CARMINEConstantemente olho a hora no celular sob a mesa para o professor não notar. Estou ansiosa para sair dessa sala. É quando vejo que chegou uma mensagem.“Podemos conversar depois da aula?”É de Nick.Respondo que sim rapidamente, pois quero saber porque ela anda tão estranha ultimamente.Assim que o sinal toca, me viro para Raoul.— Eu vou ficar um pouco pra conversar com a Nick.— Então me dá um beijo. Só vou te ver à noite.Olho ao redor e vejo que o professor já foi e os alunos estão saindo.Rapidamente, colo nossos lábios em um selinho.— Isso não é beijo — reclama.— É um aperitivo. Pra você ficar desejando mais.Ele sorri de um jeito que me deixa úmida.— Funciona.Sorrio também e levanto.— Vamos, te levo até a porta. — Vejo que Nick já saiu. Ela deve estar me esperando lá fora.Ao chegar na porta sou pressionada contra o batente e sou envolvida por um beijo que me tira as forças das pernas.— Com certeza fiquei desejando mais.Raoul se vai com um sorriso vitorioso.Fico
Estou sorrindo feito boba.Segui o conselho de Nick e vou aproveitar o meu encontro sem pensar no quanto quero arrancar a pele de Kaio bem devagar. Ele não vai estragar ainda mais nossas vidas. A minha amiga vai denunciá-lo e eu estarei ao lado dela.Agora só vou pensar que em alguns minutos estarei em meu primeiro encontro com meu melhor amigo/namorado.Ainda custo a acreditar que Raoul fez aquilo na quadra. Foi vergonhoso... e eu amei cada segundo. Ter Raoul Seven fazendo aquele papel ridículo só para me agradar foi tudo. Só lamento ter ficado hipnotizada ao ponto de não ver os olhares de ódio e de inveja. Agora sim aquelas vadias podem falar o quanto quiserem.Enquanto escolho um dos meus vestidos vermelhos, fico voltando naquela cena várias vezes.Me lembro da última briga com uma líder de torcida. O que ela falou mesmo? Ah sim, que Raoul a chamou de Vermelha enquanto ela estava com a boca no seu pau. Ele já pensava em mim.— Assim vai rasgar a boca. — Ouço a voz da minha mãe e ve
RAOUL— Pai, tem alguns minutos? — encontro meu pai sozinho na sala quando chego do colégio.— Claro.Jogo minha mochila sobre o sofá e me sento na mesa de centro.— Quero seus conselhos para um primeiro encontro.— Me diz, o que planejou?— Jantar em um restaurante beira-mar e a nossa primeira vez.— Entendo. — Ele leva a mão ao queixo, pensativo. — Vou te dar algumas dicas. Primeiro: agrade os pais dela. Flores, vinho... algo assim.— Verdade, Carmine gosta muito dos pais. Isso vai ser legal.— Outra coisa, seja paciente. Deixe as coisas rolarem no tempo dela. — Sorrio. — O que foi?— Ela quer as coisas na velocidade da luz.— Jovens! — papai ri e pega o celular. — Entra no grupo.Quando abro tem uma mensagem dele.Pai: “Quero todos na concessionária do shopping agora.”Levanto a sobrancelha.E ele apenas diz:— Vem comigo.Eu realmente passei a tarde toda desejando mais de Carmine. Ela tem sorte que sou um namorado esforçado. Não atrapalharia sua amizade com a única pessoa que pare
RAOULJantar = Ok.Caminhada romântica = Ok.Agora estou caminhando com Carmine pelos corredores do luxuoso hotel até o quarto que reservei.Ninguém faz perguntas quando a reserva está no nome Seven. Nem querem saber qual de nós. Apenas serve a quem for como reis.— Uau! — Carmine cobre a boca com as mãos quando vê a cama de lençóis brancos cobertos por pétalas carmesim. — Isso é tão lindo.O quarto está todo iluminado por velas de aroma suave. E ao fundo já toca a playlist que escolhi. Várias músicas sensuais que passei horas selecionando. Nada de rock agora.Eu não ligo para isso, por mim uma cama e Carmine já seria o suficiente — nem mesmo seria necessário cama, só ela —, mas quero que seja perfeito para ela.Chego por trás e seguro sua cintura, sussurrando em seu ouvido:— Eu não consegui parar de pensar em ter você. — A sinto estremecer e viro seu corpo para ficarmos frente a frente, olhos nos olhos.— Está tudo tão lindo. Tão perfeito.— Você merece o mundo, Chapeuzinho Vermelho
CARMINEO silêncio nos envolve enquanto nos corpos se recuperam dos melhores momentos da minha vida. Raoul está olhando o teto há alguns minutos, seu corpo grudado ao meu como se nunca pretendesse me soltar.— O que você está pensando? — pergunto alisando seu pulso tatuado.Raoul se vira para mim. Fico sem jeito com seu olhar intenso, mesmo depois de tudo que fizemos, todas as coisas cruas e obscenas que proferimos no êxtase do tesão. Tenho consciência que estamos nus e que eu o desejo muito. Tê-lo só me deixou mais desejosa por mais. Não gosto muito da comparação, por ser algo ruim, mas é como uma droga viciante da qual não quero recuperação, apenas me afogar nesse vicio que acabei de descobrir.Ele coloca meu cabelo atrás da orelha, me fazendo estremecer com as promessas do seu toque.— O quanto a vida é engraçada. Ainda ontem éramos apenas bons amigos e hoje tenho você aqui só pra mim como nunca imaginei ter. Eu te desejo mais que tudo. E é bom que você tenha gostado porque acabo
Acordo plena. Sorrindo antes mesmo de abrir os olhos. O sexo é realmente tudo que dizem.Quando pego o telefone sorrio ainda mais. Há uma mensagem com uma foto minha dormindo e um pequeno texto.Lobo: Você é sem dúvidas um ser místico, minha Chapeuzinho Vermelho. Esse será meu fundo de tela.Sempre sorrindo, faço minha higiene matinal e sigo para a cozinha.— Bom dia, meus pais lindos! — encontro meus pais tomando café e me sento com eles.— Alguém acordou feliz — mamãe comenta.— Como foi o encontro, minha filha? — papai completa.— Foi lindo, pai. Eu estou caidinha por ele. Acredita que ele pesquisou na internet como ser um namorado?Papai nega com um gesto e diz:— É a cara daquele garoto.— Ele foi incrível. Simplesmente incrível.— Que bom que está feliz. Precisamos ter novamente aquela conversa?— Não, mãe. Por favor. A senhora já explicou de onde os bebês vem — brinco e seguro sua mão. — A senhora e o papai são os melhores do mundo. Parem de paranoias. Sou uma filha responsável
CARMINEDescobri um vício: o pau do Raoul.Agora mesmo o professor passou um trabalho em dupla e estou sentada ao lado dele tentando conciliar o aprendizados de gramática com a pressa que estou de ir para a sua casa depois da aula, mais especificamente seu quarto.— Turma, podem finalizar em suas casas e entregar na próxima semana. — Ele parece ouvir meus pensamentos.Começo a juntar as coisas, mas Raoul segura minha mão.— Vamos terminar aqui. Temos coisas mais importantes para fazer em casa.Apenas bufo. Queria tanto ir logo. Mas sei que vai ser muito difícil terminar qualquer trabalho quando estivermos sozinhos naquele quarto.O professor fica lendo alguma coisa e quando se levanta tem apenas nós na sala.— Vocês vão ficar?— Sim, professor. A minha dupla é um carrasco — reclamo.— Exagerada. — Raoul me belisca disfarçadamente.— Aproveite. É o melhor aluno que essa escola já viu.Tirando as partes violentas. Me seguro para não completar.— Suas notas só são boas por minha ajuda.—
RAOUL— Estamos perto do fim do ano — digo enquanto enrolo um cacho em meu dedo. Me acostumei a passar as tardes assim, com Carmine nua ao meu lado.Como ela mesmo disse: já estudamos demais.— Finalmente. Não aguento mais ser estudante. Apesar de que vamos ter que estudar mais na faculdade. Aff isso não acaba.— Estava pensando sobre isso. O que acha de não começar a faculdade agora?— Depende do que meu namorado tem em mente.— Vamos viajar o mundo. Pelo menos o quanto der para conhecer dele em uma ano.— Foder mundo a fora? Gostei.— Depois me chama de tarado.— Até parece que você não pensou nisso.Batidas discretas na porta interrompe nossa disputa de quem é mais tarado. Discreto assim só pode ser um dos empregados, meus irmãos e meu pai não são tão educados.Enrolo no lençol e vou até a porta.— Diga. — Abro apenas parcialmente para que não veja Carmine na minha cama.— A senhorita Leslie deseja vê-lo.— Dispense.Vou para fechar a porta, mas a mulher interrompe.— Senhor, ela i