Viviane,Suas palavras tocaram o meu coração, senti sinceridade em tudo que ele falou. Mas o medo me assola, que isso seja novamente passageiro. Peter só está casado comigo porque foi obrigado a isso, não está casado porque quis.Passo a noite toda pensando em ir embora e ver como ele reage ao abandono, ou ficar para construir uma vida de verdade com ele. Será que com a minha partida, ele ficará da mesma forma que eu fiquei quando ele foi embora? Ou será que ele voltará para sua vida de mulherengo?Olho no relógio, são 4:39 da manhã, e eu tenho que me decidir logo se vou ou se fico. Tiro a mão dele de cima de mim, viro e fico de frente para ele. Apesar de amá-lo de todo o meu coração, ele precisa me mostrar que realmente quer estar casado comigo.Me levanto e faço a minha mala sem fazer barulho nenhum, me troco no outro quarto. Chamo um carro de aplicativo que me leve até o aeroporto e, assim que vejo que ele chegou, deixo o meu celular em cima do sofá e dou um até logo para nossa cas
Perter,Me levanto ao amanhecer sem vontade nenhuma. Tiro a minha roupa e vou para o meu banho matinal. De baixo da água, penso como será a minha vida daqui para frente. Ela não voltou ontem, nem sequer deu um jeito de me ligar, e nem os policiais a encontraram.Tenho que seguir a minha vida, mesmo que tenha apenas um dia de abandono, não vou deixar que isso me abale. Iludido, como isso não vai me abalar? Saio do banheiro com a toalha enrolada em minha cintura. Olho para o quarto e tudo me lembra ela, desde as suas travessuras, até o seu mau humor.Mas acima de tudo, nossas noites quentes. Droga, eu pensando que estávamos indo bem, que finalmente alguém conseguiu me laçar de verdade, e ela vai embora. Me troco e vou para a empresa, ficar em casa bebendo e ouvindo música romântica só vai me deixar mais para baixo.Na empresa pelo menos vou poder distrair a mente. Entro no meu carro olhando para o banco do passageiro, que muitas vezes eu a puxava para ir comigo, agora está vazio. Olho p
Viviane,Acordo no outro dia de madrugada com muito enjoo. Me lembro sobre o que o médico falou da anemia e resolvo procurar por um especialista. Pego o telefone e a vontade de ligar para ele continua me consumindo.Coloco de volta no gancho, não consigo, não ainda. Mas e se eu só ouvir a sua voz para saber como ele está? Me arrisco e ligo. Ouço sua voz que parece estar irritado, não digo nada, até ele soltar suas palavras contra mim. Desligo, ele nem deve estar sentindo a minha falta, já que foi isso que transpareceu em suas palavras.Me levanto, faço a minha higiene e saio do hotel, em busca de alguma clínica para fazer um exame de sangue. Entro em uma, faço um cadastro e, assim que sou chamada, sou levada para falar com o médico. Faço o exame de sangue e ele manda eu voltar às 12:00 para pegar o resultado.Volto para o hotel e fico aqui até dar o horário. Minha barriga borbulha, pela primeira vez na vida, estou sentindo fome. Estava acostumada a comer as refeições com o Peter e, de
Viviane,Meu mundo caiu com suas palavras, seu orgulho ferido falou mais alto que seus sentimentos, e ele só me provou o que eu mais temia, que ele não mudou em nada.Levanto a minha cabeça, seco as minhas lágrimas, pois dessa vez não vou cair em depressão, tenho uma vida dentro de mim, e é por ele que vou lutar.Vou começar uma nova vida aqui em Florença mesmo, e não vou mais voltar para Milão, a não ser para visitar os meus pais. Uso o telefone para ligar para minha mãe, digo que estou bem, e que só estou me vingando do Peter. Não conto sobre a gravidez ainda e nem sobre a minha doença.Depois de desligar o telefone, arrumo as minhas coisas e saio do hotel. Agora entendi o porquê a menina sorria para mim, com certeza ele a enganou para subir para o meu quarto. Chamo um táxi e busco por uma imobiliária, meu primeiro passo vai ser comprar um apartamento, onde eu possa começar a minha vida.A corretora me mostra algumas opções, e eu escolho um médio, não tão caro, mas também não tão ba
Peter,Cinco anos antes,Saio batendo a porta do quarto dela, entro no elevador e desabo. Queria muito pedir para ela voltar comigo, queria poder estar com ela em todos os momentos, mas ela não quer. O que ela quer é essa vingança idiota dela, então, ela que fique sozinha.Viviane não é mais criança, é uma mulher feita, que se vire daqui para frente. Estendo a mão para o primeiro táxi que aparece e volto para o aeroporto. Daqui para frente, vou mudar totalmente a minha vida, vou mostrar para o meu pai que eu não preciso de uma mulher para ser responsável.Vou mostrar que eu tenho direito a ser o CEO da empresa pelos meus valores e não porque tenho que cuidar de uma mulher que parece mais uma adolescente. Pego o avião de volta para Milão e vou para minha casa. Vou tirar o resto do dia de folga, apenas para colocar a cabeça no lugar, e a partir de amanhã, serei um novo homem.Fico no meu mundo, trabalho e volto para casa. Muitas vezes quando volto, passo o dia trabalhando e a noite tamb
Peter,— Ela não está atendendo a ligação. — ela fala, mas eu não presto atenção nela, e sim no menino à minha frente. Me abaixo para olhar bem para ele, mas ele me empurra, me fazendo sentar no chão.— Como você se chama? — Pergunto sentado mesmo.— Lucca. Vai embora, você brigou com minha vovó.— Como se chama a sua mãe? — Na hora que ele vai responder, a porta se abre, e o senhor Lombardi entra. O menino corre para o colo dele, o chamando de vovô. — Tô errado, ou esse menino é filho da Viviane?Os dois ficam calados, e eu balanço a cabeça negando a situação. Claro, por isso ela foi embora e não voltou, muito menos me ligou. Fez uma nova vida com outra pessoa. Olho mais uma vez para o menino antes de passar pelos dois. Mas a senhora Lombardi grita.— Viviane suportou tudo sozinha, Peter, uma anemia com a gravidez, foi muito para ela.— O pai dele não ajudou? — falo voltando e apontando para o menino.— Não, o pai dele não ajudou, porque ele estava aqui em Milão. — meu sogro fala, e
Viviane,Suas palavras saem em forma de protesto. Ele está com tanta raiva de mim que posso sentir a tensão em seus olhos. Abraço mais o Lucca, nem ele nem ninguém vai tirar meu filho de mim, não depois de tudo que eu passei para tê-lo comigo.— Não vou recusar o divórcio, não vou mais te prender por obrigação. Mas o meu filho, pode esquecer. Nem que eu tenha que dizer no tribunal que ele não é seu filho, eu direi, mas você nunca vai tirá-lo de mim.— Isso é o que vamos ver. — ele ameaça e vira as costas indo embora. Bem que minha mãe falou, ele está totalmente mudado, está mais frio, sem nenhuma humanidade.Afasto o Lucca para olhar para ele, e vejo que meu pequeno está com medo. Puxo ele de volta para o abraço, e suas mãozinhas me envolvem. Entro com ele em casa, e meus pais contam o que aconteceu. Mesmo não concordando que meu pai tenha falado para ele, assim foi bem melhor, ou talvez não. Levo Lucca para o quarto e me deito na cama com ele.— Mamãe, ele é o papai? — ele pergunta e
Peter,Eu vou ficar com o meu filho. Se ela quiser ir embora, que vá, mas ele não vai. Já conversei com o meu advogado, e por ela ter ido embora de casa, me abandonando sem motivos, ela já perde um ponto. Ter escondido a gravidez, perde ainda mais.Pela manhã, vou direto à casa dos Lombardi, só para ter certeza de que ela não foi embora com ele. Assim que chego, sou recebido pela empregada, que me acompanha até a sala de jantar, onde estão tomando café da manhã.Viviane me olha com seus olhos cheios de raiva. Ontem, nossa discussão foi bem calorosa, e ela ainda continua achando que está sempre certa.— Senta, Peter, toma café conosco. — minha sogra me chama, e eu me sento ao lado do meu filho, que me olha com medo. Isso aperta o meu coração.— Eu já comi, só vim aqui para falar com o Lucca. Você quer ir passear comigo? — ele balança a cabeça negando e se abraça à mãe que está do outro lado. — Por que não quer?— Eu quero a minha mãe. — sua voz doce, cheia de dengo, me faz sorrir.— Ma