(Tauron) — Não o vi ainda, estava indo para lá antes de decidir vir aqui. — fiquei decepcionado por meu comandante não saber. — Quem mais está com ela? — A lady Ernest, majestade. — Então vá, e não tarde a me trazer notícias! — o fiz se retirar enquanto tentava ser racional encarando o mapa. “Preciso primeiro conhecer as saídas.” Evitei pensar na mulher de olhos esmeraldas para não seguir atrás de Ghedal e observá-la eu mesmo. “Espero não precisar cortar a cabeça de alguém hoje.” (Esmen) O homem nos acompanhando pelo pequeno mercado perto dos muros do castelo era encantador. Seus cabelos castanhos avermelhados lhe davam uma graça única, seus olhos estreitos eram marcantes com sua íris castanha escura. Nariz reto e lábios estreitos em um rosto fino. Ele sempre andava por baixo de um capuz marrom, mas era extremamente caloroso com todos, e não um estranho que pintei como assustador há alguns dias atrás. Percebendo minha atenção demasiada nele, um sorriso se estendeu por seus
(Esmen) Meus olhos baixaram para as pétalas azuis, rosas e brancas das flores no meu buquê. “Companheiro. Ele sequer desejou isso?” — Flores bonitas. Onde as arranjou? — Himal apareceu de repente. Ernest colocou a mão livre contra o peito, suas bochechas coraram, mas ela disse com confiança. — Você as quer? Uma raposa astuta encheu o dono da tenda por elas. Sem que eu percebesse, Himal lançou um olhar preocupado na minha direção. Ele provavelmente compartilhava do mesmo pensamento de todos. “O rei não ficará feliz com sua rainha ganhando cortejos de outra pessoa.” Capturei uma pétala para arrancar, sentindo sua maciez, e a puxei. Naquele exato momento, a loira se desculpou sem motivo aparente e as flores sumiram de minha vista. Himal tinha os dois buquês agora e eu tinha apenas a pétala. Procurei Ernest para mostrar meu descontentamento, mas ela apontou com o queixo para frente, de forma sutil, sussurrou: — Sua majestade. O rei está ali. Imediatamente temi que ele houvesse
(Esmen) Apertei os dedos em seus ombros, disposta a descontar minhas frustrações a qualquer momento. Entretanto, não era seu plano receber algo em troca de suas palavras, de sua rejeição atroz. Ele agiria de acordo com sua vontade, por isso, quis me afastar e empurrá-lo para longe de mim, mas ele não se moveu. Pelo contrário, apertou-me contra ele e tomou meus lábios. Surpresa com o desenrolar da situação, encontrei seus azuis intensos enquanto ele me forçava a fechar os olhos com seu alucinante beijo firme. A pior maneira de cair em uma armadilha era se jogando nela por conta própria, ciente do perigo e das consequências. Eu estava emaranhada na sua rede de caça, envolta com seus braços capazes de matar qualquer ser vivo que desejasse. Desesperada para me livrar do turbilhão que poderia me matar a qualquer momento. Um jogo perdido para mim e uma batalha ganha para ele. Eu cedi, não vigiei, não conseguia mais vigiar se ele estava ou não de olhos abertos, caí na sua armadilha e a
(Esmen) Brasas beijavam meu corpo em sincronia com a atenta observação do rei. Suas mãos sobre mim, alisando cada parte possível, e quais acreditei ser impossíveis no meu próprio corpo. Agarrado a necessidade de controle que me fugia cada vez mais, corria os dedos por seu corpo duro. — Vai voltar atrás neste momento? — custou-lhe a pergunta, a rouquidão e a parte mais rochosa do seu corpo naquele momento delataram sua necessidade. Eu me via escorregando em um desejo estranho de tocá-lo e querer sempre mais que tudo aquilo. — Por quê perguntas? — o fitei, mesmo com bochechas quentes por confiar que precisava mesmo do meu marido naquele instante. — Estou sendo benevolente com você, Esmen. E talvez esta seja a única vez que serei. Me afoguei em seus azuis quase brancos por segundos, mas, para mim, foram minutos. — E quando passará a deixar de ser? — Assim que eu começar! “Isso é bom?” Não tinha certeza se ele avisava para me preparar para o depois, relembrando que n
(Esmen) Água, havia muita água. Me impulsionei para cima com desespero, minhas narinas dilataram e eu acabei abrindo a boca e engolindo água, quase me afogando sozinha. Me inclinei sobre a borda da banheira enquanto tossia freneticamente, minha cabeça doía e meus pulmões pareciam estar sendo arrancados, assim como veias cerebrais pulsantes. O quarto teve a minha tosse incessante como som, mesclado a água que caía pela minha pressa de não me afogar, a água ainda estava agitada ao meu redor. Minha garganta doía por cada tosse, não ouvi alguém correndo até mim naquele instante. — Majestade! A loira de olhos gentis agora os tinha preocupados enquanto tentava se aproximar, sem se importar se suas vestes seriam molhadas. — Meu Deus! — Ela me agarrou pelos braços e me ajudou a sair da banheira. Ernest me enrolou em um tecido felpudo me guiando pelos lados até o quarto. — Minha senhora, o que houve? — Ela andou pelo quarto até trazer uma manta e se sentou ao meu lado, muito preocu
(Esmen) Alguns dias se passaram… Rupher continuava visitando o castelo, com menos frequência que das últimas vezes, mas em uma delas, como hoje, ele decidiu que me daria mais atenção que meu marido, o qual não via muito depois da nossa noite juntos. Parecia me evitar, mas poderia estar realmente ocupado. — Posso dizer que nego sua companhia novamente, nobre senhor! — Tentei afastá-lo de novo, como das últimas vezes, pois preferia estar na companhia de meu rei. Um forte sentimento por Tauron se desenvolveu depois da noite juntos, uma necessidade e um apego incomum. Rupher ficou no segundo plano, quase no esquecimento, se assim ele permitisse. Mas lá estava ele, me pressionando a ficar por perto, tentando me cortejar a todo custo. — Isso fere meus sentimentos, minha senhora! — Suas palavras pareciam ter provocado cócegas em Ernest, que sempre me acompanhava. — Eu disse para desistir. Não disse? Senhor raposa. Rupher levantou um canto do lábio em desdém para a loira; ambos tinham
(Esmen) O frio intenso parecia querer despedaçar o teto velho, feito de telhas de barro sobre nossas cabeças, pois vinha acompanhado de um vento forte, capaz de arrepiar qualquer corpo mal vestido. Busquei minha mãe pela pequena casa e a encontrei perto do fogão a lenha, onde havia uma panela completamente cheia de sopa, em sua última fase, quase pronta para ser servida. Seu corpo magro, como o meu, envolto em roupas surradas e finas, era aquecido pelo calor do fogo, ao qual ela se mantinha próxima, mexendo na sopa. O único casaco de pele quentinho que possuíamos estava sobre meus ombros. Eu o daria a ela quando se sentasse à pequena mesa junto comigo. Por hora, me aferrava a ele como se fosse a salvação da minha vida. Com o capuz cobrindo meus cabelos castanhos escuros, ainda sentia minhas bochechas queimando. O frio intenso passava pelas fissuras na madeira desgastada da porta estreita, soprando diretamente no meu rosto. Deixei apenas os olhos verdes, como esmeraldas, de fora
(Esmen) Não recuei. Havia mais soldados de todos os lados, e eu ainda tinha esperança de que ele estivesse errado sobre a paternidade. Quando se aproximou o suficiente, ele me dirigiu a palavra: — Você é minha filha. Abri a boca para contestar, mas soube pelo seu olhar reprovador que não era tudo o que ele tinha a dizer. — E será preparada para casar com o rei Tauron, hoje à noite. Meus olhos saltaram. Agora não havia permissão ou tradição alguma que me fizesse ficar calada. — Como? — Você, Esmen, será a mulher do rei Tauron. — Ele não parou de me fitar. Parecia estar vendo minha mãe em mim; seu olhar pesava como uma tonelada, trazendo algo como frustração e satisfação ao mesmo tempo. Provavelmente por me vender como mercadoria para alguém. — Eu não... — me interrompeu com um erguer de mão, que chegou perto demais do meu rosto frio. Diferente de mim, que tinha roupas surradas e finas, como um vestido longo verde desbotado, sapatos gastos e apenas os cabelos alinhad