Agora não estávamos tão perto como antes e conversávamos com pessoas diferentes. Passei a língua preguiçosamente pelos lábios, lembrando do beijo. Basicamente não estávamos fazendo nada de errado, pelo que sei Damian é solteiro e eu também sou. Acredito que esse não seja o momento certo das coisas acontecerem, mas o que eu estou falando? Segundos atrás eu nem imaginava e nem sonhava beijar Damian. Somos apenas amigos, não é? Alguma vez fiz ele pensar ao contrário? Não posso pensar em viver um relacionamento agora, eu estou lutando contra mim mesmo sobre o meu filho.
Fechei meus olhos por alguns segundos. Preciso ir para casa. Fiquei mais uma hora ali e saí sem que percebesse ou melhor eu sair sem que Damian percebesse. Avisei um dos meus colegas. Pedi um táxi e
Charles me soltou aos poucos, vendo que eu não iria mais atacar a mulher. Concordei com a cabeça e me virei para sair dali sendo seguida pelo Charles e a Manuela que apareceu no meio da confusão.- Eu vou pegar água para você... - Não precisa, Manuela. - Estou de costas para eles de olhos fechados e com as mãos apoiadas na minha mesa. - Droga! Mal cheguei e é agora que perco meu emprego. - Sussurrei, mas eles ouviram.- Por mim você poderia ter dado uns tapas na cara dela... Hm, desculpa. - Ela deve ter se desculpado com Charles. - As crianças... Elas...Levantei a cabeça e respirei fundo. Ainda de olhos fechados e repassando a cirurgia na minha cabeça.- Eu... Não consegui... - Minha voz falhou. - Pelo que eu entendi o mais velho se soltou do cinto de segurança e ficou por cima dos irmãos. Ele conseguiu contar para a gente como foi o acidente. Quando o carro capotou ele acabou sofrendo com isso. Infelizmente não resistiu a cirurgia. O irmão do meio bateu a cabeça na janela e o impac
P.V. CHARLES GRANT- Eu vou trocar de escola, papai? - Joe perguntou enquanto comia seu bolo.- Sim, você vai começar na segunda.- Ah. – Ele não parecia muito feliz com isso.- Ei. - Coloquei a mão nas suas costas e fiz carinho. - Vai ser bom conhecer pessoas novas, fazer novos amigos.- Mas meus primos não vão está lá.Esqueci desse detalhe. A ideia de mudar Joe de escola pode ter sido um pouco impulsiva.- Vou tentar resolver essa questão, mas você deveria pensar pelo lado bom. - Tentei motivá-lo. - Sua escola fica perto daquele hospital. As chances de você ver a doutora de mãos mágicas é maior.Seus os brilharam. Ele realmente gostou desta mulher.- Sério? - Sim.- Ela é muito linda, papai. E tem mãos mágicas você, viu? Ela não chegou e tenho certeza que sabia o que eu tinha.Ergui uma sobrancelha ficando confuso. Será que ele estava tão mal que não me mostrou essa mulher? Ou Joe viu ela quando ainda não tinha chegado.- Ela foi te ver?- Papai é a doutora que estava na sala com
- Charles, vai embora! Não me faça ter que chamar a segurança. - Continuei ali parado olhando para ela. - Eu não quero reviver aquilo novamente, Charles…Mesmo que eu tivesse tentado naquela época convencer ela que sou inocente, sabia muito bem que eu não conseguiria conversar com a Aline naquele momento e por isso deixei ela embora. Acredita que quando a sua raiva passasse ela voltaria e ela não voltou. Aline pode me odiar por qualquer outro motivo, mas esse eu não tenho culpa. Isso me consumiu durante anos.- Você me acusou de uma coisa que não é verdade. Não estou aqui para fazer você sofrer novamente, Aline. Quero que tenha a imagem certa sobre mim e o quanto eu dei o melhor de mim...- Pra que?!- Por que eu... - Te amo. - Porque durante anos me senti culpado por uma coisa que eu não fiz. Porque eu não queria ver você embora daquele jeito.Porque você não deveria ter ido embora. Era para ter ficado comigo, Joe e Matilde, mas nos deixou e foi embora para o mais longe possível da g
P.V. ALINE– O que?Estou ouvindo bem ou ele quer eu saia com ele amanhã?– Isso mesmo que você ouviu. – Charles falou tranquilamente.O que ele está querendo comigo agora? Quando decidi entrar nesse carro e ouvir o que Charles tinha me dito, foi porque ele conseguiu me vencer pelo cansaço e eu também estava querendo dar um fim naquela conversa. Agora não esperava que poderia tomar outro rumo. Sim, eu também senti uma necessidade de querer estar perto dele novamente. O celular do Charles começou a tocar, interrompendo a nossa conversa. Ele colocou o celular no suporte e colocou no viva voz. O homem na minha frente não se parece nada com o homem forte que um dia me criou.Meu pai está irreconhecível, ele está magro demais e suas roupas muito largas.– Pai…– O que você está fazendo aqui? – até sua voz está diferente.– Posso entrar?– É realmente necessário?– Por que está me afastando desse jeito?! – Falei com raiva. – Você não vai se esconder. – Empurrei a porta o suficiente para conseguir passar.Capítulo 38
P.V. CHARLES GRANT Paul não podia ter feito mais uma merda em menos de uma semana, ele não seria tão séria tão burro a esse. Não seria burro o suficiente para mim irritar desse jeito. Filipe chegou a conversar com ele e acreditei que pelo menos durante um tempo meu tio não iria aprontar mais nada para cima da minha empresa. – Eu posso explicar! – Paul diz chamando a atenção de todos. – Com aquele estresse todo do Leonard e Charles, eu não poderia ficar com meu nome sujo no mercado… – O seu nome vale o que mesmo? – Interrompi ele. – Me diz e tenta convencer cada um dessa sala de que o seu nome vale. – Me respeite seu fedelho. – Paul me olha com raiva. – Eu sou, um Grant!
P.V. Charles Grant– O que você está fazendo aqui? – Aline perguntou assim que abriu a porta. – E o que aconteceu com a sua boca? Você se meteu em alguma briga?– Por que está chorando? Ignorei suas perguntas ao ver seus olhos bem inchados e avermelhados. Depois de sair da casa da minha avó vim direto para casa da Aline. Eu sentia um desejo em vê-la e não conseguiria esperar até amanhã. Quando eu saí de lá ainda estavam discutindo, mas preferia não fazer parte dessa discussão. Antes que a minha avó tentasse fazer um mudar de ideia, decidi ir embora.– Você não respondeu minhas perguntas. – Aline ficou um pouco incomodada e arrumou o seu roupão no corpo.– Posso entrar para responder?Não iria insistir se ela não deixasse eu entrar, mas ficaria ali na porta até saber o que está acontecendo. Quando eu a deixei mais cedo Aline não estava desse jeito. Por fim ela suspirou e abriu a porta para que eu passasse. Aline fechou a porta e cruzou os braços me olhando, ela está esperando a respos
P.V. ALINE Não existe mais contrato? Nada me impede de ver o meu filho? Depois de um dia cheio de caixinhas de surpresa e que Charles está completamente envolvido. Ele me parece agora à noite na minha casa sem aviso algum e me fala isso. Meu coração batia tão forte que precisava respirar bem fundo várias vezes para me acalmar. O corte na boca de Charles não foi nada grave, mas o soco pegou bem certeiro. O tio dele devia estar com muita raiva, poderia ter quebrado a sua mandíbula. Terminei o curativo.– Pronto. – Falei me afastando.Ele estava sentado no meu sofá, ficando pouquíssimos centímetros mais baixo do que eu, fechei o kit de primeiros socorros.– Obrigado. – Charles mexeu a mandíbula de um lado para o outro.Tenho certeza que ele sentia dor.– É agora que você se gaba e diz que o seu tio está bem pior do que você? – Provoquei.Charles me deu um sorriso sacana, eu inclinei a cabeça para o lado não reconhecendo esse Charles.– Garanto que o outro ficou pior do que eu e dei mais