Outra semana começou e passou bem depressa. Alessandro realmente não se afastou, ele continuou mandando mensagens, flores, lanchinhos à tarde. O que mudou é que todas as noites ele me ligava e conversávamos um pouco. Ele havia me dito que depois de todas as coisas que a dona Margarida contou a auditoria estava andando mais rápido e eles trabalhavam todas as noites por algumas horas na casa do Patrício. Mas ele não havia me contado o que dona Margarida disse, ele só disse que ela sabia muita coisa, mas que nunca achou que era importante.Melissa instituiu a terça feira como o dia de reunir as garotas, então fomos para o Clube Social mais uma vez e jantamos por lá. Tínhamos sempre muito assunto e a diversão era garantida com aquele grupo. Samantha havia começado a trabalhar com o Alessandro e estava gostando muito do trabalho, embora não gostasse nada da Celeste, então tinha muito para nos contar.- É sério, Cat, está escrito “pistoleira mentirosa, falsa e fofoqueira” na testa da Celest
Na sexta, Melissa, Pedro e eu pegamos um vôo para Campanário. Quando chegamos o motorista da família da Melissa já nos aguardava e me levou até o sítio dos meus pais, eles estavam nos esperando. Me despedi da minha amiga e combinamos que no dia seguinte ela viria nos ver.- Filha! – Minha mãe veio correndo me abraçar e já estava chorando.- Mãe, eu estava morrendo de saudade!- E o bebê da vovó? Vem cá, meu lindinho! – Minha mãe tirou o Pedro do meu colo e eu aproveitei para abraçar meu pai.- Minha filha, como é bom ter vocês dois em casa!- Obrigada, pai. É muito bom estar aqui.- Vamos entrar, já está de noite, amanhã vocês vão conhecer o sítio. – Meu pai estava claramente empolgado com o sítio.Entramos e minha mãe já estava com o jantar à mesa, nos sentamos e fizemos a refeição juntos. Como eu sentia falta de estar com eles. Pedro adormeceu no colo da vovó, que o colocou na cama e se sentou na sala com meu pai e eu.- Então, Catarina, como está a sua vida na cidade grande. – Meu
No dia seguinte acordamos cedo. O cheirinho do café que minha mãe passava na cozinha invadia todos os cômodos da casa. Pedrinho estava eufórico e meu pai o pegou e levou até o curralzinho para tirar o leite da vaca. Quando voltaram meu filho tinha um bigodinho de leite e uma canequinha esmaltada azul na mão.Nos sentamos e tomamos o café ouvindo os passarinhos cantarem. A casa era muito confortável e grande. Tinha janelas enormes e o ar fresco da manhã entrava por elas juntamente com a luz do sol.Saímos para dar uma volta e a propriedade tinha um ótimo tamanho. Era suficiente para um pomar bem variado, uma horta com todo tipo de legumes e hortaliças, um curral com uma vaca, um chiqueiro com dois porcos e um galinheiro com muitas galinhas. Pedrinho se divertiu colhendo os ovos com minha mãe.Na frente da casa havia um jardim cheio de flores coloridas e um pequeno lago onde uma família de patos se divertia com a água. A casa era ladeada de uma varanda colonial, com redes penduradas em
Terminamos as compras e voltamos pro sítio. Melissa me ajudou com a sacolas e entramos em casa chamando pelos meus pais. Estávamos colocando as sacolas sobre a pia quando Pedro saiu correndo e o escutei gritar:- Alessando! Voxê veio!- Claro que eu vim, amiguinho, eu estava morrendo de saudade! – escutei a voz do Alessandro e meus joelhos ficaram moles.Quando me virei os dois estavam em um abraço apertado, minha mãe com um sorriso enorme, meu pai com uma cara espantada e melissa de boca aberta vendo o Nando caminhar até ela.- Mas o que significa isso, Fernando? – Ela perguntou séria sem abraçar o namorado.- Não agüentamos de saudade das nossas garotas. E do Pedro principalmente. – Fernando respondeu com a maior naturalidade.- Mas eu não te disse onde eu ia? – Melissa estava brava com o namorado.- Você e a Catarina saindo para passar o fim de semana juntas? Só tem um lugar no mundo para onde vocês iriam, Mel! – Fernando falou presunçoso.Eu não conseguia falar. Estava muito choca
Depois que eles foram, coloquei meu filho na cama e voltei para a sala, para conversar um pouco com meus pais.- Por que você não nos contou que teve problemas lá, filha? – Meu pai foi logo perguntando.- Porque não queria preocupá-los e porque eu tenho uma amiga que é meu anjo da guarda e me ajudou a encontrar outro emprego tão bom quanto. – respondi sinceramente.- Alessandro disse que você agora trabalha para o amigo dele, mas que vai voltar a trabalhar com ele. – Meu pai falou.- Ainda não decidi. Vamos ver. – falei.- Cat, só queremos que você seja feliz. Gostei desse rapaz, ele é bem intencionado, sério e responsável. Chegou aqui e foi sincero, assumiu os erros. Me parece um bom homem e do jeito que você olha pra ele, você está apaixonada. – Meu pai não perdeu nada de vista.- Sim, pai. Ele é um grande homem e eu estou apaixonada. – Confirmei.- Então não fique presa a bobagens. – Minha mãe falou. – Perdoar faz bem, entenda isso. O orgulho não te levará a lugar nenhum. Não se es
Esperei pelos rapazes no portão e entrei no carro antes que o Alessandro pudesse descer para me ajudar.- O que foi, meu anjo? – Alessandro perguntou depois que o Nando arrancou com o carro.- A irmã da minha mãe fez um aparição nada agradável. Mas depois te conto, não quero me estressar com isso. Bom dia pra vocês dois. – Abri um sorriso.O Pedro tagarelou o caminho inteiro, inclusive contou para o Alessandro que mostrou a língua pra “bruxa”, o que fez todos rirem.Na casa da Melissa fomos muito bem recebidos, os pais dela eram loucos pelo Pedro e ficavam insistindo que queriam mais um neto, mas Melissa não estava interessada nisso ainda.Após o almoço, o Sr. Lascuran chamou o Alessandro e o Nando para o escritório, falariam de negócios. Melissa eu fizemos com sua mãe o mesmo que fizemos com a minha, enchemos de detalhes da nossa vida em Porto Paraíso.Quando nos despedimos, Melissa já saiu de casa de mala pronta, pois nosso vôo era à noite e levaríamos o Pedro para tomar um sorvete,
Acordei sendo abraçada por pelo amor da minha vida. Não há sensação melhor no mundo que estar nos braços de quem amamos. Eu estava deitada com a cabeça apoiada no peito do Alessandro, nossas pernas entrelaçadas e seus braços em torno de mim. Estávamos nus, Alessandro impediu que eu vestisse uma camisola, disse que queria sentir minha pele na sua e era realmente a melhor sensação do mundo estar colada a ele sem nenhuma barreira.- Bom dia, meu anjo. – Senti seu beijo em minha cabeça e olhei pra ele sorrindo.- Como pode você acordar tão lindo assim? – Perguntei sorrindo feito uma boba e ele me puxou para um suave beijo em meus lábios. – Bom dia, meu amor!- Huumm! Gosto desse som. Repete. – Alessandro falou manhoso.- O quê? Que você acorda lindo? Você é o homem mais lindo que eu já vi. – Falei com um sorriso enorme.- Também gosto de ouvir isso, mas pedi para repetir a outra coisa. – Ele insistiu.- Bom dia? – provoquei.- Você está me provocando, meu anjo?- Só um pouco! Meu amor!El
“Alessandro”Deixei a Catarina na Lince e fui em direção à minha empresa. Nós tivemos um fim de semana maravilhoso. Os pais dela eram ótimas pessoas e me receberam tão bem, que eu me senti acolhido e em família. Isso era muito bom. Claro, tivemos aquele inconveniente com o ex dela, mas o cara é um babaca completo e a prima uma invejosa. Contudo, nosso fim de semana foi maravilhoso.Ela voltou pra mim, isso encheu meu coração até quase explodir de felicidade. E o Pedro fazia tudo ser ainda mais perfeito. Se meus pais estivessem vivos eles teriam se encantado pela Catarina e amado o Pedro como se realmente fosse neto deles.Pensar nos meus pais ainda me causava uma dor e uma saudade infinita, ainda mais depois de saber que o acidente que os matou pode ter sido provocado, isso cravou uma faca no meu peito. Eu precisava descobrir. O Alencar estava tomando todas as providências e até ele ter informações eu teria que aguardar e controlar a minha ansiedade. Essa espera me deixava inquieto.Q