Capítulo 169
Instintivamente, Poliana contraiu os quadris, sentindo o rosto esquentar.

— Seu bruto! Me solte! — Ela exclamou com raiva.

Gustavo a encarava com uma frieza assustadora.

— Eu e a Fernanda...

Ele tentou explicar novamente, mas Poliana fechou os olhos e começou a repetir sem parar:

— Não quero ouvir, não quero ouvir, não quero ouvir!

O peito de Gustavo subia e descia visivelmente com a irritação, mas, de alguma forma, ele estava se esforçando para manter a paciência. Seu pomo-de-adão se moveu, e ele elevou a voz para se fazer ouvir acima das palavras de Poliana:

— Eu e a Fernanda não temos absolutamente nada...

De repente, Poliana abriu a boca e começou a cantar, puxando a voz de uma maneira exagerada. A melodia era tão alta e desafinada que assustou os pássaros que se abrigavam da chuva nas árvores próximas.

Gustavo ficou completamente sem reação.

A mulher que, antes mesmo, estava furiosa e se recusava a escutar, agora, com seu súbito ataque de canto desafinado, parecia
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