“Lisandra”Os dias foram passando e o Patrício e eu ainda não tínhamos nos resolvido e as nossas disputas diárias, com provocações e discussões, voltaram a ser como no início, como eram logo que ele voltou de viagem. Geralmente ele me chamava de garotinha mimada e eu ficava cega de raiva, depois ele deixava algo sobre a minha mesa como pedido de desculpas e eu devolvia e nós voltávamos a discutir. Era um ciclo infinito.Já havia se passado um mês desde que eu o flagrei com aquela mulher e descobri que estava grávida, mas minha gravidez ainda era um segredo. Eu também não havia buscado minhas coisas na casa dele, eu queria que ele as devolvesse e nós brigávamos por isso também. Eu confesso que cada vez que ele dizia que as minhas coisas estavam na “nossa” casa eu ficava balançada, mas quando ele me dizia que me amava e que não desistiria, eu tinha vontade de esquecer tudo e agarrá-lo.Para não ir trabalhar de tênia e moletom todos os dias, acabei conseguindo um uniforme como os das rec
“Lisandra”O Patrício me colocou no carro e dirigiu rapidamente para o hospital. Durante o percurso ele me observava e vez ou outra perguntava como eu estava me sentindo. Eu não queria que ele soubesse ainda da minha gravidez, mas eu não me preocupei, pois ele ficaria na sala de espera. Por outro lado, eu não poderia me consultar com o Dr. Molina, pois o Patrício poderia desconfiar, devido a especialidade do médico.O Patrício me deixou sentada enquanto estava passando as informações na recepção. Logo ele se juntou a mim e quando fomos chamados a recepcionista nos indicou o andar e o número do consultório. Só quando nos apresentamos para a secretária do médico foi que eu me dei conta de quem era aquele consultório e eu já estava prevendo outra cena.- Lisandra! – O Dr. Gabriel saiu do consultório sorrindo. – Parece que hoje é o meu dia de sorte.Ele não havia visto o patrício um pouco mais adiante pegando um copo de água pra mim, mas o Patrício se virou bruscamente e veio em direção a
“Patrício”Eu deixei a Lisandra no quarto e fui até a cozinha, dei instruções ao Romano para que mandasse o motorista buscar o bolo de nozes e pedi a Wanda que preparasse algo para a Lisandra comer.- Ela está de volta, Patrício? – A Wanda me olhou com a sugestão de um sorriso.- Sim, Wanda, ela está de volta e daqui ela não sai mais. – Meu sorriso era grande e o meu coração batia até descompassado no meu peito, tamanha a emoção que eu estava sentindo por tê-la ali outra vez.Conversei com a Wanda mais um pouco e quando voltei para o quarto a Lisandra estava de pé, em frente ao espelho do banheiro, penteando o cabelo. Ela estava usando um vestido verde claro larguinho e sem mangas e calçava chinelos da mesma cor do vestido. Eu me aproximei e a abracei, inspirando profundamente o seu cheiro.- Você não imagina a falta que você me faz! – Falei antes de dar um beijo em seu pescoço e ela se virou para mim.- Eu também sinto a sua falta! Mas eu fiquei tão magoada. – Ela sussurrou.- Eu sei
“Lisandra”A Wanda me olhava como quem soubesse de tudo. Eu fiquei um pouco nervosa. Me aproximei da porta para ter certeza de que o Patrício já tinha se afastado e quando vi que sim voltei para o balcão da cozinha.- Quando você vai contar pra ele? – A Wanda estava sorrindo.- Contar o quê Wanda? – Eu me fiz de desentendida, vai que ela estivesse só especulando. Mas eu estava só me iludindo, porque a Wanda já sabia de tudo.- Eu não sou boba, Lisa! – A Wanda me chamou a atenção. – Você está de quanto tempo?- Ai, Wanda! Dois meses. Descobri no dia que o flagrei no restaurante. – Respondi, pois a Wanda realmente sabia das coisas. – Como você descobriu?- Minha filha, esse seu apetite de leão, com desejo de comer uma coisa que você detesta, seu mal estar repentino de hoje e agora pipoca com calda de sorvete? Ah, Lisa, não sei como o Patrício não percebeu. – A Wanda tinha razão. – Então, quando você vai contar pra ele?- Não sei, Wanda. A gente acabou de se reconciliar e eu ainda não pe
“Lisandra”Acordei com o sol entrando pela janela. Um pouco confusa pelo sono, eu não me lembrava de ter ido para o quarto na noite anterior. Pisquei para me adaptar a luz e senti os músculos firmes do abdômen do Patrício sob a minha mão. Minha cabeça estava em seu peito e eu me virei para colar minha boca em sua pele, aspirando o seu cheiro delicioso e senti sua mão se mover em meu corpo.- Bom dia, meu doce! – Ele se mexeu, me puxando para ficar cara a cara com ele e me beijou. Como eu senti falta disso, de acordar ao lado dele e receber esse carinho pela manhã.- Eu não queria te acordar. – Passei a mão pelo seu rosto.- Eu já estava acordado. Eu estou tão feliz que eu fiquei com medo de dormir e quando acordasse tudo não tivesse passado de um sonho. – Eu me emocionei com suas palavras.- Não é um sonho, cariño, eu estou aqui! – Olhei nos olhos dele.- E nunca mais vai embora! – Ele não estava pedindo, ele estava decretando.- Não, não vou. Só vou pra casa. – Eu sorri, mas ele fech
“Lisandra”Eu abri uma pequena fenda em um dos olhos para ver a expressão da Manu. Ela me olhava com curiosidade, como se estivesse absorvendo o que eu havia dito. De repente, um sorriso brotou nos seus lábios e os seus olhos brilharam de emoção e eu abri os meus olhos mais confiante. Ela se levantou e me abraçou.- Sua boba! Por que eu ficaria brava? Lisa, isso é maravilhoso! Nossos filhos vão ser primos e vão crescer juntos! – A Manu estava sorrindo enquanto falava. – Minha nossa, o Patrício vai surtar quando souber! Ele vai ficar muito feliz.- Ai, Manu! Obrigada. Você é muito generosa. E eu espero mesmo que o Patrício fique feliz, porque nós nunca falamos sobre isso. – Eu suspirei.- Deixa de ser boba, ele te ama e até eu sei que o Pat sempre quis ser pai. Ai, meu deus, eu vou ser tia! E vou ser mãe! Ai é muito lindo isso! – A Manu estava genuinamente feliz e empolgada.- Eu espero que você continue feliz assim quando ouvir o que eu tenho pra contar... – A Olívia suspirou do outro
“Patrício”Eu estava nervoso, depois que a Lisandra me perdoou eu liguei para a Melissa e pedi que colocasse o plano do pedido de casamento em prática para o sábado. Já estava tudo pronto, era só fazer os ajustes da data. Mas o sábado chegou e eu estava nervoso, precisava que tudo desse certo e fosse perfeito.Mas tinha outra coisa me deixando apreensivo. No fundo eu ainda estava receoso de que a Lisandra me recusasse. Eu estava apavorado com a idéia de que ela me dissesse não.Eu passei a manhã acertando detalhes com a Melissa por telefone e quando ela apareceu em casa e quando ela apareceu em casa, eu respirei aliviado, pois ela trazia as últimas coisas que faltavam. Conforme havíamos combinado por telefone, ela havia entregado tudo ao Romano e ele deixou na cozinha. Ela manteve a Lisandra na sala e eu fui ver o que ela havia trazido. Era perfeito.Depois que a Melissa saiu eu comecei a colocar o plano em prática. Enquanto a Lisandra foi para o banho, eu fui até a cozinha e peguei a
“Lisandra”Quando eu vi o vestido sobre o banco no closet, eu sabia que o Patrício ia me fazer alguma surpresa e era óbvio que a Melissa sabia disso. Eu comecei a ficar ansiosa, e as lembranças do dia em que usei um vestido como aquele invadiram a minha mente.Era um vestido lilás tomara que caia, com o corpete justo e atrás era todo trançado de fita lilás. A saia era ampla e de um tecido leve, tinha muitas camadas e uma fenda que ia até o alto da coxa. Todo o tecido era salpicado de brilho, como se tivesse sido jogada purpurina nele.A sandália era de um tom mais escuro, em cetim, tinha uma tira sobre os dedos com um laço Chanel e outra tira fina que saía dela e atravessava sobre o pé até o tornozelo e fechava com uma tira fina em volta do tornozelo presa em um detalhe que subia do calcanhar. Era um conjunto lindo e eu me lembrei que eu nem cheguei à festa naquele dia, embora tenha me arrumado e esperado aquela festa com ansiedade.Eu estava ansiosa por aquela festa porque eu estava