×Salim/Samyra×
Quando chegamos na Romênia já era manhã do outro dia. A viagem foi exaustiva e tediosa. Fiquei ouvindo a Claire repetir milhares de vezes o seu plano como se eu fosse uma débil mental. Descemos do carro de frente a uma grande casa antiga, mas muito conservada. Seguimos para dentro da mesma acompanhadas de Claire e outros homens. Nem sinal das cinco bruxas.
_Por que me vestiram dessa forma?_Pergunto sendo refletida em um grande espelho que tinha na sala._Parece tão ultrapassado pra esse século.
_Quero fazer o Héctor lembrar de você exatamente assim. E não se preocupe que estaremos com vestes assim no dia._Ela aponta pra escada._Subam e escolham um quarto. Já iremos ver vocês.
Deixei Yanka ir na frente e fui seguindo-a. Ela ainda parecia muito aborrecida comigo. Ficamos no terceiro e último quarto. Era o único que tinha duas camas. Sentei-me no colchão e dei algun
×Albert×Chegamos na Romênia no início da noite do outro dia. Só paramos pra abastacer, comprar alguma comida e usar o banheiro. O que no máximo durou vinte minutos. Por enquanto que eu me identificava para os vampiros que protegiam a casa do Héctor, Vera não tirava os olhos do livro de bruxa. Vi ela fazendo várias coisas incríveis e até parecia que aquele livro foi feito pra ela._O Héctor liberou. Entrem.Segui com o carro até a garagem e estaciono. Respirei fundo e apertei com força o volante._Seja cautelosa. Não podemos dar bandeira._Sussurro._Lembre-se que estamos aqui pra proteger a Samyra. Seja sempre cautelosa, por favor. Não quero salvar mais ninguém. Isso é um tédio.Ela sorri e faz um feitiço pra esconder o livro dentro da sua mala. Saímos do carro e já somos interceptados por uma mulher, uma vampira pra ser mais correto._Siga-me. O mestre os qu
×Salim/Samyra×Aqui estou eu de frente para o enorme castelo do Héctor. Eu até estranharia se ele não fizesse algo tão chamativo pra morar. Logo uns homens aproximaram-se de mim e cercaram-me._Quem é a boneca?_Um deles diz sorrindo._Não sabe que aqui é área restrita?_Oh, desculpe-me. Eu apenas vim candidatar-me a uma vaga de empregada. Pensei que um lugar tão grande como esse precisava de muitas serviçais._Digo o mais inocente possível._Aposto que é um rei que mora aqui._Quase isso._O outro diz pegando o celular e ligando pra alguém._O mestre mandou ela entrar. Possa ser que ele tenha se agradado desse rostinho lindo.Sorrio forçadamente e um dos homens pede para que eu siga-o. Depois de muito andar, chegamos em um enorme salão. Logo não sinto mais a presença do vampiro que me guiou até aqui. Fico olhando toda a estrutura e a decoração do lugar totalmente en
×Albert×Depois do banho, coloco uma roupa mais apresentável e peço pra Vera continuar praticando os feitiços no quarto. Saio por entre os corredores na intenção de achar a sala de jantar. Por sorte um dos serviçais me guiou._Estava te esperando, Albert Mansonni._Héctor diz sentado à mesa sem olhar pra mim._Cadê sua doadora? Não vai te alimentar?_Já me alimentei dela._Respondo com a voz branda.Ele aponta pra um cadeira e eu assim me sento. Um dos seus empregados começou a me servir e meu tio evitava contato visual comigo._Por que veio até aqui?_Ele dizia sorvendo o líquido de sua taça._Sei que não foi pra passear._De certo não foi._Levo o garfo com comida à boca._Mas sei que precisarás de ajuda._O que te faz pensar que preciso da sua ajuda? Sei que nunca se curvou perante a minha magnitude. Sempre foi o rebelde, o diferente. Mas por ser de
×Salim/Samyra×Acordo com batidas insistentes na porta. Esfrego os olhos e abro a porta bocejando._Vamos, se arrume depressa!_Dorothy berrava nervosa._Já quer ser despedida?_Cinco minutos e eu estarei pronta._Depois você sobe pro primeiro andar, corredor C e quarto 2. Comece arrumando por lá.Ela some e eu reviro os olhos. Fiquei tentada a transformá-la numa lagartixa, mas resolvi não fazer isso. Tomo um banho rápido e me visto. Dou um jeito na aparência e subo pro tal quarto 2. Com magia nada é difícil de encontrar. Uma pena não poder usar isso pra encontrar meu filho.Entro no quarto e começo a mexer numas gavetas em busca de algo que possa me ajudar. Não sei se o Héctor tem família, filhos... Gostaria de saber sobre isso._Samyra?_Ouço a voz de alguém e petrifico._Ou melhor, Salim?Então sabem<
×Albert×Foi uma série de informações pra minha cabeça. Não sabia como reagir, o que falar. Samyra grávida?Salim estava se questionando sobre alguma coisa e minha mente voava longe._Eu não entendo uma coisa: Só poderia existir um ser com poderes da natureza nesse mundo, o meu filho. Como você tem esses poderes? Você invocou o espírito da natureza?Nesse momento minha mente escureceu e eu não era mais dono do meu corpo. Minha consciência estava funcionando, mas meu corpo não obedecia. Eu não estava enxergando nada. De repente, minha mente começa a exibir uma história, a história de Salim. Eu não acredito no que meus olhos estão vendo... Não pode ser... Quando a história dela se encerra, a minha se inicia. Tudo interligado. Quando toda a história se encerra, minha mente se apaga.Abro os olhos totalmente atordoado e olho pro lado. Vejo Vera amparando a Salim e corro em sua direção. Mas ela
×Albert×Tento me soltar, mas é em vão. Estou bem preso à parede e sem chance de escapatória._Do que você está falando?_Digo com certa dificuldade em respirar._Você aparece aqui do nada, diz que tem um poder secreto e que vai me ajudar a combater uma inimiga, manda seu tio ir embora e acha que eu não suspeitaria?_Ele caminha de um lado para o outro na minha frente._Você está aliado aos resistentes e quer acabar com a minha vida. Mas não poderá fazer isso se eu acabar com a sua primeiro._O quê?_Grito sentindo apertar ainda mais._Eu não estou aliado à Resistência. Me escuta, Héctor! Eu sei da sua história com a Salim._Sinto apertar ainda mais._Por favor, me ouve!Ele parece pensar e depois me solta fazendo com que eu caia no chão com tudo. Seguro no meu pescoço tossindo desesperadamente._Estou te ouvindo, garoto. Só não tenho muito tempo._Eu q
×Albert×Héctor liberou três homens pra me acompanhar. Dentro do carro fico analisando cada um dos que estão comigo. Parecem realmente cães preparados pra atacar a qualquer momento. Controlados, obcecados pelo seu mestre. Eu preciso dar um jeito de libertar a Yanka sem que eles vejam. Paramos duas ruas antes do local indicado pela Salim. Ficamos observando o movimento por duas horas seguidas. De fato tem gente ali dentro. Dois deles preferiram ir pelos fundos assim impediriam eles de fugirem. Eu e mais outro fomos nos aproximando vagarosamente. Ele entra primeiro e assim começam a atacá-lo. Ele era a distração perfeita. Entro silenciosamente e me escondo numa pilastra. Lembro da Salim dizendo que eu posso fazer muito mais do que imagino. Eu tenho muito mais poder do que penso. Fecho os olhos e tento sentir poder ou algo do tipo que me leve até a Yanka. No momento que abro os olhos por já ter encontrado-a, recebo um golpe no rosto de sur
×Salim/Samyra×Depois de ouvir o meu filho, aquele que eu daria a minha vida, falando comigo naquele tom, pedindo pra que eu saísse rapidamente do corpo da Samyra, senti como se meu coração estivesse quebrando. Tanto tempo passei longe dele, tantas noites em total agonia me negando a descansar com sede de vingar o que nos fizeram. E ele me trata dessa maneira. Tudo por culpa dessa garota e desse filho que me anula.Conversamos bastante sobre a minha imposição em relação a tudo isso. Ele precisa me ajudar a me vingar do Héctor rapidamente e para isso eu preciso da minha fiel protetora. Não posso me meter nessa sem sua ajuda. Ele se propôs a libertá-la e foi efetuar seu plano. Olhando bem ele é tão astuto quanto seu pai. Vera fica me encarando por um longo tempo._O que foi, menina? Perdeu alguma coisa aqui?_Não. É que sei quão grande é seu poder e tenho uma mínima ideia do qua