P.V. CHARLES GRANT - Papai, ela tem mãos mágicas. - Joe Fala mais uma vez antes de se deitar. - Ah, é? Hoje mais cedo Alvin se machucou e foi levado para o hospital. Joe acompanhou ele, porque eles estavam brincando juntos nesse momento. Não foi nada grave, mas seu joelho ficou bem machucado. Agora meu filho não para de falar dessa tal Doutora que cuidou do machucado do seu primo. - Sim, papai. - Joe deitou e eu cobri ele. - Quando você tiver dodói, eu vou levar você lá. Fiquei olhando tudo o que ela fazia com o Alvin. Se Alvin se machucar de novo vou poder ajudar ele. Acabei rindo e Joe deu um sorriso grandão. - Tá bom, meu amor. Agora você precisa ir dormir. Joe já tinha passado da sua hora de dormir. Hoje deixei ele dormir mais tarde, porque acabei chegando do trabalho tarde e prometi para ele que iríamos assistir um filme. Joe me fez assistir o filme duas vezes. O mesmo filme! - Mas papai, a doutora.... - Tem mãos mágicas. - Isso! - Seus olhos brilharam. - Agora você pre
P.V. ALINE- Foi uma honra trabalhar ao seu lado hoje, Aline. - Damian diz quando saímos da sala de cirurgia.A cirurgia de transporte do coração que fizemos hoje foi um grande sucesso. Conseguimos agir em um tempo bom e com completa segurança. Damian e eu temos uma sintonia, não foi preciso falar muito para saber o que fazer na hora. Mal piscamos e a cirurgia estava feita. Estou muito feliz que tudo ocorreu como o planejado.- Ah, para. - Ri. - Falou a pessoa que ganha títulos a cada cirurgia que faz.Ele riu.- Não é para tanto.Damian Mccall é um dos médicos com mais cirurgias bem sucedidas do país. Sua família toda são médicos, cada um em uma área, eu acredito que teria surtado se tivesse nessa família, mas ele com certeza é o orgulho dos pais. Amo minha profissão, mas não sei se aguentaria se todos fossem também. Damian fez pesquisas bem sucedidas das quais se tornaram livros. A honra é minha de ter feito uma cirurgia ao seu lado.- Amanhã é o evento, não é? Acredito que Manuela
P.V. ALINEOlhei para Joe, soltando o ar também. Comecei a olhar cada detalhe de seu rosto. Foram segundos observando ele que pareceu ser horas para mim. Agora eu sei porque esse menino era tão familiar, ele... ele... Não pode ser. Pisquei algumas vezes e passei as costas da mão para secar uma lágrima que insistiu em descer. Estou de costas para a porta.- Papai. - Joe choramingou. Dou passos para trás quando o Charles passa por mim e vai até Joe. Senti minha garganta secar. Respirei fundo no exato momento que ele passou, seu cheiro. Fechei os olhos por alguns segundos, logo olhei para os dois na minha frente. Charles sentou na cama colocando Joe em seu colo, era como se ele fosse o próprio médico e examinando o menino. Continuo dando passos para trás não acreditando. O Joe... Esse Joe é o meu filho.- Não pode ser. - Olhei para Matilde. Ela levou as mãos à boca não acreditando que era eu ali.- Você ainda não respondeu. - Charles falou com uma voz rude como se tivesse me acusando de
P.V. CHARLES GRANT– O que aquela mulher estava fazendo naquele hospital, Charles? – Filipe exigiu saber. – Ela não tinha ido embora?!Olhei para ele, apertando meus olhos em sua direção. Filipe não vai começar a falar mal da Aline agora. Cinco anos se passaram e ele ainda está nisso? Filipe passou a mão pelo cabelo se afastando de mim. Matilde está neste momento com Joe, desci para o meu escritório depois de ter certeza que ele estava dormindo, mas ela não queria sair de perto dele. E o que eu menos quero é discutir com meu pai agora.- Não estou falando nada demais, apenas quero saber porque Aline estava naquele hospital. Era a primeira vez que Filipe falava o nome da Aline. Aline! Ela voltou. Cheguei a entrar em contato com a faculdade onde ela estudava e o diretor disse que Aline tinha ido para Inglaterra terminar os seus estudos já que ele mesmo recomendou ela. Minha Aline, tantos anos sem vê-la e agora está bem mais perto. Quando ela chegou?- Ela conseguiu o que queria. - Suss
P.V. CHARLES GRANT- Podíamos fechar a escola...- Pai, não. - Olhei para ele incrédulo.Filipe deu de ombros.- Então vamos descobrir os nomes e ferrar com os pais deles...- Filipe!O que está acontecendo com esse homem?- O que foi?! Meu neto parou no hospital. Não pode deixar por isso. - Filipe bufou. - Você cuida da Aline e eu cuido da escolha do Joe.- Não. Eu vou cuidar dos dois casos... Ou melhor. - Olhei para Filipe s
P.V. ALINE- Aline? - Damian me chamou.Acenei para ele e entrei em seu carro. A ideia de ficar o final de semana todo sem o meu carro não me irritava, uma coisa que peguei gosto é dirigir. De certa forma até me acalmava quando pegava o carro e andava sem rumo pelas ruas. Agora preciso esperar até segunda para ter o meu carro de volta.- Oi, tudo bem? - Cumprimentei Damian.Ele me olhou sorrindo.- Estou muito bem com você, Aline Carter?- Por que tanta formalidade, Senhor Mccall? - Falei seu sobrenome bem devagar e ele fez uma careta.<
Agora não estávamos tão perto como antes e conversávamos com pessoas diferentes. Passei a língua preguiçosamente pelos lábios, lembrando do beijo. Basicamente não estávamos fazendo nada de errado, pelo que sei Damian é solteiro e eu também sou. Acredito que esse não seja o momento certo das coisas acontecerem, mas o que eu estou falando? Segundos atrás eu nem imaginava e nem sonhava beijar Damian. Somos apenas amigos, não é? Alguma vez fiz ele pensar ao contrário? Não posso pensar em viver um relacionamento agora, eu estou lutando contra mim mesmo sobre o meu filho.Fechei meus olhos por alguns segundos. Preciso ir para casa. Fiquei mais uma hora ali e saí sem que percebesse ou melhor eu sair sem que Damian percebesse. Avisei um dos meus colegas. Pedi um táxi e
Charles me soltou aos poucos, vendo que eu não iria mais atacar a mulher. Concordei com a cabeça e me virei para sair dali sendo seguida pelo Charles e a Manuela que apareceu no meio da confusão.- Eu vou pegar água para você... - Não precisa, Manuela. - Estou de costas para eles de olhos fechados e com as mãos apoiadas na minha mesa. - Droga! Mal cheguei e é agora que perco meu emprego. - Sussurrei, mas eles ouviram.- Por mim você poderia ter dado uns tapas na cara dela... Hm, desculpa. - Ela deve ter se desculpado com Charles. - As crianças... Elas...Levantei a cabeça e respirei fundo. Ainda de olhos fechados e repassando a cirurgia na minha cabeça.- Eu... Não consegui... - Minha voz falhou. - Pelo que eu entendi o mais velho se soltou do cinto de segurança e ficou por cima dos irmãos. Ele conseguiu contar para a gente como foi o acidente. Quando o carro capotou ele acabou sofrendo com isso. Infelizmente não resistiu a cirurgia. O irmão do meio bateu a cabeça na janela e o impac