HENRYAcordo com uma sensação de sufocamento. Quando abro os olhos vejo o motivo: uma cabeleira loira na minha cara. Eu estou preso por um polvo humano. Quantas pernas e braços essa mulher tem?Sorrio, enquanto tiro devagar seus membros de sobre o meu corpo.Sorrio? Era só o que faltava.Antes que eu possa questionar o motivo de estar agindo como um tolo desde que essa mulher surgiu naquela escada, ouço batidas na porta do quarto. Ela se mexe e vira para o outro lado, me liberando totalmente.E... é sério que estou sentindo falta do seu grude? Ninguém merece.Saio da cama rapidamente e vou atender o filho da puta que me acorda sabendo que estou acompanhado. Aposto meu braço esquerdo que é Raoul. Nem meu pai me acorda assim.Abro a porta quando o maldito está prestes a bater na madeira novamente.— Que visão horrível para se ter de manhã. — A mão que bateria na porta vai parar nos olhos que ele esfrega.— Que horas são, Raoul? O que você quer?Não disse que era ele? Ninguém mais é tão
CINDERELADemoro alguns segundos para me situar quando acordo. Essa cama macia e quentinha é nada com o qual estou acostumada. Quando as lembranças me pegam, sorrio por saber que é assim que vou acordar todos os dias. Meu corpo está relaxado como há tempos eu não sentia.Henry não está ao meu lado.Estendo os braços para cima, me espreguiçando, e me assusto com sua chegada.— Bom dia, Pequena Ilha!Me assusto e começo a pedir desculpas por seja lá o que for. Estou tão acostumada a me desculpar que sai no automático. Só que me perco com a visão. Ele ainda está de cueca, o que me faz lembrar o que não aconteceu durante a noite.— Vou tomar um banho. Me acompanha? — ele convida com a cara mais safada que já vi.E só tem uma palavra que quero dizer...— Claro.Mais que depressa, saio da cama e vou até ele. O safado agarra minha cintura e me puxa para si. Adoro bater contra esse peito musculoso e lisinho.Me viro quando ele tenta me beijar. Afinal acabei de acordar. Nada de assustar o futu
HENRY“Você acabou com o clima.”Acho que detesto essa frase.Sei que se insistir um pouco, ela cede. Cinderela parece ser muito fogosa. Ela não é o tipo tímida e medrosa. A mulher está aqui, na minha frente, revelando tudo que enfrentou e enfrentaria por sua liberdade.— Já que acabei com o clima, vamos fazer compras, Cinderela. Você fica gostosa demais com minhas camisas. Está proibida de usar fora desse quarto.— E como vou sair para fazer essas compras? O vestido, além de ser exagerado para sair, está rasgado.— Te deixo sair apenas hoje. Com a promessa que atiro no olho de quem olhar para suas pernas.— Meus palitos? — ela gargalha, desacreditada do que ouviu.— Não vejo palitos. Ainda vou te colocar diante de algumas modelos, para que descubra o quanto elas lutam para ter um corpo próximo ao seu.— Eu não quero nem pensar em quantas dessas modelos você comeu, senão vou ter que atirar nos olhos delas.É minha vez de rir. Essa loira é perfeita demais.— Já terminou, Pequena Ilha I
CINDERELASaio da loja de roupas usando um dos vestidos. O mais simples aprovado por Henry.Deus! Se vergonha matasse eu estaria mortinha agora passando por esses vendedores que sabem o que eu estava fazendo naquela cabine de troca. Pelo menos imaginam.Eu não me arrependo. Essa coisa estranha, essa sensação de ter um pé no céu e outro no inferno que tenho com Henry Seven é algo que me fascina.Por isso propus fazer o que fiz.E repito, não me arrependo nada.Poderia ter ido direto ao coisa na coisa em uma rapidinha, mas eu precisava ver nos olhos dele o quanto posso afetá-lo.Apesar do meu rosto “enganar”, eu não sou santa. Fui criada como a princesinha do papai, mas depois de sete anos sem saber o que é isso, a gente aprende que ser princesa é uma ilusão. Prefiro ser só uma mulher mesmo. De preferência uma mulher muito bem amada, e não a coitadinha violada.Sai pensamentos. Espanto as imagens que querem me deixar triste outra vez.Eu não quero pensar naquele passado. Eu quero é sai
HENRYSe eu soubesse que consumar o casamento seria tão bom, já teria aceitado as vezes que meu pai quis que um de nós casasse. Só que teria que ser essa loira. Muitas mulheres já passaram pela minha vida e nenhuma delas me deixou assim: feito um tolo em suas pequenas mãos, apenas Cinderela, minha pequena ilha particular que quero explorar todos os dias, toda hora.Parado enquanto a observo recuperar o ritmo da respiração, apenas me pergunto uma coisa: Estou apaixonado por essa mulher?Nos meus vinte e cinco anos nunca me senti assim. Eu sempre soube explicar o que sentia, porém agora só encontro uma bagunça dentro de mim.Essa mulher com respiração ofegante, olhar afetado em minha direção, cabelos espalhados em meu lençol bagunçado por suas mãos... ela fez isso comigo.— Henry — me chama.— Diga, Minha Ilha.— Para de me olhar assim.— Assim como?— Não sei explicar. Está me fazendo sentir coisas estranhas. Está me fazendo apaixonar por você.O sorriso que desponta em meus lábios é i
HENRY— ONDE ESTÁ O SEVEN? — Um homem todo de preto e com uma máscara da mesma cor grita apontando uma espingarda calibre 12 para uma enfermeira ajoelhada no chão.— Eu não sei. — Ela chora em desespero.Sem perder tempo, atiro contra a cabeça do otário distraído.Pelo jeito estão fortemente armados. Antes que possamos chegar na mulher, vários tiros vem em nossa direção.Desviamos e atiramos de volta enquanto nosso pai se ocupa de levar a enfermeira para um lugar seguro.— É o maldito do Jafar. — Raoul passa por mim e atira em outro mascarado que surge. — Os homens dele usam essas máscaras.Miserável!Jafar se acha dono de dois morros famosos e quer conquistar os outros. A porra de um velho que comanda um bando de ladrõezinhos. Ainda vou descobrir onde ele se esconde e meter uma bala na sua cabeça.O desgraçado acha que derrubar a nossa família vai fazer com que sejam respeitados. Acha que nos derrubar vai fazer deles o número um no mundo em exportação da Coca. Tem um caminho longo an
HENRYCinderela não está no quarto. Ela entendeu que não é prisioneira, e sim dona do lugar, com direitos como os de qualquer Seven.— Onde está minha mulher? — pergunto ao passar por uma empregada.— A última vez que a vi, estava no gazebo, senhor.— Obrigado, Pilar!Ela sorri e volta ao seu caminho.Nossos pais sempre nos ensinaram a tratar os empregados como família. E levamos muito a sério, conhecemos cada um que trabalha conosco, sabemos seus sonhos, seus pesadelos e sobre suas famílias. Afinal, estão sempre conosco.Pilar é uma das poucas que está conosco desde antes da nossa mãe morrer. Ela é a única que tem acesso a Adam. Que, por falar nele, voltou direto para sua prisão domiciliar.Enquanto penso na fuga de Florian, no ataque do pessoal do Jafar, na minha mãe e sua relação com os empregados, caminho lentamente até o gazebo.Ele foi construído para minha mãe. Enquanto estava viva, ela nos obrigava a tomar café da manhã nesse lugar todos os dias.De longe vejo a estrutura de m
Horas antesCINDERELAQue orgasmo foi esse?Uau!Eu achava que sabia o que era prazer... como estava enganada.Sob o olhar desse homem, meu coração e minha respiração vão se acalmando devagar.Não consigo decifrar o que significa o jeito como ele me olha agora. É diferente das outras vezes que nos olhamos, é como se ele tivesse descoberto algo em mim que o perturba e atrai ao mesmo tempo. Será?— Para de me olhar assim — peço.— Assim como?E agora? Eu nem sei o que esse pedido significa. É melhor ser sincera.— Não sei explicar. Está me fazendo sentir coisas estranhas. Está me fazendo apaixonar por você.É sério que ele sorri? Agora mesmo que não entendo nada.— Que mal teria se apaixonar pelo seu marido?— Eu quero que ele se apaixone por mim primeiro. Estou em desvantagem nessa relação. Não posso exigir nada de você, então pelo menos que se apaixone primeiro. — Novamente sou sincera, porém logo desvio meus olhos dos seus, com medo do que posso enxergar neles.Como ele demora a fala