P.V. CHARLESJoe dormia tranquilamente em meu colo.– Parece que esse não acordar hoje. – Felicia passou a mão nas costas do Joe. – Tem certeza que não quer ficar aqui?– Meu filho já aproveitou a família Grant por nós dois. – Sentei com Joe no banco do carro e a Felícia fechou a porta para mim.– Não somos tão difíceis assim, Charles. – Ela fez uma careta. – Já fomos piores.Sorri.– Tenho que concordar com você, tia.Felicia Grant é irmã mais nova do meu pai, sendo a única mulher dos quatro irmãos. Ela tem um filho, Leonard. Sou mais próximo dele do que dos meus outros primos. Ela é avó do pequeno Alvin, ele tem cinco anos de idade igual ao Joe.Roger e Francine são filhos do meu tio, Paul. Paul Grant é o pior dos meus tios e é o mais velho dos irmãos, não gosto dele e a gente no mesmo lugar por muito tempo não é bom. Ele tem três netos, Rick e Dakota, que são filhos de Roger. Eles são gêmeos e tem uns quinze anos. A filha de Francine se chama Leah, ela é muito fofa e tem sete anos
P.V. ALINE– Eu cumpri! Paguei tudo e procurei os melhores médicos para ela…– E ela está morta! – As palavras arranham a minha garganta. – Chega de mentiras, Charles.Vou em direção a porta, mas ele segura em meu braço fazendo eu parar. Puxei meu braço de volta e olhei para Charles com raiva.– Aline, por favor. – Ele pediu. Seus olhos estavam marejados. – Eu posso te provar…Chorando? Sério? Como ele pode ser assim?! Eu achei que existia um lado bom nele, mas só me enganou. Nunca deixou de pensar aquelas coisas de mim, ele prometeu cuidar da minha mãe. – Não quero te ouvir, eu não quero… – Ouvi Joe chorar.Abaixei minha cabeça me segurando para não ir até ele.– Aline, fica. Se não eu for o motivo que seja por ele. – Charles falou.Olhei para ele e sequei minhas lágrimas.– Não esqueça de depositar o dinheiro na minha conta. – Falei e me virei para sair dali.Charles me chamou diversas vezes e chegou a ir atrás de mim, mas parou quando o choro de Joe aumentou. Minha cabeça gritava
- Seja bem-vinda, Dra Carter. Sou Manuela Larson, sua assistente pessoal.Manuela é alguns centímetros mais baixa do que eu e muito sorridente. Ela usa um óculos perfeito para o seu rosto, o que deixa ela com ar de séria, mas o sorriso te entrega.- Uma assistente pessoal? Eu vou mesmo precisar?Manuela me barrou antes mesmo que eu pudesse entrar dentro do hospital. Estamos nesse exato momento conversando no estacionamento. Ela parecia estar bem empolgada.- O Dr. Mccall quer oferecer todo um suporte para que possa se organizar melhor aqui e claro poder atender os seus pacientes sem nenhuma preocupação. É aí que entra eu! - Ela deu um gritinho nessa última parte. Comecei a andar em direção ao elevador e Manuela me acompanhou. - Vou programar todos os seus horários e o que você precisar pode falar comigo e vou conseguir para você. Claro! Quando você não quiser ir resolver pessoalmente. Sou apenas o seu suporte.Manuela parecia mais um robozinho falando e uns robozinhos bem chatos. Sorr
P.V. ALINE- Se faz você se sentir bem. - Manoela me olhou e voltou a olhar para minha mesa. - Eu arrumei em ordem dos que mais estão precisando de sua atenção.A minha mesa estava cheia de documentos sobre os pacientes. Papéis falando sobre as reclamações de alguns doutores da área, listas de coisas que estão precisando no momento e parei de contar os assuntos. Manuela e eu estamos paradas na porta olhando para a mesa. Eu não sei quais foram os motivos para o último médico sair daqui, mas ele deixou uma bagunça e muito trabalho para ser feito.- Obrigada.No agradecimento não foi muito animador e ela entendia o porquê. Na primeira semana, eu não atendi ninguém diretamente, apenas casos muito importantes e algumas cirurgias. Falei com a equipe da área infantil no primeiro dia me apresentando em um discurso leve para descontrair. Eu preciso ficar focado em cada papel colocado em minha mesa, mesmo querendo estar em contato com as crianças.No começo da segunda semana tive um pequeno pro
P.V. CHARLES GRANT - Papai, ela tem mãos mágicas. - Joe Fala mais uma vez antes de se deitar. - Ah, é? Hoje mais cedo Alvin se machucou e foi levado para o hospital. Joe acompanhou ele, porque eles estavam brincando juntos nesse momento. Não foi nada grave, mas seu joelho ficou bem machucado. Agora meu filho não para de falar dessa tal Doutora que cuidou do machucado do seu primo. - Sim, papai. - Joe deitou e eu cobri ele. - Quando você tiver dodói, eu vou levar você lá. Fiquei olhando tudo o que ela fazia com o Alvin. Se Alvin se machucar de novo vou poder ajudar ele. Acabei rindo e Joe deu um sorriso grandão. - Tá bom, meu amor. Agora você precisa ir dormir. Joe já tinha passado da sua hora de dormir. Hoje deixei ele dormir mais tarde, porque acabei chegando do trabalho tarde e prometi para ele que iríamos assistir um filme. Joe me fez assistir o filme duas vezes. O mesmo filme! - Mas papai, a doutora.... - Tem mãos mágicas. - Isso! - Seus olhos brilharam. - Agora você pre
P.V. ALINE- Foi uma honra trabalhar ao seu lado hoje, Aline. - Damian diz quando saímos da sala de cirurgia.A cirurgia de transporte do coração que fizemos hoje foi um grande sucesso. Conseguimos agir em um tempo bom e com completa segurança. Damian e eu temos uma sintonia, não foi preciso falar muito para saber o que fazer na hora. Mal piscamos e a cirurgia estava feita. Estou muito feliz que tudo ocorreu como o planejado.- Ah, para. - Ri. - Falou a pessoa que ganha títulos a cada cirurgia que faz.Ele riu.- Não é para tanto.Damian Mccall é um dos médicos com mais cirurgias bem sucedidas do país. Sua família toda são médicos, cada um em uma área, eu acredito que teria surtado se tivesse nessa família, mas ele com certeza é o orgulho dos pais. Amo minha profissão, mas não sei se aguentaria se todos fossem também. Damian fez pesquisas bem sucedidas das quais se tornaram livros. A honra é minha de ter feito uma cirurgia ao seu lado.- Amanhã é o evento, não é? Acredito que Manuela
P.V. ALINEOlhei para Joe, soltando o ar também. Comecei a olhar cada detalhe de seu rosto. Foram segundos observando ele que pareceu ser horas para mim. Agora eu sei porque esse menino era tão familiar, ele... ele... Não pode ser. Pisquei algumas vezes e passei as costas da mão para secar uma lágrima que insistiu em descer. Estou de costas para a porta.- Papai. - Joe choramingou. Dou passos para trás quando o Charles passa por mim e vai até Joe. Senti minha garganta secar. Respirei fundo no exato momento que ele passou, seu cheiro. Fechei os olhos por alguns segundos, logo olhei para os dois na minha frente. Charles sentou na cama colocando Joe em seu colo, era como se ele fosse o próprio médico e examinando o menino. Continuo dando passos para trás não acreditando. O Joe... Esse Joe é o meu filho.- Não pode ser. - Olhei para Matilde. Ela levou as mãos à boca não acreditando que era eu ali.- Você ainda não respondeu. - Charles falou com uma voz rude como se tivesse me acusando de
P.V. CHARLES GRANT– O que aquela mulher estava fazendo naquele hospital, Charles? – Filipe exigiu saber. – Ela não tinha ido embora?!Olhei para ele, apertando meus olhos em sua direção. Filipe não vai começar a falar mal da Aline agora. Cinco anos se passaram e ele ainda está nisso? Filipe passou a mão pelo cabelo se afastando de mim. Matilde está neste momento com Joe, desci para o meu escritório depois de ter certeza que ele estava dormindo, mas ela não queria sair de perto dele. E o que eu menos quero é discutir com meu pai agora.- Não estou falando nada demais, apenas quero saber porque Aline estava naquele hospital. Era a primeira vez que Filipe falava o nome da Aline. Aline! Ela voltou. Cheguei a entrar em contato com a faculdade onde ela estudava e o diretor disse que Aline tinha ido para Inglaterra terminar os seus estudos já que ele mesmo recomendou ela. Minha Aline, tantos anos sem vê-la e agora está bem mais perto. Quando ela chegou?- Ela conseguiu o que queria. - Suss