“Heitor”Samantha e eu ficamos muito tempo abraçados. Eu me perdi em memórias. Lembranças que eu queria enterrar bem fundo e não queria compartilhar com ninguém. Sentir que ela estava ali, me abraçando, me apoiando, de certa forma foi um bálsamo sobre toda aquela ferida aberta.Quando nos soltamos a olhei nos olhos, convicto de que se não fosse ela, não seria ninguém mais a ficar na minha vida, a estar ao meu lado, a me ajudar a deixar toda a dor causada pelo meu pai no passado.- Volta pra mim, Sam, pra sempre. – Pedi com um sussurro.- Heitor... – Ela suspirou. – Você foi pra esse tal haras com ela depois que eu peguei vocês juntos?- Sim. – Eu não queria falar disso, mas eu tinha que ser sincero com ela.- E por que você foi?- Porque ela me enviou um áudio chorando, dizendo que a vida dela tinha acabado e queria morrer e se eu não fosse encontrá-la ela ia se matar. Posso te mostrar a mensagem.- Não quero ver. – Samantha se virou pra frente e cruzou os braços, numa posição clarame
“Samantha”Depois que o Heitor saiu eu fiquei deitada em minha cama pensando. Talvez eu devesse perdoá-lo e não haveria nada mais simbólico que fazer isso no casamento da Cat e do Alessandro.Meu celular apitou na mesinha de cabeceira. Peguei e fiquei chocada com o que vi. Tinha chegado uma mensagem de um número que eu não conhecia, quando abri era uma foto do Heitor agarrado àquela puta. Ele estava com a mesma roupa que eu o vi sair daqui de casa, então aquela foto era de hoje. Olhei atentamente e isso era no estacionamento do Clube Social. Ai que ódio!Aquele cretino mentiu pra mim! Eu o mataria! Como ele foi tão cara de pau assim? Mas quer saber, eu não ia chorar mais. Cansei! Fui até a cozinhe e preparei um chá. Depois voltei pra cama e dormi.No dia seguinte acordei bem cedo, me arrumei e peguei minhas coisas, chamei um taxi e fui pra casa da Cat. E, claro, desliguei o celular! Não demorou muito para o celular da Melissa tocar.- O que foi, prostituto? – Melissa atendeu, era o He
“Samantha”Dona Haydèe me olhava com aqueles mesmos olhos verdes que os filhos tinham. Mas ela transmitia uma bondade que até me acalmava.- Você já sabe que o meu ex marido vale menos que nada, não é mesmo? – Dona Haydèe começou.- Ai, dona Haydèe, como uma pessoa tão boa como a senhora viveu casada com aquele porco tanto tempo?- Ah, filha, eram outros tempos. Meu casamento com o Reinaldo foi um negócio. Eu era a única filha de um milionário machista, que achou que me casar com o filho do seu melhor amigo era o melhor a se fazer. – Ela começou a contar. – Meu pai sempre soube do comportamento leviano do Reinaldo comigo, mas me dizia que isso era coisa de homem, me ameaçava que se o deixasse eu não teria apoio, ficaria na rua e perderia meus filhos. Então eu suportei.- Até que ele foi embora com outra. – Completei.- Sim! A essa altura, meu pai já estava com alzheimer e eu era a responsável legal por ele e por toda a sua fortuna. Quando meu pai ficou doente, eu me neguei a passar um
“Heitor”Eu quis arrancar a cabeça do Patrício por me tirar de perto da Samantha. Mas ele tinha descoberto porque ela estava chateada comigo.- Heitor, a Sam sabe. – Patrício falou tão logo entramos na biblioteca da casa do Alessandro.- Sabe o quê? – Perguntei sem entender.- Sobre ontem. Que você encontrou a Isabella no Clube. – Patrício explicou.- Como assim? – Eu estava confuso. Eu havia comentado com os caras, quando cheguei a casa do Patrício para o jogo de pôquer, sobre o rolo com a Isabella antes de ir pra lá.- Foi uma cilada, cara. A Isabella armou e você caiu. A Vanessa tirou uma foto da Isabella agarrada a você e mandou pra Sam. – Patrício explicou e aí tudo fez sentido.- E como você soube? – Perguntei.- Porque a ruivinha está surtando comigo, dizendo que se me pegar com a Vanessa arranca minhas bolas! Eu não estava entendendo nada, então a pressionei e ela contou. Mas ela disse que a Melissa acalmou a Sam e vai investigar. - Patrício estava inquieto. – Cara eu to com m
“Heitor”Depois de uma noite incrível com a mulher da minha vida, acordei com uma energia inexplicável. Eu teria o dia inteiro ao seu lado e estava animado com isso.Fui para a cozinha preparar o nosso café da manhã. Eu estava acabando de fazer a omelete quando senti seus braços ao redor do meu corpo e sua boca selar um beijo em minhas costas. Era uma delícia ser surpreendido assim. Virei a omelete no prato e me virei de frente pra ela, que ficou na ponta dos pés para me beijar.- Hum... – Gemi de prazer quando separamos nosso beijo. – Acho que essa casa é mágica!- Também acho que é! – Samantha sorriu. – Eu adoro esse lugar.- Então eu acertei, é aqui que vamos construir o nosso lar. – Falei entre os beijos que depositava em seu pescoço. – Quando você quer começar a decorar?- Decorar? – Samantha soltou uma gostosa gargalhada. – Eu ainda não te perdoei.- Mas vai, é questão de tempo e de que eu implore mais um pouco. – Falei sorrindo confiante pra ela. – Enquanto isso, você pode deco
“Samantha”Eu pensei que esse pesadelo tinha acabado, mas não tinha. O Rômulo ainda não tinha me esquecido. E minha mãe entregou a carta na frente do Heitor, eu sabia que ele tinha notado que fiquei nervosa, mas logo que chegamos ao meu apartamento ele perguntou. Era hora de contar pra ele o que estava acontecendo.Depois de ver que o Enzo e a Clara estavam bem instalados e já estavam na cama, tomei um banho rápido e encontrei o Heitor no quarto, sentado na cama a minha espera. Peguei a carta que minha mãe me entregou na bolsa e as anteriores na cômoda e fui para a cama.Abri a nova carta antes de falar e comecei a tremer e não contive as lágrimas. Era mais uma ameaça e agora também o ameaçava. Heitor me puxou para o seu peito e passou as mãos por minhas costas tentando me acalmar.- Posso ver essa carta? – Ele perguntou e eu aquiesci. Ele beijou o topo da minha cabeça e pegou a carta a lendo em voz alta. – “Sentiu minha falta, minha preta? Acho melhor você parar de se encontrar com a
“Manuela”Eu estava amando o meu novo trabalho. Trabalhar com o Heitor era ótimo também, mas aqui na presidência do Alessandro era outro nível. Eu tinha muito mais responsabilidades e era mais desafiador. Lá no Heitor eu trabalhava com vendas e era muito bom, mas eu já estava meio cansada de vender, então assumir essa função aqui era muito bom, porque eu não era só uma secretária, eu tinha mais atribuições.- Chaveirinho, estou gostando de ver sua dedicação. Você pega as coisas muito rápido! – Rick me elogiou enquanto me entregava uns papéis. – Já sabe o que fazer com isso.- Obrigada, Rick, eu estou muito feliz em estar aqui! – E eu estava mesmo, até aquele elevador se abrir.Saíram do elevador o delegado Bonfim e o delegado Moreno. Eu não via o Flávio desde que ele saiu da minha casa no sábado à noite. E ele veio rindo em minha direção. Minhas pernas já estavam bambas, ainda bem que eu estava sentada. Ele é um homem lindo, um gigante de mais de um metro e noventa, com aqueles braços
“Heitor”Depois de almoçar com a Samantha voltei para o escritório e chamei a Melissa em minha sala.- Fala, prostituto. Como foi o almoço com a Sam? – Melissa entrou e se sentou em minha frente.- Melissa, porque você não me contou sobre as cartas que a Sam recebeu daquele cara? – Perguntei seriamente.- Porque ela pediu para não contar, porque pegou você com outra. – Melissa falou calmamente e eu bufei.- Eu posso protegê-la, Mel. – Argumentei e foi a Melissa quem bufou agora.- Você foi um cretino com ela, Martinez! Acorda! – Melissa era cruel quando queria. – É porque a Sam é muito gente boa, porque se fosse comigo eu já tinha te aprontado uma das boas.- Melissa, não coloque idéias tortas na cabeça da Samantha! – Avisei.- Então se comporta, Martinez. Ou eu faço a Sam virar uma bruxa e te atormentar! – Melissa ria em diversão com o meu sofrimento. – O que você vai fazer para ajudá-la?- Pedi ao meu chefe de segurança para investigar e ver se consegue descobrir quem está enviando