“Samantha”Depois da noite com as meninas eu estava me sentindo melhor. Conversei com a Catarina pela manhã e o Miguel já tinha confirmado o cinema comigo mais tarde.Meu telefone soou em cima da mesa e quando atendi era da recepção, me informando que a Clara, sobrinha do Heitor, estava lá para me ver. Achei estranho e liberei a entrada dela. Catarina estava na minha mesa quando o elevador se abriu e lá de dentro saiu aquela menina linda, vestida com roupa de balé, de cabelinhos loiros presos em um coque com franjinha e imensos olhos verdes como os da mãe e do tio.- Tia Sam! Eu estou com saudade de você! – Clarinha veio a mim com movimentos leves e graciosos.- Meu amor, mas eu também estou com saudade de você! – A abracei e depois que nos soltamos falei: - Deixa eu ver, você está linda de bailarina!- Obrigada, tia! Eu estava na aula e passei por aqui antes de ir pra casa. – Clara respondeu toda fofa.- Vem, deixa eu te apresentar minha amiga Catarina. Ela é a namorada do Alessandro
“Enzo”Enquanto meu tio e eu esperávamos no carro a Clara fazer a entrega pra tia Sam, resolvi já ligar pra Luna, a convidei para o cinema e ela topou de cara. Aí falei pra ela convidar a irmã pra ir com a gente. A irmã da Luna tinha uns vinte e um anos e já estava na faculdade de odontologia, era a pessoa mais simpática do mundo e não ficava de frescura porque era mais velha. E hoje eu precisava dela. Luna falou que ia ver se ela queria ir.Foi um golpe de sorte eu ver a notificação da mensagem da tia Sam no celular da Mel quando ela tinha saído da sala, falando em qual cinema e qual filme ela iria assistir com o tal Miguel.Assim que desliguei o telefone a Clara entrou no carro e entregou o bilhete da tia Sam para o tio Heitor.- O tio Alessandro, o tio Patrício e o tio Rick me viram lá. Dá um jeito deles não falarem para os meus pais e faz isso rápido, porque o tio Patrício é bocudo que nem o Enzo. – Clara já foi falando.- Tá ficando folgada, hein, irmãzinha! – Reclamei com ela.-
“Samantha”Achei tão estranho encontrar o Enzo ali no shopping e pra ver o mesmo filme que a gente. Se o Heitor estivesse junto eu diria que era armação, mas o Enzo estava com a namorada e a irmã dela. Só que o curioso é que a irmã da namorada dele conhece o Miguel e ele quase teve um treco quando a viu. Onde será que eu estou me metendo de novo? É melhor eu me informar.No fim das contas, gostei bem de passar aquele tempo em grupo. As meninas são muito simpáticas, a Ivy é muito engraçada e muito comunicativa, então não ficou esquisito eu estar ali com um cara e o sobrinho do meu ex namorado. Mas tinha algo rolando.Enzo insistiu pelo material de matemática que eu tinha oferecido vários dias atrás, quando fomos tomar um café. Aí o Miguel foi embora e os garotos subiram.- Enzo, aqui os materiais. – Busquei os livros e apostilas no quarto e entreguei pra ele. – Agora me conta, que coincidência foi essa hoje?- Foi muito legal, né, tia?! A gente se encontrar assim, do nada. Isso é que é
“Samantha”Voltei para o escritório apressada, quando cheguei o caos estava armado. Rapidamente o Rick me explicou que haviam seqüestrado o Pedro.- A Cat precisa de você! – Rick falou. – O Heitor já está a caminho com as garotas e a Taís também já está vindo.- Ótimo, Rick. E o que mais eu posso fazer? –Perguntei.- As coisas aqui vão ficar caóticas. Cuide da Cat e libere toda a agenda da presidência. Resolva o máximo de coisas possível para que o Alessandro e o Patrício fiquem por conta dessa situação. Se precisar de ajuda fala comigo. – Rick orientou e eu me sentei para trabalhar. – Não deu tempo de você almoçar, né?- Não deu não, Rick, mas depois eu peço alguma coisa e como por aqui.- Vamos fazer melhor, vamos providenciar um brunch aqui, pra ficar à disposição o tempo inteiro, assim ninguém deixa de comer. – Rick falou e achei uma excelente idéia.- Isso é bom. O que quer que eu faça? – Perguntei.- Ligue para o buffet e peça que eles providenciem tudo para em no máximo uma hor
“Heitor”Eu não estava nem acreditando. Era a primeira vez em muitos dias que eu tinha algum sinal de que a Samantha me perdoaria. Quando entrei naquele elevador e abri o cartão eu quis sair dali e beijá-la, mas a porta já estava se fechando.Samantha havia escrito “me faça acreditar”, eu não precisava de mais para ter esperança e saber que eu ainda tinha chance de reconquistá-la. Haviam apenas três palavras ali, mas diziam muito mais do que parecia.Fui a uma reunião que eu não havia conseguido adiar e voltei para a empresa do Mellendez o mais rápido que pude, mas antes passei no shopping e comprei umas coisas.Na confeitaria, pedi a atendente que ajudasse a montar a caixa. Ela colocou os doze botões de rosas vermelhas e entre os caules colocou a garrafa de licor de marula e em volta da garrafa colocou vários bombons de morango. Fechou a caixa e passou artisticamente um laço de fita vermelha. Afixei sobre a tampa o cartão que dizia “Vou fazer o que puder para mostrar que posso ser o
“Samantha”Heitor me puxou para dentro daquela casa e eu não podia acreditar no que meus olhos viam. Era uma casa linda e enorme, mas o que tomou de surpresa os meus olhos foi o que tinha dentro. Não haviam móveis, mas havia uma infinidade de rosas vermelhas, luzes em forma de velas e balões de coração no teto.No centro da sala haviam tapetes felpudos em tons claros e muitas almofadas coloridas, em tons vibrantes e tamanhos variados, e uma mesa com morangos, bombons e um vinho no gelo. Heitor repetiu o gesto que teve em uma das nossas melhores noites. Ele era exagerado, clichê e dramático, mas dessa vez ele havia levado as coisas a um nível muito alto.- De quem é essa casa? – Me virei pra ele, ainda impressionada com tudo aquilo.- É a nossa casa. – Heitor se aproximou.- Acho que eu não entendi. – Eu estava completamente perplexa com o que via, tanto que meu cérebro parecia inerte.- Sam, comprei essa casa há uns cinco anos, antes dos pais do Alessandro morrerem. Meus amigos morava
“Heitor”Samantha e eu ficamos muito tempo abraçados. Eu me perdi em memórias. Lembranças que eu queria enterrar bem fundo e não queria compartilhar com ninguém. Sentir que ela estava ali, me abraçando, me apoiando, de certa forma foi um bálsamo sobre toda aquela ferida aberta.Quando nos soltamos a olhei nos olhos, convicto de que se não fosse ela, não seria ninguém mais a ficar na minha vida, a estar ao meu lado, a me ajudar a deixar toda a dor causada pelo meu pai no passado.- Volta pra mim, Sam, pra sempre. – Pedi com um sussurro.- Heitor... – Ela suspirou. – Você foi pra esse tal haras com ela depois que eu peguei vocês juntos?- Sim. – Eu não queria falar disso, mas eu tinha que ser sincero com ela.- E por que você foi?- Porque ela me enviou um áudio chorando, dizendo que a vida dela tinha acabado e queria morrer e se eu não fosse encontrá-la ela ia se matar. Posso te mostrar a mensagem.- Não quero ver. – Samantha se virou pra frente e cruzou os braços, numa posição clarame
“Samantha”Depois que o Heitor saiu eu fiquei deitada em minha cama pensando. Talvez eu devesse perdoá-lo e não haveria nada mais simbólico que fazer isso no casamento da Cat e do Alessandro.Meu celular apitou na mesinha de cabeceira. Peguei e fiquei chocada com o que vi. Tinha chegado uma mensagem de um número que eu não conhecia, quando abri era uma foto do Heitor agarrado àquela puta. Ele estava com a mesma roupa que eu o vi sair daqui de casa, então aquela foto era de hoje. Olhei atentamente e isso era no estacionamento do Clube Social. Ai que ódio!Aquele cretino mentiu pra mim! Eu o mataria! Como ele foi tão cara de pau assim? Mas quer saber, eu não ia chorar mais. Cansei! Fui até a cozinhe e preparei um chá. Depois voltei pra cama e dormi.No dia seguinte acordei bem cedo, me arrumei e peguei minhas coisas, chamei um taxi e fui pra casa da Cat. E, claro, desliguei o celular! Não demorou muito para o celular da Melissa tocar.- O que foi, prostituto? – Melissa atendeu, era o He