RAOUL— Pai, tem alguns minutos? — encontro meu pai sozinho na sala quando chego do colégio.— Claro.Jogo minha mochila sobre o sofá e me sento na mesa de centro.— Quero seus conselhos para um primeiro encontro.— Me diz, o que planejou?— Jantar em um restaurante beira-mar e a nossa primeira vez.— Entendo. — Ele leva a mão ao queixo, pensativo. — Vou te dar algumas dicas. Primeiro: agrade os pais dela. Flores, vinho... algo assim.— Verdade, Carmine gosta muito dos pais. Isso vai ser legal.— Outra coisa, seja paciente. Deixe as coisas rolarem no tempo dela. — Sorrio. — O que foi?— Ela quer as coisas na velocidade da luz.— Jovens! — papai ri e pega o celular. — Entra no grupo.Quando abro tem uma mensagem dele.Pai: “Quero todos na concessionária do shopping agora.”Levanto a sobrancelha.E ele apenas diz:— Vem comigo.Eu realmente passei a tarde toda desejando mais de Carmine. Ela tem sorte que sou um namorado esforçado. Não atrapalharia sua amizade com a única pessoa que pare
RAOULJantar = Ok.Caminhada romântica = Ok.Agora estou caminhando com Carmine pelos corredores do luxuoso hotel até o quarto que reservei.Ninguém faz perguntas quando a reserva está no nome Seven. Nem querem saber qual de nós. Apenas serve a quem for como reis.— Uau! — Carmine cobre a boca com as mãos quando vê a cama de lençóis brancos cobertos por pétalas carmesim. — Isso é tão lindo.O quarto está todo iluminado por velas de aroma suave. E ao fundo já toca a playlist que escolhi. Várias músicas sensuais que passei horas selecionando. Nada de rock agora.Eu não ligo para isso, por mim uma cama e Carmine já seria o suficiente — nem mesmo seria necessário cama, só ela —, mas quero que seja perfeito para ela.Chego por trás e seguro sua cintura, sussurrando em seu ouvido:— Eu não consegui parar de pensar em ter você. — A sinto estremecer e viro seu corpo para ficarmos frente a frente, olhos nos olhos.— Está tudo tão lindo. Tão perfeito.— Você merece o mundo, Chapeuzinho Vermelho
CARMINEO silêncio nos envolve enquanto nos corpos se recuperam dos melhores momentos da minha vida. Raoul está olhando o teto há alguns minutos, seu corpo grudado ao meu como se nunca pretendesse me soltar.— O que você está pensando? — pergunto alisando seu pulso tatuado.Raoul se vira para mim. Fico sem jeito com seu olhar intenso, mesmo depois de tudo que fizemos, todas as coisas cruas e obscenas que proferimos no êxtase do tesão. Tenho consciência que estamos nus e que eu o desejo muito. Tê-lo só me deixou mais desejosa por mais. Não gosto muito da comparação, por ser algo ruim, mas é como uma droga viciante da qual não quero recuperação, apenas me afogar nesse vicio que acabei de descobrir.Ele coloca meu cabelo atrás da orelha, me fazendo estremecer com as promessas do seu toque.— O quanto a vida é engraçada. Ainda ontem éramos apenas bons amigos e hoje tenho você aqui só pra mim como nunca imaginei ter. Eu te desejo mais que tudo. E é bom que você tenha gostado porque acabo
Acordo plena. Sorrindo antes mesmo de abrir os olhos. O sexo é realmente tudo que dizem.Quando pego o telefone sorrio ainda mais. Há uma mensagem com uma foto minha dormindo e um pequeno texto.Lobo: Você é sem dúvidas um ser místico, minha Chapeuzinho Vermelho. Esse será meu fundo de tela.Sempre sorrindo, faço minha higiene matinal e sigo para a cozinha.— Bom dia, meus pais lindos! — encontro meus pais tomando café e me sento com eles.— Alguém acordou feliz — mamãe comenta.— Como foi o encontro, minha filha? — papai completa.— Foi lindo, pai. Eu estou caidinha por ele. Acredita que ele pesquisou na internet como ser um namorado?Papai nega com um gesto e diz:— É a cara daquele garoto.— Ele foi incrível. Simplesmente incrível.— Que bom que está feliz. Precisamos ter novamente aquela conversa?— Não, mãe. Por favor. A senhora já explicou de onde os bebês vem — brinco e seguro sua mão. — A senhora e o papai são os melhores do mundo. Parem de paranoias. Sou uma filha responsável
CARMINEDescobri um vício: o pau do Raoul.Agora mesmo o professor passou um trabalho em dupla e estou sentada ao lado dele tentando conciliar o aprendizados de gramática com a pressa que estou de ir para a sua casa depois da aula, mais especificamente seu quarto.— Turma, podem finalizar em suas casas e entregar na próxima semana. — Ele parece ouvir meus pensamentos.Começo a juntar as coisas, mas Raoul segura minha mão.— Vamos terminar aqui. Temos coisas mais importantes para fazer em casa.Apenas bufo. Queria tanto ir logo. Mas sei que vai ser muito difícil terminar qualquer trabalho quando estivermos sozinhos naquele quarto.O professor fica lendo alguma coisa e quando se levanta tem apenas nós na sala.— Vocês vão ficar?— Sim, professor. A minha dupla é um carrasco — reclamo.— Exagerada. — Raoul me belisca disfarçadamente.— Aproveite. É o melhor aluno que essa escola já viu.Tirando as partes violentas. Me seguro para não completar.— Suas notas só são boas por minha ajuda.—
RAOUL— Estamos perto do fim do ano — digo enquanto enrolo um cacho em meu dedo. Me acostumei a passar as tardes assim, com Carmine nua ao meu lado.Como ela mesmo disse: já estudamos demais.— Finalmente. Não aguento mais ser estudante. Apesar de que vamos ter que estudar mais na faculdade. Aff isso não acaba.— Estava pensando sobre isso. O que acha de não começar a faculdade agora?— Depende do que meu namorado tem em mente.— Vamos viajar o mundo. Pelo menos o quanto der para conhecer dele em uma ano.— Foder mundo a fora? Gostei.— Depois me chama de tarado.— Até parece que você não pensou nisso.Batidas discretas na porta interrompe nossa disputa de quem é mais tarado. Discreto assim só pode ser um dos empregados, meus irmãos e meu pai não são tão educados.Enrolo no lençol e vou até a porta.— Diga. — Abro apenas parcialmente para que não veja Carmine na minha cama.— A senhorita Leslie deseja vê-lo.— Dispense.Vou para fechar a porta, mas a mulher interrompe.— Senhor, ela i
CARMINEEstou uma pilha de nervos.Não acredito que isso está acontecendo. Pensei que a pior coisa que poderia vir daquela maldita festa foi a transa esquecida. Saber que fiquei tarada e peguei o Joca aliviou um pouco meu medo de ter sido estuprada.Agora isso.Eu tenho dezessete anos, vou fazer dezoito em poucas semanas. Não tenho ideia de como agir quando o cara que amo vai ter um filho com outra.É errado, mas me sinto traída. Como se ele tivesse tirado a chance de sermos uma família.— Que cara é essa, meu anjo?— Oi, mãe. Cadê o papai?— Foi ver algumas coisas da sorveteria. E ai, vai me contar o que houve?— Lembra aquele mulher que o Raoul pensou em namorar porque o papai mandou ele namorar? — Mamãe confirma movendo a cabeça. — Pois ela apareceu dizendo que está grávida dele. Eu ouvi a conversa toda e sei que é um golpe, mas sinceramente não sei o que sentir. Estou com medo, isso sim.— O pai é ele mesmo?— Não sei.— Então deixe para ter medo quando tiver essa certeza. Amor...
RAOULFoi uma longa conversa com meu pai, onde eu deixei claro que com ou sem filho não existe possibilidade de eu ficar com a sem noção da Leslie.Se fosse Carmine, eu me casaria com ela na mesma hora, mesmo se o filho fosse daquela festa em que ela ficou com o bosta do Joca. Eu seria o pai, porque não existe chance do que temos não ser até o fim dos nossos dias.Papai e Henry se disponibilizam para cuidar de tudo que envolve Leslie até que a história do filho seja esclarecida. E programaram um jantar entre a nossa família e a família de Carmine para oficializar o namoro.Assim que eles me falaram que a garota já estava instalada em uma suíte e sendo acompanhada por um médico, achei que tudo encontraria os eixos.Mas sabe quando tudo começa dar errado?O clima em casa virou de enterro com meu irmão Henry no hospital e uma puta fazendo ameaças para doar sangue. Em outra tentativa de encontrar Florian, Henry foi baleado.Foram dias tensos.Acabou que quem está grávida é a Cinderela.Pa