“Manuela”Eu fiquei muito aborrecida com o Flávio pela forma como ele falou com a Sam, mas no fim das contas eu até entendia ele estar preocupado com a minha segurança. Eu também não conseguiria ficar muito tempo brava com ele. Eu estava com saudade, dormi uma noite longe dele e já estava com saudade.Abri a porta do apartamento decidida a resolver esse situação, não ficaria brigada com ele. Ele já tinha até se desculpado com a Sam. Quando olhei em volta o apartamento estava todo escuro, achei estranho, pois já era para o Flávio estar em casa. Olhei ao redor e não vi nada, fui até a cozinha e estava tudo escuro. Fui até o quarto e o Flávio não estava lá.- Que estranho! Será que ele ainda não chegou? – Perguntei pra mim mesma.Deixei a bolsa no closet e tirei os sapatos os deixando por lá. Fui até o banheiro, tomei um banho e vesti uma das camisas dele, eu estava com tanta saudade que queria sentir o cheiro dele, então vesti a camisa. Já tinha passado da hora dele chegar. Eu ia ligar
“Manuela”Cheguei ao escritório cantando e sorrindo, achando que todas as cores estavam mais bonitas, o dia mais brilhante e que a vida era boa demais. Mas não seria de outra forma, depois da noite de amor que tive com o meu grandão que, finalmente, se declarou para mim.- Gente, mas esse delegado é mesmo um espetáculo! – Rick apareceu em frente a minha mesa sorrindo.- O amor é um espetáculo, Rick! – Sorri pra ele.- Explica, lindinha! – Ele sorriu e se sentou.- Ele me ama, Rick, ele me ama! – Falei toda empolgada.- E qual a novidade, Chaveirinho? – Patrício apareceu nesse momento. – Todo mundo já sabe disso.- Como assim, gente? – Olhei intrigada.- Só você e o Flávio que estavam com essa dúvida, porque todos nós já sabíamos que vocês se amam. – Patrício falou e eu olhei para o Rick.- Eu não disse nada. – Rick colocou as mãos abertas na frente do corpo como que para enfatizar que realmente não havia dito.- E precisava? É só ver como esses dois andam. – Patrício se sentou na outr
“Flávio”Minha vida com a Manu estaria perfeita se não fosse o fantasma da Sabrina assombrando meus pensamentos. Eu estava receoso de que a qualquer momento a Sabrina fosse procurar a Manu. A Manu me amava, mas eu não sei se ela suportaria isso, descobrir que eu fui casado e que de alguma forma eu ainda estava casado.Falei com o advogado e com a delegada essa semana, mas eles disseram que ainda demorará uns dias para terem alguma novidade pra mim. Só que eu estava muito nervoso e ansioso, preocupado demais e me sentindo acuado. E só piorou depois que a porta da minha sala foi aberta.- O que você está fazendo aqui? – Perguntei furioso.- Hoje é sexta feira, Flávio. Vim saber se você já despachou a ninfetinha. – Sabrina me olhou com o maior cinismo e passou a mão na cadeira antes de se sentar, como se verificasse se estava limpa. – Mas que lugarzinho horroroso essa delegacia, hein?!- Cai fora, Sabrina! Não enche o meu saco!- Ah, maridinho, não fala assim comigo não, se eu ficar estr
“Flávio”Bati a porta, acabei de colocar as malas na viatura e saí dali rumo ao aeroporto. Bonfim ao meu lado achava graça de tudo. Eu estava a beira de colapso nervoso. Sabrina atrás bufava e resmungava.- Flávio, isso é um ultraje. – Sabrina não parava de reclamar, se mexendo de um lado para o outro no banco, era irritante.- Moça, não fica se esfregando muito nesse banco não. Ontem a noite essa viatura transportou um bandido que estava foragido escondido no mato e ainda não deu tempo de lavar. Ele estava numa situação desagradável. – Bonfim falou e eu o olhei sabendo que ele estava inventando história para provocar a Sabrina.- Ah, foi nessa viatura que transportaram o Remela? – Perguntei inventando um nome qualquer e entrando na onda do Bonfim. Isso seria divertido.- Foi sim. E ele estava sem tomar banho há um mês, se escondendo no mato, revirando lixeiras. Soube que tiveram que raspar a cabeça dele e obrigá-lo a raspas todos os pêlos do corpo. – Bonfim falou e eu vi pelo Retrovi
“Flávio”Consegui despachar a Sabrina, mas eu continuava inquieto. Pensei bem e decidi ir a Campanário falar com meu pai e tirar essa história da Sabrina reaparecendo do nada a limpo. Eu iria no domingo, um bate e volta. Ia a Campanário, conversaria com meus pais e voltaria correndo para a minha baixinha. Era preciso enfrentar as feras.Só que eu não queria que a baixinha soubesse, não queria jogar essa história toda em cima dela. Então falei que estava de plantão. Eu odiava mentir pra ela, mas se contasse da Sabrina e que ainda estava casado a baixinha com certeza ia me deixar. Com todas as convicções dela, seria difícil convencê-la de que eu não tinha idéia de que a Sabrina conseguiu anular a sentença do divórcio e que de toda forma eu ia me livrar dela.Quando cheguei a Campanário, meu irmão estava me esperando, como combinamos.- Raul, meu irmão, obrigado por vir me buscar. Como você está? – Abracei meu irmão, que me abraçou de volta.- Cara, ser o filho mimado que não atende as e
“Flávio”Fomos para a casa dos meus pais e quando chegamos eles realmente se surpreenderam. Minha mãe abriu os braços e veio me receber.- Filho, você voltou, finalmente! – Ela me abraçou.- Não se engane, mãe. Vim só para conversar com vocês, volto hoje mesmo para Porto Paraíso. – Falei logo e ela colocou a mão em meu rosto.- Quando você vai entender que seu lugar é aqui? – Ela perguntou.- Não mais, mãe. – Respondi e cumprimentei o meu pai.- Pois eu acho que você vai mudar de idéia em breve. – Meu pai falou com um sorriso no rosto.- Você diz isso por causa da Sabrina, pai? – Dei um sorriso cínico pra ele. – Eu estou tentando entender como foi que ela conseguiu anular a sentença de divórcio.- Pelo que eu sei, você desistiu do divórcio porque ela estava grávida. E assinou todos os documentos pra ela. Mas aquela inconsequente viajou e perdeu o meu neto num aborto espontâneo. – Do jeito que o meu pai falou, parecia que ele realmente acreditava no tal aborto espontâneo.- É o que voc
“Flávio”Aquela situação tinha sido o estopim da minha indignação. Minha irmã estava em apuros e eu precisava ajudá-la de algum modo. Eu estava completamente irritado e comecei a falar alto, quem sabe eles acordariam daquele devaneio de casamento forçado.- Vocês dois não se dão conta do que estão fazendo? – Falei indignado assim que o irritante do Guilherme saiu. – Ele vai fazer a Lisa sofrer. Ele nunca vai largar essa vidinha de filhinho de papai inconsequente. Ele nunca vai tratá-la com respeito. Sabem quantas mulheres ele já agrediu? Querem que minha irmã seja uma delas?- Abaixa a voz, Flávio. Isso aqui não é aquela delegacia imunda! – Meu pai falou tão alto quanto eu. – Já disse, o casamento da sua irmã não é da sua conta. Mas o seu sim. E é bom que você volte para Campanário e assuma a sua esposa.- Mas nem que o inferno congele! – Respondi. – Não sei como a sentença de divórcio foi anulada, mas eu me divorcio de novo!- Pra quê, Flávio? Para continuar sua aventurazinha com aqu
“Flávio”A viagem de volta pareceu interminável. Eu tinha certeza que o meu pai estava tramando alguma coisa e que ele ia tentar interferir entre a Manu e eu. Eu precisava de um plano de contenção de danos urgente. No fim das contas, ir até os meus pais não tinha adiantado de nada. Eu estava com saudade da minha baixinha e agora sentia um medo absurdo de perdê-la.Cheguei em casa e estava tenso, nervoso até. Ela estava me esperando, já com a mesa posta para o jantar. A peguei pela cintura, sem dizer um a palavra, a tirei do chão e a beijei com urgência, um pouco de desespero e com o coração apertado. Ela me retribuiu com a mesma intensidade e passou as pernas ao redor da minha cintura.Não pensei em mais nada, eu só precisava estar dentro dela e senti-la minha. Eu a havia prendido contra a parede e tinha urgência dela.- Ah, baixinha, eu só quero me afundar no seu corpinho agora, só quero me sentir dentro de você. – Falei de olhos fechados com a testa grudada na dela, seus braços em m