“Nicole”Mas o Reinaldo é um idiota mesmo! A gente tinha um plano, por que ele não pode seguir o plano? E quem é essa doida que está batendo nele como se ele fosse um boneco de pano? Droga, os seguranças! É melhor eu ir lá e salvar o donzelo. Arranquei o carro, parei em frente onde ele estava e buzinei, o idiota conseguiu se soltar daquela doida e entrou no carro.- Acelera, Nicole! Acelera, que essa maluca não foi vacinada! – Reinaldo estava ofegante, descabelado e com o Nariz quebrado. Eu não me agüentei e comecei a rir.- Cara, quem é essa maluca? – Eu não me agüentava de rir.- Essa é a Melissa Lascuran, filha de um ricaço e assessora do seu queridinho Heitor.- Filha de um ricaço brigando como se tivesse cumprido pena? Quando a gente acha que já viu de tudo... Ela te deu uma bela surra. – Ri da cara de desgosto dele se olhando no espelhinho do quebra sol do carro.- Essa vadia quebrou o meu nariz! Anda, me leva pra um hospital. Um mais afastado, que é pra passar despercebido.- P
“Samantha”Mais uma semana passou voando. As meninas e eu já estávamos com tudo pronto para o casamento e no fim de semana seguinte seria minha despedida de solteira. Érica e Emília estavam muito empolgadas com isso.Heitor havia me avisado mais cedo que chegaria mais tarde em casa, pois o Patrício organizou um jogo de pôquer de última hora. Eu pensei em ir jantar com a minha mãe e o Joaquim, há dias eu não os via. Pensando nisso, quase na hora de sair do escritório peguei o telefone para ligar, mas antes que eu apertasse o botão para fazer a chamada, o mensageiro da empresa parou em minha mesa e me entregou um cartão com uma rosa vermelha.Isso só podia ser coisa do Heitor, sorri pensando nisso. Abri o cartão e tinha uma mensagem digitada:“Minha deusa, estou com saudade. Me encontre no Hotel Savoy, quarto 1575, às dezenove horas. Tenho uma surpresa pra você.”Ah, meu lindo sabia que eu adorava uma surpresa. Qual será a extravagância que ele preparou agora? As surpresas do Heitor era
“Heitor”O Patrício marcou o pôquer na casa do Rick, queria animá-lo, pois desde que a Taís viajou o Rick andava muito cabisbaixo. Foi só por causa do Rick que eu aceitei vir, não poderia deixar na mão um amigo que sempre me ajudava. Mas eu não pretendia demorar, estava inquieto e louco para chegar em casa e ver a Samantha.Estávamos no meio de uma partida, eu não conseguia me concentrar, tinha algo me incomodando e eu nem sabia o que era. O Enzo estava me ligando e isso era enervante, as duas primeiras ligações eu deixei ir para a caixa de mensagens, mas na terceira eu me preocupei de que o garoto tivesse se metido em algum problema.- O que foi, Enzo? – Respondi ríspido.- Oi, tio. Eu estou bem, obrigado por perguntar. E você, como vai? – Enzo era sarcástico assim sempre que eu o atendia mal humorado.- O que você quer, garoto? Pela sua voz está tudo bem.- É, está. Mas eu fiquei curioso com uma coisa.- Enzo, aprenda a ir direto ao ponto, não enrola. – Passei a mão na testa sentind
“Heitor”Após examinar a Samantha o Molina lhe deu um remédio para que ela relaxasse, de acordo com ele, ela dormiria até o dia seguinte. Deixei a porta do quarto aberta e o Canela deitado aos pés da cama a vigiando e desci para falar com os outros.- Como ela está, filho? – Minha mãe correu em minha direção.- Muito abalada, mãe. O Álvaro deu um remédio e ela dormiu, ele disse que ela vai dormir até amanhã. – Respondi e minha mãe colocou a mão no meu rosto.- E você, como está? – A preocupação estava nos olhos da minha mãe.- Não sei te dizer. Tem uma mistura de sentimentos dentro de mim e nenhum deles é bom. – Falei a verdade, eu me sentia cansado, exaurido, mas eu queria matar o Reinaldo.- Calma, cara, esse merda está preso e não vai sair tão cedo da cadeia. – Flávio colocou a mão em meu ombro.- Obrigado, Flávio, se não fosse você eu não teria chegado a tempo. – Agradeci por ele ser um lunático e dirigir como se quisesse se matar.- Nada a agradecer. – Ele sorriu. – Mas eu precis
“Samantha”Abri os olhos e o quarto estava escuro, o que era estranho, pois eu estava me sentindo descansada, como se tivesse dormido por horas. A bem da verdade, eu gostaria de dormir por uma semana e quando acordasse saber que o terror que vivenciei ontem não passou de um pesadelo. Mas não era assim, infelizmente foi real.Quando fecho os meus olhos, chego a sentir a gastura pelo toque das mãos do Reinaldo em mim. No fundo da mina garganta o nó que se formou com o medo do ataque daquele monstro, ainda não se desfez por completo. Por mais que eu não quisesse imaginar, eu sabia bem o que teria acontecido comigo se o Heitor não tivesse chegado. Eu nem sei como ele chegou, como me encontrou. A única coisa que sei é que ele chegou em tempo e evitou o pior, ele me salvou.Me encolhi na cama vendo seu lado vazio. Puxei seu travesseiro contra o meu corpo e o abracei sentindo o seu cheiro. Por que ele não está aqui? Será que depois de ver o pai dele me agarrando não vai mais conseguir ficar
“Samantha”Depois de um banho revigorante, eu já estava me sentindo bem melhor e mais animada. Quando me sentei à mesa para o café da manhã, senti minha barriga reclamar de fome. Tomamos o café rindo e conversando sobre coisas cotidianas, com o Enzo alimentando o Canela escondido debaixo da mesa com pequenos pedaços de tudo, como se não estivéssemos vendo.Eu havia passado por algo horrível na noite anterior, mas estar ali cercada por aqueles três se desdobrando em atenção e carinho e se esforçando para me fazer rir era um bálsamo sobre a minha quase tragédia. Era muito bom tê-los por perto e melhorava muito o meu estado de ânimo.- Sam, o que você acha de almoçar no clube? Só nós quatro? – Heitor sugeriu e eu gostei da idéia.- No Clube Social? – Perguntei.- Não, no clube esportivo. O restaurante de lá é ótimo e tem uma área verde integrada, acho que pode ser agradável. – Heitor insistiu.- Também acho. Vamos sim. – Concordei.As crianças também gostaram da idéia e seria algo difere
“Samantha”Com o passar dos dias a lembrança do ataque do Reinaldo que sofri foi se dissipando e se tornando apenas um momento muito ruim no fundo da minha mente. Eu já não ficava pensando sobre o ocorrido e já não tinha pesadelos.O Rômulo tinha sumido, isso deveria me deixar tranquila, mas eu sabia que ele ter me deixado em paz por uns dias significava que ele estava armando alguma coisa e isso me deixava receosa. E a tal Nicole, que agora aparecia com freqüência perto do prédio da empresa, não me deixava esquecer que o Rômulo ainda era uma ameaça.Para deixar a situação mais tensa, a Isabella resolveu marcar presença na minha vida também e isso já estava ficando enervante. A patricinha puta agora fazia escândalos onde me encontrava e também, de acordo com o que a Melissa me contava, ela andava atrás do Heitor, mesmo ele tendo proibido a entrada dela na empresa, ela o cercava do lado de fora.Mas nem a Isabella e nem a Nicole me metiam medo, apenas o Rômulo me assombrava agora. Mesm
“Samantha”Foi muito difícil acalmar o Heitor, quando liguei contando o que houve na lanchonete ele queria que eu me demitisse imediatamente e convencê-lo de que eu estava segura dentro da empresa levou muito tempo.Eu sabia que ele sairia do escritório correndo para ir até o meu trabalho de novo, isso estava se repetindo com muita frequência. Mas, felizmente já estava no final do dia, de modo que o trabalho dele não ficaria deixado de lado mais uma vez por minha causa.Heitor chegou em menos de meia hora, se apoiou em minha mesa e olhou dentro dos meus olhos, sua irritação era palpável.- Samantha, isso de você estar trabalhando e se expondo ao perigo já não me agradava antes, estando grávida me agrada muito menos. Nós deveríamos repensar isso. – Heitor apoiou as duas mãos sobre a minha mesa e já foi falando o que lhe incomodava.- E você pretende que eu fique trancada em casa? – Perguntei calmamente. – Porque isso não vai acontecer.- Sam! – Heitor se jogou na cadeira em frente a mi