“Anabel”Eu abri o meu coração para o Rick, contei a ele coisas que eu não falava com ninguém, coisas que quando eu falei ninguém acreditou, mas ele não duvidou de mim, ele disse que acreditava e eu confiei nisso, o jeito que ele me olhou me deu certeza de que ele havia acreditado em mim.Pela primeira vez na vida, depois de toda aquela história torpe, alguém acreditava em mim. Nem o meu irmão, que me amava e demonstrou isso muitas vezes e que me apoiou tanto quanto pôde, nem ele me olhava como o Rick olhou, aquele olhar de fé e confiança.Foi impossível que o meu coração não saltasse no abismo de vez. Eu estava completamente apaixonada por aquele homem lindo e encantador e eu sabia que isso seria a minha salvação ou a minha infelicidade completa.O que estava acontecendo entre nós era bom demais para que eu resistisse e fosse o que fosse no final disso, eu preferi arriscar e ter o máximo dele que eu pudesse antes que ele se cansasse de mim. Não era possível resistir a ele, eu não con
“Ricardo”Acordei com o meu despertador estridente tocando na mesinha de cabeceira ao lado da cama em que a Anabel dormiu. Eu ainda usava um despertador, era um velho hábito que a modernidade dos smartphones não havia me tirado. Estiquei o braço sobre ela e desliguei aquela coisinha barulhenta.- Celulares possuem a função despertador! – Ela comentou sem se mexer ao meu lado.- Hum, eu tenho alguns hábitos antigos. – Eu dei um beijo em seu rosto e ela esfregou o corpo em mim e se virou.- É um brinquedinho bonitinho. – Ela me encarou com os olhos semi cerrados e um sorriso deslumbrante.- Você fez como as mulheres fazem naqueles filmes de comédia romântica? – Ela me olhou como se não tivesse entendido a minha pergunta. – Você acordou mais cedo e se levantou, penteou o cabelo, lavou o rosto, escovou os dentes e se maquiou e depois voltou para a cama?- Não. – Ela respondeu rindo.- Então eu estava certo, quanto mais bagunçada, mais linda você fica! – Eu examinei cada traço perfeito do
“Ricardo”Cheguei no trabalho e encontrei a Manu esperando o elevador. Ela tinha acabado de voltar da licença maternidade e tinha sido remanejada como assessora do diretor jurídico.- Mas olha só, assoviando logo cedo, Rick? – A Manu me observou com os olhos afiados.- Chaveirinho! Bom dia! – Eu dei um beijo em seu rosto. – Como está a pequena Açucena?- Imagino que dormindo no berçário que a Catariana e a Wanda criaram para manter todas as crianças. – A Manu riu.- E como está indo na sua nova função?- Eu estou amando, Rick! – Ela respondeu com um grande sorriso. – Mas não desconversa. Eu conheço essa alegria matinal, chegar cantarolando ou assoviando no trabalho... quem é ela?Eu estava surpreso com a pergunta da Manu. Somente o Alessandro e o Patrício sabiam do que estava acontecendo entre a Anabel e eu.- Ai, Manu. Não é nada demais, apenas que as coisas começaram a melhorar. – Eu tentei desconversar, pois sabia que quando o assunto chegasse aos ouvidos da Melissa ela iria se pre
“Ricardo”O dia passou depressa, eu havia mandado uma mensagem para a Anabel dizendo que não conseguiria encontrá-la essa noite e do escritório eu fui direto para o Clube Social.Nós estávamos sentados no salão do cassino do Clube Social, já havíamos jogado algumas partidas e implicado uns com os outros o suficiente para rirmos como adolescentes. O assunto favorito dos meus amigos era o meu recém envolvimento com a Anabel e eles resolveram apostar quanto tempo demoraria para eu me dar conta de que estava apaixonado. As apostas variavam de até o fim da semana ou até o fim do mês, mas o Nando foi ousado e disse que seria até o fim da noite, o que fez todos rirem.- Meu deus! – O Thales falou de repente e eu me virei para onde ele olhava.A Anabel tinha acabado de entrar no salão, ela usava um vestidinho super curto dourado, justinho e frente única, estava com o cabelo meio preso e um batom vermelho que deixava os seus lábios voluptuosos. Ela estava linda demais. Mas estava acompanhada d
“Ricardo”Eu soltei a Anabel e encarei aquele homem sem respondê-lo. Talvez ele também não estivesse disposto a abrir mão dela. Com certeza não estava. Ela era linda demais e cheia de vida, inteligente, encantadora. Claro que ele não abriria mão dela assim tão facilmente.Então eu percebi que ele estava me olhando com seriedade, mas havia um brilho de divertimento em seus olhos. Ele olhou para ela e sorriu.- Você não falou de mim para ele? – Ele perguntou para a Anabel e me deixou confuso.- Não, não falei. – Ela estava rindo e eu começava a não gostar do que estava acontecendo.- Meu caro, Donaldo! – O Alessandro se aproximou e cumprimentou o homem. Aquele nome deveria me dizer alguma coisa. – Que milagre é esse? Você não costuma aparecer por aqui.- Alessandro! Bom te ver. Eu estou passando um tempo com a minha irmãzinha. Ela queria me arrastar pra um desses bares lotados, mas eu a convenci a vir pra cá, achei que seria mais tranquilo. – O homem respondeu e eu percebi então a semel
“Anabel”Era um pesadelo o que acontecia sempre que ela me via. E agora, tudo o que ela disse na frente do Rick, me deixou arrasada. Mas ele me defendeu, mesmo sem saber quem é aquela mulher. Ele me colocou no carro e saímos do Clube Social. Eu estava nervosa, chorando e tremendo e não conseguia parar. Era sempre isso!O Rick me levou para a sua casa e quando chegamos, ele me colocou sentada no sofá. Eu não conseguia parar de chorar. Um desespero crescia dentro de mim a cada minuto ficando maior. Ele se afastou e quando voltou trazia uma xícara de chá.- Bebe, isso, amor! – Ele me entregou o pires e a xícara com carinho e se sentou na mesinha de centro, em frente a mim. – Calma, já passou e eu vou tomar providências para que não volte a acontecer.Ele passava as mãos pelas minhas pernas, um movimento suave de vai e vem que ia me aquecendo e o contato das suas mãos em minha pele ia me acalmando.- É-é e-la, Ri-rick! – Eu solucei pra ele.- A mãe da sua amiga, a que o marido traiu com u
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque