– Não me importa. – Kaden me interrompeu. – Charles tem a minha confiança e ele confia em você, mas logo te aviso menina. Não será recebida de braços abertos em minha família, nem todos são lindos e acessíveis como eu. – Acabei sorrindo e ele deu de ombro dando um gole em seu vinho, Kaden voltou com o seu silêncio me olhando por alguns segundos. Ele me deixa agoniada para saber suas próximas palavras. – Mas terá o meu apoio para a direção do hospital central.– Obrigada, Kaden. – Agradeci.Eu não sabia o que dizer e não queria acabar falando alguma besteira ou até mesmo fazendo feio nessa presença. Ele me pegou de surpresa tendo esse encontro hoje e ainda estou tentando entender tudo que está acontecendo. Pelo menos nosso encontro foi bem melhor do que a primeira vez com Filipe.– Não quero te assustar sobre ser recebida pela minha família. Você não parece o tipo de mulher que vai baixar a cabeça e espero que não seja mesmo. Charles merece uma mulher forte ao seu lado, assim como ele
P.V. CHARLES GRANT– Foi uma conversa amistosa. – Aline se apressou em dizer. – Ele queria me conhecer. Porque não me contou que foi procurar ele?Não esperava que Kaden fosse procurar a Aline. Obviamente ele ia querer conhecê-la e já estava planejando um jantar para que isso acontecesse. Tentei relaxar um pouco os músculos, mas ainda não gostei da ideia dele ter ido procurar Aline. Não acho que meu tio fosse tratar Aline igual a primeira vez que meu pai falou com ela, mas ainda assim eu gostaria de estar presente.– Porque você ainda não deveria estar se preocupando com isso.– Charles, eu estou bem.– E não duvido disso. Temos muito estresse daqui para frente e certos assuntos podem esperar. – Ela pareceu considerar as minhas palavras. – Como foi essa conversa?Aline sentou no sofá mais próximo e eu sentei ao seu lado, esperando que ela contasse.– Foi normal, eu acho. Ele me encontrou no estacionamento do meu prédio e foi um pouco medonho essa parte. – Acabei sorrindo com a careta
P.V. ALINE CARTER – Ainda bem que você voltou, Aline. – Manuela me abraçou. – Não imagina a falta que estava me fazendo. Fora que o hospital está uma loucura desde que você foi jogada… – Ela parou para pensar um pouco. – Ou desequilibrou e caiu? Manuela olhou para os dois lados antes de fechar a porta da minha sala e passou a chave para ter certeza que a porta estava fechada. Olhei para ela com expectativa com as suas próximas palavras já que ela parecia bem agoniada. Faz uns vinte minutos que cheguei no hospital, não vim direto para minha sala, porque cumprimentei algumas pessoas durante o caminho. – Quais são as fofocas? – Senta! Você precisa sentar, porque é muita coisa. Sentei na hora que ela pediu. Estou começando a ficar com medo das próximas notícias. Manuela puxou a cadeira para se sentar na minha frente. – Andam comentando que você está dormindo com Charles e Leonard. – Oi?! – Sim! Aqueles que acham que você só está dormindo com Charles e outros que acham que você está
– Como assim você está indo embora? – Joe perguntou com os olhinhos arregalados.Sua reação me deixou um pouco aflita. Estamos indo muito bem durante esses dias que estive na casa do Charles, Joe tem sido o meu grudinho e estado comigo todos os momentos. Eu não me aguentei quando ele dizia que era o meu médico e precisava cuidar de mim, porque ele também tem as mãos mágicas.– Lembra que eu estava apenas passando um tempinho aqui? – Me abaixei para poder falar com ele. – Eu já estou melhor então posso voltar para casa…– Mas aqui é grandão. Tem espaço para você ficar aqui, pode chamar sua amiga estranha.Sorri. Joe não conseguiu se acostumar com a Shari. Charles entrou nesse exato momento, ele olhou para as malas no canto da sala e depois olhou para mim e Joe. Charles não disse nada e foi colocar a sua pasta em cima do sofá. Tenho certeza que ele não iria me ajudar agora. Charles queria que eu ficasse e nossa conversa de ontem à noite não foi muito agradável.– Meu amor, eu preciso vo
– Mandou me chamar? – Dr. Hudson Perguntou ao entrar na minha sala.– Sim. Por favor, sente-se. – Apontei a cadeira na minha frente.Ele ocupou a cadeira na minha frente e me olhou com atenção, não parecia estar em seus planos falar alguma coisa e apenas me ouvir. Provavelmente curioso sobre o porquê de chamar ele aqui, não temos nenhuma intimidade e até hoje agradeço por ele ter me contado sobre a situação do Joe. Quando Damian me impediu que eu cuidasse do braço do Joe.– Imagino que você deve estar sabendo dos assuntos que andam rolando sobre mim.Ele concordou com a cabeça.– Realmente é difícil não ouvir.– É, muitas coisas serão confirmadas e outras negadas em um futuro próximo. Quero agradecer novamente por aquele dia…– Você não tem que me agradecer. – Ele não disse nada por alguns segundos me olhando. – Você fez o mesmo olhar que minha esposa quando está preocupado com nossos filhos. Eu não poderia recusar, mesmo não entendendo essa história.Naquele dia eu não dei certeza a
O plano agora era buscar Joe no colégio e iremos almoçar juntos na casa de Charles antes que eu voltasse para o trabalho novamente. Estou muito nervosa e não consigo disfarçar, sorrir para as pessoas que estavam em frente ao colégio esperando seus filhos. Claro que nem todos ali são os pais, muita das vezes são as babás da criança. Ajeitei a roupa em meu corpo e olhei para o portão esperando que Joe saísse. É claro que tudo não seria perfeito, depois de alguns segundos parada ali senhora Horta apareceu.– Você é bem insistente. – Ela falou. – Tenho que reconhecer. – Ignorei a sua presença e nada falei. – Quem você pensa que é para estar aqui? – Seu tom de voz aumentou e chamou a atenção de algumas pessoas.Dessa vez eu iria me virar e dar uma resposta bem afiada para ela. Essa mulher está irritando demais e pode ter certeza que nunca deixaria ela ter alguma coisa com o Charles. Para a sanidade do meu filho! Nitidamente uma louca e chata, mas como sempre, meu filho sempre me salvando.
Assim que cheguei no hospital hoje Manuela me notificou que Damian queria que eu fosse a sua sala quando chegasse. Seria a primeira vez desde que eu avisei a ele que queria o seu emprego, estaremos na mesma sala onde sua mãe se finge de inocente. Não vi Rosângela e nem pretendo ver tão cedo, espero que ela não esteja na sala do Damian.Dou duas batidas na porta e eu vi um entre. Será que vou ter uma manhã tranquila mesmo estando aqui para conversar com ele? Damian estava concentrado nos papéis que estavam em sua mesa.- Sente-se. - Até então a sua voz parecia neutra e a expressão em seu rosto também.Ocupo a cadeira em sua frente.- Estamos com problema na área financeira do hospital. - Damian me olhou. - Graças a Deus estamos com menos pacientes na área infantil. Precisamos pegar uma pequena remessa para o CTI...- Você está querendo desviar dinheiro da área infantil para outra área?- Aline...- Por acaso tem a ver com a nossa vida pessoal? E essa foi a única forma que você encontro
Faz uns vinte minutos que eu saí do hospital e estou indo para minha casa, não deveria estar demorando todo esse tempo ainda mais porque eu estou de carro. Mas desde que saí do estacionamento do hospital notei que um carro branco que também estava no estacionamento, me seguia. Nunca vi aquele carro na minha vida. Então não imagino quem seja o dono.Nos primeiros minutos achei ser pura coincidência foi quando decidi virar uma esquina aleatória, o carro fez o mesmo percurso que eu. Nas duas tentativas para ter certeza se aquele carro branco realmente estava me seguindo, ele mantinha uma certa distância, mas entrava nas mesmas ruas que eu. Sentir um frio na espinha. Se algum dia algum carro me perseguiu, essa é a primeira vez que eu notei.Seguir pelas ruas de Nova York e talvez, só talvez aquele carro poderia parar de me seguir se eu fosse a caminho da casa do Charles. Pelo menos foi essa ideia que passou pela minha cabeça e foi isso que eu fiz. Não procurei pegar o meu celular e ligar