— Ele está querendo pagar de cupido, eu sei, mas é só ignorar. Eu vou dar um jeitinho nele pra você, prometo.Ótimo.— Eu não quero nada com o Travis — expliquei, mentindo talvez.— Eu sei, e é por isso que a Wendy está dando em cima dele… De nada — cantarolou.Olhei para Louise como se ela fosse uma maluca, e era mesmo. Como pôde mandar sua amiga dar em cima do cara que todos pensavam que era meu marido?Ah não. Só podia estar doida. — Lou, pelo amor de Deus, também não precisa desses extremos. Eu sei lidar com o Turner.A garota gargalhou, e eu continuei tentando achar graça em seu planinho bobo. Lógico que não encontrei.— Não, Te. Eu não fiz mesmo isso, só queria ver sua reação, para ter certeza que não sente nada por ele mesmo, e agora eu sei...Elevei o tronco e me sentei, balançando a cabeça em negação. Louise era bem doidinha.— Sabe de quê?A mulher se recompôs dos risos e também se sentou, me olhando séria.— Seja lá o que aconteceu antes, você ainda sente. Não sei se fo
→11 anos antes.Era sexta, plantão da minha mãe e dia de Bruce sair com a namoradinha da vez. Dia também em que Travis inventava que ia para a casa dos avós mas se mantinha trancado na minha casa, ou na dele.O programa da vez foi roubar um uísque do bar de seu pai, e eu fiquei encarregada de fazer pipoca para comer enquanto assistíamos pornô.A questão é que, obviamente, eu não deixei ele colocar esse tipo de conteúdo quando eu não estava lá no meu melhor estado de espírito e juízo.O jovem pegou a garrafa de uísque e levou até a boca, acabando com o restante do líquido de cor âmbar. E fim. Uma garrafa foi suficiente para nós dois ficarmos bem ultrapassados. Limites talvez já nem existiam mais. A partir dali eu poderia colocar a culpa de qualquer coisa no álcool.— Bom, você vai ficar me devendo então.— Como é? — questionei confusa.— O pornô, Terena. Você prometeu mas não cumpriu, então está me devendo — explicou, sorrindo provocativo.Eu ri com a mudança repentina de assunto
Foi bom. Foi realmente incrível o beijo e os sentimentos que vieram com todo o turbilhão de sensações gostosas. Uma de suas mãos se manteve firme me segurando ali, como se houvesse receio de que por algum motivo eu fugisse, a outra continuou traçando caminho pelas minhas costas, descendo e subindo devagar. Enrosquei meus dedos em seus fios castanhos e movimentei o quadril na intenção de me encaixar corretamente sobre seu corpo, sentindo o volume crescendo debaixo de sua calça jeans. Minha boca permaneceu dedicada a não parar o beijo mesmo que os pulmões começaram a clamar por oxigênio. Não era preciso. O necessário mesmo era sentir a maciez dos lábios de Travis e o embalar daquele beijo gostoso. Então eu ignorei a necessidade de respirar para apenas sentir o gosto de uísque na boca do garoto, a excitação chegando e me dominando forte, toda a minha mente se desligando do mundo exterior para entrar em uma bolha privada onde só havia espaço para eu e ele.Travis, no entanto, pareci
"[...] Você irradia todos os dias nos meus sonhos."→8 dias antes do grande dia. "Aproveite cada segundo como se fossem os últimos de sua vida" foi a frase que papai disse quando me despedi para vir ao resort.Seriam só dois dias, e como ele não podia deixar a loja sozinha, vim sem acompanhante. Travis chegou com a moto alugada, Louise e Bruce usaram o mesmo carro, dividindo com uns amigos, e alguns outros optaram por uma van. Mas no fim, todos estavam onde deveriam estar.O lugar era lindo, com campos maravilhosos, trilhas no meio da mata, piscinas aquecidas, quadras de esportes, e a pista de corrida. Tinha também umas boas acomodações, mas escolhemos o camping com as barracas, então cada um levou o seu colchonete e itens de sobrevivência necessários. Achamos mais gostoso assim.Como sempre, eu já estava me afastando de todos os outros. Havia muita agitação, vontade de começarem a curtir, enquanto eu só queria relaxar. Nos últimos dias o que andava fazendo era só ajudar Louise
O vento fresco bateu em minha face fazendo com que eu fechasse os olhos. Para a tristeza de quase todos, o tempo imprevisível mudou, e as chances de chover eram bem grandes, o que não impediu de acenderem a fogueira. E lá estávamos nós. Mais de vinte pessoas sentadas ao redor do fogo, conversando, bebendo e sorrindo. Roger tocando violão e as garotas cantarolando uma música que eu não conhecia. Samuel olhando vez ou outra com curiosidade, parecendo se atentar a cada gesto meu e de Travis. Bruce admirando sua futura esposa como se ela fosse a coisa mais linda do mundo. E Travis, ao meu lado, segurando minha mão enquanto eu ainda divagava em pensamentos.Como era possível?Tivemos um passado, e nele nós fizemos tantas merdas, principalmente para que nunca descobrissem sobre o que tínhamos.A amizade que Bruce repudiaria, o que veio depois dela, e a minha partida sem uma despedida. Eu abandonei Travis, sem ao menos explicar o porquê. Isso me corroía, porque para ele, isso parecia
As pessoas soltaram alguns sons estranhos, um tipo de provocação a Bruce e também a Travis, mas eu fiquei estática.Ela falou sério? Queria me beijar?Ok, eu sabia que Louise era bissexual, e na verdade quando nos conhecemos ela mais queria ficar comigo do que com Bruce, mas era irrelevante agora, já que ia se casar com ele e me via como sua cunhada.— Isso é quase incesto — brinquei, procurando os olhos de Bruce para receber alguma resposta.Eu não podia simplesmente beijar a noiva dele e ponto.Travis riu ao meu lado, e eu meio que entendi que ele já sabia dessa merda, ou seja, ele e Louise tramaram alguma coisa.A loira ficou me olhando em expectativa, esperando ouvir algum tipo de afirmação, mas eu não sabia o que dizer.— Você só não pode tirar ela de mim, Star, caso o contrário eu roubo o Travis de você pra sempre — Bruce brincou, gesticulando para que eu cumprisse o desafio.— Vai logo, Terena. É o seu desafio, beija ela — Beverly intrometida gritou.Antes de qualquer coisa, ol
"[...] E você ainda me tem."— Você trouxe maconha, Travis? Puta que pariu.Avaliei o baseado estendido para mim e quis encher o homem de tapas. Ainda era um menino desmiolado. Na adolescência tivemos curiosidade sim, experimentamos uma coisa ou outra, e maconha era bom pra caramba, mas não tomando cuidado, vicia como qualquer outra droga. Depois de fugir da casa de minha mãe e ir morar com meu pai, nunca mais fumei por não ter acesso e nem vontade, mas Travis, pelo visto continuou buscando escape na brisa da erva. Não que eu achasse o cúmulo, porque se fosse assim, não teria fumado tantas vezes.— Já faz tempo que eu não fumo, se te conforta. Mas era bom quando a gente se juntava no telhado da minha casa e passava a noite lá, fazendo as nossas merdas. E não que eu super queira repetir, mas talvez só hoje seja agradável. Essa vai te deixar dormir relaxada.— E quem disse que eu quero dormir relaxada? Em um camping, o máximo que vou fazer é ficar esperta para os meninos não entrare
Eu deveria estar reclamando do colchonete nada macio, ou sobre como o frio se intensificou e por isso meu queixo já começava a tremer, no entanto, a queixa era outra.Como é que o pessoal não tinha limites para beber e falar alto?Que saco.Acampar deveria ser relaxante, mas com todo o falatório do lado de fora, dormir, que era o básico, não seria possível.Enquanto todos insistiam em não descansar para o dia seguinte, eu e Travis nos deitamos lado a lado e ficamos quietinhos, tentando fugir de Bruce e Louise, que beberam demais e estavam alegres além da conta. Travis esfregou o rosto e respirou fundo, realmente tentando se acalmar para não ir gritar que calassem a porra da boca como já havia cogitado.— Você vem aturando o Bruce assim por todos esses anos? Eu não sei como consegue. Às vezes surto pelo telefone, imagino como é ter isso nas suas folgas.Realmente, aos finais de semana, não era nada fácil.— O pior é ele querer me ver socializando com as pessoas. Uma coisa é me colocar