Viviane,Acordo no outro dia de madrugada com muito enjoo. Me lembro sobre o que o médico falou da anemia e resolvo procurar por um especialista. Pego o telefone e a vontade de ligar para ele continua me consumindo.Coloco de volta no gancho, não consigo, não ainda. Mas e se eu só ouvir a sua voz para saber como ele está? Me arrisco e ligo. Ouço sua voz que parece estar irritado, não digo nada, até ele soltar suas palavras contra mim. Desligo, ele nem deve estar sentindo a minha falta, já que foi isso que transpareceu em suas palavras.Me levanto, faço a minha higiene e saio do hotel, em busca de alguma clínica para fazer um exame de sangue. Entro em uma, faço um cadastro e, assim que sou chamada, sou levada para falar com o médico. Faço o exame de sangue e ele manda eu voltar às 12:00 para pegar o resultado.Volto para o hotel e fico aqui até dar o horário. Minha barriga borbulha, pela primeira vez na vida, estou sentindo fome. Estava acostumada a comer as refeições com o Peter e, de
Viviane,Meu mundo caiu com suas palavras, seu orgulho ferido falou mais alto que seus sentimentos, e ele só me provou o que eu mais temia, que ele não mudou em nada.Levanto a minha cabeça, seco as minhas lágrimas, pois dessa vez não vou cair em depressão, tenho uma vida dentro de mim, e é por ele que vou lutar.Vou começar uma nova vida aqui em Florença mesmo, e não vou mais voltar para Milão, a não ser para visitar os meus pais. Uso o telefone para ligar para minha mãe, digo que estou bem, e que só estou me vingando do Peter. Não conto sobre a gravidez ainda e nem sobre a minha doença.Depois de desligar o telefone, arrumo as minhas coisas e saio do hotel. Agora entendi o porquê a menina sorria para mim, com certeza ele a enganou para subir para o meu quarto. Chamo um táxi e busco por uma imobiliária, meu primeiro passo vai ser comprar um apartamento, onde eu possa começar a minha vida.A corretora me mostra algumas opções, e eu escolho um médio, não tão caro, mas também não tão ba
Peter,Cinco anos antes,Saio batendo a porta do quarto dela, entro no elevador e desabo. Queria muito pedir para ela voltar comigo, queria poder estar com ela em todos os momentos, mas ela não quer. O que ela quer é essa vingança idiota dela, então, ela que fique sozinha.Viviane não é mais criança, é uma mulher feita, que se vire daqui para frente. Estendo a mão para o primeiro táxi que aparece e volto para o aeroporto. Daqui para frente, vou mudar totalmente a minha vida, vou mostrar para o meu pai que eu não preciso de uma mulher para ser responsável.Vou mostrar que eu tenho direito a ser o CEO da empresa pelos meus valores e não porque tenho que cuidar de uma mulher que parece mais uma adolescente. Pego o avião de volta para Milão e vou para minha casa. Vou tirar o resto do dia de folga, apenas para colocar a cabeça no lugar, e a partir de amanhã, serei um novo homem.Fico no meu mundo, trabalho e volto para casa. Muitas vezes quando volto, passo o dia trabalhando e a noite tamb
Peter,— Ela não está atendendo a ligação. — ela fala, mas eu não presto atenção nela, e sim no menino à minha frente. Me abaixo para olhar bem para ele, mas ele me empurra, me fazendo sentar no chão.— Como você se chama? — Pergunto sentado mesmo.— Lucca. Vai embora, você brigou com minha vovó.— Como se chama a sua mãe? — Na hora que ele vai responder, a porta se abre, e o senhor Lombardi entra. O menino corre para o colo dele, o chamando de vovô. — Tô errado, ou esse menino é filho da Viviane?Os dois ficam calados, e eu balanço a cabeça negando a situação. Claro, por isso ela foi embora e não voltou, muito menos me ligou. Fez uma nova vida com outra pessoa. Olho mais uma vez para o menino antes de passar pelos dois. Mas a senhora Lombardi grita.— Viviane suportou tudo sozinha, Peter, uma anemia com a gravidez, foi muito para ela.— O pai dele não ajudou? — falo voltando e apontando para o menino.— Não, o pai dele não ajudou, porque ele estava aqui em Milão. — meu sogro fala, e
Viviane,Suas palavras saem em forma de protesto. Ele está com tanta raiva de mim que posso sentir a tensão em seus olhos. Abraço mais o Lucca, nem ele nem ninguém vai tirar meu filho de mim, não depois de tudo que eu passei para tê-lo comigo.— Não vou recusar o divórcio, não vou mais te prender por obrigação. Mas o meu filho, pode esquecer. Nem que eu tenha que dizer no tribunal que ele não é seu filho, eu direi, mas você nunca vai tirá-lo de mim.— Isso é o que vamos ver. — ele ameaça e vira as costas indo embora. Bem que minha mãe falou, ele está totalmente mudado, está mais frio, sem nenhuma humanidade.Afasto o Lucca para olhar para ele, e vejo que meu pequeno está com medo. Puxo ele de volta para o abraço, e suas mãozinhas me envolvem. Entro com ele em casa, e meus pais contam o que aconteceu. Mesmo não concordando que meu pai tenha falado para ele, assim foi bem melhor, ou talvez não. Levo Lucca para o quarto e me deito na cama com ele.— Mamãe, ele é o papai? — ele pergunta e
Peter,Eu vou ficar com o meu filho. Se ela quiser ir embora, que vá, mas ele não vai. Já conversei com o meu advogado, e por ela ter ido embora de casa, me abandonando sem motivos, ela já perde um ponto. Ter escondido a gravidez, perde ainda mais.Pela manhã, vou direto à casa dos Lombardi, só para ter certeza de que ela não foi embora com ele. Assim que chego, sou recebido pela empregada, que me acompanha até a sala de jantar, onde estão tomando café da manhã.Viviane me olha com seus olhos cheios de raiva. Ontem, nossa discussão foi bem calorosa, e ela ainda continua achando que está sempre certa.— Senta, Peter, toma café conosco. — minha sogra me chama, e eu me sento ao lado do meu filho, que me olha com medo. Isso aperta o meu coração.— Eu já comi, só vim aqui para falar com o Lucca. Você quer ir passear comigo? — ele balança a cabeça negando e se abraça à mãe que está do outro lado. — Por que não quer?— Eu quero a minha mãe. — sua voz doce, cheia de dengo, me faz sorrir.— Ma
Viviane,O passeio foi bem divertido. Lucca se deu bem com o Peter, principalmente porque tudo que o menino queria, Peter comprava. Mas acho que ganhou o coração do menino da forma errada, ele praticamente o comprou. Ele será o pai que compra os presentes, mas não o pai que ganhou o seu coração.Peter nos leva até a área de alimentação. Lucca fala que quer McDonald's, "lanche feliz", e o Peter o leva para escolher. Ele olha para mim, perguntando se eu quero alguma coisa. Balanço a cabeça negando, estou comendo de tudo um pouco agora, mas minha dieta é balanceada. Nada de alimentos industrializados, principalmente fast food.Depois do lanche, voltamos para a casa dos meus pais. Assim que ele estaciona o carro, Lucca desce pegando as sacolas dele de brinquedos. Quando vou sair, Peter segura em meu braço.— Vamos compartilhar a guarda dele. Se a gente combinar tudo certinho entre nós, nem vamos precisar de advogados.— Não vejo como vamos fazer isso, Peter. Eu tenho um trabalho em Floren
Viviane,Ele se afasta de mim e passa a mão no cabelo nervoso. O que ele está querendo afinal? Ele se vira para mim e balança a cabeça negando.— Desculpa, eu não devia... Eu... — sua voz confusa me deixa mais confusa do que ele, pois não fui eu a tomar o beijo, e sim ele. — Eu não deveria te beijar, mas foi mais forte que eu.Continuo no mesmo lugar, calada, deixando que ele resolva essa batalha dele consigo mesmo.— Você me magoou muito, eu magoei você também. Não sei se devemos ficar juntos. Nos odiamos, e sempre o que buscamos um do outro é a vingança. Melhor nos divorciarmos mesmo, assim, ninguém irá sofrer mais. — ele passa por mim, entra no carro e, sem falar mais nada, acelera e vai embora.— Aceitarei o que você decidir, Peter. — falo olhando o carro passando pelo portão e indo embora.Entro em casa e vejo o Lucca todo animado mostrando os brinquedos para minha mãe. Me aproximo deles e me sento no chão para brincar com o Lucca.— Como foi a conversa? — minha mãe pergunta, ten