“Anabel”O Rick era o tipo de homem por quem qualquer mulher se encantaria, e não só porque ele era lindo, mas porque ele sabia tratar uma mulher e fazê-la se sentir linda e especial. Ele se levantou do sofá e antes que eu me levantasse ele me pegou no colo e me levou para o quarto.Ele tirou o meu vestido, dizendo muitas vezes que eu era linda e o quanto ele era privilegiado por me ter ali. Ele jogou o meu vestido no chão e seus olhos ficaram vidrados na minha calcinha dourada brilhante. Ele foi gentil e carinhoso e com seus beijos e suas palavras gentis me fez esquecer aquela cena horrorosa que aconteceu no Clube Social. Pelo menos até a manhã seguinte.Acordei com o meu celular tocando sobre a mesinha de cabeceira. Eu nem me lembro de tê-lo colocado ali. Ainda era muito cedo e eu poderia ter tido mais um tempo de sono, porém o celular insistia em chamar. Só podia ter morrido alguém!- Alô! – Atendi com voz de sono e louca para fechar os meus olhos de novo.- Qual foi a bobagem que
“Donaldo”Eu me sentia culpado por tudo o que a minha irmã tinha que suportar. No início eu me calei e deixei que o meu pai fizesse o que queria, eu pensava que ele estava sendo pai apenas e tentando mantê-la na linha. Mas a medida que ele ficou mais agressivo eu percebi que ele não agia como pai, ele era um déspota cruel!Quando a nossa mãe se matou foi um choque, ela era uma mulher dominada pela amargura, o casamento deles sempre foi um completo desastre, ele sempre teve muitas amantes e minha mãe suportava tudo aquilo. Mas ela foi se entregando e a depressão em que caiu foi terrível. Eu estava fora na época, na faculdade e não soube muito bem o que havia acontecido, meu pai apenas disse que ela era uma mulher fraca e covarde e se matou porque queria chamar a atenção. Eu me perguntava que tipo de atenção ela chamaria estando morta.Quando eu voltei da faculdade a Anabel estava fora de controle. Completamente revoltada, isso fez com que eu acreditasse no que o meu pai dizia, que ela
“Ricardo”Encontrei o Patrício e o Alessandro sentados em minha sala quando cheguei ao escritório.- Aconteceu alguma coisa? – Observei a seriedade dos dois.- Nós soubemos o que aconteceu no Clube Social ontem, quando você e a Anabel estavam saindo. Como ela está? – O Alessandro perguntou. Eu sabia que havia preocupação ali.- Péssima. Foi muito desagradável e o pai dela ainda ligou hoje logo cedo. – Respirei fundo e me sentei.- O pai dela não é um homem muito fácil e a madrasta é uma mulherzinha do tipo sangue suga. O que nós podemos fazer por vocês? – O Patrício ofereceu. Eles estavam ali para me apoiar e me oferecer ajuda. Eu tinha os melhores amigos do mundo.- Não sei. Eu pensei em falar com a Melissa e o Moreno, ver se eles podem correr atrás dessa história pra mim. A Ana disse que não era ela no vídeo e eu acredito. – Eu os encarei.- Você já viu o vídeo? – O Alessandro me perguntou com total seriedade.- Ainda não. – Respondi pensando se eu iria querer ver esse vídeo.- Deve
“Ricardo”Eu peguei o celular e fiz a ligação para o meu pai. Enquanto o telefone chamava eu pensava em como abordar o tema dando o mínimo de informação possível. E ainda haviam quatro pares de olhos sobre mim que pareciam bastante ansiosos.- Ricardo! Me ligando logo cedo, não deve ser boa coisa. – Meu pai riu, embora de fato eu geralmente ligasse para os meus pais à noite, quando eles também estariam em casa e nós poderíamos conversar com tranquilidade.- Não posso ter saudade do meu pai? – Brinquei e ele riu mais.- Se sentisse tanta saudade assim do seu velho pai, viria visitá-lo. – Era uma cobrança justa. Desde que eu fui atrás da Taís eu não havia voltado para visitar meus pais. – Sua mãe sente sua falta.- E eu sinto falta de vocês mesmo, pai! Vou dar um jeito de ir vê-los, mas vocês poderiam vir passar uns dias comigo.- Sim, é uma possibilidade. Mas me diga, o que houve?- Pai, eu preciso de informação sobre uma pessoa.- Uma pessoa? – Meu pai pareceu desconfiado. Ele era um
“Ricardo”Eu estava ansioso esperando que o meu pai contasse logo o motivo da briga com o Lancaster, assim como os meus amigos que chegaram todos pra frente em suas cadeiras para ouvir o que o meu pai ia dizer. Parecia que ninguém sequer respirava ali.- Esse diabo não tinha onde cair morto e, veja bem, o problema não é esse, o problema é o quanto ele foi ingrato e cruel com quem estendeu a mão para ele. Ele se tornou o homem de confiança do pai da primeira esposa e se casou com ela, uma mulher delicada e gentil.- A mãe da Anabel e do Donaldo?- Isso. Antônia o nome dela. O pai dela confiava no Leonel e ficou tão feliz que entregou os negócios pra ele junto com a filha. Mas o Leonel nunca prestou. Ele desviava dinheiro da empresa do sogro e maltratava cruelmente a esposa. Agredir, trancar, deixar sem comida, sem água, ameaçar e dominar pelo medo, ele sempre fez essas coisas. E sempre teve muitas amantes. A esposa logo se tornou uma mulher triste e sem vida, deprimida. Na época eu cui
“Anabel”Eu já estava cansada de olhar para as paredes quando a mensagem do Rick chegou no meu celular dizendo que a Melissa, a Lisandra, a Samantha, a Manuela e provavelmente a Catarina, viriam conversar comigo e eu fiquei animada com isso, evitaria que eu ficasse pensando em como o meu pai me castigaria dessa vez.As garotas não demoraram a chegar e, como o Rick previu, a Catarina também estava com o grupo. Elas chegaram animadas, com grandes sorrisos e uma caixa com bolinhos de chocolate.- E aí, Anabel, como você está? – Melissa parecia a líder do grupo, quem organizava, capitaneava e distribuía tarefas.- Bem, Melissa. E vocês?- Preocupadas com você! – A Catarina parou em minha frente e me avaliou. – Pelas olheiras, você teve uma noite difícil.- Não, o Rick não permitiu que a noite fosse difícil. – Eu sorri.- Pode até ser, mas seu dia está péssimo, hein?! Olha o assassinato da moda, gente. Quê isso? Cabem umas três de você dentro dessa roupa. – A Samantha se aproximou rindo. –
“Ricardo”Eu cheguei em casa na hora do almoço e achei aquele lugar vazio demais. Eu tinha pensado em almoçar com a Ana, mas ela saiu com as garotas e eu estava bem contente com isso, sabia que com aquela tropa ela estaria segura e se divertiria. Depois eu pensaria em um presentinho para as meninas, elas eram incríveis, mas desde que descobriram que a Taís tinha me deixado elas foram ainda mais maravilhosas, me apoiaram de uma maneira que foi fundamental para eu me recuperar. E agora estavam acolhendo a Anabel no grupo, o que me deixava ainda mais feliz.Eu comi rapidamente o sanduíche que havia comprado pelo caminho e deixei sobre a mesa da cozinha uma caixa com mini brownies para a Anabel, queria que ela soubesse que eu estava pensando nela. Rabisquei um bilhete e deixei sobre a caixa. Foi o tempo exato e o interfone tocou, era o corretor. Eu não estava muito empolgado, sabia que poderia demorar a vender a casa, em regra nunca se vende para o primeiro interessado.- Rick, como vai?
“Ricardo”Assim que cheguei ao escritório, encontrei o Patrício e o Alessandro numa conversa animada com o Thales na recepção, os três pareciam bem satisfeitos com alguma coisa, mas não compartilharam o tema da conversa.- Vendeu a casa, Rick? – O Patrício me perguntou logo, curioso como sempre.- Sim, vendi. Foi mais rápido do que eu esperava. – Eu ainda estava meio atordoado com o casal pitoresco e o rápido negócio da venda.- Meus pais estão vindo e seus pais vão se hospedar em minha casa. – O Patrício estava apenas me comunicando. Conhecendo a Lucinda, ela já tinha decidido tudo com a Lisa.- Patrício, não se preocupe, meus pais podem ficar hospedados com uma das minhas irmãs. – Eu expliquei.- Aquelas doidas? Você sabe que não vai dar certo e você terá que sair de algum lugar de madrugada para evitar que a Madeleine cumpra a ameaça de se tornar andarilha. – O Patrício riu se lembrando da ameaça que minha irmã do meio sempre fazia.- Ela é uma exagerada. Não vive sem banho quente