No Salão das Flores, o aroma do chá de jasmim preenchia o ambiente.Pérola trouxe algumas fatias de rocambole, com a chuva lá fora, seus sapatos bordados estavam encharcados. Ao caminhar sobre o piso de pedra, deixou várias marcas nítidas de seus passos.Bianca não falou primeiro, apenas permaneceu sentada na cadeira e bebendo o chá lentamente. Entre tia e sobrinha, havia apenas uma mesa de chá alta e quadrada entre elas. As fatias de rocambole estavam sobre a mesa, e Pérola, segurando a bandeja, saiu e ficou de guarda na porta.Bianca pegou uma fatia de rocambole com as mãos, comendo devagar. O som da mastigação era quase inaudível.A Princesa de Avez pegou um pedaço com o garfinho e o levou à boca. Ela comia com elegância, mordendo delicadamente e segurando um pequeno prato de porcelana embaixo para evitar que farelos caíssem sobre sua roupa roxa com flores.Ela tinha a pele amarelada, e o roxo fazia seu tom de pele parecer ainda mais apagado. Seus olhos estavam sem vida, com círculo
Bianca ficou em silêncio por um momento, depois ordenou:– Pérola, acompanhe a visita até a porta!A Princesa de Avez ficou furiosa:– Bianca, eu ainda não terminei, e você já está tão apressada em me mandar embora? Eu sou sua tia!Ela, tomada pela raiva, jogou a xícara de chá no chão, e seu peito se ergueu com a raiva.Bianca olhou para a xícara quebrada no chão, com chá espalhado molhando a ponta de seu sapato. Ela levantou os olhos e falou com voz severa, fria ao extremo:– Se pelo menos você tivesse essa mesma coragem na Casa da Gratidão, se tivesse ousado quebrar a xícara na frente deles e xingar Murilo de insensível, eu até ficaria feliz pela Larissa e continuaria te respeitando como minha tia, mas você viu o quanto Larissa estava magoada naquela noite? Você ainda continuou fazendo concessões. Quando ela disse que queria o divórcio pacífico, ela só queria saber se você aceitaria recebê-la de volta em casa. Se você ao menos tivesse dado um simples aceno de cabeça, ao invés de semp
A história de Bianca e a Princesa de Avez logo chegou aos ouvidos da Paola. Ela mandou chamar Pérola para esclarecer a situação e, depois de ouvir, exclamou irritada:– Quem não ficaria furioso depois de ouvir uma coisa daquelas? A Bibi teve o azar de estar enfrentando sua tia, se eu estivesse lá, teria dado uns tapas nela! – Ela rapidamente ordenou. – Rápido, peça para a cozinha fazer algo doce para ela, brigadeiros, docinhos... Não, não, melhor comprar uma caixa de donuts da Doceria Holdy para animá-la e não ficar mal por causa daqueles covardes. Isso não vale a pena.Lucrécia, apressada, queria sair para comprar, mas Roxy disse:– Eu vou, minha perna é mais ágil.– Isso, a Roxy vai. – Paola estava tão nervosa como se estivesse em pânico. Ela não era estranha a ver sua nora irritada, mas dessa vez, diante da Princesa de Avez, ela não podia extravasar, assim como às vezes, quando estava muito brava com sua irmã, não ousava discutir com ela.“Não, isso é diferente, pelo menos a minha i
Bianca pegou mais um donut e sorriu para Paola, dizendo:– Sogra, não estou mais brava. Vem, coma um você também.Ao vê-la pegando o doce diretamente com as mãos, Paola franziu a testa, pensando que a nora ainda era um pouco rude.Depois de hesitar por um momento, ela decidiu pegar o donut. Afinal, não vai morrer só por comer isso....O Setor de Supervisão da Corte estava mais uma vez ocupado, fazendo uma investigação contra Murilo.Os fiscais consideraram que ele tinha perdido a moral, insultado publicamente os oficiais e desprezado a autoridade imperial, alegando que ele não merecia ser um aluno escolhido pelo Imperador. Pediram ao Imperador que retirasse o nome de Murilo do registro oficial dos aprovados nos exames imperiais e também cancelassem sua herança do título de Marquês da Graça. Em outras palavras, a Casa da Gratidão deveria encontrar um novo herdeiro do título.O Imperador Zuquim, na manhã seguinte, retirou o direito de Murilo de herdar o título de Marquês da Graça, mas n
No Lar da Sorte, um recorte de papel colado nas grades da janela estava sendo refletido pela lâmpada à óleo pendurado no corredor, projetando-se como uma besta gigante nas paredes internas da casa.Bianca Sonata estava sentada em uma cadeira de encosto redondo feita de madeira de pau-rosa, com as mãos cruzadas à sua frente. As roupas de cores neutras envolviam seu corpo magro. Ela olhava para a pessoa à sua frente, ele era o seu marido recém-casado que ela esperou por um ano.Renato Guerra ainda vestia sua armadura desgastada, exalando uma aura majestosa. Havia um traço de remorso misturado com determinação em seu rosto bonito. Ele disse:– Bianca, o decreto de casamento já foi emitido. De qualquer forma, a Fabiana vai vir para nossa casa.As mãos de Bianca permaneceram cruzadas à sua frente, seus olhos não revelavam suas emoções. Ela perguntou, confusa:– A Imperatriz-Mãe disse uma vez que a General Fabiana é o exemplo para todas as mulheres do mundo. Ela estaria mesmo disposta a ser
Renato parecia um pouco impaciente, ele disse:– Por que você está procurando aborrecimento para si mesma? Isso é um casamento concedido pelo Imperador, e mesmo que a Fabiana entre na família, vocês terão moradias separadas na casa. Ela não vai competir com você pelo poder de administração da família. Bianca, as coisas que você valoriza, ela despreza.– Você acha que eu me importo tanto com o poder de administração da família? – Bianca perguntou em resposta. – Ser a administradora da Casa do General não é nada fácil. Sua mãe gasta centenas de pratas todos os meses com medicamentos do tio Danny, e não tem como escapar dos gastos com todas essas pessoas da casa, as despesas do dia a dia, as relações sociais... Tudo exige pratas.A Casa do General era apenas uma fachada vazia. Ao longo deste ano, ela teve que usar parte das pratas do seu enxoval de casamento para sustentar essa família, e o que conseguiu em troca?Renato perdeu completamente a paciência, dizendo:– Esqueça, não vou mais d
Pérola trouxe a lista do enxoval de casamento e disse:– Durante este ano, a senhorita subsidiou 240 mil pratas em despesas, mas as lojas, casas e propriedades não foram tocadas. Os recibos bancários e os documentos de propriedade da marquesa estão todos trancados em uma caixa.– Eu sei... – Bianca olhou para a lista. Sua mãe havia lhe dado um enxoval de casamento extremamente generoso, com receio de que ela sofresse na casa do marido. Isso a fez sentir uma dor aguda no coração.Pérola perguntou com tristeza:– Senhorita, para onde podemos ir? Por acaso, ainda podemos voltar para a Casa do Marquês? Ou podemos voltar para Montanha Merinda, que tal?Imagens sangrentas da Casa do General piscaram diante dos olhos de Bianca, e pensando nesse casamento miserável que teve, ela sentiu uma dor repentina no coração.– Qualquer lugar é melhor do que ficar aqui. – Murmurou Bianca.– Se a senhorita for embora, estará cedendo felicidade a eles.Bianca disse com indiferença:– Então que assim seja.
A Sra. Guerra sorriu forçadamente, respondendo de forma evasiva:– Ainda mal a conheci, como posso afirmar se gosto dela ou não? Mas já que o Imperador concedeu o casamento, é uma realidade que não vai mais mudar. Daqui para a frente, ela e Renato irão conquistar méritos juntos no exército, enquanto você desfrutará das conquistas militares que eles trouxerem para Casa do General. Isso é muito bom, não é?– Realmente é ótimo! – Bianca sorriu. – Só sinto muito pela General Fabiana ter que ser apenas uma concubina.A Sra. Guerra riu:– Olhe só para você, menina boba. Como poderia ela ser uma concubina quando o Imperador concedeu o casamento? Além disso, ela é uma funcionária do império, uma funcionária da corte. Onde já se viu uma funcionária se tornar concubina? Ela é a segunda esposa legítima, sem distinção com a primeira.Bianca questionou:– Não há distinção entre primeira e segunda esposa? Existe isso em nosso império?A expressão da Sra. Guerra ficou um pouco fria, ela respondeu:–