“Patrício”Eu estava ajoelhado ali naquele barco, com o coração saindo pela boca, esperando a resposta da Lisandra. Eu estava começando a temer que ela fosse me dizer não, mas a emoção dela era tão transparente, não deixava dúvida de que ela estava feliz e que estava absolutamente surpresa. Mas ela não me respondeu.Ela se virou e pegou uma caixa que eu nem havia notado que estava ali, uma caixa que não fazia parte do que eu havia planejado. Ela colocou a caixa no colo, uma caixa branca com um laço dourado. Na tampa estava escrito em letras artísticas douradas “entrega especial”. Eu olhei aquilo curioso e então meus olhos encontraram os dela. Ela tinha o sorriso de quem está satisfeito por guardar um pequeno segredo.- Antes de te responder, eu quero te entregar isso. – Ela falou e me estendeu a caixa. – Eu quero que você saiba que não há amor maior do que o que cresce dentro de mim. A vida inteira eu sonhei com esse momento, mas nem nos meus sonhos ele foi tão perfeito. Eu te amo, ca
“Patrício”Depois de um tempo ali, eu coloquei a Lisandra sentada novamente, com cuidado. E depois me sentei e remei até a margem onde os amigos e a família nos aguardavam. Mas quando eu desci daquele barco, ali naquele pequeno ancoradouro, eu não era mais o mesmo homem que entrou nele na margem do outro lado. Agora eu tinha um propósito maior na vida e eu sentia como se o mundo fosse inteiramente novo.Nossas mães estavam eufóricas gritando que seriam avós, eu nunca havia visto a dona Inês assim, tão alegre e tão solta. Meu pai trazia a emoção nos olhos e me disse que eu havia ressignificado a vida dele quando eu nasci, mas que agora, se tornar avô, dava um novo colorido a tudo. Suas palavras me deixaram emocionado. Mas, entre todos os abraços emocionados e felizes que eu recebi, o do meu amigo, meu irmão da vida, foi o que mais me tocou.- Agora você sabe! – O Alessandro falou. – A vida é outra com os filhos. Nada que vivemos antes tem importância mais. E não há amor no mundo que su
“Lisandra”Eu estava encantada com aquele lugar que o Patrício comprou para nós dois, mas eu estava ainda mais encantada pelo homem a minha frente. Ele me carregou para dentro do quarto em seus braços e depois de um beijo que me roubou os sentidos, ele se dedicou a tirar o meu vestido. Ele parecia mesmo querer muito fazer aquilo. Ele deu a volta em mim e com gentileza e cuidado desatou o laço do corpete e começou a puxar as fitas.- Sabe, meu doce, eu perdi as contas de quantas vezes sonhei com você nesse vestido. – Ele falou baixo em meu ouvido. – Era perturbador. Eu sonhava com aquele primeiro beijo e acordava inquieto e aborrecido. Você era jovem demais e eu não podia te querer tanto. Mas agora...Lentamente ele começou a puxar as saias do vestido, resvalando seus dedos em minhas coxas e fazendo um arrepio de antecipação correr todo o meu corpo. Ele juntou todo o tecido das saias ao redor da minha cintura e se abaixou para morder de leve o lóbulo da minha orelha. Cada ação dele, ca
“Lisandra”O fim de semana no haras foram os últimos dias de paz e tranquilidade antes do casamento. A semana transcorreu agitada, com milhares de preparativos e a família me enlouquecendo. Eu já estava no ponto em que só pensava em casar logo para que toda essa loucura passasse ou que talvez nós devêssemos fugir e nos casar em segredo num cartório qualquer, só o Patrício e eu.A Melissa ficou eufórica quando eu mandei para ela a foto do lugar onde eu queria me casar e falei sobre a minha idéia. Ela achou o lugar perfeito e já estava cheia de planos. Ela era audaciosa e eu gostei do que ela sugeriu e juntas nós planejamos algo que eu fiquei até com medo de não conseguir realizar em cinco dias, pois era esse o prazo que teríamos. Mas a Melissa nem se abalou, ela tinha certeza que sairia tudo perfeito.Mas, de tudo, o que me deixou mais nervosa foi o vestido. Eu havia escolhido um modelo em tule e cetim, todo recoberto de lantejoulas brilhantes, com alças finas e decote quadrado. A saia
“Patrício”Eu tinha que admitir, a Melissa sabia o que fazia! Estava tudo muito lindo. Enquanto eu caminhava para o altar montado sob o flamboyant em frente ao lago, de braço dado com a minha mãe, eu admirava os arcos de madeira adornados com cascatas de flores e luzes sob os quais passávamos. Já era noite, mas a iluminação era perfeita e possibilitava ver com clareza cada detalhe.O corredor que levava ao altar, ladeado por compridos bancos de madeira, não tinha tapete, apenas pétalas de flores brancas espalhadas nas laterais complementadas por grandes velas dentro de recipientes altos de vidro. Postes de jardim foram espalhados para que houvesse luz o suficiente, criando um ambiente romântico e agradável. No lago haviam lanternas flutuantes, luzes pendiam do flamboyant e no altar um arco de flores. Foi ali que eu parei e esperei a minha amada.Todas as madrinhas, Mel, Paula, Manu, Cat e Sam, usavam vestidos em diferentes tons de lilás. Depois entraram os filhos do Alessandro espalha
“Lisandra”Estava tudo tão lindo! A cerimônia foi perfeita, principalmente com o Augusto me pegando completamente de surpresa ao me pedir para ser sua madrinha. Eu amo aquele garotinho, nós nos conectamos desde a primeira vez que nos vimos. Então, o seu pedido foi como um presente lindo que eu aceitei com alegria.Enquanto eu caminhava pelo corredor até o altar, a única coisa que eu via era o meu Patrício a minha espera, lindo naquele terno preto de três peças. Eu queria correr até ele! E no final da cerimônia, as coisas que ele me disse, me deixaram nas nuvens. Eu me senti tão amada pelo homem que eu amei a vida inteira e que eu pensei que nunca alcançaria, mas alcancei e agora ele era meu para sempre.No lugar arrumado para a festa, naquele campo verde logo abaixo do local da cerimônia, haviam grandes mesas de banquete, forradas de branco e lilás, ornamentadas com tiras de rosas brancas e lilases que formavam um corredor e haviam arcos que passavam sobre cada mesa, enfeitados de fol
“Patrício”Eu estava ansioso para tirar o vestido da Lisandra, então, assim que o avião decolou eu a levei para o quarto que tinha na parte de trás do avião. Eu não poderia esperar mais para começar a nossa lua de mel. Felizmente o vestido dela tinha um zíper, ao invés de uma fileira interminável de botões e quando eu o abri e o vestido caiu ao chão eu quase tive uma síncope. Ela usava um corpete de renda lilás, que mal cobria os seus seios e uma calcinha minúscula branca, com ligas lilases. Era sexy e atrevido, tão pequeno e tão bem ajustado que parecia apenas um desenho de renda em seu corpo perfeito. Eu era um homem de sorte. Eu fui ganancioso com o corpo dela durante aquela viagem e não houve um só centímetro dele que eu tenha negligenciado. Nossa lua de mel foi ainda melhor do que eu imaginei, dez dias na Espanha a mostrando todos os meus lugares favoritos naquele país.Mas nada, nem a lua de mel, nem a festa de casamento, absolutamente nada tinha sido melhor do que entrar em cas
“Lisandra”Os meses estavam passando depressa. O Patrício era o melhor e mais dedicado pai, estava sempre atento e cuidadoso. Como marido ele era mais perfeito que eu já tivesse sonhado e eu vivia a minha realidade que era muito melhor que um sonho.Mas eu via uma outra história começar. Eu via o Augusto sempre pendente da Marisol. Ele era louco por ela e sempre que podia ia lá pra casa e ficava horas olhando para a minha bebê. Minha mãe foi quem notou aquilo e chamou a minha atenção. Ela viu o cuidado e a preocupação do Augusto com a Marisol e sorriu.- Sabe, eu já vi esse filme. – Minha mãe falou.- Que filme, mãe? – Eu perguntei curiosa.- De um garotinho muito esperto que fica encantado com uma bebêzinha linda e não consegue ficar longe dela. – Minha mãe sorriu olhando para o Augusto sorrindo para a Marisol no carrinho de bebê.- Ele era assim comigo? – Eu ri.- Sim, o Patrício era exatamente assim com você. Ficava horas te olhando e sorrindo. Mas não tem novidade, ele ainda faz i