Pego o travesseiro colocando em cima da minha cabeça e pressionei para baixo. Mais um dia. Meu pai gritava horrores com minha mãe. Sai da minha cama e comecei a me arrumar o mais rápido que posso e saio do meu quarto. Com sorte eu não chegaria atrasada no restaurante.
— Já vai vagabundeia, Aria. Nem mulher de família você consegue ser.
— Roberto, não fala assim. - Isso é o máximo que ela faz por mim.
Vou em direção a porta, sem dizer nada.
— Estou falando com você!
Antes que pudesse chegar na porta ele agarrou no meu cabelo e me puxou para trás, cair no chão. O primeiro soco que levei eu senti meu nariz sangrar. Minha mãe veio até mim e me entregou um lenço. Eu pego e me afasto dela, saindo dali a pressas. Sim, ele me bateu sem necessidade alguma.
Não sei como cheguei no restaurante, mas não entro. Vou para trás do prédio e sento no chão, chorando. Como ele pode me odiar tanto? Sou sua filha e ao contrário do Corey, eu não o abandonei. Fiquei aqui! Aguentei as piadas de ter um pai como ele. Aguento cada insulto. Aguento seus socos e tapas.
— Aria?
Olho para Matthew, ele está com seu boné, mas sem os óculos. Viro meu rosto usando o lenço para limpar meu nariz.
— Você está me perseguindo agora? Claro como se não tivesse antes. - Falo irritada. - Você me deu um tempo para pensar, lembra?
— Mas não significa que darei espaço para uma recusa.
Matthew se aproximou.
— Só por que tem um rosto bonito, não pode ouvir um não?
— Bom saber que me acha bonito e não eu não gosto de receber um não. - Dou um pulo quando sinto sua mão na minha cintura e Matthew aproveita para tirar o lenço da minha. - Quem fez isso com você? - Sua voz mudou completamente. - Aria…
— Sai. - Eu pego o lenço de volta. - Me deixa em paz! - Eu me levanto e vou em direção à porta dos fundos do restaurante.
Matthew segura meu braço com cuidado e puxa, fazendo eu voltar.
— Quem fez isso com você? - Ele repete a pergunta.
Sinto as lágrimas de novo.
— Por que se importa? - Eu praticamente gritei. - Tenho certeza que você tem dinheiro suficiente para arrumar meu nariz.
— E deixará a pessoa que fez isso impune?
Eu não consigo responder. Começo a chorar. Matthew me abraça e eu o abraço de volta. Por quê? Porque essas coisas estão acontecendo comigo? Por que eu? Eu deveria ser sua garotinha e não seu saco de pancadas. Matthew alisa meu cabelo com sua mão enquanto a outra me abraça pela cintura.
— Vem comigo? - Ele pergunta com a voz rouca.
Olho para o restaurante e depois para ele. Concordo. Sem desfazer o abraço, Matthew me levou até um carro. Entro com ele sem questionar.
— Para o hospital…
— Não. - Interrompo ele. - Estou bem.
Meu nariz não estava quebrado e ele parou de sangrar. Preciso ir em um banheiro para limpar meu rosto. Matthew fala para seu motorista voltar para o hotel. Não falamos nada durante o percurso e ele não deixou de me abraçar. A tempos eu não me sinto segura. Quando chegamos no hotel fomos para seu quarto e lá ele me mostrou o banheiro.
- Fica a vontade. - Matthew fala e aponta para o guarda-roupa. - Deixarei algumas roupas minhas em cima da cama caso queira tomar banho. Leve o tempo que precisar.
- Obrigada.
Vou para o banheiro e eu tranco a porta. Quando me olho no espelho… Não tem como não chorar. Começo a tirar a minha roupa e vou para o chuveiro. Cada gota d'água era como um soco no meu rosto. Eu não demoro muito no banho. Antes de sair do banheiro, eu olho no espelho. Estou bem melhor agora, mas por dentro… No quarto Matthew deixou em cima da cama uma cueca, bermuda e uma camisa. Quando eu me visto não pude deixar de rir.
As roupas ficaram enormes em mim e eu estou parecendo um homem. Saio do quarto e encontro com Matthew na sala. Está sentado perto da janela lendo jornal e quando me olha, ele dá um pequeno sorriso.
- Suponho que estão meio grandes. - Ele comenta.
— Você acha? - Olho para roupa em meu corpo. - Talvez um pouquinho.
Aproximo dele sentando na cadeira do seu lado. Pego um pão que estava em cima da mesa e como. Esse é o melhor hotel da cidade. Eu nunca imaginei colocar os pés aqui.
— Eu aceito. - Dou outra mordida no pão.
Matthew me olha com atenção e dá um sorriso, um sorriso vitorioso e um olhar intenso, mostrando que ele conseguiu o que queria. Sinto um calafrio.
— Tem certeza?
Dou um sorriso sem humor.
— O que tenho a perder? Já estou na merda mesmo.
Matthew ficou sério.
— Não fale assim…
— É a verdade. - Olho para ele.
Seja o que for que Matthew fosse falar, ele desistiu.
— Meu advogado irá trazer os documentos para você assinar. - Ele disse por fim. - Amanhã.
— Ok. hum! Eu farei o que durante esse um ano? Ter um filho e ser a namorada de Matthew Dawson?
— Não. Você pode ter a profissão que quiser, pode ter seu próprio negócio. - Matthew dá um gole do seu café. - Você terá meu apoio.
[…]
Leio o contrato umas três vezes. No contrato diz que ficaríamos juntos por um ano, nada me faltará. Ganharei 100 mil por mês enquanto estiver com ele. E em dois meses eu teria que ter um filho com ele. Cheguei a me perguntar se seria do jeito tradicional ou iríamos em uma clínica.
— Podemos realizar do jeito tradicional. - Matthew responde. Como se tivesse lido a minha mente.
Eu acredito que a minha expressão em meu rosto ficou bem clara sempre que eu chegava nessa parte. Olho para ele e não evitamos um sorriso malicioso de ambos. O quê? É do Matthew Dawson que estamos falando. Ficar com ele não será um sacrifício e no contrato diz que não posso me envolver com outra pessoa. Resumindo, Matthew não quer ser corno e arrisca ter um filho que não é dele.
Então sabemos que ficaremos juntos nesse sentido.
Martin Barker é o advogado do Matthew. Martin dá uma tosse fingida chamando nossa atenção. Agora percebi que ainda olhava para Matthew como se fosse um filé-mignon. Matthew não ficava muito atrás devolvendo o olhar.
— Espero que esteja ciente em cada detalhe do contrato. - Martin diz mais uma vez.
Ele não gosta de mim.
— Sei ler, não se preocupa.
Matthew passa a mão no queixo disfarçando um sorriso. Martin não perde a classe, mas aposto que me xingou horrores na mente. Eu pego a caneta em cima da mesa e assino o contrato.
— Pronto. - Entrego o contrato para Martin e ele confere. - Podemos ir logo? - Peço ou meio que imploro para Matthew.
— Quer se despedir?
— Não.
De ninguém. Não ouso sair por essa cidade. Não quero ver meus pais, e não me despeço da Valéria. Assim que essas pessoas notarem que não estou mais aqui… Muitos não vão sentir falta, mas sei que Valéria entenderá.
— Seja Bem-vinda. – Matthew disse quando as portas se abriram.Eu não fico surpresa em ver onde ele mora, mas ver tudo isso pessoalmente é bem diferente do que ver por vídeo. Matthew já foi convidado pela Vogue para mostrar seu apartamento e sim eu assistir o vídeo. As paredes de vidro do teto ao chão nos dão uma vista espetacular. A sala é simples com dois sofás grandes na cor branca, uma mesa de centro. No lado esquerdo tinha um bar com diferentes bebidas, próximos ao balcão havia três cadeiras.Atravesso a sala me aproximando da parede
— Ok. Então tem até quarta. O mais rápido possível cuidamos disso, logo eles esquecem do seu passado e foque no futuro. – Matthew foi até o bar e pegou algo em cima do balcão. – Seu celular. Está salvo meu contato e do Martin. Algum problema que precise de advogado, algo sobre nosso contrato ou até mesmo perdida em algum canto, seja o que for entre contato comigo ou Martin. – Ele me entregou o celular. – Lembrando que ninguém pode saber do nosso contrato, nem mesmo meus pais. Temos que fazer isso dar certo.– E os funcionários?– Assinaram um termo de confidencialidade. – Concordo mexendo a cabeça. Matthew subiu os primeiros degraus e parou. – A propósito, bela escolha de roupa.&
– Não está um pouco cedo? – Matthew perguntou sem tirar os olhos da tela do notebook.– Precisava sair de casa. – Vou até a parede de vidro olhando a rua lá embaixo.– Já está no tédio?– Não, mas estou pensando demais no projeto que vou te mostrar na quarta. – Respondo.– Bom saber que está empolgada. – Ele ficou em silêncio por alguns segundos. – Achei que teria que pagar uma personal stylist para você.Olho para ele sorrindo.– Ontem provei que sei me vestir muito bem. – Me aproximo da sua mesa, sentindo seu olhar no meu corpo. &ndas
Me afasto olhando em seus olhos. Matthew é o primeiro a desviar, descendo o olhar para minha boca. Foi rápido demais para poder aproveitar.– Projetos? – Lauren perguntou. – Se eu puder ajudar não hesite em falar comigo. Adoro ajudar e quando são mulheres no comando dou o melhor do meu melhor.Eu olho para ela sorrindo.– Nós mulheres precisamos nos apoiar. – Eu falo sendo contagiada com a alegria dela.– Isso!– É, Matthew. Se tornaram amigas, estamos ferrados! – Ian falou nos fazendo rir. – Nos da certeza que vão e podemos marcar para semana que vem o que acham?– Perfeit
Chegou o grande dia de conhecer o Sr. & Sra. Dawson. Para eles tudo tinha que sair mais do que perfeito. Matthew não queria dizer, mas eu sei que ele está nervoso com isso. Ele não está só mentindo para o mundo e sim para sua família também. Matthew sempre demonstra confiança e agora não seria diferente, ele não me mostraria seus medos. Sei que vou aprender muita coisa com ele.– Boa escolha de roupa. – Matthew disse abrindo a porta do carro para mim.Olho a grande mansão em minha frente.– Não foi intenção puxar saco. – Eu ajeito o vestido no meu corpo. – Só queria me sentir bem.
– Vocês ainda não me disseram como se conheceram. – Olícia chamou nossa atenção.– Foi em uma viagem para Los Angeles. – Eu falo e tomo um gole do meu vinho. – Por mais que eu seja de Nova York achei que seria melhor começar meus negócios em outro lugar.– E eu a convenci a continuar aqui. – Matthew concluiu.Olhei para ele sorrindo. Matthew está com uma expressão leve e também me olhou. Acredito que estamos nos saindo muito bem.– Sim, Matthew soube usar as palavras certas e me mostrou as vantagens de continuar aqui. Almoçamos com direito a som alto e com Ian e Lee alterados. Parece que alguém exagerou na bebida e cada palhaça que eles faziam, a gente ria. O clima com a Clara amenizou, mas Lauren continuou evitando ela. Sento entre as pernas de Matthew e encosto minha cabeça no seu braço que está acomodado no encosto do sofá. Com a outra mão livre ele bebia seu whisky. Meu celular apita avisando que chegou mensagem. Era da Lauren, ela está do outro lado da mesa. A mesma tirou foto de mim com Matthew na posição que estamos agora.‘Vocês são lindos juntos.’ – Mensagem de Lauren.Olho para ela sorrindo e ela pisca pra mim. A foto ficou ótima. Aproveito para postar.Capítulo 10
Lauren está com um vestido parecido com o meu, mas o dela é tomara que caia e na cor azul. Ela como sempre está linda. Clara está com um conjunto de top e saia na cor vermelha. Conseguimos ir todos em um carro só. Na boate fomos para a área vip. Na área vip cada grupo de pessoas tem seu espaço e um espaço maior para poder dançar. A diferença do andar de baixo e a área vip era o espaço individual que é para o grupo, assim podíamos deixar nossas bolsas e bebidas. Só nós e o garçom tem acesso. – Aqui é minha boate preferida de Ibiza. – Lauren disse. Dou um gole no meu martini. – Aqui parece ser bem legal mesmo. – Lauren, vamos dançar. – Ian colocou seu copo em cima da mesa. – Vou roubar ela só um pouquinho, Aria. – Tudo bem. Lauren levantou, ajeitando o vestido e foi dançar com Ian. Matthew apareceu segundos depois com uma cara não muito boa. – O que foi? – Lee e Clara começaram a brigar. – Matthew sentou do meu lado. – O quão ruim é? – Ele está bêbado! Daqui a pouco v