“Ricardo”O dia passou depressa, eu havia mandado uma mensagem para a Anabel dizendo que não conseguiria encontrá-la essa noite e do escritório eu fui direto para o Clube Social.Nós estávamos sentados no salão do cassino do Clube Social, já havíamos jogado algumas partidas e implicado uns com os outros o suficiente para rirmos como adolescentes. O assunto favorito dos meus amigos era o meu recém envolvimento com a Anabel e eles resolveram apostar quanto tempo demoraria para eu me dar conta de que estava apaixonado. As apostas variavam de até o fim da semana ou até o fim do mês, mas o Nando foi ousado e disse que seria até o fim da noite, o que fez todos rirem.- Meu deus! – O Thales falou de repente e eu me virei para onde ele olhava.A Anabel tinha acabado de entrar no salão, ela usava um vestidinho super curto dourado, justinho e frente única, estava com o cabelo meio preso e um batom vermelho que deixava os seus lábios voluptuosos. Ela estava linda demais. Mas estava acompanhada d
“Ricardo”Eu soltei a Anabel e encarei aquele homem sem respondê-lo. Talvez ele também não estivesse disposto a abrir mão dela. Com certeza não estava. Ela era linda demais e cheia de vida, inteligente, encantadora. Claro que ele não abriria mão dela assim tão facilmente.Então eu percebi que ele estava me olhando com seriedade, mas havia um brilho de divertimento em seus olhos. Ele olhou para ela e sorriu.- Você não falou de mim para ele? – Ele perguntou para a Anabel e me deixou confuso.- Não, não falei. – Ela estava rindo e eu começava a não gostar do que estava acontecendo.- Meu caro, Donaldo! – O Alessandro se aproximou e cumprimentou o homem. Aquele nome deveria me dizer alguma coisa. – Que milagre é esse? Você não costuma aparecer por aqui.- Alessandro! Bom te ver. Eu estou passando um tempo com a minha irmãzinha. Ela queria me arrastar pra um desses bares lotados, mas eu a convenci a vir pra cá, achei que seria mais tranquilo. – O homem respondeu e eu percebi então a semel
“Anabel”Era um pesadelo o que acontecia sempre que ela me via. E agora, tudo o que ela disse na frente do Rick, me deixou arrasada. Mas ele me defendeu, mesmo sem saber quem é aquela mulher. Ele me colocou no carro e saímos do Clube Social. Eu estava nervosa, chorando e tremendo e não conseguia parar. Era sempre isso!O Rick me levou para a sua casa e quando chegamos, ele me colocou sentada no sofá. Eu não conseguia parar de chorar. Um desespero crescia dentro de mim a cada minuto ficando maior. Ele se afastou e quando voltou trazia uma xícara de chá.- Bebe, isso, amor! – Ele me entregou o pires e a xícara com carinho e se sentou na mesinha de centro, em frente a mim. – Calma, já passou e eu vou tomar providências para que não volte a acontecer.Ele passava as mãos pelas minhas pernas, um movimento suave de vai e vem que ia me aquecendo e o contato das suas mãos em minha pele ia me acalmando.- É-é e-la, Ri-rick! – Eu solucei pra ele.- A mãe da sua amiga, a que o marido traiu com u
“Anabel”O Rick era o tipo de homem por quem qualquer mulher se encantaria, e não só porque ele era lindo, mas porque ele sabia tratar uma mulher e fazê-la se sentir linda e especial. Ele se levantou do sofá e antes que eu me levantasse ele me pegou no colo e me levou para o quarto.Ele tirou o meu vestido, dizendo muitas vezes que eu era linda e o quanto ele era privilegiado por me ter ali. Ele jogou o meu vestido no chão e seus olhos ficaram vidrados na minha calcinha dourada brilhante. Ele foi gentil e carinhoso e com seus beijos e suas palavras gentis me fez esquecer aquela cena horrorosa que aconteceu no Clube Social. Pelo menos até a manhã seguinte.Acordei com o meu celular tocando sobre a mesinha de cabeceira. Eu nem me lembro de tê-lo colocado ali. Ainda era muito cedo e eu poderia ter tido mais um tempo de sono, porém o celular insistia em chamar. Só podia ter morrido alguém!- Alô! – Atendi com voz de sono e louca para fechar os meus olhos de novo.- Qual foi a bobagem que
“Donaldo”Eu me sentia culpado por tudo o que a minha irmã tinha que suportar. No início eu me calei e deixei que o meu pai fizesse o que queria, eu pensava que ele estava sendo pai apenas e tentando mantê-la na linha. Mas a medida que ele ficou mais agressivo eu percebi que ele não agia como pai, ele era um déspota cruel!Quando a nossa mãe se matou foi um choque, ela era uma mulher dominada pela amargura, o casamento deles sempre foi um completo desastre, ele sempre teve muitas amantes e minha mãe suportava tudo aquilo. Mas ela foi se entregando e a depressão em que caiu foi terrível. Eu estava fora na época, na faculdade e não soube muito bem o que havia acontecido, meu pai apenas disse que ela era uma mulher fraca e covarde e se matou porque queria chamar a atenção. Eu me perguntava que tipo de atenção ela chamaria estando morta.Quando eu voltei da faculdade a Anabel estava fora de controle. Completamente revoltada, isso fez com que eu acreditasse no que o meu pai dizia, que ela
“Ricardo”Encontrei o Patrício e o Alessandro sentados em minha sala quando cheguei ao escritório.- Aconteceu alguma coisa? – Observei a seriedade dos dois.- Nós soubemos o que aconteceu no Clube Social ontem, quando você e a Anabel estavam saindo. Como ela está? – O Alessandro perguntou. Eu sabia que havia preocupação ali.- Péssima. Foi muito desagradável e o pai dela ainda ligou hoje logo cedo. – Respirei fundo e me sentei.- O pai dela não é um homem muito fácil e a madrasta é uma mulherzinha do tipo sangue suga. O que nós podemos fazer por vocês? – O Patrício ofereceu. Eles estavam ali para me apoiar e me oferecer ajuda. Eu tinha os melhores amigos do mundo.- Não sei. Eu pensei em falar com a Melissa e o Moreno, ver se eles podem correr atrás dessa história pra mim. A Ana disse que não era ela no vídeo e eu acredito. – Eu os encarei.- Você já viu o vídeo? – O Alessandro me perguntou com total seriedade.- Ainda não. – Respondi pensando se eu iria querer ver esse vídeo.- Deve
“Ricardo”Eu peguei o celular e fiz a ligação para o meu pai. Enquanto o telefone chamava eu pensava em como abordar o tema dando o mínimo de informação possível. E ainda haviam quatro pares de olhos sobre mim que pareciam bastante ansiosos.- Ricardo! Me ligando logo cedo, não deve ser boa coisa. – Meu pai riu, embora de fato eu geralmente ligasse para os meus pais à noite, quando eles também estariam em casa e nós poderíamos conversar com tranquilidade.- Não posso ter saudade do meu pai? – Brinquei e ele riu mais.- Se sentisse tanta saudade assim do seu velho pai, viria visitá-lo. – Era uma cobrança justa. Desde que eu fui atrás da Taís eu não havia voltado para visitar meus pais. – Sua mãe sente sua falta.- E eu sinto falta de vocês mesmo, pai! Vou dar um jeito de ir vê-los, mas vocês poderiam vir passar uns dias comigo.- Sim, é uma possibilidade. Mas me diga, o que houve?- Pai, eu preciso de informação sobre uma pessoa.- Uma pessoa? – Meu pai pareceu desconfiado. Ele era um
“Ricardo”Eu estava ansioso esperando que o meu pai contasse logo o motivo da briga com o Lancaster, assim como os meus amigos que chegaram todos pra frente em suas cadeiras para ouvir o que o meu pai ia dizer. Parecia que ninguém sequer respirava ali.- Esse diabo não tinha onde cair morto e, veja bem, o problema não é esse, o problema é o quanto ele foi ingrato e cruel com quem estendeu a mão para ele. Ele se tornou o homem de confiança do pai da primeira esposa e se casou com ela, uma mulher delicada e gentil.- A mãe da Anabel e do Donaldo?- Isso. Antônia o nome dela. O pai dela confiava no Leonel e ficou tão feliz que entregou os negócios pra ele junto com a filha. Mas o Leonel nunca prestou. Ele desviava dinheiro da empresa do sogro e maltratava cruelmente a esposa. Agredir, trancar, deixar sem comida, sem água, ameaçar e dominar pelo medo, ele sempre fez essas coisas. E sempre teve muitas amantes. A esposa logo se tornou uma mulher triste e sem vida, deprimida. Na época eu cui