“Ana Carolina”Isso aqui é um inferno! Já tem dias que estão me mantendo nesse lugar horroroso, imundo e com essas mulheres horrorosas. É muito ruim, embora seja menos ruim do que a cela da delegacia. Aquilo lá era uma pocilga. Mas isso aqui também é muito ruim. No dia seguinte da minha prisão me mandaram aqui para o presídio e ainda por cima me deixaram na mesma cela que essa insuportável da Celeste. Eu quero arrancar os olhos dela.- Aí, patricinha, tem visita. Advogado! Vai querer receber? – A policial veio até a porta da cela gritando. Uma grossa sem educação.- Aiii! Finalmente o meu paizinho mandou um advogado pra me tirar daqui. – Fiquei tão animada que bati palmas e pulei de alegria.A policial grossa me mandou virar de costas e colocar as mãos pra fora, me algemou e abriu a cela pra eu sair. Enquanto ela fechava a cela a Celeste desceu da cama e me chamou:- Insuportável, manda o advogado avisar para o seu paizinho que se ele não mandar me tirar daqui eu vou começar a cantar.
A semana passou voando, estávamos trabalhando muito, mas ainda bem que estava tudo calmo. Na sexta de manhã o Jorge nos informou que a casa estava pronta e poderíamos nos mudar. Decidimos chamar nossos amigos e nos mudamos no fim de semana, oferecendo um almoço no domingo e reunindo os amigos na piscina. Foi muito divertido. Estavam todos muito animados e fazia um dia lindo.Eu estava usando um vestido novo soltinho. Já estava entrando no quarto mês de gestação e minha barriga já estava aparecendo. Minha roupas já estavam desconfortáveis. Então, durante a semana chamei as garotas e fomos às compras.Mas eu estava ficando cada vez mais cansada e Alessandro começou a insistir que eu parasse de trabalhar até o bebê nascer. Em princípio eu não queria, quando estive grávida do Pedro trabalhei até quase o dia dele nascer, não sentia nada demais e tinha disposição. Mas dessa vez, eu estava tendo todos os sintomas possíveis e imagináveis de uma gravidez, então comecei a pensar que talvez foss
“Delegado Flávio Moreno”Essa delegacia é uma maravilha, não tem um dia de monotonia. Já tinha um mês que eu estava aqui, me adaptei bem ao meu novo trabalho e o meu pessoal parecia gostar do jeito que eu trabalhava, sem contar que minha parceria com o delegado Bonfim era ótima. Ficamos amigos e nos ajudávamos ao máximo, ele me tratava como um filho. Era um homem muito digno, com uma carreira limpa e uma reputação ilibada. O que me irritava era não ter encontrado o tal Junqueira ainda.- Fala, meu delegado! Bom dia! – Entrei na sala do Bonfim com uma caixa de croissants de queijo que eu sabia que ele adorava.- Ah, meu filho, você é o cara! Bem que todos aqui dizem isso. – Ele sorriu pra mim. – E só por causa disso, eu vou te dar um presente, além do café.Bonfim se levantou, serviu duas xícaras de café e me entregou uma, voltando a se sentar e mordendo um croissant, fechando os olhos para saboreá-lo.- Hum! Você e a chefona me viciaram nisso! – Bonfim passou a chamar a Melissa de che
“Alessandro”Já fazia dois dias que tinha recebido a ligação do Moreno informando sobre o cerco ao Junqueira e a visita que fez a Ana Carolina. Contei a Catarina que a polícia estava fechando o cerco. Ela estava bem entediada por ter que ficar de cama até o final da gestação. Já tinha mais de quinze dias que ela estava na cama. A barriga dela agora parecia maior a cada dia e ela não tinha muita energia. Eu passei a trabalhar de casa o máximo possível, para não deixá-la sozinha. E nossos amigos estavam por aqui todos os dias.Já era meio da tarde e eu precisei ir até a empresa. Dei um beijo a minha esposa, um em sua barriga e outro em meu filho lindo deitado ao lado da mãe que me garantiu que cuidaria bem dela. Pedro era um garoto esperto, feliz e eu ficava cada dia mais encantado com o quanto era inteligente e bem comportado.Cheguei a empresa, resolvi todas as coisas e estava tomando um café com o Patrício quando o meu telefone tocou, era o Flávio.- Fala, delegado Moreno. A que devo
Já fazia uma semana que o Nando estava hospitalizado. Nos falávamos todos os dias por chamada de vídeo. Ele estava muito machucado, mas felizmente fora de perigo. O Junqueira continuava desaparecido.Os pais iriam embora no dia seguinte, ficariam apenas os pais do Nando e eu sentiria falta da casa cheia e todos os paparicos que eles me faziam, mas prometeram voltar em breve. Eu estava deitada na espreguiçadeira perto da piscina ao lado da minha mãe e o celular dela tocou. Ela atendeu brava e só disse não e desligou o telefone.- O que foi, mãe? Quem abalou a sua santa calma? – Perguntei de brincadeira.- Ninguém.- Mãe. – Chamei sua atenção. – O que está acontecendo?- Nada.Ficamos ali naquele embate até que o Alessandro e meu pai chegaram e ficaram curiosos. Então o Alessandro calmamente pediu a ela para dizer o que a aborrecia que seria melhor.- Está bem! Minha irmã não para de me atormentar pra falar com a Catarina. – Minha mãe finalmente falou e meu pai fechou a cara.- E o que
Depois que meus pais voltaram para Campanário eu disse ao Alessandro que queria visitar o Nando no hospital. Ele não gostou da idéia, dizendo eu tinha que manter repouso, mas eu disse que não faria esforço nenhum, já que tinha a cadeira para me movimentar. Alessandro me acompanhou e quando chegamos Nando estava com a mãe. Foi uma visita rápida, mas fiquei feliz em ver meu amigo.Aproveitei que já estava fora e convenci meu marido de que eu precisava ir ao shopping comprar algumas coisas que ainda faltavam para os nossos filhos. Ele não ficou feliz com isso, até porque não poderia me acompanhar, mas eu garanti que ficaria bem com os seguranças e que encontraria as garotas lá.- Por favor, amor, eu preciso sair um pouco, estou enlouquecendo ficando em casa o tempo inteiro sem fazer nada. – Pedi fazendo um biquinho.- Está bem, meu anjo. Mas não demore muito. Tenha cuidado e não se afaste dos seguranças. – Alessandro sabia ser mandão quando queria.Encontrei minhas amigas no shopping e
“Junqueira”Está sendo muito desagradável ter que ficar escondido aqui nesse apartamentinho chechelento, mas desde que encontraram o meu apart eu tive que apelar para aquele idiota que está espionando a empresa e estou bastante dependente dele, já que não posso andar livremente por aí.Ele acabou me arrumando esse apartamentinho de quinta, que fica bem longe da empresa, mas tem servido bem para me esconder.Pelo menos hoje eu me diverti assustando aquela idiota da Catarina. Ah, como me diverti andando atrás dela como se fosse um fantasma, ela estava bem nervosa. Foi muito boa a idéia daquele palerma de colocar um programinha espião nos celulares e computadores da empresa, assim, tudo o que eu tenho que fazer é me sentar e observar na tela do computador onde os meus fantoches estão e aí eu decido o que fazer. O chato é que a Catarina não está saindo de casa, também grávida de quatro, já está parecendo que tem uma bola enorme na barriga.- Malvadeza, trouxe seu almoço. – Kauã entrou fal
Depois do incidente no shopping eu não saí mais de casa, também estava engordando muito com a gestação e me sentindo cada vez mais cansada. A gravidez estava sendo bem difícil e eu estava cansada o tempo todo.Decidimos tirar o Pedro da creche até que tudo se resolvesse, achamos melhor não facilitar para o Junqueira. Tivemos medo que ele conseguisse driblar a segurança.O Nando saiu do hospital e fez a reabilitação na nossa casa, mas já havia se recuperado sem nenhuma seqüela e voltou a sua rotina, mas com muito mais cuidado agora.Estávamos todos tensos e alertas, mas o Junqueira desapareceu depois do incidente no shopping. Todos os dispositivos da empresa foram verificados e foram encontrados programas espiões em vários celulares e computadores. Mas ainda não tinham descoberto quem era o informante. Agora o Marcos Paulo era o chefe do departamento de tecnologia e verificava tudo o que era feito lá.Alessandro e eu estávamos nos arrumando para ir para o hospital. O Dr. Molina achou p