“Samantha”Achei tão estranho encontrar o Enzo ali no shopping e pra ver o mesmo filme que a gente. Se o Heitor estivesse junto eu diria que era armação, mas o Enzo estava com a namorada e a irmã dela. Só que o curioso é que a irmã da namorada dele conhece o Miguel e ele quase teve um treco quando a viu. Onde será que eu estou me metendo de novo? É melhor eu me informar.No fim das contas, gostei bem de passar aquele tempo em grupo. As meninas são muito simpáticas, a Ivy é muito engraçada e muito comunicativa, então não ficou esquisito eu estar ali com um cara e o sobrinho do meu ex namorado. Mas tinha algo rolando.Enzo insistiu pelo material de matemática que eu tinha oferecido vários dias atrás, quando fomos tomar um café. Aí o Miguel foi embora e os garotos subiram.- Enzo, aqui os materiais. – Busquei os livros e apostilas no quarto e entreguei pra ele. – Agora me conta, que coincidência foi essa hoje?- Foi muito legal, né, tia?! A gente se encontrar assim, do nada. Isso é que é
“Samantha”Voltei para o escritório apressada, quando cheguei o caos estava armado. Rapidamente o Rick me explicou que haviam seqüestrado o Pedro.- A Cat precisa de você! – Rick falou. – O Heitor já está a caminho com as garotas e a Taís também já está vindo.- Ótimo, Rick. E o que mais eu posso fazer? –Perguntei.- As coisas aqui vão ficar caóticas. Cuide da Cat e libere toda a agenda da presidência. Resolva o máximo de coisas possível para que o Alessandro e o Patrício fiquem por conta dessa situação. Se precisar de ajuda fala comigo. – Rick orientou e eu me sentei para trabalhar. – Não deu tempo de você almoçar, né?- Não deu não, Rick, mas depois eu peço alguma coisa e como por aqui.- Vamos fazer melhor, vamos providenciar um brunch aqui, pra ficar à disposição o tempo inteiro, assim ninguém deixa de comer. – Rick falou e achei uma excelente idéia.- Isso é bom. O que quer que eu faça? – Perguntei.- Ligue para o buffet e peça que eles providenciem tudo para em no máximo uma hor
“Heitor”Eu não estava nem acreditando. Era a primeira vez em muitos dias que eu tinha algum sinal de que a Samantha me perdoaria. Quando entrei naquele elevador e abri o cartão eu quis sair dali e beijá-la, mas a porta já estava se fechando.Samantha havia escrito “me faça acreditar”, eu não precisava de mais para ter esperança e saber que eu ainda tinha chance de reconquistá-la. Haviam apenas três palavras ali, mas diziam muito mais do que parecia.Fui a uma reunião que eu não havia conseguido adiar e voltei para a empresa do Mellendez o mais rápido que pude, mas antes passei no shopping e comprei umas coisas.Na confeitaria, pedi a atendente que ajudasse a montar a caixa. Ela colocou os doze botões de rosas vermelhas e entre os caules colocou a garrafa de licor de marula e em volta da garrafa colocou vários bombons de morango. Fechou a caixa e passou artisticamente um laço de fita vermelha. Afixei sobre a tampa o cartão que dizia “Vou fazer o que puder para mostrar que posso ser o
“Samantha”Heitor me puxou para dentro daquela casa e eu não podia acreditar no que meus olhos viam. Era uma casa linda e enorme, mas o que tomou de surpresa os meus olhos foi o que tinha dentro. Não haviam móveis, mas havia uma infinidade de rosas vermelhas, luzes em forma de velas e balões de coração no teto.No centro da sala haviam tapetes felpudos em tons claros e muitas almofadas coloridas, em tons vibrantes e tamanhos variados, e uma mesa com morangos, bombons e um vinho no gelo. Heitor repetiu o gesto que teve em uma das nossas melhores noites. Ele era exagerado, clichê e dramático, mas dessa vez ele havia levado as coisas a um nível muito alto.- De quem é essa casa? – Me virei pra ele, ainda impressionada com tudo aquilo.- É a nossa casa. – Heitor se aproximou.- Acho que eu não entendi. – Eu estava completamente perplexa com o que via, tanto que meu cérebro parecia inerte.- Sam, comprei essa casa há uns cinco anos, antes dos pais do Alessandro morrerem. Meus amigos morava
“Heitor”Samantha e eu ficamos muito tempo abraçados. Eu me perdi em memórias. Lembranças que eu queria enterrar bem fundo e não queria compartilhar com ninguém. Sentir que ela estava ali, me abraçando, me apoiando, de certa forma foi um bálsamo sobre toda aquela ferida aberta.Quando nos soltamos a olhei nos olhos, convicto de que se não fosse ela, não seria ninguém mais a ficar na minha vida, a estar ao meu lado, a me ajudar a deixar toda a dor causada pelo meu pai no passado.- Volta pra mim, Sam, pra sempre. – Pedi com um sussurro.- Heitor... – Ela suspirou. – Você foi pra esse tal haras com ela depois que eu peguei vocês juntos?- Sim. – Eu não queria falar disso, mas eu tinha que ser sincero com ela.- E por que você foi?- Porque ela me enviou um áudio chorando, dizendo que a vida dela tinha acabado e queria morrer e se eu não fosse encontrá-la ela ia se matar. Posso te mostrar a mensagem.- Não quero ver. – Samantha se virou pra frente e cruzou os braços, numa posição clarame
“Samantha”Depois que o Heitor saiu eu fiquei deitada em minha cama pensando. Talvez eu devesse perdoá-lo e não haveria nada mais simbólico que fazer isso no casamento da Cat e do Alessandro.Meu celular apitou na mesinha de cabeceira. Peguei e fiquei chocada com o que vi. Tinha chegado uma mensagem de um número que eu não conhecia, quando abri era uma foto do Heitor agarrado àquela puta. Ele estava com a mesma roupa que eu o vi sair daqui de casa, então aquela foto era de hoje. Olhei atentamente e isso era no estacionamento do Clube Social. Ai que ódio!Aquele cretino mentiu pra mim! Eu o mataria! Como ele foi tão cara de pau assim? Mas quer saber, eu não ia chorar mais. Cansei! Fui até a cozinhe e preparei um chá. Depois voltei pra cama e dormi.No dia seguinte acordei bem cedo, me arrumei e peguei minhas coisas, chamei um taxi e fui pra casa da Cat. E, claro, desliguei o celular! Não demorou muito para o celular da Melissa tocar.- O que foi, prostituto? – Melissa atendeu, era o He
“Samantha”Dona Haydèe me olhava com aqueles mesmos olhos verdes que os filhos tinham. Mas ela transmitia uma bondade que até me acalmava.- Você já sabe que o meu ex marido vale menos que nada, não é mesmo? – Dona Haydèe começou.- Ai, dona Haydèe, como uma pessoa tão boa como a senhora viveu casada com aquele porco tanto tempo?- Ah, filha, eram outros tempos. Meu casamento com o Reinaldo foi um negócio. Eu era a única filha de um milionário machista, que achou que me casar com o filho do seu melhor amigo era o melhor a se fazer. – Ela começou a contar. – Meu pai sempre soube do comportamento leviano do Reinaldo comigo, mas me dizia que isso era coisa de homem, me ameaçava que se o deixasse eu não teria apoio, ficaria na rua e perderia meus filhos. Então eu suportei.- Até que ele foi embora com outra. – Completei.- Sim! A essa altura, meu pai já estava com alzheimer e eu era a responsável legal por ele e por toda a sua fortuna. Quando meu pai ficou doente, eu me neguei a passar um
“Heitor”Eu quis arrancar a cabeça do Patrício por me tirar de perto da Samantha. Mas ele tinha descoberto porque ela estava chateada comigo.- Heitor, a Sam sabe. – Patrício falou tão logo entramos na biblioteca da casa do Alessandro.- Sabe o quê? – Perguntei sem entender.- Sobre ontem. Que você encontrou a Isabella no Clube. – Patrício explicou.- Como assim? – Eu estava confuso. Eu havia comentado com os caras, quando cheguei a casa do Patrício para o jogo de pôquer, sobre o rolo com a Isabella antes de ir pra lá.- Foi uma cilada, cara. A Isabella armou e você caiu. A Vanessa tirou uma foto da Isabella agarrada a você e mandou pra Sam. – Patrício explicou e aí tudo fez sentido.- E como você soube? – Perguntei.- Porque a ruivinha está surtando comigo, dizendo que se me pegar com a Vanessa arranca minhas bolas! Eu não estava entendendo nada, então a pressionei e ela contou. Mas ela disse que a Melissa acalmou a Sam e vai investigar. - Patrício estava inquieto. – Cara eu to com m