— Seja Bem-vinda. – Matthew disse quando as portas se abriram.
Eu não fico surpresa em ver onde ele mora, mas ver tudo isso pessoalmente é bem diferente do que ver por vídeo. Matthew já foi convidado pela Vogue para mostrar seu apartamento e sim eu assistir o vídeo. As paredes de vidro do teto ao chão nos dão uma vista espetacular. A sala é simples com dois sofás grandes na cor branca, uma mesa de centro. No lado esquerdo tinha um bar com diferentes bebidas, próximos ao balcão havia três cadeiras.
Atravesso a sala me aproximando da parede de vidro, olhando a paisagem. O tempo está firme e sem sinal de chuva.
— Ali fica a cozinha. – Olho para Matthew e com olhar sigo a direção que ele aponta.
No meu lado direto é a entrada da cozinha. Entro na cozinha e fico boba com o que vejo. Esse sim, é uma cozinha dos sonhos. Os armários são pretos e os aparelhos são prata. Um grande balcão no meio da cozinha e próximo dali fica a sala de jantar. Volto para sala. Escoro na parede e com a outra mão pressionei contra minha barriga.
As imagens vieram…
— Tem certeza que não quer ir ao hospital? – Matthew perguntou. - Fazer um checape.
Respiro fundo. Preciso dessa dor, agora não mais físico, mas mentalmente para me lembrar que não voltarei mais para lá. Endireitei meu corpo e olho para ele.
- Onde ficarei?
Matthew apontou para a escada alguns metros do bar.
– Segundo quarto à direita. – Ele tirou o paletó e alargou a gravata. – Daqui a pouco os empregados vão chegar. São três: cozinheira, Anna Ellis. Faxineira, Clara Turner. Motorista: Kelvin Gill. Suas coisas já estão no quarto. – Matthew seguiu para escada e logo sumiu de vista.
Fiz o mesmo caminho que ele, chegando no meu quarto começo a ficar animada. Corri pelo quarto olhando cada detalhe. Não podendo esquecer que as paredes deste prédio, sendo de vidro, eu não teria uma ótima vista só na sala como no meu quarto também. No banheiro eu quase caio no chão ao observar a banheira, mas quando chego no closet. Sento no chão me sentindo uma formiguinha.
Várias opções de roupas, sapatos, jóias e bolsas. Nunca conseguirei usar tudo isso. Olho as lingeries e começo a rir. Posso usá-las para sair de tão estilosas que são. Pego uma cor preta com direito a meia 7/8 em acabamento em renda nas extremidades e um roupão preto transparente. Eu sorri com a minha escolha.
Tomo um banho demorado e esfregando cada parte do meu corpo. A velha Aria Barnes se foi. Estou disposta a aproveitar bem as oportunidades de hoje em diante e caso eu não tenha, eu criarei as minhas próprias oportunidades. Farei esse contrato dar mais do que certo, será perfeito. Saio do banheiro e coloco a lingerie, meias 7/8 e o roupão. Escuto movimentos no andar de baixo e não me importando sair do quarto indo para o andar de baixo. Na sala encontrei Matthew e seu advogado, Martin Barker. Passo direito, indo para a cozinha.
— Ela sabe que…. – Martin começou a dizer.
— Sim, ela sabe. – Ouvir o Matthew falar.
Na cozinha encontro uma mulher mais velha, lavando a louça. Imagino que tenhas uns 40 anos no máximo.
— Você deve ser a Anna Ellis?
Ela virou-se sorrindo, mas logo virou o rosto.
— Sim, senhorita Barnes. – Ela respondeu.
Apoio-me no balcão.
— Pode me chamar de Aria. Espero que não se incomode com as minhas roupas. Acho chique demais para escondê-las pelo menos em casa. – Faço graça.
— Não acho adequado, mas minha opinião não importa. – Ela me olhou séria. – Estou aqui para oferecer meus serviços. Deseja algo, Senhorita Aria Barnes?
— É, vemos que não nos demos bem logo de primeira. – Suspiro e sorrio para ela. – Traga a melhor garrafa de champanhe dessa casa e depois disso você está liberada por hoje. Farei o jantar. – Antes que ela discorde. Eu sorri novamente. – Tchau! Anna.
Com uma cara nada boa ela concordou e saiu. O sorriso sumiu do meu rosto assim que olho ao redor. Minha nova vida. Passo a mão pelo rosto, sentindo a vontade de chorar. Ninguém disse que seria fácil Aria e está aqui até agora não está sendo nada ruim.
Dou uns pulinhos jogando toda tristeza fora. Começo a abrir todas as gavetas para descobrir onde fica cada coisa ali. Quando Anna voltou para deixar a garrafa, vi um sorriso de deboche em seu rosto por me ver naquela situação. Ignoro ela e sigo na minha tarefa. Não demorou muito e separei as coisas que preciso. Começo pelo arroz e enquanto ele cozinha, eu pico o frango. Com dificuldade consigo abrir a garrafa de champanhe e pegar três taças, indo para sala.
— Um casamento seria ótimo. – Ouvir Martin dizer.
— Já teremos um filho, não é o suficiente? – Matthew parecia cansado.
Aproximo-me deles e eu entrego uma taça para cada.
— Com o casamento quero mais 100 mil por mês e 5% da sua empresa. – Falei, terminando de encher a taça deles.
Totalizando 200 mil por mês e 5% de sua maravilhosa empresa. Dinheiro é uma coisa que não vou mais precisar me preocupar.
— Não. – Martin disse. – Você já está querendo se aproveitar.
— Me mudei para cá, terei que casar, parir um filho dele… – Tomei um gole do meu champanhe e olho para a garrafa na minha mão como se a garrafa concordasse comigo. — Sou a única que está mudando a vida de cabeça para baixo só para Matthew Dawson ganhar mais dinheiro. Então quero ter uma conexão com ele para sempre. – Levanto a garrafa no ar. – Um filho. – Bebo um gole da taça e sorrio para eles. – E 5% da empresa.
Martin negou com a cabeça, não gostando desse assunto. Olho para Matthew pronta para receber um não, mas o vejo sorrindo e bebendo tranquilamente ele disse:
— Concordo. Dê os 5% para ela.
Não mostro a minha surpresa. Ele realmente aceitou?
— Ok. – Martin concordou. Ainda não aceitando essa ideia.
— Espero que fique para jantar conosco, senhor Barker. – Sorrio para ele e vou para a cozinha.
Não entro na cozinha, eu paro antes atrás de uma parede para ouvir o que eles diriam.
— Não acho isso certo, Matthew. – Martin insistiu. – Você não deve nada a essa mulher.
Matthew colocou sua taça em cima da mesa.
— Você não viu ainda, Martin. Mas ela é um diamante que só precisa ser lapidado.
— Está me dizendo que essa mulher tem valor?
— Sim, e ela está começando a ver isso. Não escolhi ela atoa. Está no seu olhar.
Prendo a respiração ao ouvir suas palavras, mas não evito sorrir. Voltei para meu arroz e strogonoff. A cozinha de Matthew é bem completa não apenas em relação à comida, tem coisas aqui que não faço a mínima ideia de como fazer ou para que serve. Por isso opto por fazer algo bem simples. Infelizmente não tem batata palha, mas tinha batata inglesa. Descasco, corto e frito. Minutos depois o jantar está pronto. Fico feliz comigo mesma e me sinto mais leve. Chamo Matthew e Martin para jantar.
— Cadê a Anna? – Matthew pergunta, vendo que sua cozinheira não estava ali.
— Dispensei ela.
— Você fez a comida?
— Eu trabalhava em um restaurante, esqueceu?
— O cheiro está maravilhoso. – Martin comentou. Ele sentou e começou a colocar a comida no prato.
— Não pude fazer muita coisa. Ainda estou me formalizando com essa cozinha.
Matthew arrumou sua comida. Sento no seu lado direto, Martin estava na minha frente.
— Isso está maravilhoso. – Martin elogiou.
Espero a opinião de Matthew antes de comer.
— Se seu plano era conquistar o Martin pela barriga você conseguiu. – Matthew falou fazendo Martin rir. Ele começou a comer. – Parece que alguém aqui tem habilidades incríveis na cozinha.
Sorrir com seu comentário. O jantar foi silencioso, mas em um clima agradável. Assim que terminamos, noto que Martin não está mais com aquela cara de desconfiado para cima de mim.
— O jantar foi maravilhoso, senhorita Barnes. – Martin falou levantando-se da mesa. Fiz o mesmo.
— Apenas Aria. Iremos conviver por muito tempo. – Dou um sorriso sincero. – Então não precisa de tanta formalidade.
Ele concordou com a cabeça, sorrindo.
— Amanhã nós nos falamos, Matthew.
— Sim.
Martin se despediu e saiu. Começo a juntar a louça e para minha surpresa Matthew começa a me ajudar.
— Não sou de fazer isso, mas terminaremos o resto da noite em completa paz. – Ele falou. Sorri, concordando. Terminamos de lavar a louça e guardar. – No próximo final de semana jantaremos com meus pais.
— Mas já?
— Já tem fotos nossas circulando por aí. – Matthew disse saindo da cozinha. Acompanho ele. – Minha mãe é a pessoa que oficializa todo o burburinho.
Acabo rindo do seu comentário. Ele acabou de chamar a mãe dele de fofoqueira.
— Tá bom.
— Então você tem até quarta para me apresentar um plano de negócio ou ser uma socialite…
— Não e já falamos sobre isso.
Ele sorriu e não sei se gosto ou não disso. Sempre que sou ríspida ou com raiva ele solta esse sorriso.
— Ok. Então tem até quarta. O mais rápido possível cuidamos disso, logo eles esquecem do seu passado e foque no futuro. – Matthew foi até o bar e pegou algo em cima do balcão. – Seu celular. Está salvo meu contato e do Martin. Algum problema que precise de advogado, algo sobre nosso contrato ou até mesmo perdida em algum canto, seja o que for entre contato comigo ou Martin. – Ele me entregou o celular. – Lembrando que ninguém pode saber do nosso contrato, nem mesmo meus pais. Temos que fazer isso dar certo.– E os funcionários?– Assinaram um termo de confidencialidade. – Concordo mexendo a cabeça. Matthew subiu os primeiros degraus e parou. – A propósito, bela escolha de roupa.&
– Não está um pouco cedo? – Matthew perguntou sem tirar os olhos da tela do notebook.– Precisava sair de casa. – Vou até a parede de vidro olhando a rua lá embaixo.– Já está no tédio?– Não, mas estou pensando demais no projeto que vou te mostrar na quarta. – Respondo.– Bom saber que está empolgada. – Ele ficou em silêncio por alguns segundos. – Achei que teria que pagar uma personal stylist para você.Olho para ele sorrindo.– Ontem provei que sei me vestir muito bem. – Me aproximo da sua mesa, sentindo seu olhar no meu corpo. &ndas
Me afasto olhando em seus olhos. Matthew é o primeiro a desviar, descendo o olhar para minha boca. Foi rápido demais para poder aproveitar.– Projetos? – Lauren perguntou. – Se eu puder ajudar não hesite em falar comigo. Adoro ajudar e quando são mulheres no comando dou o melhor do meu melhor.Eu olho para ela sorrindo.– Nós mulheres precisamos nos apoiar. – Eu falo sendo contagiada com a alegria dela.– Isso!– É, Matthew. Se tornaram amigas, estamos ferrados! – Ian falou nos fazendo rir. – Nos da certeza que vão e podemos marcar para semana que vem o que acham?– Perfeit
Chegou o grande dia de conhecer o Sr. & Sra. Dawson. Para eles tudo tinha que sair mais do que perfeito. Matthew não queria dizer, mas eu sei que ele está nervoso com isso. Ele não está só mentindo para o mundo e sim para sua família também. Matthew sempre demonstra confiança e agora não seria diferente, ele não me mostraria seus medos. Sei que vou aprender muita coisa com ele.– Boa escolha de roupa. – Matthew disse abrindo a porta do carro para mim.Olho a grande mansão em minha frente.– Não foi intenção puxar saco. – Eu ajeito o vestido no meu corpo. – Só queria me sentir bem.
– Vocês ainda não me disseram como se conheceram. – Olícia chamou nossa atenção.– Foi em uma viagem para Los Angeles. – Eu falo e tomo um gole do meu vinho. – Por mais que eu seja de Nova York achei que seria melhor começar meus negócios em outro lugar.– E eu a convenci a continuar aqui. – Matthew concluiu.Olhei para ele sorrindo. Matthew está com uma expressão leve e também me olhou. Acredito que estamos nos saindo muito bem.– Sim, Matthew soube usar as palavras certas e me mostrou as vantagens de continuar aqui. Almoçamos com direito a som alto e com Ian e Lee alterados. Parece que alguém exagerou na bebida e cada palhaça que eles faziam, a gente ria. O clima com a Clara amenizou, mas Lauren continuou evitando ela. Sento entre as pernas de Matthew e encosto minha cabeça no seu braço que está acomodado no encosto do sofá. Com a outra mão livre ele bebia seu whisky. Meu celular apita avisando que chegou mensagem. Era da Lauren, ela está do outro lado da mesa. A mesma tirou foto de mim com Matthew na posição que estamos agora.‘Vocês são lindos juntos.’ – Mensagem de Lauren.Olho para ela sorrindo e ela pisca pra mim. A foto ficou ótima. Aproveito para postar.Capítulo 10
Lauren está com um vestido parecido com o meu, mas o dela é tomara que caia e na cor azul. Ela como sempre está linda. Clara está com um conjunto de top e saia na cor vermelha. Conseguimos ir todos em um carro só. Na boate fomos para a área vip. Na área vip cada grupo de pessoas tem seu espaço e um espaço maior para poder dançar. A diferença do andar de baixo e a área vip era o espaço individual que é para o grupo, assim podíamos deixar nossas bolsas e bebidas. Só nós e o garçom tem acesso. – Aqui é minha boate preferida de Ibiza. – Lauren disse. Dou um gole no meu martini. – Aqui parece ser bem legal mesmo. – Lauren, vamos dançar. – Ian colocou seu copo em cima da mesa. – Vou roubar ela só um pouquinho, Aria. – Tudo bem. Lauren levantou, ajeitando o vestido e foi dançar com Ian. Matthew apareceu segundos depois com uma cara não muito boa. – O que foi? – Lee e Clara começaram a brigar. – Matthew sentou do meu lado. – O quão ruim é? – Ele está bêbado! Daqui a pouco v
No dia seguinte acordo na hora do almoço. Matthew não estava mais na cama. Essa cama é tão boa quanto a da casa do Matthew. Será que toda cama de rico é boa assim? Passo pelo banheiro, coloco meu biquini e um short antes de sair do quarto. No corredor encontro com Lee.– Olá, boneca. – Ele sorriu. Acho que ele acordou agora também.– Bom dia, Lee. – Sorrio para ser educada. – Pode me chamar de Aria…– Ah, somos íntimos. – Ele se aproximou. – Não precisa ficar com vergonha.Último capítulo