Peter,— Ela não está atendendo a ligação. — ela fala, mas eu não presto atenção nela, e sim no menino à minha frente. Me abaixo para olhar bem para ele, mas ele me empurra, me fazendo sentar no chão.— Como você se chama? — Pergunto sentado mesmo.— Lucca. Vai embora, você brigou com minha vovó.— Como se chama a sua mãe? — Na hora que ele vai responder, a porta se abre, e o senhor Lombardi entra. O menino corre para o colo dele, o chamando de vovô. — Tô errado, ou esse menino é filho da Viviane?Os dois ficam calados, e eu balanço a cabeça negando a situação. Claro, por isso ela foi embora e não voltou, muito menos me ligou. Fez uma nova vida com outra pessoa. Olho mais uma vez para o menino antes de passar pelos dois. Mas a senhora Lombardi grita.— Viviane suportou tudo sozinha, Peter, uma anemia com a gravidez, foi muito para ela.— O pai dele não ajudou? — falo voltando e apontando para o menino.— Não, o pai dele não ajudou, porque ele estava aqui em Milão. — meu sogro fala, e
Viviane,Suas palavras saem em forma de protesto. Ele está com tanta raiva de mim que posso sentir a tensão em seus olhos. Abraço mais o Lucca, nem ele nem ninguém vai tirar meu filho de mim, não depois de tudo que eu passei para tê-lo comigo.— Não vou recusar o divórcio, não vou mais te prender por obrigação. Mas o meu filho, pode esquecer. Nem que eu tenha que dizer no tribunal que ele não é seu filho, eu direi, mas você nunca vai tirá-lo de mim.— Isso é o que vamos ver. — ele ameaça e vira as costas indo embora. Bem que minha mãe falou, ele está totalmente mudado, está mais frio, sem nenhuma humanidade.Afasto o Lucca para olhar para ele, e vejo que meu pequeno está com medo. Puxo ele de volta para o abraço, e suas mãozinhas me envolvem. Entro com ele em casa, e meus pais contam o que aconteceu. Mesmo não concordando que meu pai tenha falado para ele, assim foi bem melhor, ou talvez não. Levo Lucca para o quarto e me deito na cama com ele.— Mamãe, ele é o papai? — ele pergunta e
Peter,Eu vou ficar com o meu filho. Se ela quiser ir embora, que vá, mas ele não vai. Já conversei com o meu advogado, e por ela ter ido embora de casa, me abandonando sem motivos, ela já perde um ponto. Ter escondido a gravidez, perde ainda mais.Pela manhã, vou direto à casa dos Lombardi, só para ter certeza de que ela não foi embora com ele. Assim que chego, sou recebido pela empregada, que me acompanha até a sala de jantar, onde estão tomando café da manhã.Viviane me olha com seus olhos cheios de raiva. Ontem, nossa discussão foi bem calorosa, e ela ainda continua achando que está sempre certa.— Senta, Peter, toma café conosco. — minha sogra me chama, e eu me sento ao lado do meu filho, que me olha com medo. Isso aperta o meu coração.— Eu já comi, só vim aqui para falar com o Lucca. Você quer ir passear comigo? — ele balança a cabeça negando e se abraça à mãe que está do outro lado. — Por que não quer?— Eu quero a minha mãe. — sua voz doce, cheia de dengo, me faz sorrir.— Ma
Viviane,O passeio foi bem divertido. Lucca se deu bem com o Peter, principalmente porque tudo que o menino queria, Peter comprava. Mas acho que ganhou o coração do menino da forma errada, ele praticamente o comprou. Ele será o pai que compra os presentes, mas não o pai que ganhou o seu coração.Peter nos leva até a área de alimentação. Lucca fala que quer McDonald's, "lanche feliz", e o Peter o leva para escolher. Ele olha para mim, perguntando se eu quero alguma coisa. Balanço a cabeça negando, estou comendo de tudo um pouco agora, mas minha dieta é balanceada. Nada de alimentos industrializados, principalmente fast food.Depois do lanche, voltamos para a casa dos meus pais. Assim que ele estaciona o carro, Lucca desce pegando as sacolas dele de brinquedos. Quando vou sair, Peter segura em meu braço.— Vamos compartilhar a guarda dele. Se a gente combinar tudo certinho entre nós, nem vamos precisar de advogados.— Não vejo como vamos fazer isso, Peter. Eu tenho um trabalho em Floren
Viviane,Ele se afasta de mim e passa a mão no cabelo nervoso. O que ele está querendo afinal? Ele se vira para mim e balança a cabeça negando.— Desculpa, eu não devia... Eu... — sua voz confusa me deixa mais confusa do que ele, pois não fui eu a tomar o beijo, e sim ele. — Eu não deveria te beijar, mas foi mais forte que eu.Continuo no mesmo lugar, calada, deixando que ele resolva essa batalha dele consigo mesmo.— Você me magoou muito, eu magoei você também. Não sei se devemos ficar juntos. Nos odiamos, e sempre o que buscamos um do outro é a vingança. Melhor nos divorciarmos mesmo, assim, ninguém irá sofrer mais. — ele passa por mim, entra no carro e, sem falar mais nada, acelera e vai embora.— Aceitarei o que você decidir, Peter. — falo olhando o carro passando pelo portão e indo embora.Entro em casa e vejo o Lucca todo animado mostrando os brinquedos para minha mãe. Me aproximo deles e me sento no chão para brincar com o Lucca.— Como foi a conversa? — minha mãe pergunta, ten
Peter,Fico sem saber o que fazer quando ela não responde ao juiz que quer se divorciar de mim. Achei que ela já tinha aceitado isso, então por que não disse sim? Só falta ela querer continuar casada comigo, para continuar me fazendo sofrer nas suas mãos vingativas.Saímos do fórum, e olho para trás ao vê-la entrando em seu carro. Ela levanta a cabeça, e nossos olhos se encontram novamente, na mesma intensidade que foi lá dentro. Fecho a porta do meu carro e me aproximo dela.— Por que você não aceitou o divórcio? — Falo colocando a mão no capô do carro.— Porque apesar de querer que você seja livre para ter a vida que merece, eu não consigo me desapegar. Assim foi no passado, quando resolvi me casar com você, mesmo depois de tudo que me fez passar. — seus olhos se enchem de lágrimas, e eu olho para o lado para não sentir pena dela. — Me desculpa por não conseguir, mas se você tivesse falado sim, eu teria dito também. Por que você também não falou?— Não consegui. — olho para ela de n
Peter,— Ama? Quem ama não abandona, quem ama não larga o outro depois de se declarar, não o deixa sofrendo sozinho.— Foi isso que eu senti quando você me deixou a primeira vez. — ela fala calma.— Mas você não tinha falado que me amava.— Não, mas te dei a prova do meu amor, me entregando para você. Peter, eu fui embora porque não te queria pela obrigação, queria ver se você realmente me amava, mas você foi duro comigo, não me deu chances de me explicar. E eu tive medo de voltar e você continuar frio comigo, por isso preferi continuar em Florença.O que ela queria, depois de me largar, que eu chegasse igual um cachorro abandonado, que balança o rabo por seu dono arrependido? Dou um passo para trás e me viro de costas novamente. Começo a andar de um lado para o outro com a cabeça a mil.Olho para ela, que continua parada, apenas me olhando com lágrimas caindo dos seus olhos. Mesmo a odiando tanto, eu ainda amo essa desalmada, que acabou com a minha vida. Passo os olhos pelo seu corpo
Peter,Entro em casa e vejo ela pegando ele no colo e rodando. Me aproximo dela e ela o coloca no chão. Ele sai correndo para o lado da sala, e quando ele vai junto, seguro em seu braço e pergunto:— Quantos anos você tem?— Se virar para ser um pai igual um velho rabugento, eu levo meu filho de volta. Tudo que eu passei, e superei, eu devo a ele. E essas brincadeiras que temos um com outro só fortalecem a nossa amizade. Logo ele vai crescer e vai ter as melhores lembranças de mim, se lembrando que eu dei uma infância de criança feliz para ele.— Mas não é assim que se cria uma criança. Quer que ele seja um abobalhado quando crescer? — ela balança a cabeça negando e tira minha mão do seu braço.— Um dia você vai entender, só olha como se faz, e logo ele nem vai precisar que eu venha junto. — ela vira as costas e vai atrás dele. Sério que eu vou ter que brincar com ele assim, como se fosse uma criança também?Balanço a minha cabeça em negação. Talvez, se fosse há cinco anos atrás, onde