CASAL 4 – TEORIA DO CAOS: O CEO IRRITANTE E A ASSISTENTE ATRAPALHADACapítulo 1: Voltando pra casa“Patrício”Quantas vezes podemos sofrer por amor? Eu ainda não sei, mas sei que podemos nos enganar muitas vezes.A primeira vez que eu sofri por amor eu tinha vinte e poucos anos, estava de casamento marcado, mas um mês antes do casamento a minha noiva simplesmente foi embora. Ela foi embora e me deixou para trás com o orgulho ferido e setecentos convidados para serem avisados de que não haveria casamento. Eu fiquei tão decepcionado, com tanta raiva, afinal, que tipo de pessoa simplesmente vai embora tinta dias antes do casamento e só deixa um recado dizendo que não vai se casar com você?Eu comecei a beber, não fazia mais nada, só bebia e me lamentava. Minha mãe, já sem saber o que fazer, teve a grande idéia de me aconselhar a viajar. Na verdade ela não aconselhou, ela me entregou uma mala e uma passagem só de ida para Portugal e me largou no aeroporto. Ela disse que viajar para um lug
“Lisandra”Eu tive uma noite horrível! O Patrício estava em todos os meus sonhos e eles iam desde beijos ardentes em uma linda praia até ele me colocando para fora da empresa a ponta pés, literalmente. Desde que eu comecei nesse trabalho eu estava sonhando muito com ele, isso parecia uma obsessão que eu não conseguia deixar. E tudo ficou ainda pior desde que ele me ligou e pediu para reservar o seu vôo de volta. Eu estava com os nervos à flor da pele. Ele chegaria no final da semana seguinte e iria direto para a fazenda da família da Manu, onde seria o casamento dela com o meu irmão.- Bom dia! – Falei como um zumbi quando entrei na cozinha e vi a Manu tomando seu café, com os olhos brilhantes de quem tinha tido uma noite maravilhosa.- Nossa! Você está péssima! – Ela me avaliou.- Ah, obrigada, cunhadinha! Pena que não posso dizer o mesmo de você! – Brinquei com ela, que riu e balançou a cabeça.- Patrício de novo? – Ela perguntou colocando a mão sobre o queixo para me ouvir.- Sim!
“Patrício”Quando o avião pousou em Porto Paraíso ainda eram cinco da manhã, o dia estava amanhecendo. Apesar de eu não me sentir tão cansado pela viagem, ainda era muito cedo para ir ao escritório. Fui para casa, mesmo não tendo muita pressa de voltar para aquela casa.Quando viajei eu contratei uma empresa de arquitetura e decoração para fazer uma grande reforma, eu não queria voltar para o mesmo lugar, não queria voltar para a casa onde vivi meses com a Virgínia, mas eu também não queria deixar aquela casa que eu gostava tanto e que já era minha há tanto tempo.Pedi um projeto que mudasse tudo e inclusive mudasse o meu quarto para outro lugar da casa. A empresa fez tudo em tempo recorde, desde reformas estruturais até móveis novos, tudo havia sido feito. Quando ficou pronto a empresa me mandou as fotos e parecia ser uma casa totalmente nova, pelo menos nas fotos. Eu esperava que o efeito pessoalmente fosse o mesmo e para minha satisfação foi exatamente o que senti logo na entrada,
“Patrício”Eu olhava para a Srta. Lisandra que estava de costas pra mim, saltitando ali em frente a mesa do Rick, parecendo agoniada. Era uma mulher alta, apesar do sapato preto de salto altíssimo que usava e que alongava suas pernas e as delineava. Ela usava uma saia cinza claro que ia até abaixo dos joelhos, bem ajustada ao corpo magro mas proporcional, evidenciando a cintura fina e aquele bumbum que só um cego não repararia, de tão perfeito. A camisa cor de rosa que compunha o seu traje era também bem ajustada ao corpo e ressaltavam os longos cabelos negros que iam até a cintura, cortados em camadas que formavam caracóis nas pontas e que esvoaçavam para todos os lados enquanto ela saltitava. Essa mulher não podia ser feia!- Ele voltou, Rick! O Patrício, meu chefe, ele voltou! E agora? Ele vai me demitir! – Ela estava aflita demais e saltava como uma pipoca. Como ela conseguia saltar com aquele salto?- Por que eu a demitiria, Srta. Lisandra? – Talvez eu tivesse causado na moça uma
“Patrício”Eu estava enfurecido! Sentia uma raiva correr pelas minhas veias como há muito tempo eu não sentia. Eu fui feito de idiota e não foi só por essa garotinha mimada, foi por todos os meus amigos. O que eles tinham na cabeça para me fazer de idiota assim?Entramos na sala da minha assistente, que era contígua a minha, e ela parou em sua mesa, um tanto reticente. Eu passei por ela e abri a porta da minha sala, voltando a encará-la.- Na minha sala! – Repeti, com uma raiva saindo pelos meus poros.Ela passou por mim de cabeça baixa e entrou em minha sala, parando a meio caminho da minha mesa. Eu fechei a porta atrás de mim e passei o trinco, ninguém iria interferir nisso. Caminhei em direção a ela e parei em sua frente, com as mãos no quadril, olhei atentamente o seu rosto, bem de perto, estava ali, na minha cara, ela tinha os olhos da mãe, os mesmos olhos negros profundos que o meu amigo tinha. Como eu não a reconheci? Eu examinei cada detalhe do seu rosto em breves segundos. El
“Lisandra”Eu quis que um buraco se abrisse no chão quando li o cartão no presente que o Patrício deixou sobre a minha mesa, quis sair correndo quando aquele entregador falou o meu sobrenome e quis morrer quando o Patrício fechou a porta da sala dele e começou a falar. Mas agora, agora eu queria matá-lo! Como ele podia ser tão babaca assim? E todo mundo ficava repetindo pra mim que ele era um cara legal, que ele era o máximo. Ele era o máximo de um babaca, isso sim.Como ele se atrevia a se referir a mim daquele jeito, me chamando de mentirosa, de garotinha mimada, bichinho do mato! Quem ele pensava que era? Ah, mas ele não ia proferir nem mais meia ofensa contra mim.Eu realmente ia me demitir, facilitaria a coisa para nós dois, mas ele tinha que mostrar o babaca que ele era, não poderia ter só aceitado que eu estava tomando uma boa decisão. Mas aí ele disse que eu não cresci, que eu continuava sendo uma garotinha pronta para fugir e me esconder. Ah, Sr. Guzman, você não tem idéia do
“Patrício”Saí da minha sala e minha assistente não estava em seu posto de trabalho. Olhei sobre a mesa dela a caixa de bombons e vi o cartão. Ah, mas a garotinha já tinha um fã! Eu teria que resolver isso, por mais que ela fosse irritante, eu não poderia deixar qualquer um se aproximar, ela era irritante, mas era irmã de um amigo. Eu coloquei o cartão sobre a mesa no momento em que ela entrou.- Deseja alguma coisa, Sr. Guzman? – Essa garotinha tinha se tornado atrevida. Era até engraçadinha assim.- Que você esteja no seu posto de trabalho e não perambulando por aí. – Ela aprenderia a ser responsável, eu me encarregaria disso.Ela passou por mim, esbarrando de leve no meu peito, me deixando sentir seu perfume mais uma vez, e se sentou, guardou o cartão e os chocolates na sacola e tirou de cima da mesa, colocando sobre o móvel que ficava atrás da cadeira. Então ela ligou o computador, como se eu não estivesse mais ali. Eu saí da sala dela e parei na recepção, encarando a Manu.- Por
“Patrício”Eu voltei do almoço mais tranquilo. Ouvi tudo o que os meus amigos tinham a dizer e entendi que eles se divertiram as minhas custas. Eu estava bem com isso, teria feito o mesmo no lugar deles. Mas a Srta. Lisandra, essa não estava perdoada e eu faria a vida dela bem difícil enquanto trabalhasse pra mim.Até que numa coisa eu tinha que dar razão ao Alessandro, ela parecia ser realmente boa no trabalho, pelo menos tinha sido muito diligente em todas as vezes que a solicitei alguma coisa e pelo telefone ela era até muito simpática.Passei pela mesa da minha assistente e ela estava concentrada em algo que digitava no computador, sequer desviou os olhos da tela para me olhar. Sobre a sua mesa, a caixa de bombons que ela havia ganhado estava aberta, mas eu não via por ali os turrones que eu trouxe para ela. Ela preferiu aqueles bombonzinhos aos doces espanhóis que eu havia lhe dado? Isso me ofendeu um pouco.Entrei em minha sala e antes de passar pela porta eu vi a sacola colorid