Catarina Marchetti Despertei com o som persistente do meu celular. Esfregando os olhos, peguei o dispositivo e viu uma mensagem de Dante. Ele estava a caminho para me buscar e juntos iríamos visitar alguns apartamentos disponíveis para aluguel. A ideia de deixar a casa do nonno, que falecera na semana passada, ainda pesava em meu coração, mas a perspectiva de viver sozinha e ter minha liberdade era animadora.Ao descer as escadas, o vazio da casa ecoava com lembranças da presença afetuosa de seu avô. Respirei fundo, afastando a tristeza momentaneamente, focando na empolgação do novo capítulo que se aproximava.— Bom dia, Catarina. Pronta para encontrar o lugar perfeito? — ele chegou com um sorriso encantador.Eu assenti, tentando esconder a melancolia por trás de um sorriso. Juntos, fomos ao primeiro apartamento na região central da cidade. Chegando lá, ele ficou impressionado com a segurança do prédio. Câmeras, porteiro 24 horas, tudo indicava um ambiente seguro e aconchegante.— Vo
Dante BaldiniO sol da tarde lançava sombras longas sobre as ruas enquanto eu caminhava em direção à imponente mansão de Dom Nero. O convite para uma conversa particular despertou a minha curiosidade e eu ponderava sobre as possíveis razões da reunião.Dom Nero, com seu olhar penetrante, me recebeu em seu escritório luxuosamente decorado. O aroma de charutos finos pairava no ar enquanto ele me pedia que sentasse. — Dante, estou pensando em um empreendimento para manter Catarina ocupada. Ela precisa de algo que ocupe o tempo, e também para que aprenda a lidar com os negócios. Queria que você me ajudasse.— Isso pode ser interessante. Talvez um restaurante, algo que ela se sinta à vontade, de comida brasileira, que tal? Seria algo único aqui, e ela se sentiria em casa.Surpreendentemente, Dom Nero concordou, vendo o potencial na sugestão. Juntos, embarcamos na jornada de estabelecer o restaurante. Encontramos um local encantador, no coração da cidade. O espaço precisava de alguns ajust
Catarina MarchettiEu olhava através dos andaimes, admirando o esqueleto de concreto do prédio em obras. Meu pai, um sorriso radiante no rosto, colocou a mão carinhosamente em meu ombro e disse:— Catarina, este será o seu restaurante. — Os meus olhos brilharam de animação. — Para mim? Sério, pai? — Ele assentiu, revelando os planos de transformar aquele espaço em um pedaço do Brasil naquela cidade distante.— Vamos fazer deste lugar um pedaço da sua casa, Catarina. Eu quero que as pessoas sintam a calorosa hospitalidade brasileira aqui.Ao longo das semanas, nós trabalhamos juntos, escolhendo móveis e decidindo sobre a decoração. Eu contribuía com ideias animadas, e o lugar começou a ganhar vida com cores vibrantes e elementos que remetiam à cultura brasileira. Eu me sentia em casa mesmo antes da inauguração.Durante uma tarde de planejamento do cardápio, meu pai sugeriu:— E se tivermos feijoada aos sábados? E algumas caipirinhas especiais?— Sim, pai! E vamos garantir que tenhamos
Dante BaldiniEu mergulhava na rotina agitada do Recanto Brasileiro com uma empolgação crescente a cada dia. Entre panelas borbulhantes e o aroma de temperos exóticos, descobria um novo mundo de sabores e experiências. Enquanto ajudava Catarina na gerência, admirava sua destreza e a forma como ela comandava a equipe com pulso firme.— Catarina, como você faz isso parecer tão fácil?— Ta no meu sangue ser chefe. — ela disse rindo.Enquanto o restaurante prosperava, as mesas estavam sempre ocupadas, e os clientes elogiavam cada prato servido. A atmosfera era animada, e a combinação de sabores atraía os amantes da gastronomia de todos os cantos da cidade. Enquanto tudo fluía harmoniosamente, havia um cliente que começava a me incomodar. Era um homem que aparecia todos os dias, sentava-se no mesmo lugar e não perdia a oportunidade de flertar com Catarina.— Eu não sei o que é melhor aqui, a comida ou a dona! — o cara não parava de dar cantadas nela, e ela dava moral para ele. Aquilo já es
Catarina Marchetti Eu observava o movimento no restaurante enquanto organizava as mesas. Alexandre, o cliente cativante que sempre flertava comigo, aproximou-se com um sorriso caloroso.— Tá pronta? — eu olhei bem para ver se ele estava falando comigo mesmo.— Pronta? Pra que? — esse homem sorrindo era um sonho.— Para almoçar comigo! — ele disse como se fosse óbvio.— Ah Alexandre! — dei uma risada — agora eu não posso, estou trabalhando, mas eu te sirvo com o maior prazer. — era uma frase normal, eu quis ser educada, mas lá no fundo eu pensei que ele talvez poderia entender como algo sexual é isso me deixou com vergonha.— Essa vou deixar passar. Mas, hoje você vai tomar um drink comigo à noite. — não era uma pergunta.— Eu vou? — Hesitei por um momento, minhas lembranças com Dante ainda frescas em minha mente, mas decidi dar uma chance a algo novo. — Tá bom, eu te encontro onde?Enquanto nós combinávamos nosso encontro noturno, uma mistura de emoções preenchia meus pensamentos. S
Dante Baldini Envolto pela angústia e a influência das bebidas na casa de apostas, não conseguia afastar os pensamentos intrusivos sobre Catarina. A decisão de ir até o apartamento dela foi impulsionada por uma mistura de ciúmes, preocupação e a necessidade de clareza.Ao chegar ao prédio de Catarina, apertei a campainha ansiosamente, esperando que ela respondesse. O silêncio aumentava minha inquietação. Decidido a obter respostas, eu tomei a decisão impulsiva de ir até a casa do pai dela.No local, constatei que nem Catarina nem seu pai estavam presentes. A preocupação transformou-se em um aperto no peito, misturado com a culpa por ter agido de forma impulsiva. Eu percebi que precisava acalmar meus sentimentos antes de tomar decisões precipitadas.Com a mente turva pela bebida, Dante enviei uma mensagem para o celular de Catarina, tentando disfarçar a ansiedade em minhas palavras:"Oi, Catarina. Sou eu, Dante. Estive pensando em você e passei pelo seu apartamento e pela casa do seu
Catarina MarchettiExausta após um longo dia de trabalho, cheguei em casa ansiosa por um momento relaxante. Enquanto me despia, a campainha tocou, surpreendendo-me. Ao abrir a porta, deparei-me com Dante, com um sorriso nos lábios.— Oi, Catarina. Posso entrar?Ainda surpresa, concordei, deixando-o entrar. E começou a me arrumar para tomar banho.— Desculpe a bagunça, Dante. Não estava esperando visita.— Sem problemas.— Vou tomar um banho rapidinho, e já volto, está bem?— Claro, sem pressa. Eu espero.Enquanto me dirigia ao banheiro, Dante me seguiu casualmente. Liguei o chuveiro e comecei a relaxar sob a água quente quando, de repente, ele entrou no banheiro e se sentou na poltrona próxima à penteadeira. O box de vidro do banheiro permitia que nos olhássemos sem nenhum obstáculo. Eu não sabia se continuava o banho, se saia ou se mandava ele sair, mas decidi não mostrar que estava envergonhada com o grau de intimidade ali.— Espero não estar invadindo seu espaço, Catarina. — ele me
Dante BaldiniDespertei no sofá com Catarina adormecida no meu braço. O aroma dela preenchia o ar, uma fragrância celestial que me envolvia. Ela parecia um anjo repousando, e o toque da pele dela contra meu corpo era divino. Consciente de que não deveria ter adormecido ali, tentei me levantar cautelosamente, evitando perturbar o sono tranquilo dela.Ao ficar de pé, hesitei antes de partir. Parei por um momento para admirá-la, percebendo que estava irremediavelmente apaixonado. Meus olhos percorreram cada detalhe, capturando a serenidade que a envolvia. Se pudesse eu ficaria ali para sempre.Ao chegar em casa, tomei muito cuidado para não fazer barulho, mas ao entrar no quarto dei de cara com Beatrice me olhando fixamente, o rosto sério denunciando sua frustração. — Posso saber onde você passou a noite?— Eu tive que resolver algumas coisas na casa de apostas e acabei dormindo lá mesmo. — falei enquanto me dirigia ao banheiro.— Sabe, eu não ligo de você dormir fora, mas eu não quero