Parte 1...* LucaEntrei de mãos dadas com Carina e parei, buscando minha tia pelo salão. Ela sempre fica por aqui dando atenção aos clientes que considera especiais.Falei com a garota da recepção que já me conhece e apresentei Carina como minha noiva. Ela foi muito gentil e chamou minha tia, nos levando até a mesa reservada.A mão de Carina estava um pouco fria, com certeza de nervosismo, mas eu entendo. Puxei a cadeira para ela sentar e apertei seus ombros, notando que eram delicados, algo que nunca prestei atenção antes.— Dona Lorena já vem aí - a recepcionista sorriu e saiu.— Estou nervosa - ela comentou.— Eu percebi - estiquei a mão sobre a mesa e segurei a dela — Controle só um pouco seu nervosismo. Minha tia vem vindo aí - ela arregalou os olhos — Não vá fazer merda agora.Eu sorri porque vi que ela ficou vermelha e doida para me dar uma resposta, mas não podia fazer isso agora e mordeu a língua. Ótimo!— Meu sobrinho, querido!Minha tia parou ao meu lado e eu levantei para
Parte 2...— Obrigado, tia - sorri.— Mas são namorados? Esse anel aqui é de compromisso.— Bem, é que... Na verdade o Luca me pediu em casamento - Carina jogou rápido.— Casamento? - ela arregalou os olhos.— Sim - eu disse logo segurando a mão dela — Acho que não dá para perder a chance quando se encontra a pessoa certa.Minha tia fez um cara divertida de aprovação, mexendo a cabeça assentindo e depois nos deu parabéns.— Te dou um conselho - ela se inclinou para Carina — Não abaixe a cabeça para o que ele quer. Esse meu sobrinho é muito bom em convencer os outros a fazer o que ele quer sem que a pessoa perceba.— Pode deixar, vou me lembrar disso - Carina piscou o olho.Depois de um minuto a mais de conversa, minha tia nos deixou quando o garçom trouxe nossa comida. Esperei o rapaz se afastar.— Você, hein... Bem que podia ter me paparicado um pouco para minha tia achar que você está apaixonada por mim.— Você já se apaixonou antes?— Eu não - respondi com desdém.— Nem eu - ela di
Parte 3...Vi minha tia se aproximando de novo.— Lá vem ela novamente.— Então melhore essa cara feia.Eu tive que rir quando ela disse isso e assenti com a cabeça.— Como está a comida?— Está ótima como sempre, tia.— Sim, estou gostando muito - Carina elogiou — Apesar de não ter sido consultada na hora de escolher - olhou pra mim — Eu tenho que dizer que foi uma ótima escolha. Está tudo muito gostoso.— Ah, que bom, fico feliz com isso - ela apertou meu ombro — Da próxima vez, deixe que a menina escolha, entendeu?— Sim, senhora. Vou lembrar disso - sorri achando engraçada a cara dela.— E que tal você levar sua noiva lá em casa para um jantar?Essa eu não esperava.— Não sei se vai dar, tia. A Carina tem...— Claro, seria ótimo - ela respondeu por mim — Pode marcar que eu vou gostar muito. Obrigada!Minha tia ficou feliz e disse que depois entraria em contato para marcar e nos deixou. Carina voltou a comer.— Por que aceitou o convite?— Porque você começou com a mentira e agora
Parte 1...* CarinaQuando ouvi isso, quase travei novamente. Luca tem um jeito muito direto de fazer as coisas. Direto até demais para mim que não me acostumei ainda com essa versão dele.— Mas... Não tem ninguém por aqui.Meu coração bateu forte, uma pancada só, quase doeu dentro do peito.— E daí? - ele riu fazendo uma careta.— Daí que aqui a gente não precisa fingir. A ideia não é ser um casal quando estivermos em público? Só tem nós dois e...— E nada - ele me puxou — Você ainda não está à vontade comigo e se minha tia quer que a gente vá até a casa dela, temos que estar relaxados um com o outro.— Mas...— Nada de mas... Carina, você tem que se acostumar ao meu toque. Já pensou se eu for te abraçar na frente de minha família e você der um pulo? Eles vão achar estranho.— Na hora em que for preciso eu vou me lembrar de fingir ser apaixonada por você.— Não... É melhor a gente ir treinando.— E eu lá sou um cachorro para você me treinar? - tentei puxar a mão.— Não disse isso - e
Parte 2...Estou sentindo tesão por minha secretária sem graça e chatinha. Como assim?É uma sensação bem estranha, afinal, eu nunca dei atenção a Carina, mas como diz Roberto, eu não dou valor suficiente a ela.Desci a mão até mais abaixo em sua bunda e apertei de leve. Logo a senti enrijecer o corpo. Puxei-a mais para mim e a abracei pela cintura com o outro braço, testando-a. De novo apertei de leve sua bunda e ela colocou a mão em meu peito, me empurrando. Parei o beijo.— O que foi?— Você... Você apertou minha bunda, Luca - ela disse baixinho.Eu ri um pouco, cobrindo a boca com a mão, por causa da cara que ela fez.— Isso é normal... E não tem ninguém aqui, sabia? Não precisa falar baixo.— Normal? - ela colocou as mãos no quadril — Normal o que? A gente não tem essa intimidade pra isso.— Exato - abri as mãos — A gente tem que começar a ficar relaxado um com o outro e o melhor modo para criar intimidade de casal, é fingir como um casal... Ou seja, a gente tem que transar - dei
Parte 3...— Porque eu quis - ela deu de ombro.— Sério? - apertei os olhos.— Nem todo mundo gosta de pular de uma cama para outra, tá bom!Ergui as mãos, assentindo com a cabeça.— Ok, eu te entendo... Eu acho - abri bem os olhos, torcendo a boca — Mas eu sinto te informar, que nós vamos ter que transar. Eu não sou monge.— Mas isso nem está no acordo.— A gente fala para o Roberto colocar uma cláusula a mais. É simples!— Não é simples, Luca - fechou a cara.Fiquei pensando, coçando a testa. Isso tinha que ter uma solução.— E se a gente começar tipo um namoro mesmo? Já que vamos fingir ser um casal, porque não ser um de verdade?— Que? O que está pensando?— O que pode servir para nós dois - puxei o banco e sentei — Pense comigo - ela se aproximou — Nós vamos ter que superar nossas diferenças, deixar de lado algum preconceito ou ideia errada, para podermos conviver - estiquei a mão — Roberto me falou muito bem de você, mas confesso que fiquei com o pé atrás... Porém me vi em uma s
Parte 1...* Carina— E como nós vamos fazer isso?Eu perguntei enquanto o elevador descia. Vamos voltar para a empresa e Luca ligou para Roberto, que deu a dica de chegarmos de mãos dadas para que todos pudessem nos ver.— Do modo como todo casal enamorado faz - ele segurou a porta do elevador para que sair — Assim que descer do carro, a gente já assume uma postura de namorados.— Tudo bem, então - ajeitei a bolsa.— Ah... E essa será a sua última semana na empresa - eu olhei para ele franzindo a testa — Você vai ser demitida.Parei e apertei a bolsa.— Como é? - minha voz saiu fina.— Calma - ele riu e segurou em meu braço, me guiando para o carro — Se nós agora somos namorados... Noivos, por assim dizer para as aparências e com um casamento em vista, nada mais do que normal que minha mulher não trabalhe.— Não sou sua mulher e não tem nada de normal - fiz uma careta crítica — Que a mulher pare de trabalhar porque o homem quer.— As pessoas vão achar que você é sim, minha mulher e m
Parte 2...Ele abriu a porta para que eu saísse, mas assim que viu a Sueli chegando também, ele me puxou e passando o braço por minha cintura me deu um beijo que me tirou o fôlego. Ele me pegou de surpresa.Eu nem sei, mas foi algo por instinto, nem pensei na questão do plano. Apenas ergui as mãos e segurei em seus ombros, respondendo ao beijo e nossa, me deixei levar.Sinto que estou em um universo paralelo. É tão absurdo o que está acontecendo que fica difícil acreditar, ainda que eu seja uma das personagens da história.— Gente, mas o que é isso?O beijo parou, infelizmente. Esfreguei a boca, meio sem jeito, vendo o olhar dela, parada perto da gente de braços cruzados.— Ah... Oi sócia - ele riu e me segurou no lugar — Foi mal, eu não resisti e tive que continuar uma coisinha que a gente estava fazendo lá dentro - ele mentiu descarado — Só não era pra ninguém saber... Ainda.Meu Deus, como ele tem cara de pau. Mente com um cinismo mil vezes melhor do que o meu. Estou com as pernas