P.V CHARLESPor que mesmo sabendo que vai dar merda, a gente faz? Não é de hoje que Damian vem provocando. Eu não contei para Aline, mas tive o desprazer de encontrar com Damian umas duas vezes depois que tivemos aquela conversa no hospital. Uma vez em uma viagem que infelizmente estávamos no mesmo hotel e nos encontramos perto do elevador, a outra foi um evento aqui da cidade. Em nenhum momento correspondi às suas provocações, eu juro que estava me controlando o máximo possível para não acertar a cara dele. A briga e a agressão não era a melhor coisa a se fazer, mas quem sabe assim ele poderia calar a merda da boca dele.Na última vez Damian deu a entender que iria oficializar o que tinha com a Aline. Claro que poderia ser só uma provocação no momento, mas fiquei remoendo isso e acreditando na possibilidade até chegar ontem e ela me confirmar que eles haviam terminado. Quando vi Aline com ele, não queria acreditar que eles poderiam ter voltado. Ontem mesmo ela me disse que não volta
P.V. CHARLESDuas batidas na porta e Aline liberou a minha entrada no quarto que ela vai ficar hoje. Para finalizar com paz essa noite, Aline não insistiu em voltar para casa. Abri a porta e vi ela sentando na cama. Aline está com uma camisa minha e uma calça, minhas roupas engoliram ela. Sorri.– Precisa de alguma coisa?– Cadê a Matilde? É a segunda vez que eu fico aqui e desde que cheguei em Nova York ainda não conversamos.Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim. Lembro da parceira entre ela e Matilde. Matilde mal acreditou que fosse a Aline aquele dia no hospital, pensou que tivesse delirando.– Matilde está tendo alguns problemas pessoais já faz um bom tempo, com alguns sobrinhos dela. – Sentei no lado da Aline. – Ofereci a minha ajuda, mas ela falou que ia resolver isso sozinha. Então de vez em quando ela está aqui.– Que problemas são esses? – Aline perguntou preocupada.– Os sobrinhos dela estão dando problema na escola e em casa. A irmã não está dando conta e Matilde
P.V. ALINE Abri meus olhos com dificuldade e me encolhi na cama e acabei abrindo mais o corpo de Charles contra mim. Sorri, lembrando da minha noite. Charles e eu transamos. Não sabia que estava com tanta vontade de te-lo até realmente fazer. Foi tão… aff, porque me sinto como uma menina apaixonada quando estou com Charles. Ele me causa uma sensação muito boa, mesmo quando a gente briga e tem nossas chateações gosto de ter ele por perto. Mas não posso considerar que por causa dessa nossa noite possamos estar juntos. Não. Como eu falei antes, o foco seria o meu filho e eu não preciso necessariamente estar com Charles, o pai do meu filho.Ontem Charles disse que iria me conquistar e quer que seja do jeito certo. Ele estava falando sobre a forma que a gente se conheceu. Mas será que Charles está mesmo disposto a isso? É confuso pensar que cinco anos depois temos a chance de ficar juntos de novo. Não estou considerando o que Damian falou sobre ele, considerar alguma coisa que Damian f
Charles levantou rapidamente e vestiu a sua cueca box a caminho da porta. Eu levantei também, colocando a cueca box que Charles me emprestou e a camisa dele.– Ei, o que foi? – Ouvir Charles perguntando para Joe.Corri até a porta e vi Charles agachado na frente do Joe. Meu filho estava de pijama azul e estava agarrado com um urso panda. Antes de subirmos eu passei pelo quarto do Joe e ele já estava dormindo, a cama dele me lembrava muito a um berço que Charles queria antes de Joe nascer. É quase uma cama de casal em formato de carro. Joe dormia tão tranquilamente naquela cama que quando eu beijei sua testa, ele nem se mexeu.– O monstro quer me pegar, papai. – Joe falou voltando a chorar. – Vai levar eu embora.– Calma, está tudo bem. – Charles enxugou as lágrimas de Joe com as suas mãos. Me aproximei deles. – Foi apenas um pesadelo. Ninguém vai te levar embora.Ele soluçou e olhou para mim.– Ninguém vai te levar Joe. – Reforcei e sorri para ele.Eu queria abraçá-lo e assegurar que
P.V. CHARLES GRANT– Parece que tem alguém nas nuvens hoje. – Leonard comentou com uma leve provocação.Ele pode falar o que for que não vai me estressar ou me tirar do sério. A noite passada realmente aconteceu?Hoje de manhã eu realmente tomei café da manhã com meu filho e a mãe dele? Ou tudo isso é um delírio? É bem provável que seja um delírio. Ri de mim mesmo. Hoje na parte de tarde busquei Joe no colégio e vim para casa da minha avó, no caminho para cá comprei um buquê de flores e mandei entregar no trabalho da Aline. Até agora não tive nenhuma resposta, mas espero que ela tenha recebido.– Leo, eu vou casar com essa mulher.Ele bateu palmas.– Tenho certeza! E eu e a minha esposa seremos os padrinhos desse casamento.Estamos sentados na varanda da casa enquanto as crianças corriam de um lado para o outro. O sol está bem quente e sinceramente não sei como as crianças estão conseguindo correr tanto. Estou com humor tão bom que nem briguei com o Joe quando ele acertou a bola três
P.V. ALINE– Um dos nossos médicos foi chamado para o centro de cirurgia. – Manuela comentou. – Parece que já são 4 horas de cirurgia e ainda não tiveram um retorno bom sobre o paciente.– Que possa dar tudo certo e que essa cirurgia seja um sucesso.Manuela balançou a cabeça com cordão, estamos andando pela área infantil e ajudando algumas enfermeiras a repor os remédios e acessórios como toalhas e cobertas. Eu gostava desse momento conversando com os funcionários e até com alguns pacientes. Só um momento que eu paro para pensar porque eu escolhi a medicina e porque eu faço questão de continuar, consegui salvar quantas vidas graças a Deus. Eu podia orientar tantas pessoas com o que eu aprendi, querendo ou não agregando coisas boas para os outros. E agora estou na parte mais administrativa, me orgulho ainda mais por está tendo um outro ponto de vista. Até mesmo longe da cirurgia estamos cuidando das pessoas e fazendo o hospital funcionar. Manuela e eu estávamos passando pelo corredor
– Tá bom. Vou pegar minhas coisas e ir para lá. – Manuela me deu um abraço se despedindo e deu um tchauzinho se despedindo do Charles, Leonard e Alvin antes de sair.– Acha que Joe vai precisar passar a noite aqui…– Com certeza! – Charles interrompeu Leonard. – Joe vai fazer todos os exames possíveis.– Charles foi só um braço quebrado. – Tentei falar.– Ele pode ter batido a cabeça também. Não estávamos na hora para saber como foi a queda dele.– Charles não seja dramático. – Leonard falou. – Joe só começou a chorar quando viu que os médicos estavam levando ele e você não poderia ir junto.– Mas pensando por esse lado…– Não começa a pensar desse jeito não, Aline. – Leonard falou me interrompendo. – É um caminho sem volta. Charles já é o louco dos cuidados, por favor não se torna uma mãe… quero dizer… ah, sei lá. Só não fica maluca igual o Charles.– Eu não sou maluco e muito menos louco por cuidados. – Charles se defendeu. – Eu não tenho culpa se você é um irresponsável e é a Prisc
P.V. ALINE Dou um tempo na minha sala mesmo que tenha passado o meu horário. Charles me mantinha informada por mensagem, eu consegui olhar a ficha do Joe e está ciente de tudo que aconteceu. Damian estava participando de uma cirurgia e agradeço a Deus por isso. Não duvido que ele daria um jeito de me mandar embora só para que eu não visse o Joe. Parece que a paz acabou. Vejo que terei problemas com Damian, ele mudou completamente. Parece até que não sabe ouvir um não e muito menos aceita sim. Leonard não gosta dele e não esconde isso.Estou me segurando para não ir até aquele quarto e ver ele. Agora estou esperando que eles saiam. O Dr. Hudson garantiu que Joe estava bem e que mesmo quebrando o braço, tudo ocorreu muito bem e Joe precisa ficar com o gesso por duas semanas e esses primeiros dias tem que ficar de repouso. Queria estar abraçada com ele mesmo ouvindo ele me chamar de tia, queria ouvir sua voz.'Quer ir no carro com a gente? O motorista do Leonard chegou para levar ele e