×Albert×
Vi Vera indecisa depois que falei que iríamos viajar. Se caso ela não quiser, eu vou. Nem que seja sozinho.
_Tudo bem. A questão é me deixarem ir com você._Ela anda de um lado ao outro agitada.
_Isso eu resolvo. Arruma algumas coisa que eu já volto pra te buscar. Deixa o resto comigo.
Ela assente e então volto para o Palácio. Pego o celular e disco o número do tio Inácio. Depois de chamar mais de quatro vezes, ele me atende.
_Péssima hora pra ligar, Albert._Sua voz parece receosa.
_Preciso avisar que estou indo pra Romênia._Falo vendo meu pai que estava na sala espantar-se com o que digo._Salim está indo atrás do Héctor e eu não posso deixar ele machucá-la.
_Como?_Meu tio praticamente berra ao telefone._<
×Salim/Samyra×Quando chegamos na Romênia já era manhã do outro dia. A viagem foi exaustiva e tediosa. Fiquei ouvindo a Claire repetir milhares de vezes o seu plano como se eu fosse uma débil mental. Descemos do carro de frente a uma grande casa antiga, mas muito conservada. Seguimos para dentro da mesma acompanhadas de Claire e outros homens. Nem sinal das cinco bruxas._Por que me vestiram dessa forma?_Pergunto sendo refletida em um grande espelho que tinha na sala._Parece tão ultrapassado pra esse século._Quero fazer o Héctor lembrar de você exatamente assim. E não se preocupe que estaremos com vestes assim no dia._Ela aponta pra escada._Subam e escolham um quarto. Já iremos ver vocês.Deixei Yanka ir na frente e fui seguindo-a. Ela ainda parecia muito aborrecida comigo. Ficamos no terceiro e último quarto. Era o único que tinha duas camas. Sentei-me no colchão e dei algun
×Albert×Chegamos na Romênia no início da noite do outro dia. Só paramos pra abastacer, comprar alguma comida e usar o banheiro. O que no máximo durou vinte minutos. Por enquanto que eu me identificava para os vampiros que protegiam a casa do Héctor, Vera não tirava os olhos do livro de bruxa. Vi ela fazendo várias coisas incríveis e até parecia que aquele livro foi feito pra ela._O Héctor liberou. Entrem.Segui com o carro até a garagem e estaciono. Respirei fundo e apertei com força o volante._Seja cautelosa. Não podemos dar bandeira._Sussurro._Lembre-se que estamos aqui pra proteger a Samyra. Seja sempre cautelosa, por favor. Não quero salvar mais ninguém. Isso é um tédio.Ela sorri e faz um feitiço pra esconder o livro dentro da sua mala. Saímos do carro e já somos interceptados por uma mulher, uma vampira pra ser mais correto._Siga-me. O mestre os qu
×Salim/Samyra×Aqui estou eu de frente para o enorme castelo do Héctor. Eu até estranharia se ele não fizesse algo tão chamativo pra morar. Logo uns homens aproximaram-se de mim e cercaram-me._Quem é a boneca?_Um deles diz sorrindo._Não sabe que aqui é área restrita?_Oh, desculpe-me. Eu apenas vim candidatar-me a uma vaga de empregada. Pensei que um lugar tão grande como esse precisava de muitas serviçais._Digo o mais inocente possível._Aposto que é um rei que mora aqui._Quase isso._O outro diz pegando o celular e ligando pra alguém._O mestre mandou ela entrar. Possa ser que ele tenha se agradado desse rostinho lindo.Sorrio forçadamente e um dos homens pede para que eu siga-o. Depois de muito andar, chegamos em um enorme salão. Logo não sinto mais a presença do vampiro que me guiou até aqui. Fico olhando toda a estrutura e a decoração do lugar totalmente en
×Albert×Depois do banho, coloco uma roupa mais apresentável e peço pra Vera continuar praticando os feitiços no quarto. Saio por entre os corredores na intenção de achar a sala de jantar. Por sorte um dos serviçais me guiou._Estava te esperando, Albert Mansonni._Héctor diz sentado à mesa sem olhar pra mim._Cadê sua doadora? Não vai te alimentar?_Já me alimentei dela._Respondo com a voz branda.Ele aponta pra um cadeira e eu assim me sento. Um dos seus empregados começou a me servir e meu tio evitava contato visual comigo._Por que veio até aqui?_Ele dizia sorvendo o líquido de sua taça._Sei que não foi pra passear._De certo não foi._Levo o garfo com comida à boca._Mas sei que precisarás de ajuda._O que te faz pensar que preciso da sua ajuda? Sei que nunca se curvou perante a minha magnitude. Sempre foi o rebelde, o diferente. Mas por ser de
×Salim/Samyra×Acordo com batidas insistentes na porta. Esfrego os olhos e abro a porta bocejando._Vamos, se arrume depressa!_Dorothy berrava nervosa._Já quer ser despedida?_Cinco minutos e eu estarei pronta._Depois você sobe pro primeiro andar, corredor C e quarto 2. Comece arrumando por lá.Ela some e eu reviro os olhos. Fiquei tentada a transformá-la numa lagartixa, mas resolvi não fazer isso. Tomo um banho rápido e me visto. Dou um jeito na aparência e subo pro tal quarto 2. Com magia nada é difícil de encontrar. Uma pena não poder usar isso pra encontrar meu filho.Entro no quarto e começo a mexer numas gavetas em busca de algo que possa me ajudar. Não sei se o Héctor tem família, filhos... Gostaria de saber sobre isso._Samyra?_Ouço a voz de alguém e petrifico._Ou melhor, Salim?Então sabem<
×Albert×Foi uma série de informações pra minha cabeça. Não sabia como reagir, o que falar. Samyra grávida?Salim estava se questionando sobre alguma coisa e minha mente voava longe._Eu não entendo uma coisa: Só poderia existir um ser com poderes da natureza nesse mundo, o meu filho. Como você tem esses poderes? Você invocou o espírito da natureza?Nesse momento minha mente escureceu e eu não era mais dono do meu corpo. Minha consciência estava funcionando, mas meu corpo não obedecia. Eu não estava enxergando nada. De repente, minha mente começa a exibir uma história, a história de Salim. Eu não acredito no que meus olhos estão vendo... Não pode ser... Quando a história dela se encerra, a minha se inicia. Tudo interligado. Quando toda a história se encerra, minha mente se apaga.Abro os olhos totalmente atordoado e olho pro lado. Vejo Vera amparando a Salim e corro em sua direção. Mas ela
×Albert×Tento me soltar, mas é em vão. Estou bem preso à parede e sem chance de escapatória._Do que você está falando?_Digo com certa dificuldade em respirar._Você aparece aqui do nada, diz que tem um poder secreto e que vai me ajudar a combater uma inimiga, manda seu tio ir embora e acha que eu não suspeitaria?_Ele caminha de um lado para o outro na minha frente._Você está aliado aos resistentes e quer acabar com a minha vida. Mas não poderá fazer isso se eu acabar com a sua primeiro._O quê?_Grito sentindo apertar ainda mais._Eu não estou aliado à Resistência. Me escuta, Héctor! Eu sei da sua história com a Salim._Sinto apertar ainda mais._Por favor, me ouve!Ele parece pensar e depois me solta fazendo com que eu caia no chão com tudo. Seguro no meu pescoço tossindo desesperadamente._Estou te ouvindo, garoto. Só não tenho muito tempo._Eu q
×Albert×Héctor liberou três homens pra me acompanhar. Dentro do carro fico analisando cada um dos que estão comigo. Parecem realmente cães preparados pra atacar a qualquer momento. Controlados, obcecados pelo seu mestre. Eu preciso dar um jeito de libertar a Yanka sem que eles vejam. Paramos duas ruas antes do local indicado pela Salim. Ficamos observando o movimento por duas horas seguidas. De fato tem gente ali dentro. Dois deles preferiram ir pelos fundos assim impediriam eles de fugirem. Eu e mais outro fomos nos aproximando vagarosamente. Ele entra primeiro e assim começam a atacá-lo. Ele era a distração perfeita. Entro silenciosamente e me escondo numa pilastra. Lembro da Salim dizendo que eu posso fazer muito mais do que imagino. Eu tenho muito mais poder do que penso. Fecho os olhos e tento sentir poder ou algo do tipo que me leve até a Yanka. No momento que abro os olhos por já ter encontrado-a, recebo um golpe no rosto de sur