P.V. ALINE – Ele foi falar com o Filipe, não é? – Perguntei a Matilde.Passei o resto da tarde dormindo e quando acordei Charles não estava em casa. Quando vi Filipe ali fiquei envergonhada porque pensei que fosse o Charles, nunca imaginei conhecer o pai dele. Ele me lembra Charles fisicamente. Assim que Filipe começou a falar aquelas coisas, eu tentei rebater ele e dar a minha versão nessa história, perda de tempo com certeza. Não importava o que eu falasse, ele só pensaria o pior.Então fiquei quieta e ouvir, apenas ouvir. Como uma pessoa pode ter tanto ódio por outra sem ao menos conhecê-la? Mas o problema foi ter ficado para ouvi-lo. Tudo que ele falava parecia fazer sentido e isso me aterrorizou. Os momentos bons que passei a ter com Charles parecia ser uma completa mentira. Fiquei nervosa com isso e uma ansiedade grande querendo que Charles aparecesse logo, minha pressão baixou e o resultado foi o meu desmaio.– Sim, ele não falou que iria lá. Apenas falou que logo voltaria. –
P.V. ALINEEu beijei Charles Grant. CEO da maior empresa de carros do país, um dos solteirões mais cobiçados do momento com uma fortuna gigantesca. Homem que nunca iria olhar para mim. A não ser que ele tenha contratado uma clínica para ter o seu herdeiro e tivesse que passar nove meses com essa mulher. E sim eu fui a felizarda que ele escolheu. Não sou sortuda pelo que os outros pensam, Charles é podre de rico isso é um detalhes que não dá para esquecer. Mas sim porque Charles é um gato! Abracei meu travesseiro com mais força e me segurei para não rir alto.Ele tem pegada e foi difícil não pensar naquele momento a gente na hora H. Acho que nunca vi Charles sem camisa, sempre com seus ternos sob medida e quando está mais de boa em casa nunca está sem camisa. Sempre estando bem vestido.Estou nervosa!Pareço uma adolescente apaixonada dando seu primeiro beijo.Mas não esperava beijar Charles. Ok, eu já imaginei. É difícil não pensar nele, Charles chama atenção em qualquer lugar. E ele
P.V. ALINE– Charles, você precisa se acalmar. – Pedi novamente.– Estamos a um passo de saber qual o sexo do bebê. – Revirei os olhos. – Pare de revirar os olhou pra mim, Aline. Nem parece que você quer saber o sexo do bebê.– Logo, logo vamos descobrir e mesmo assim não vai dar para trocar o sexo do bebê…– Você está muito sensível hoje. – Charles cruzou os braços e ficou emburrado.Neguei com a cabeça. Hoje é ele que está nervoso querendo saber o sexo do bebê, ontem era eu. Estou bem calma comparado a ontem, quero saber o sexo do bebê, mas agora vejo que não tem porque ficar tão ansiosa. A médica nos chamou e nos preparamos. Senti o gel gelado na minha barriga e quando ela começou, eu senti meu coração bater mais forte. Ela sorri e olha para Charles que segurava minha mão. – Então você vai dizer ou essa máquina vai falar alguma o resultado. – Seu semelhante estava sério e a médica ficou sem jeito.Apertei sua mão e Charles me olhou dando de ombros. Não tem porque ele falar com ela
P.V. CHARLESJoe dormia tranquilamente em meu colo.– Parece que esse não acordar hoje. – Felicia passou a mão nas costas do Joe. – Tem certeza que não quer ficar aqui?– Meu filho já aproveitou a família Grant por nós dois. – Sentei com Joe no banco do carro e a Felícia fechou a porta para mim.– Não somos tão difíceis assim, Charles. – Ela fez uma careta. – Já fomos piores.Sorri.– Tenho que concordar com você, tia.Felicia Grant é irmã mais nova do meu pai, sendo a única mulher dos quatro irmãos. Ela tem um filho, Leonard. Sou mais próximo dele do que dos meus outros primos. Ela é avó do pequeno Alvin, ele tem cinco anos de idade igual ao Joe.Roger e Francine são filhos do meu tio, Paul. Paul Grant é o pior dos meus tios e é o mais velho dos irmãos, não gosto dele e a gente no mesmo lugar por muito tempo não é bom. Ele tem três netos, Rick e Dakota, que são filhos de Roger. Eles são gêmeos e tem uns quinze anos. A filha de Francine se chama Leah, ela é muito fofa e tem sete anos
P.V. ALINE– Eu cumpri! Paguei tudo e procurei os melhores médicos para ela…– E ela está morta! – As palavras arranham a minha garganta. – Chega de mentiras, Charles.Vou em direção a porta, mas ele segura em meu braço fazendo eu parar. Puxei meu braço de volta e olhei para Charles com raiva.– Aline, por favor. – Ele pediu. Seus olhos estavam marejados. – Eu posso te provar…Chorando? Sério? Como ele pode ser assim?! Eu achei que existia um lado bom nele, mas só me enganou. Nunca deixou de pensar aquelas coisas de mim, ele prometeu cuidar da minha mãe. – Não quero te ouvir, eu não quero… – Ouvi Joe chorar.Abaixei minha cabeça me segurando para não ir até ele.– Aline, fica. Se não eu for o motivo que seja por ele. – Charles falou.Olhei para ele e sequei minhas lágrimas.– Não esqueça de depositar o dinheiro na minha conta. – Falei e me virei para sair dali.Charles me chamou diversas vezes e chegou a ir atrás de mim, mas parou quando o choro de Joe aumentou. Minha cabeça gritava
- Seja bem-vinda, Dra Carter. Sou Manuela Larson, sua assistente pessoal.Manuela é alguns centímetros mais baixa do que eu e muito sorridente. Ela usa um óculos perfeito para o seu rosto, o que deixa ela com ar de séria, mas o sorriso te entrega.- Uma assistente pessoal? Eu vou mesmo precisar?Manuela me barrou antes mesmo que eu pudesse entrar dentro do hospital. Estamos nesse exato momento conversando no estacionamento. Ela parecia estar bem empolgada.- O Dr. Mccall quer oferecer todo um suporte para que possa se organizar melhor aqui e claro poder atender os seus pacientes sem nenhuma preocupação. É aí que entra eu! - Ela deu um gritinho nessa última parte. Comecei a andar em direção ao elevador e Manuela me acompanhou. - Vou programar todos os seus horários e o que você precisar pode falar comigo e vou conseguir para você. Claro! Quando você não quiser ir resolver pessoalmente. Sou apenas o seu suporte.Manuela parecia mais um robozinho falando e uns robozinhos bem chatos. Sorr
P.V. ALINE- Se faz você se sentir bem. - Manoela me olhou e voltou a olhar para minha mesa. - Eu arrumei em ordem dos que mais estão precisando de sua atenção.A minha mesa estava cheia de documentos sobre os pacientes. Papéis falando sobre as reclamações de alguns doutores da área, listas de coisas que estão precisando no momento e parei de contar os assuntos. Manuela e eu estamos paradas na porta olhando para a mesa. Eu não sei quais foram os motivos para o último médico sair daqui, mas ele deixou uma bagunça e muito trabalho para ser feito.- Obrigada.No agradecimento não foi muito animador e ela entendia o porquê. Na primeira semana, eu não atendi ninguém diretamente, apenas casos muito importantes e algumas cirurgias. Falei com a equipe da área infantil no primeiro dia me apresentando em um discurso leve para descontrair. Eu preciso ficar focado em cada papel colocado em minha mesa, mesmo querendo estar em contato com as crianças.No começo da segunda semana tive um pequeno pro
P.V. CHARLES GRANT - Papai, ela tem mãos mágicas. - Joe Fala mais uma vez antes de se deitar. - Ah, é? Hoje mais cedo Alvin se machucou e foi levado para o hospital. Joe acompanhou ele, porque eles estavam brincando juntos nesse momento. Não foi nada grave, mas seu joelho ficou bem machucado. Agora meu filho não para de falar dessa tal Doutora que cuidou do machucado do seu primo. - Sim, papai. - Joe deitou e eu cobri ele. - Quando você tiver dodói, eu vou levar você lá. Fiquei olhando tudo o que ela fazia com o Alvin. Se Alvin se machucar de novo vou poder ajudar ele. Acabei rindo e Joe deu um sorriso grandão. - Tá bom, meu amor. Agora você precisa ir dormir. Joe já tinha passado da sua hora de dormir. Hoje deixei ele dormir mais tarde, porque acabei chegando do trabalho tarde e prometi para ele que iríamos assistir um filme. Joe me fez assistir o filme duas vezes. O mesmo filme! - Mas papai, a doutora.... - Tem mãos mágicas. - Isso! - Seus olhos brilharam. - Agora você pre