Parte 2...Sim, eu sei. Infelizmente temos que nos submeter às vontades da doença, que agride nosso corpo quando quer. São tantos medicamentos que Gorete toma que isso acarreta alguma complicação às vezes, por causa da colite que ela já tem há muitos anos.— Ela começou a reclamar de uma dor abdominal e logo em seguida teve diarreia - ela solto o ar, um pouco incomodada — Você sabe como é - gesticulou — Nós sempre estamos cuidando bem de nossos pacientes, sobretudo os mais velhos, mas essas coisas acontecem.— Claro, eu sei sim.— Isso fez com que ela ficasse indo e vindo ao banheiro por mais de três horas durante a madrugada e sabe como isso afeta o sono e por sequência, a qualidade de vida dela no dia seguinte.— É, eu sei - mordi o lábio — Por isso que eu não quis acordá-la. E também eu tenho que ir trabalhar ainda, mas voltarei depois.— Pode ir sossegada - ela pegou em minha mão — Nós estamos dando toda atenção a ela. Creio que depois de um bom tempo de sono, boa alimentação, ela
— Obrigada.Saí meio sem jeito e rápido. Essa coisa de inventar mentira de supetão não é bem para mim. Primeiro que não sou muito a favor de mentiras, em raros casos sim, se for para ajudar alguém, mas criar uma mentira para fazer o outro cair em engano é bem complicado.Voltei e encontrei Luca sentado em minha mesa de braços cruzados.— Podemos ir? - ele olhou o relógio — Eu fiz uma reserva para nós.Meu Deus, que coisa estranha ouvir essa frase vinda da boca dele.— Vou pegar minha bolsa - passei por ele e abri a gaveta maior. Dei uma olhada em meu celular para ver se tinha alguma mensagem ou chamada de alguém da clínica, mas graças a Deus não tinha. Então a Gorete estava bem.— Esse é o seu celular? - ele fez uma cara de deboche.— É sim, por que? - guardei de volta na bolsa e ajeitei a alça no ombro — Vamos.— Depois é melhor trocar essa coisa que você chama de celular.Eu quase disse a ele que poderia me dar um novo se estava achando ruim, mas aí lembrei que é meu chefe e depois
Parte 1...* LucaEu sabia que minha tia iria ficar curiosa. Quando liguei para fazer a reserva, falei como se fosse algo bem simples, o fato de estar levando minha noiva para almoçar comigo.É claro que ela logo questionou quem seria a garota que ela nunca tinha ouvido falar e como eu sou rápido nas coisas, ainda mais quando elas me interessam, como no caso de agora que é muito importante.Falei que ela iria conhecer Carina pessoalmente e por isso preciso que ela faça um bom serviço e finja bem ou minha tia vai se ligar que tem algo estranho.— Olha só, minha tia é uma pessoa bem ligada e se você não fingir bem, ela vai levar isso direto para Diana, que é a filhinha querida dela - olhei sério para Carina.— Eu vou tentar fazer o melhor.— Não tente, faça - ordenei.— Luca, olha só... Eu estou fazendo algo que você está me contratando, como um acordo - ela ergueu a mão para mim — Isso quer dizer que seremos no mínimo parceiros nessa armação toda, então você não pode mais mandar em mim
Parte 2...— Sabe, eu não curto muito ser criticado.— Aí complica - ela deu de ombro.Eu puxei o ar, cocei a testa e pensei. De repente ela até tem razão, mas eu não gosto e nem estou aqui para ser criticado.— Tá, mas você não me respondeu. Você sabe beijar?Ela rodou os olhos.— Sei sim - disse entre dentes.— Ok - dei de ombros.De novo peguei em sua nuca e a puxei. Dessa vez ela veio para mim, ainda que um pouco travada, mas não reagiu como antes.Nossos rostos ficaram próximos como nunca estiveram antes, eu até senti a respiração dela um pouco acelerada. Olhei para a boca meio bicuda e foi a primeira vez que eu notei seu formato. Achei bonita, com um leve rosado do batom. Me passou a impressão de ser macia e isso me atiçou a vontade de tirar a prova.Levantei o olhar para seus olhos e ela também mirava minha boca. Acho que temos algo em comum. A curiosidade.Notei o nariz um pouco arrebitado e com umas sardas bem pequenas que desciam pela lateral. Engraçado que eu nunca reparei
Parte 3...Ele é meu chefe chato, arrogante e grosseiro. Como assim eu gostei de seu beijo?Realmente faz muito tempo que eu não namoro, deve ser por isso. Só que agora tem outra questão que eu não havia me tocado antes e que não está definida no contrato.Sexo!Como vou fazer com essa parte? Aliás, como não fazer porque eu nunca tive uma relação sexual na vida. Tudo o que eu sei é apenas na teoria, na prática mesmo nada.E ele parece ter ficado aborrecido com algo. Será que não gostou do meu beijo? Pelo menos isso eu sei fazer.Meu antigo e único namorado dizia que adorava meus beijos. Nós nunca fomos para a parte mais séria do namoro porque eu sempre tive muito medo da questão sexual.E não era medo do ato em si, mas do que poderia vir depois. E se eu ficasse grávida ou então pegasse alguma doença sexual?Deus me livre disso. As duas opções são bem ruins para uma pessoa que ainda não está com a vida organizada e nem tem apoio. Não poderia cair nesse erro. E talvez o mais fácil fosse
Parte 1...* LucaEntrei de mãos dadas com Carina e parei, buscando minha tia pelo salão. Ela sempre fica por aqui dando atenção aos clientes que considera especiais.Falei com a garota da recepção que já me conhece e apresentei Carina como minha noiva. Ela foi muito gentil e chamou minha tia, nos levando até a mesa reservada.A mão de Carina estava um pouco fria, com certeza de nervosismo, mas eu entendo. Puxei a cadeira para ela sentar e apertei seus ombros, notando que eram delicados, algo que nunca prestei atenção antes.— Dona Lorena já vem aí - a recepcionista sorriu e saiu.— Estou nervosa - ela comentou.— Eu percebi - estiquei a mão sobre a mesa e segurei a dela — Controle só um pouco seu nervosismo. Minha tia vem vindo aí - ela arregalou os olhos — Não vá fazer merda agora.Eu sorri porque vi que ela ficou vermelha e doida para me dar uma resposta, mas não podia fazer isso agora e mordeu a língua. Ótimo!— Meu sobrinho, querido!Minha tia parou ao meu lado e eu levantei para
Parte 2...— Obrigado, tia - sorri.— Mas são namorados? Esse anel aqui é de compromisso.— Bem, é que... Na verdade o Luca me pediu em casamento - Carina jogou rápido.— Casamento? - ela arregalou os olhos.— Sim - eu disse logo segurando a mão dela — Acho que não dá para perder a chance quando se encontra a pessoa certa.Minha tia fez um cara divertida de aprovação, mexendo a cabeça assentindo e depois nos deu parabéns.— Te dou um conselho - ela se inclinou para Carina — Não abaixe a cabeça para o que ele quer. Esse meu sobrinho é muito bom em convencer os outros a fazer o que ele quer sem que a pessoa perceba.— Pode deixar, vou me lembrar disso - Carina piscou o olho.Depois de um minuto a mais de conversa, minha tia nos deixou quando o garçom trouxe nossa comida. Esperei o rapaz se afastar.— Você, hein... Bem que podia ter me paparicado um pouco para minha tia achar que você está apaixonada por mim.— Você já se apaixonou antes?— Eu não - respondi com desdém.— Nem eu - ela di
Parte 3...Vi minha tia se aproximando de novo.— Lá vem ela novamente.— Então melhore essa cara feia.Eu tive que rir quando ela disse isso e assenti com a cabeça.— Como está a comida?— Está ótima como sempre, tia.— Sim, estou gostando muito - Carina elogiou — Apesar de não ter sido consultada na hora de escolher - olhou pra mim — Eu tenho que dizer que foi uma ótima escolha. Está tudo muito gostoso.— Ah, que bom, fico feliz com isso - ela apertou meu ombro — Da próxima vez, deixe que a menina escolha, entendeu?— Sim, senhora. Vou lembrar disso - sorri achando engraçada a cara dela.— E que tal você levar sua noiva lá em casa para um jantar?Essa eu não esperava.— Não sei se vai dar, tia. A Carina tem...— Claro, seria ótimo - ela respondeu por mim — Pode marcar que eu vou gostar muito. Obrigada!Minha tia ficou feliz e disse que depois entraria em contato para marcar e nos deixou. Carina voltou a comer.— Por que aceitou o convite?— Porque você começou com a mentira e agora