, a voz fria e controlada cortando o silêncio como uma lâmina, sua voz com puro sarcasmo –, hoje venho trazer uma notícia que, embora cruel, você precisa ouvir.

Ela, com a garganta apertada e o coração batendo em descompasso, tentou formular uma resposta, mas as palavras se embargaram diante da inevitabilidade do que estava por vir.

Brian continuou, sem demonstrar qualquer emoção que pudesse amolecer a mensagem:

— O seu marido, ou melhor, ex marido, está morto. 

Aquelas palavras pairaram no ar como um eco fúnebre. Por um longo instante, o tempo pareceu se congelar ainda mais, e o mundo inteiro de Sophie desabou em dor. Seus olhos se encheram de lágrimas, e um soluço profundo, carregado de desespero, escapou de seus lábios.

— Não… não pode ser verdade! — ela gaguejou, a voz fraca e embargada pela emoção, como se o próprio fato não pudesse ser assimilado. — Daniel… meu amor…

Brian inclinou levemente a cabeça, observando-a com uma frieza que contrastava com o sofrimento evidente em seus olhos. Ele falou novamente, sua voz permanecendo inalterada, mas agora com um toque de ironia cruel:

— O destino, Sophie, tem seus próprios planos, e hoje ele se mostrou implacável. Daniel lutou, mas não resistiu. Isso mostra que ele não era forte o suficiente para te proteger. Não como eu irei. 

Enquanto ele falava, Sophie se esforçava para compreender, tentando absorver cada palavra como se pudesse, de alguma forma, reconstituir os fragmentos de um amor que agora estava irremediavelmente perdido. Seu rosto contorcido misturava incredulidade e dor e as lágrimas escorriam sem cessar.

— Como… como isso pôde acontecer? — ela murmurou, a voz embargada e os olhos fixos no chão, como se evitar o olhar do homem pudesse, de alguma forma, amenizar a dor.

— Você sempre foi a luz dos meus dias, Sophie. Eu vou te amar mais do que qualquer um.– sussurrou ele.

Ela sentiu como se cada letra pronunciada por Brian corroesse um pouco mais de sua alma, deixando um vazio que ameaçava engoli-la.

— Como vou continuar sem você? — Sophie estava em choque. 

Sophie, ainda se ajoelhando no chão frio, deixou escapar um soluço profundo, a voz carregada de um misto de desespero e uma determinação forçada pela dor:

— Eu… eu não sei se consigo… mas não vou deixar que a morte do Daniel seja em vão. Eu lutarei… por ele, por nós, por tudo o que acreditávamos.

— Então vá, Sophie. Mas saiba que agora você é minha mulher, somente minha e de mais ninguém. Mas não se preocupe, meu bem, eu vou te dar muito mais do que esse cara te deu. Você será tratada como uma rainha. 

Brian Hawk se deteve por um breve momento, olhando fixamente para ela, como se quisesse gravar aquele instante de dor e desafio em sua memória. Então, num gesto final de dominação, ele ordenou aos seus homens:

— Levem-na! Não deixem que ela se recupere. Ela precisa aprender a obedecer.

Os capangas se aproximaram novamente de Sophie, e com movimentos firmes a agarraram pelos braços, arrastando-a para fora do corredor e longe do que restava do salão de celebração. Seus gritos, mesclados de desespero e revolta, se perderam no tumulto, mas ecoaram na alma de quem, mesmo distante, testemunhava aquela cena de horrores.

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