Charles levantou rapidamente e vestiu a sua cueca box a caminho da porta. Eu levantei também, colocando a cueca box que Charles me emprestou e a camisa dele.– Ei, o que foi? – Ouvir Charles perguntando para Joe.Corri até a porta e vi Charles agachado na frente do Joe. Meu filho estava de pijama azul e estava agarrado com um urso panda. Antes de subirmos eu passei pelo quarto do Joe e ele já estava dormindo, a cama dele me lembrava muito a um berço que Charles queria antes de Joe nascer. É quase uma cama de casal em formato de carro. Joe dormia tão tranquilamente naquela cama que quando eu beijei sua testa, ele nem se mexeu.– O monstro quer me pegar, papai. – Joe falou voltando a chorar. – Vai levar eu embora.– Calma, está tudo bem. – Charles enxugou as lágrimas de Joe com as suas mãos. Me aproximei deles. – Foi apenas um pesadelo. Ninguém vai te levar embora.Ele soluçou e olhou para mim.– Ninguém vai te levar Joe. – Reforcei e sorri para ele.Eu queria abraçá-lo e assegurar que
P.V. CHARLES GRANT– Parece que tem alguém nas nuvens hoje. – Leonard comentou com uma leve provocação.Ele pode falar o que for que não vai me estressar ou me tirar do sério. A noite passada realmente aconteceu?Hoje de manhã eu realmente tomei café da manhã com meu filho e a mãe dele? Ou tudo isso é um delírio? É bem provável que seja um delírio. Ri de mim mesmo. Hoje na parte de tarde busquei Joe no colégio e vim para casa da minha avó, no caminho para cá comprei um buquê de flores e mandei entregar no trabalho da Aline. Até agora não tive nenhuma resposta, mas espero que ela tenha recebido.– Leo, eu vou casar com essa mulher.Ele bateu palmas.– Tenho certeza! E eu e a minha esposa seremos os padrinhos desse casamento.Estamos sentados na varanda da casa enquanto as crianças corriam de um lado para o outro. O sol está bem quente e sinceramente não sei como as crianças estão conseguindo correr tanto. Estou com humor tão bom que nem briguei com o Joe quando ele acertou a bola três
P.V. ALINE– Um dos nossos médicos foi chamado para o centro de cirurgia. – Manuela comentou. – Parece que já são 4 horas de cirurgia e ainda não tiveram um retorno bom sobre o paciente.– Que possa dar tudo certo e que essa cirurgia seja um sucesso.Manuela balançou a cabeça com cordão, estamos andando pela área infantil e ajudando algumas enfermeiras a repor os remédios e acessórios como toalhas e cobertas. Eu gostava desse momento conversando com os funcionários e até com alguns pacientes. Só um momento que eu paro para pensar porque eu escolhi a medicina e porque eu faço questão de continuar, consegui salvar quantas vidas graças a Deus. Eu podia orientar tantas pessoas com o que eu aprendi, querendo ou não agregando coisas boas para os outros. E agora estou na parte mais administrativa, me orgulho ainda mais por está tendo um outro ponto de vista. Até mesmo longe da cirurgia estamos cuidando das pessoas e fazendo o hospital funcionar. Manuela e eu estávamos passando pelo corredor
– Tá bom. Vou pegar minhas coisas e ir para lá. – Manuela me deu um abraço se despedindo e deu um tchauzinho se despedindo do Charles, Leonard e Alvin antes de sair.– Acha que Joe vai precisar passar a noite aqui…– Com certeza! – Charles interrompeu Leonard. – Joe vai fazer todos os exames possíveis.– Charles foi só um braço quebrado. – Tentei falar.– Ele pode ter batido a cabeça também. Não estávamos na hora para saber como foi a queda dele.– Charles não seja dramático. – Leonard falou. – Joe só começou a chorar quando viu que os médicos estavam levando ele e você não poderia ir junto.– Mas pensando por esse lado…– Não começa a pensar desse jeito não, Aline. – Leonard falou me interrompendo. – É um caminho sem volta. Charles já é o louco dos cuidados, por favor não se torna uma mãe… quero dizer… ah, sei lá. Só não fica maluca igual o Charles.– Eu não sou maluco e muito menos louco por cuidados. – Charles se defendeu. – Eu não tenho culpa se você é um irresponsável e é a Prisc
P.V. ALINE Dou um tempo na minha sala mesmo que tenha passado o meu horário. Charles me mantinha informada por mensagem, eu consegui olhar a ficha do Joe e está ciente de tudo que aconteceu. Damian estava participando de uma cirurgia e agradeço a Deus por isso. Não duvido que ele daria um jeito de me mandar embora só para que eu não visse o Joe. Parece que a paz acabou. Vejo que terei problemas com Damian, ele mudou completamente. Parece até que não sabe ouvir um não e muito menos aceita sim. Leonard não gosta dele e não esconde isso.Estou me segurando para não ir até aquele quarto e ver ele. Agora estou esperando que eles saiam. O Dr. Hudson garantiu que Joe estava bem e que mesmo quebrando o braço, tudo ocorreu muito bem e Joe precisa ficar com o gesso por duas semanas e esses primeiros dias tem que ficar de repouso. Queria estar abraçada com ele mesmo ouvindo ele me chamar de tia, queria ouvir sua voz.'Quer ir no carro com a gente? O motorista do Leonard chegou para levar ele e
P.V. ALINECharles segurou minha mão entrelaçando nossos dedos e com a cabeça indicou para a porta. Dou mais um beijo em Joe antes de sair do quarto.- Onde vamos? - Perguntei quando saímos do quarto. Charles continua segurando a minha mão enquanto a gente ia em direção às escadas.- Comer alguma coisa.- Mas eu...- Deixa eu adivinhar? - Revirei os olhos. Nesse adivinha ele sempre acerta. - Sua última refeição foi o seu almoço. Já são quase nove horas da noite, vamos comer. - Entramos na cozinha.- Não deveríamos esperar Matilde para comer também?- Ela só vai sair de perto do Joe agora quando ele dormir. - Charles olhou as panelas. - E Joe nem vai comer o bolo dele. Ele está cansado, logo vai dormir. Matilde só me deixou realmente sozinho com Joe depois que começamos a nos falar.Me aproximei mais dele.- Sério? - Charles concordou pegando os pratos e me entregando um. - Por que?- Ela falou que se algo acontecesse com Joe era para ligar para você. - Arrumamos nossa comida. - Matil
P.V. ALINESair do quarto antes que Charles acordasse. Ontem a gente não demorou muito para dormir, eu não demorei para dormir. Acho que dormir enquanto Charles me contava alguma coisa do seu trabalho, eu acho. Fechei a porta com cuidado e passei pelo quarto do Joe, ele ainda dormia tranquilamente achei melhor não ir até ele para não acordá-lo e descer para a cozinha. Encontrei a Matilde na cozinha cantarolando.– Por favor, me diga qual é a receita para acordar sempre de bom humor.Ela se virou sorrindo e veio me abraçar.– Que saudade que eu estava de você, menina! – Matilde me abraçou bem forte e eu não poderia deixar de repetir esse ato.– Eu também confesso que senti muito a sua falta, Matilde. Desculpa por eu ter ido…– Nada de desculpa! São águas passadas. – Ela desfez o abraço ainda com as mãos nas minhas e me olhou com um lindo sorriso no rosto. – Então me diz como foi esses anos longe? Você está tão linda! É claro que se tornou uma mulher mais linda do que já era e uma médic
Minha amiga está mais madura se posso dizer assim. Seu cabelo é um castanho quase loiro, ela chegou a fazer luzes no cabelo e agora está voltando ao natural. Ela está absolutamente linda.– Mas me conta! Manuela me falou que você tem altos babados para me contar. – Eu ri. – Não vem tentar me enrolar, eu quero saber de tudo.– Olha, do jeito que eu estou precisando conversar não vou te esconder nada.– Então conte!Dou um belo gole no meu vinho e ela faz uma careta sabendo que vem bomba.– Sabe a clínica que foi há cinco anos atrás? – Ela concordou. – Eu acabei me envolvendo amorosamente com o cara que contratou a clínica.Shari me olhou chocada. Então comecei a contar para ela cada detalhe, mas sem dizer o nome do Charles. Shari me olhava chocada com tudo o que eu dizia, sobre minha mãe e que Charles pagou todo o tratamento e também contei que quando voltei para Nova York descobri que o meu pai gastou todo esse dinheiro com jogos e perdeu tudo. Shari não tomava mais o seu vinho e nem